quinta-feira, 21 de novembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 22. NOVEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

22 DE NOVEMBRO DE 2024 - Sexta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Oração: Santa Cecília, virgem e pura, ajudai-nos a preservar a inocência do corpo e da alma, e a ensiná-la especialmente às crianças e jovens, e intercedei ao Pai para livrar o mundo dos abusos da mentalidade maliciosa e da sexualidade distorcida e desregrada que levam, conforme ensina a Igreja, tantas pessoas para o inferno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, pela Santíssima Virgem Maria, e pelo castíssimo São José. Amém.

Evangelho (Lc 19,45-48):

 Naquele tempo, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os que ali estavam vendendo. E disse: «Está escrito: Minha casa será casa de oração. Vós, porém, fizestes dela um antro de ladrões». Todos os dias, ele ficava ensinando no templo. Os sumos sacerdotes, os escribas e os notáveis do povo procuravam um modo de matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, pois o povo todo ficava fascinado ao ouvi-lo falar.

«Minha casa será casa de oração»  - P. Josep LAPLANA OSB Monje de Montserrat(Montserrat, Barcelona, Espanha)

Hoje, o gesto de Jesus é profético. À maneira dos antigos profetas, realiza uma ação simbólica, cheia de significado face ao futuro. Ao expulsar do templo os mercadeiros, que faziam negócio com as vítimas destinadas a servir de oferenda, e ao indicar que «a casa de Deus será casa de oração» (Is 56,7), Jesus anunciava a nova situação, que Ele vinha inaugurar, em que os sacrifícios de animais já não tinham lugar. São João definirá a nova relação de culto como uma «adoração ao Pai em espírito e verdade» (Jn 4,24). A figura deve dar lugar à realidade. Santo Tomás de Aquino dizia poeticamente «Et antiquum documentum / novo cedat ritui (Que o Antigo Testamento ceda o lugar ao Novo Rito)».
O Novo Rito é a palavra de Jesus. Por isso, São Lucas associou à cena da purificação do templo a apresentação de Jesus, nele pregando cada dia. O novo culto centra-se na oração e na escuta da Palavra de Deus. Mas, na realidade, o centro do centro da instituição cristã é a própria pessoa viva de Jesus, com a sua carne entregue e o seu sangue derramado na cruz e oferecidos na Eucaristia. Também Santo Tomás o destaca de modo muito belo: «Recumbens com fratribus (...) se dat suis manibus» («Sentado à mesa com os irmãos (...) dá-se a si mesmo com as suas próprias mãos»).
No Novo Testamento, inaugurado por Jesus, já não são necessários nem bois nem vendedores de cordeiros. Tal como «todo o povo ficava fascinado ao ouvi-lo falar» (Lc 19,48), também nós não temos de ir ao templo para imolar vítimas, mas para receber Jesus, o autêntico cordeiro imolado por nós, de uma vez para sempre (cf. He 7,27), e para unir a nossa vida à de Jesus.

Santa Cecília

Santa Cecília era de antiga e nobre família romana. Cristã, fez voto de castidade. Porém, sem o seu conhecimento, os pais a prometeram em casamento a um nobre pagão, Valeriano. No dia das núpcias, Cecília lhe contou que um anjo guardava a sua virgindade consagrada. Ele prometeu que acreditaria se visse o anjo; Ela o apresentou ao Papa Urbano, que o preparou para o batismo, e ele, assim convertido, de fato viu o anjo ao lado da esposa. O casal e Tibúrcio, irmão de Valeriano, que também se convertera, foram denunciados como cristãos, mas não renegaram a fé. Os dois irmãos foram decapitados, e Cecília foi condenada à morte por asfixia, num quarto superaquecido. Encontrada ainda viva, foi também decapitada. Há mais de uma referência para a relação entre Cecília e a música: ela tocaria lira ou harpa, teria cantado incessantemente músicas de louvor a Deus durante a provação da asfixia, teria o dom de ouvir músicas do Céu… nas atas do seu martírio, consta que, no dia do seu casamento, ao ouvir os sons dos instrumentos musicais, teria elevado a Deus uma prece pela sua pureza de corpo e alma. Cecília foi declarada padroeira dos músicos. O corpo da virgem, falecida por volta do ano 225, foi enterrado nas catacumbas romanas, bem próximo à cripta dos Papas, e posteriormente levado para a basílica a ela dedicada, no terreno da antiga casa dos nobres Cecílios.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR- Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Um bispo, Adelino, escreveu que, depois de Nossa Senhora, Cecília é a segunda entre as virgens, porque guardou a castidade mesmo desposada, e a tornou sublime pelo martírio. É, certamente, uma das poucas virgens que recebeu o privilégio de ter o nome citado no cânon da Santa Missa. A pureza, de corpo e espírito, é algo especialmente agradável a Deus, que recompensa largamente e de muitas maneiras àqueles que se dedicam a imitá-Lo na virgindade e inocência.

