terça-feira, 1 de abril de 2025

   BOM DIA EVANGELHO



02 DE ABRIL DE 2025 – QUARTA-FEIRA DA 4ª SEMANA DA QUARESMA

OraçãoPai Santo e eterno, que nos amais e desejais infinitamente na Vossa alegria, concedei-nos por intercessão de São Francisco de Paula viver a humildade que convence os maus do Bem, e não nos permite abusar do que é santo e sagrado – ocasiões, objetos, Vossa presença, também na Eucaristia e nos irmãos – de modo a não Vos ofender e a edificar as almas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Jo 5, 17-30): 

Jesus, porém, deu-lhes esta resposta: «Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho». Por isso, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, pois, além de violar o sábado, chamava a Deus de Pai, fazendo-se assim igual a Deus.

Jesus então deu-lhes esta resposta: «Em verdade, em verdade, vos digo: o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz igualmente. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. Na verdade, o Pai não julga ninguém, mas deu ao Filho o poder de julgar, para que todos honrem o Filho assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou possui a vida eterna e não vai a julgamento, mas passou da morte para a vida.

»Em verdade, em verdade, vos digo: vem a hora, e é agora, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão. Pois assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do Homem. Não fiqueis admirados com isso, pois vem a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão sua voz, e sairão. Aqueles que fizeram o bem ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação. Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Julgo segundo o que eu escuto, e o meu julgamento é justo, porque procuro fazer não a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou».

«Em verdade, em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou possui a vida eterna »

Rev. D. Francesc PERARNAU i Cañellas(Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho fala-nos da resposta de Jesus aos que viam mal que Ele tivesse curado um paralítico num Sábado. Jesus Cristo aproveita essas críticas para manifestar a Sua condição de Filho de Deus e, como tal, Senhor do Sábado. Essas palavras serão motivo de condenação, no dia do julgamento em casa de Caifás. Com efeito, quando Jesus se reconheceu como Filho de Deus, o grande sacerdote exclamou: «Blasfemou! Que necessidade temos, ainda, de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?» (Mt 26,65).

Por muitas vezes, Jesus tinha feito referências ao Pai, mas sempre marcando uma distinção: a Paternidade de Deus é diferente, caso falemos de Cristo ou dos homens. E os judeus que o escutavam entendiam-no muito bem: não é Filho de Deus como os outros, mas a filiação que reclama para Si mesmo é uma filiação natural. Jesus afirma que a sua natureza e a natureza do Pai são iguais, apesar de serem pessoas distintas. Manifesta assim, dessa maneira, a sua divindade. Esse fragmento do Evangelho é muito interessante para a revelação do mistério da Santíssima Trindade.

Entre as coisas que hoje diz o Senhor, há algumas que fazem especial referência a todos aqueles que, ao longo da história, acreditaram Nele: escutar e crer em Jesus é ter já a vida eterna (cf. Jo 5,24). Certamente, não é ainda a vida definitiva, mas é já participar da sua promessa. Convém que o tenhamos bem presente, e que façamos o esforço de escutar a palavra de Jesus, como o que ela realmente é: a Palavra de Deus que salva. A leitura e a meditação do Evangelho devem fazer parte das nossas práticas religiosas habituais. Nas páginas reveladas, ouviremos as palavras de Jesus, palavras imortais que nos abrem as portas da vida eterna. Com efeito, como ensinava Santo Efrém, a Palavra de Deus é uma fonte inesgotável de vida.

Santo do dia: São Francisco de Paula

Francisco nasceu no ano de 1416 em Paola (Paula), hoje província de Cosenza, na Calábria, reino de Nápoles, Itália. Seus pais, simples e muito religiosos, haviam pedido a intercessão de São Francisco de Assis – ou para ter um filho, ou para a cura de um abscesso no olho, dependendo da fonte – e prometendo-o à Igreja (permanentemente ou não, dependendo da fonte); daí o seu nome. Desde pequeno, estimulado pelo cuidado dos pais, demonstrou amor pela oração, retiro e mortificação.

Entre os 11 e 15 anos, Francisco passou um ano no convento franciscano de São Marcos Argentano, em Cosenza. Mesmo não tendo feito profissão, seguia exemplarmente a regra de São Francisco, aumentando inclusive o seu rigor, tornando-se modelo para os frades. Depois deste tempo, pediu aos pais que o acompanhassem em várias peregrinações: Assis, Montecassino, Roma, Loreto e Monte Luco. Voltando a Paola, fez uma experiência eremítica numa gruta das montanhas próximas, e por cinco anos só se alimentou de frutas, ervas silvestres e água, dormindo no chão e usando uma pedra como travesseiro.

