sábado, 15 de fevereiro de 2025

 

BOM DIA EVANGELHO

Imagem: Vaticano


16 DE FEVEREIRO DE 2025 – Domingo VI (C) do Tempo Comum

OraçãoÓ Deus Pai, legítimo Senhor de todos os Vossos filhos, dai-nos por intermédio de Santo Onésimo a graça de como ele Vos aceitar integralmente nos nossos corações, espontaneamente martirizando o nosso amor-próprio e deixando a escravidão do pecado, para Vos sermos úteis servindo a Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (LC 6, 17.20-26):

E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; os quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades. E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: «Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.

»Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. - Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas».

«Folgai nesse dia, exultai» Rev. D. Enric RIBAS i Baciana(Barcelona, Espanha)

Hoje voltamos a viver as bem-aventuranças e as “mal-aventuranças”: «Bem-aventurados sóis vós...», sim agora sofres em meu nome; «Ai de vós...», se agora ris. A fidelidade a Cristo e ao seu Evangelho faz com que sejamos rejeitados, escarnecidos nos medos de comunicação, odiados, como Cristo foi odiado e crucificado. Há quem pensa que isso se deve à falta de fé de alguns, mas talvez—bem visto— é devido à falta de razão. O mundo não quer pensar nem ser livre; vive imerso desejando a riqueza, do consumo, do doutrinamento libertário que se enche de palavras vãs, vazias onde se escurece o valor da pessoa e se burla dos ensinamentos de Cristo e da Igreja, uma vez que —hoje por hoje— é o único pensamento que certamente vai contra a correnteza. Apesar de tudo, o Senhor Jesus nos infunde coragem: «Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. ( )... Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas» (Lc 6, 22.23).

João Paulo II, na encíclica Fides et Ratio, disse: «A fé move a razão ao sair de seu isolamento e ao apostar, de bom agrado, por aquilo que é belo, bom e verdadeiro». A experiência cristã em seus santos nos mostra a verdade do Evangelho e destas palavras do Santo Padre. Ante um mundo que se satisfaz no vicio e no egoísmo como fonte de felicidade, Jesus mostra outro caminho: a felicidade do Reino do Deus, que o mundo não pode entender, e que odeia e rejeita. O cristão, entre as tentações que lhe oferece a “vida fácil”, sabe que o caminho é o do amor que Cristo nos mostrou na cruz, o caminho da fidelidade ao Pai. Sabemos que entre as dificuldades não podemos desanimar-nos. Se procuramos de verdade o Senhor, alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas (cf. Lc 6,23).

Santo Onésimo

Onésimo era escravo de um homem rico chamado Filêmon, que habitava em Colossos, na Frígia (hoje Turquia), e que São Paulo converteu com a família ao Cristianismo. Este escravo fugiu e acabou chegando a Roma, onde São Paulo estava preso – tanto o seu coração a Cristo, quanto o seu corpo na cadeia – sendo assim também ele um escravo, mas do Senhor certo. E também em escravo de Jesus converteu a Onésimo, que passou a ser seu colaborador fiel e muito querido, ao qual confiou importantes missões.

Na carta de Paulo a Filêmon, que consta do Novo Testamento, o santo pede a liberdade do escravo, a quem, apesar de desejar consigo, não quer reter sem o seu consentimento. O imenso carinho de São Paulo por ambos é testemunhado por escrito: “Tendo embora toda a liberdade em Cristo de te ordenar o que convém, prefiro pedir por amor. Eu (…) venho suplicar-te em favor do meu filho Onésimo, que eu gerei na prisão. Outrora ele te foi inútil [este é um jogo de palavras de Paulo, pois Onésimo significa “útil”], mas doravante será muito útil a ti (…). Entretanto nada quis fazer sem o seu consentimento, para que tua boa ação não fosse como que forçada, mas espontânea. (…) Escrevo-te convencido de que atenderás ao meu pedido, e certo de que farás ainda mais do que peço.” (cf. Fm 8-21).

De fato, Filêmon recebeu e libertou Onésimo, devolvendo-o a Paulo, que, segundo a tradição da Igreja, grega e romana, sagrou-o bispo de Éfeso. Posteriormente preso, foi levado a Roma e martirizado por apedrejamento em 109.

 Os termos que São Paulo usa na carta sobre Onésimo são “meu filho”, “muito querido para mim”, “como se fosse o meu próprio coração”, “acolhe-o como a mim próprio”. O antigo escravo mereceu estes elogios, pois aceitou ser servo de Deus, independentemente da sua condição humana.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão: Se fortes são as súplicas de São Paulo a Filêmon, em favor de Onésimo, quão maiores são as de Cristo por nós, escravos do pecado! Mas Deus nada pode fazer por nós “sem o seu consentimento”, pois a liberdade humana pode realmente rejeitar a Salvação; é preciso que nossas boas ações, a primeira delas sendo aceitar com imensa alegria, humildade e reconhecimento a Boa Nova e as obrigações do nosso Batismo, não sejam “como que forçadas”, mas que desejemos “espontaneamente” seguir a Deus… pois assim o Pai fará por nós “muito mais do que pedimos”, isto é, nos concederá a vida infinita na Sua existência Trinitária – participaremos da intimidade da vida própria de Deus! – algo tão maravilhoso e inimaginável que “…‘O olho não viu, o ouvido não escutou, nem o coração humano imaginou’ [Is 64,4] todo o bem que Deus preparou para aqueles que O amam”, como cita o mesmo São Paulo (1Cor 2,9). Cabe ainda destacar que, na vida que Deus nos propõe, está a única base verdadeira para as relações sociais: por sermos igualmente imagem e semelhança de Deus, a dignidade de todos os seres humanos é igual, e quando humilde e espontaneamente o entendemos e aceitamos, reina o tratamento de irmãos, mesmo com as diferenças obrigatórias, necessárias, naturais e queridas por Deus (pois cada ser humano é absolutamente único, com suas próprias qualidades e limitações) que existem socialmente; sempre há de existir, por exemplo, patrões e empregados, não é possível uma “igualdade absoluta” em termos de funções, até porque as capacidades são diferentes, mas isto não significa que deva haver injustiças e abusos – e isto só é evitado pela decisão de amar ao próximo que somente o amor a Deus nos dá, e não por regimes mentirosamente “igualitários” que funcionam na prática sob a mão de ferro de pouquíssimos, que querem fazer do Estado um “deus” pagão. Onésimo e Filêmon, a partir das suas conversões, sempre foram livres, irmãos; e não por “decretos” políticos ou ideológicos.

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