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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 21. NOVEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO


21 DE NOVEMBRO DE 2024 - Quinta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Oração: Deus Eterno e Todo-Poderoso, por intercessão de Vosso servo São Gelásio I, suscitai entre nós dignos pastores do Vosso rebanho, para a santificação daqueles que a Vós se consagram e para o auxílio da salvação dos Vossos fiéis. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 19,41-44)

 Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: «Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está escondido aos teus olhos!. Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada».

«Se (...) tu compreendesses hoje o que te pode trazer a paz!» - Rev. D. Blas RUIZ i López(Ascó, Tarragona, Espanha)

Hoje, a imagem que nos apresenta o Evangelho é a de um Jesus que «chorou» (Lc 19,41) pela sorte da cidade escolhida, que não reconheceu a presença do seu Salvador. Conhecendo as notícias que se deram nos últimos tempos, seria fácil para nós aplicar essa lamentação à cidade que é —à vez— santa e fonte de divisões.
Mas, olhando mais para a frente, podemos identificar esta Jerusalém com o povo escolhido, que é a Igreja, e —por extensão— com o mundo em que esta levará a termo a sua missão. Se assim o fazemos, encontraremos uma comunidade que, ainda que tenha alcançado o topo no campo da tecnologia e da ciência, geme e chora, porque vive rodeada pelo egoísmo dos seus membros, porque levantou ao seu redor os muros da violência e do desordem moral, porque atira no chão os seus filhos, arrastando-os com as cadeias de um individualismo desumanizador. Definitivamente, o que encontraremos é um povo que não soube reconhecer o Deus que o visitava (cf. Lc 19,44).
Porém, nós os cristãos, não podemos ficar na pura lamentação, não devemos ser profetas de desventuras, mas homens de esperança. Conhecemos o final da história, sabemos que Cristo fez cair os muros e rompeu as cadeias: as lágrimas que derrama neste Evangelho prefiguram o sangue com o qual nos salvou.
De fato, Jesus está presente na sua Igreja, especialmente através daqueles mais necessitados. Temos de advertir esta presença para entender a ternura que Cristo tem por nós: é tão excelso o seu amor, diz-nos Santo Ambrósio, que Ele se fez pequeno e humilde para que cheguemos a ser grandes; Ele deixou-se amarrar entre as fraldas como um menino para que nós sejamos liberados dos laços do pecado; Ele deixou-se cravar na cruz para que nós sejamos contados entre as estrelas do céu... Por isso, temos de dar graças a Deus, e descobrir presente no meio de nós aquele que nos visita e nos redime

