BOM DIA EVANGELHO
02 DE ABRIL DE 2025 – QUARTA-FEIRA DA 4ª SEMANA DA QUARESMA
Oração: Pai Santo e eterno, que nos amais e desejais infinitamente na Vossa alegria, concedei-nos por intercessão de São Francisco de Paula viver a humildade que convence os maus do Bem, e não nos permite abusar do que é santo e sagrado – ocasiões, objetos, Vossa presença, também na Eucaristia e nos irmãos – de modo a não Vos ofender e a edificar as almas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Jo 5, 17-30):
Jesus, porém,
deu-lhes esta resposta: «Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho». Por
isso, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, pois, além de violar o sábado,
chamava a Deus de Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus então deu-lhes esta resposta: «Em verdade, em verdade, vos digo: o Filho
não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o
Pai faz, o Filho o faz igualmente. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que
ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis
admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho
também dá a vida a quem ele quer. Na verdade, o Pai não julga ninguém, mas deu
ao Filho o poder de julgar, para que todos honrem o Filho assim como honram o
Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou. Em verdade,
em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou
possui a vida eterna e não vai a julgamento, mas passou da morte para a vida.
»Em verdade, em verdade, vos digo: vem a hora, e é agora, em que os mortos
ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão. Pois assim como o
Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida
em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do
Homem. Não fiqueis admirados com isso, pois vem a hora em que todos os que
estão nos túmulos ouvirão sua voz, e sairão. Aqueles que fizeram o bem
ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação.
Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Julgo segundo o que eu escuto, e o meu
julgamento é justo, porque procuro fazer não a minha vontade, mas a vontade
daquele que me enviou».
«Em
verdade, em verdade, vos digo: quem escuta a minha palavra e crê naquele que me
enviou possui a vida eterna »
Rev.
D. Francesc PERARNAU i Cañellas(Girona, Espanha)
Hoje, o
Evangelho fala-nos da resposta de Jesus aos que viam mal que Ele tivesse curado
um paralítico num Sábado. Jesus Cristo aproveita essas críticas para manifestar
a Sua condição de Filho de Deus e, como tal, Senhor do Sábado. Essas palavras
serão motivo de condenação, no dia do julgamento em casa de Caifás. Com efeito,
quando Jesus se reconheceu como Filho de Deus, o grande sacerdote exclamou:
«Blasfemou! Que necessidade temos, ainda, de testemunhas? Acabais de ouvir a
blasfémia. Que vos parece?» (Mt 26,65).
Por muitas vezes, Jesus tinha feito referências ao Pai, mas sempre marcando uma
distinção: a Paternidade de Deus é diferente, caso falemos de Cristo ou dos
homens. E os judeus que o escutavam entendiam-no muito bem: não é Filho de Deus
como os outros, mas a filiação que reclama para Si mesmo é uma filiação
natural. Jesus afirma que a sua natureza e a natureza do Pai são iguais, apesar
de serem pessoas distintas. Manifesta assim, dessa maneira, a sua divindade.
Esse fragmento do Evangelho é muito interessante para a revelação do mistério
da Santíssima Trindade.
Entre as coisas que hoje diz o Senhor, há algumas que fazem especial referência
a todos aqueles que, ao longo da história, acreditaram Nele: escutar e crer em
Jesus é ter já a vida eterna (cf. Jo 5,24). Certamente, não é ainda a vida
definitiva, mas é já participar da sua promessa. Convém que o tenhamos bem
presente, e que façamos o esforço de escutar a palavra de Jesus, como o que ela
realmente é: a Palavra de Deus que salva. A leitura e a meditação do Evangelho
devem fazer parte das nossas práticas religiosas habituais. Nas páginas
reveladas, ouviremos as palavras de Jesus, palavras imortais que nos abrem as
portas da vida eterna. Com efeito, como ensinava Santo Efrém, a Palavra de Deus
é uma fonte inesgotável de vida.
Santo do dia: São Francisco de Paula
Francisco nasceu no ano de 1416
em Paola (Paula), hoje província de Cosenza, na Calábria, reino de Nápoles,
Itália. Seus pais, simples e muito religiosos, haviam pedido a intercessão
de São Francisco de Assis – ou para ter um filho, ou para a cura de um abscesso
no olho, dependendo da fonte – e prometendo-o à Igreja (permanentemente ou
não, dependendo da fonte); daí o seu nome. Desde pequeno, estimulado pelo
cuidado dos pais, demonstrou amor pela oração, retiro e mortificação.
