BOM DIA EVANGELHO
28 DE MARÇO DE 2025 – SEXTA-FEIRA DA 3ª SEMANA DA
QUARESMA
Oração: Senhor, que dignificais a Humanidade com os dons da Vossa imagem e semelhança, concedei-nos pela intercessão de Santa Gisela e São Guntrano o casamento firme e sincero da vontade com o serviço à Vossa Igreja, de modo que a beleza das boas obras seja a regente das nossas ações, dignas dos herdeiros da Pátria Celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (MC 12, 28b-34):
Então aproximou-se dele e
perguntou: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O
primeiro é este: ‘Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento
e com toda a tua força!’ E o segundo mandamento é: ‘Amarás teu próximo como a
ti mesmo’! Não existe outro mandamento maior do que estes»
O escriba disse a Jesus: «Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: ‘Ele
é único, e não existe outro além dele’. Amar a Deus de todo o coração, com toda
a mente e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, isto supera todos
os holocaustos e sacrifícios». Percebendo Jesus que o escriba tinha respondido
com inteligência, disse-lhe: «Tu não estás longe do Reino de Deus». E ninguém
mais tinha coragem de fazer-lhe perguntas.
«Não
existe outro mandamento maior do que estes»
Rev.
D. Pere MONTAGUT i Piquet (Barcelona, Espanha)
Hoje, a
liturgia da quaresma nos apresenta o amor como a raiz mais profunda da
auto-comunicação de Deus: «A alma não pode viver sem amor, sempre quer amar
alguma coisa, porque está feita de amor, que eu por amor a criei» (Santa
Catalina de Siena). Deus é amor todo poderoso, amor até o extremo, amor
crucificado: «É na cruz onde se pode contemplar esta verdade» (Bento XVI). Este
Evangelho não é somente uma auto-revelação de como Deus mesmo —em seu Filho—
quer ser amado. Com um mandamento de Deuteronômio: «Portanto, ame a Javé seu
Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força» (Dt
6,5) e outro do Levítico: «Não seja vingativo, nem guarde rancor contra seus
concidadãos. Ame o seu próximo como a si mesmo. Eu sou Javé» (Lev 19,18), Jesus
leva ao extremo a plenitude da Lei. Ele ama o Padre como Deus verdadeiro
nascido do Deus verdadeiro e, como Verbo feito homem, cria a nova Humanidade
dos filhos de Deus, irmãos que se amam com o amor do Filho.
O chamado de Jesus à comunhão e à missão pede uma participação em sua mesma
natureza, é uma intimidade na que devemos nos introduzir. Jesus não reivindica
nunca ser a meta de nossa oração e amor. Agradece ao Pai y vive continuamente
em sua presença. O mistério de Cristo atrai ao amor a Deus —invisível e
inacessível— enquanto que, ao mesmo tempo, é caminho para reconhecer, verdade
no amor e vida para o irmão visível e presente. O mais valioso não são as
oferendas queimadas no altar, e sim Cristo que queima como único sacrifício y
oferenda para que sejamos Nele um só altar, um único amor.
Esta unificação de conhecimento e de amor entrelaçada pelo Espírito Santo
permite que Deus ame em nós e utilize todas nossas capacidades e nos conceda
poder amar como Cristo, com seu mesmo amor filial e fraterno. O que Deus uniu
no amor, o homem não o pode separar. Esta é a grandeza de quem se submete ao
Reino de Deus: o amor a si mesmo já não é obstáculo e sim êxtase para amar ao
único Deus e a uma multidão de irmãos.
Santo do dia: Santa Gisela
Gisela nasceu em 985 na
Baviera, Germânia (atual Alemanha). Filha do duque bávaro Henrique e de
Gisela de Borgonha. Era a irmã mais nova de Henrique II da Alemanha, de Bruno,
bispo de Augsburgo, e de Brígida, futura abadessa de Mittelmuenster.
Em 996 o rei Estevão da Hungria,
por meio de emissários, a pediu em casamento. Gisela havia se consagrado a Deus
no íntimo de seu coração, mas aceitou. Assim, em obediência e por providência
divina, tornou-se a primeira rainha católica húngara. Através dela se
converteu o rei, e com ele os seus súditos.
Gisela ajudou na construção e
reparos de muitas igrejas, inclusive a catedral de Vezprim, para a qual doou
ricos feudos. Fez questão de importar os mais destacados artistas da
época, incluindo escultores gregos, para embelezar as obras. Além da
importância religiosa e cultural que seu reinado obteve, sua benéfica
influência política, através do casamento e da conversão da Hungria, permitiu
que as boas relações com a Alemanha atravessassem os séculos.
Sofreu porém com a morte,
primeiro de uma filha e logo depois de um outro filho. Suas outras duas filhas
casaram e nunca mais as pôde ver, pois mudaram para lugares muito
distantes. Em 15 de agosto de 1038, na festa da Assunção de Nossa Senhora, dia
em que se consagrara anos atrás, seu esposo faleceu, sendo depois
também canonizado. O filho Américo, que deveria sucedê-la no trono, igualmente
morreu e foi canonizado.
Depois de tantas perdas
familiares, os húngaros pagãos da oposição assumiram o poder e neutralizaram a
sua influência junto ao povo, mantendo-a presa por vários anos e impedindo seu
contato com quaisquer parentes do exterior, e confiscaram seus bens. Finalmente,
em 1042, após vários anos de prisão, e de muitas negociações com o rei Henrique
III, Gisela pôde retornar à Alemanha, onde se recolheu no mosteiro beneditino
de Niedernburg na Baviera. Esta cidade era uma abadia principesca, significando
que a abadessa eleita era, automaticamente, a princesa do Império Alemão. Por
seus dons e experiência, pouco depois de sua entrada, Gisela foi eleita
abadessa-princesa, governando com sabedoria e prudência.
Faleceu aos 80 anos, em 7 maio
de 1065, e sepultada em Passau, na Baviera. Ficou conhecida como
Santa Gisela da Baviera ou da Hungria, e seu culto, muito antigo, é
ainda intenso no norte da Itália, na Hungria, Alemanha, França, por todo o
Oriente, e nos países onde os beneditinos se instalaram.
Colaboração: José
Duarte de Barros Filho
Reflexão: Santa Gisela foi soberana na evangelização, iniciando pelo seu próprio lar, o que permitiu à Igreja ser coroada com outro grande santo, na pessoa de Estêvão. E por eles, todo um país pôde se beneficiar da Palavra de Deus e das suas naturais consequências, como a boa cultura cristã, que valoriza a Arte e assim contribui para embelezar os lugares, como os templos, tanto materiais quanto espirituais. Como é importante a mentalidade católica, nos cargos de direção! Mas a nobreza evangelizadora de Gisela não se manifesta somente nos bons e favoráveis momentos, pois seu exemplo de confiança na Providência, após grandes perdas humanas e de pertences, e também da liberdade física, é testemunho ainda maior. Como Jesus, ela inicialmente foi valorizada pelas belas obras, depois suprimida por inveja e cobiça, para então ser recompensada definitivamente com a realeza espiritual, como abadessa, princesa e santa. Nobre também foi São Guntrano, na sua conversão: franco por condição, também o foi na honestidade de alma. Reconhecendo que os casamentos por conveniência mundana não geram frutos, uniu-se convictamente à Igreja, o que o tornou pai de sacras obras.
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