São Gelásio I

Gelásio era de origem africana, culto, inteligente e dotado de personalidade forte. Entrou para o clero romano, atuou como conselheiro papal e sucedeu Félix II como Papa, de 492 a 496. Enérgico e intransigente na defesa dos direitos da Igreja, era terno e compassivo com as misérias humanas. Em apenas quatro anos de pontificado, realizou imensas tarefas. Como Pastor, combateu firmemente as heresias monofisita e do pelagianismo, e também o maniqueísmo e outras seitas que ameaçavam a unidade da Igreja; denunciou ao Senado romano as imoralidades de certas festas pagãs, que não mais deviam existir depois da adoção do Cristianismo pelo Império; organizou e presidiu o Sínodo de 494, no qual foi aprovada grande renovação litúrgica da Igreja; publicou o Sacramentário Gelasiano, com orientação clara da administração dos Sacramentos, das orações na Missa e nas solenidades litúrgicas, uniformizando as funções e ritos das várias Igrejas; estabeleceu normas de disciplina eclesiástica e incentivou a vida monástica. Não menos importante, foi o primeiro pontífice a expressar a máxima autoridade do Bispo de Roma sobre toda a Igreja, escrevendo uma carta ao imperador romano do Oriente, que pretendia interferir na administração da Igreja: “… há distinção entre a autoridade do Papa e a dos reis; a primeira é imensamente mais elevada, pois inclui responsabilidade espiritual também sobre os príncipes temporais”Conclamou o Senado romano, apático e desinteressado durante a derrocada do Império frente às invasões bárbaras, a assumir o seu dever. Teve imensa caridade, salvando Roma do perigo da carestia, e distribuiu muitos bens da Igreja para aliviar as consequências da fome; dele foi dito que “morreu pobre após ter enriquecido a muitos pobres”: sobre seu túmulo foi escrito "Pai dos pobres". Morreu em 21 de novembro de 496, em Roma.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR -Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: São Gelásio foi um gigante na defesa da Fé e na caridade aos carentes, aliando firmeza na ação e docilidade no trato – uma característica da ação do Espírito Santo... Cuidou incansavelmente da saúde espiritual e material dos seus filhos, provendo o melhor, como verdadeiro Pai, para as suas necessidades. Neste sentido, é exemplo tanto para os que abraçam a vida sacerdotal como para os pais de família.

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BOM DIA EVANGELHO - 20. NOVEMBRO .024

 

BOM DIA EVANGELHO

20 DE NOVEMBRO DE  202 4 - Quarta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Oração: Deus, nosso Rei e Senhor, pela intercessão de Santo Edmundo, dai-nos a graça do soberano governo de nós mesmos, para que assim nos ofereçamos inteiramente às flechas do Seu divino Amor, e sejamos capazes de Vos permanecer fiéis mesmo diante das maiores dificuldades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 19,11-28):

Naquele tempo, enquanto estavam escutando, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia se manifestar logo. Disse: «Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Chamou então dez dos seus servos, entregou a cada um uma bolsa de dinheiro e disse: Negociai com isto até que eu volte. Seus concidadãos, porém, tinham aversão a ele e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: Não queremos que esse homem reine sobre nós.
Mas o homem foi nomeado rei e voltou. Mandou chamar os servos, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber que negócios cada um havia feito. O primeiro chegou e disse: Senhor, a quantia que me deste rendeu dez vezes mais. O homem disse: Parabéns, servo bom. Como te mostraste fiel nesta mínima coisa, recebe o governo de dez cidades. O segundo chegou e disse: Senhor, a quantia que me deste rendeu cinco vezes mais. O homem disse também a este: Tu, recebe o governo de cinco cidades. Chegou o outro servo e disse: Senhor, aqui está a quantia que me deste: eu a guardei num lenço, pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste. O homem disse: Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Sabias que sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. Então, por que não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros.
Depois disse aos que estavam aí presentes: Tirai dele sua quantia e dai àquele que fez render dez vezes mais. Os presentes disseram: Senhor, esse já tem dez vezes a quantia! Ele respondeu: Eu vos digo: a todo aquele que tem, será dado, mas àquele que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado. E quanto a esses meus inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente».
Depois dessas palavras, Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.