Entre os 11 e 15 anos, Francisco
passou um ano no convento franciscano de São Marcos Argentano, em Cosenza.
Mesmo não tendo feito profissão, seguia exemplarmente a regra de São Francisco,
aumentando inclusive o seu rigor, tornando-se modelo para os frades. Depois
deste tempo, pediu aos pais que o acompanhassem em várias peregrinações: Assis,
Montecassino, Roma, Loreto e Monte Luco. Voltando a Paola, fez uma
experiência eremítica numa gruta das montanhas próximas, e por cinco anos só se
alimentou de frutas, ervas silvestres e água, dormindo no chão e
usando uma pedra como travesseiro.
Com o tempo, foi sendo procurado
para conselhos, e outros mais o seguiram no exemplo de vida, buscando abrigo
nas proximidades. Assim, aos 19 anos, havia ao seu redor um grupo que
seria o núcleo da futura Congregação dos Mínimos de São Francisco de Paula
(Ordem dos Eremitas de São Francisco de Paula). Por volta de 1453, com a devida
permissão episcopal, e com a ajuda de muitas pessoas (incluindo nobres que se
voluntariavam como operários), construiu um mosteiro e uma igreja.
Consta que neste período fez
muitos milagres, como a recuperação da saúde num caso de doença
incurável. No mosteiro, estabeleceu uma normatização para os discípulos,
mas para si mesmo não diminuiu as austeridades (só aceitou dormir numa
esteira quando idoso; dormia o mínimo necessário, fazia apenas uma refeição por
dia, geralmente pão e água, e especialmente nas vésperas das grandes festas
litúrgicas, ficava dois dias sem comer). Em 1474, o Papa Sisto IV oficializou a
nova Ordem, a Congregação Paulina dos Eremitas de São Francisco de Assis (o
reconhecimento da Regra, com o nome atual da Ordem dos Mínimos, é de Alexandre
VI, 1492-1503), fazendo de Francisco o superior geral, chamado de
corregedor, e com a obrigação de se lembrar de servir a todos.
O lema era Charitas (Caridade),
associada à austeridade pessoal e ao apostolado; na prática, devia-se
viver a "Quaresma perpétua", ou seja, durante o ano todo, o mesmo
rigor da penitência, jejum e oração do período quaresmal, mais a caridade
para com todos. Francisco inclusive fez deste ponto, em relação ao jejum, um
quarto voto, como reparação dos excessos dos católicos durante a Quaresma, e
como exemplo catequético. Fundou ainda quatro novas casas, em Paterno,
Spezza, na Sicília e em Corogliano.
Embora o religioso fosse amado e
respeitado também pela nobreza em geral, Frederico, terceiro filho do rei
de Nápoles e príncipe de Taranto, alegou que Francisco construíra mosteiros em
seu território, sem consentimento – uma desculpa para perseguir o santo
por conselhos que dera ao seu pai e irmãos. Enviou um capitão para
prendê-lo em Paterno, mas o oficial, diante da humildade do frade, não teve
coragem, e voltando ao príncipe convenceu-o a deixar Francisco livre.
A humildade de Francisco era
notória, e também seus milagres e o dom da profecia, e por isso o Papa
Paulo II enviou um emissário para verificar esta fama em 1467, que não só a
confirmou como aderiu à comunidade. Tendo adoecido, o rei da França, Luís
XI, pediu ao Papa que lhe enviasse Francisco; o rei se converteu e o nomeou
diretor espiritual do filho, futuro rei Carlos VIII. Na França, Francisco
fundou novos mosteiros. Em 1506, como a Congregação havia já se tornado
cenobítica e não mais eremítica, foram fundadas a Ordem Terceira Secular e o
ramo feminino, com as respectivas regras.
Avisado milagrosamente da sua morte, preparou-se para ela passando três meses na cela, sem qualquer comunicação externa. Faleceu por causa de uma febre, com cerca de 90 anos, entre 1505 e 1508, em Tours, França. Seu corpo, ainda incorrupto em 1562, foi queimado por calvinistas. É o padroeiro da região da Calábria, na Itália, e da cidade de Pelotas, no Brasil.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
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