Com o tempo, foi sendo procurado para conselhos, e outros mais o seguiram no exemplo de vida, buscando abrigo nas proximidades. Assim, aos 19 anos, havia ao seu redor um grupo que seria o núcleo da futura Congregação dos Mínimos de São Francisco de Paula (Ordem dos Eremitas de São Francisco de Paula). Por volta de 1453, com a devida permissão episcopal, e com a ajuda de muitas pessoas (incluindo nobres que se voluntariavam como operários), construiu um mosteiro e uma igreja.

Consta que neste período fez muitos milagres, como a recuperação da saúde num caso de doença incurável. No mosteiro, estabeleceu uma normatização para os discípulos, mas para si mesmo não diminuiu as austeridades (só aceitou dormir numa esteira quando idoso; dormia o mínimo necessário, fazia apenas uma refeição por dia, geralmente pão e água, e especialmente nas vésperas das grandes festas litúrgicas, ficava dois dias sem comer). Em 1474, o Papa Sisto IV oficializou a nova Ordem, a Congregação Paulina dos Eremitas de São Francisco de Assis (o reconhecimento da Regra, com o nome atual da Ordem dos Mínimos, é de Alexandre VI, 1492-1503), fazendo de Francisco o superior geral, chamado de corregedor, e com a obrigação de se lembrar de servir a todos.

O lema era Charitas (Caridade), associada à austeridade pessoal e ao apostolado; na prática, devia-se viver a "Quaresma perpétua", ou seja, durante o ano todo, o mesmo rigor da penitência, jejum e oração do período quaresmal, mais a caridade para com todos. Francisco inclusive fez deste ponto, em relação ao jejum, um quarto voto, como reparação dos excessos dos católicos durante a Quaresma, e como exemplo catequético. Fundou ainda quatro novas casas, em Paterno, Spezza, na Sicília e em Corogliano.

Embora o religioso fosse amado e respeitado também pela nobreza em geral, Frederico, terceiro filho do rei de Nápoles e príncipe de Taranto, alegou que Francisco construíra mosteiros em seu território, sem consentimento – uma desculpa para perseguir o santo por conselhos que dera ao seu pai e irmãos. Enviou um capitão para prendê-lo em Paterno, mas o oficial, diante da humildade do frade, não teve coragem, e voltando ao príncipe convenceu-o a deixar Francisco livre.

A humildade de Francisco era notória, e também seus milagres e o dom da profecia, e por isso o Papa Paulo II enviou um emissário para verificar esta fama em 1467, que não só a confirmou como aderiu à comunidade. Tendo adoecido, o rei da França, Luís XI, pediu ao Papa que lhe enviasse Francisco; o rei se converteu e o nomeou diretor espiritual do filho, futuro rei Carlos VIII. Na França, Francisco fundou novos mosteiros. Em 1506, como a Congregação havia já se tornado cenobítica e não mais eremítica, foram fundadas a Ordem Terceira Secular e o ramo feminino, com as respectivas regras.

 Avisado milagrosamente da sua morte, preparou-se para ela passando três meses na cela, sem qualquer comunicação externa. Faleceu por causa de uma febre, com cerca de 90 anos, entre 1505 e 1508, em Tours, França. Seu corpo, ainda incorrupto em 1562, foi queimado por calvinistas. É o padroeiro da região da Calábria, na Itália, e da cidade de Pelotas, no Brasil.


Colaboração: José Duarte de Barros Filho


Reflexão:
 
Se a maioria de nós, católicos, não tem a vocação conventual de Quaresma Perpétua de São Francisco de Paula, devemos imitá-la ao menos em espírito, fugindo da índole mundana para o qual este santo foi uma resposta na época renascentista, e que atormenta igualmente os dias atuais. Imitemo-lo também nas suas devoções, que resumem os pontos principais e imutáveis da nossa Fé, sendo fontes necessárias para quem de fato quer progredir na vida católica: o Mistério da Santíssima Trindade, a Anunciação à Virgem (e consequente Encarnação do Verbo), a Paixão de Nosso Senhor, e os Santíssimos Nomes de Jesus e Maria. A meditação destas verdades nos leva ao sentido correto da vida e indica o que devemos nela fazer, em função do nosso fim último.


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