«Negociai com isto até que eu volte» - P. Pere SUÑER i Puig SJ(Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho propõe-nos a parábola das minas: uma quantidade de dinheiro que aquele nobre repartiu entre seus servos, antes de partir de viagem. Primeiro fixemo-nos na ocasião que provoca a parábola de Jesus. Ele ia subindo para Jerusalém, onde o esperava a paixão e a conseqüente ressurreição. Os discípulos «pensavam que o Reino de Deus ia se manifestar logo» (Lc 19,11). É nessas circunstâncias que Jesus propõe esta parábola. Com ela, Jesus ensina-nos que temos que fazer render os dons e qualidades que Ele nos deu, isto é, que nos deixou a cada um. Não são nossos de maneira que possamos fazer com eles o que queiramos. Ele deixou-nos esses dons para que os façamos render. Os que fizeram render as minas - mais ou menos - são louvados e premiados pelo seu Senhor. É o servo preguiçoso, que guardou o dinheiro num lenço sem o fazer render, é o que é repreendido e condenado.
O cristão, pois, tem que esperar,claro está, o regresso do seu Senhor, Jesus. Mas com duas condições, se quer que o encontro seja amigável. A primeira condição é que afaste a curiosidade doentia de querer saber a hora da solene e vitoriosa volta do Senhor. Virá, diz em outro lugar, quando menos o pensemos. Fora, por tanto, as especulações sobre isto! Esperamos com esperança, mas numa espera confiada sem doentia curiosidade. A segunda condição, é que não percamos o tempo. A esperança do encontro e do final gozoso não pode ser desculpa para não tomarmos a sério o momento presente. Precisamente, porque a alegria e o gozo do encontro final será tanto melhor quanto maior for a colaboração que cada um tiver dado pela causa do reino na vida presente.
Não falta, também aqui, a grave advertência de Jesus aos que se revelam contra Ele: «E quanto a esses meus inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente» (Lc 19,27)
Santo Edmundo

Há três santos com o nome de Edmundo, todos ingleses. Hoje faz-se memória do mais antigo, do século IX, cristão, filho do rei da Saxônia educado na Inglaterra.

Aos 14 anos de idade, tornou-se rei, num período dos mais trágicos da Inglaterra, devastada constantemente pelos bárbaros dinamarqueses, que invadiam e saqueavam seus vilarejos. Em 869, estes bárbaros realizaram uma grande invasão nos domínios do rei Edmundo, o qual, para defender o povo e o reino, reuniu seu pequeno exército e os combateu. Os dinamarqueses, melhor armados e em maior número, aprisionaram Edmundo.

Foi-lhe oferecida a possibilidade de manter a vida e a coroa, caso renegasse a fé e se proclamasse vassalo dos invasores. Por duas vezes, o rei corajosamente rejeitou a proposta. Por isso morreu transpassado por flechas, no dia 20 de novembro de 870.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR - Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: A defesa da fé católica custou a vida de muitos homens e mulheres ao longo da História. Nunca este sacrifício deixou de dar frutos, pois o sangue dos mártires irriga a vida da Igreja e faz brotar continuamente novos missionários para a propagação da Boa Nova. Tal situação ainda se verifica atualmente, em muitos lugares do globo. O rei Edmundo, jovem e governando por poucos anos, teve a maturidade de fé para defender como pôde a sua pátria, e mais ainda a sua integridade religiosa. Não se deixou enganar por vantagens materiais passageiras e duvidosas, pois quem cede no espírito em tempo cederá também no corpo, e por seu martírio ofereceu ao seu povo maior riqueza do que qualquer espaço territorial. Trocar a Terra, pelo Céu, é adquirir o mais precioso reinado.

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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

 

Bom dia evangelho

14 de novembro de 2024 - Quinta-feira da 32ª semana do Tempo Comum

Oração: Deus Todo-Poderoso, que na Vossa imensa bondade destes aos homens, pelo exemplo de São Serapião, a certeza de que Convosco a vida tem sentido, dai-nos forças para lutar contra o pecado e propagar a Vossa santa Palavra. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Evangelho (Lc 17,20-25): 

Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Ele respondeu: «O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: Está aqui, ou: Está ali, pois o Reino de Deus está no meio de vós».
E ele disse aos discípulos: «Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. Dirão: Ele está aqui ou: Ele está ali. Não deveis ir, nem correr atrás. Pois como o relâmpago de repente brilha de um lado do céu até o outro, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração»

«O Reino de Deus está no meio de vós» =Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM(Barcelona, Espanha)

Hoje, os fariseus perguntam a Jesus uma coisa que interessou sempre como uma mistura de interesse, curiosidade, medo...: Quando virá o Reino de Deus? Quando será o dia definitivo, o fim do mundo, o retorno de Cristo para julgar aos vivos e aos mortos no juízo final?
Jesus disse que isso é imprevisível. O único que sabemos é que virá subitamente, sem avisar: «como o relâmpago»(Lc 17,24), um acontecimento repentino e ao mesmo tempo, cheio de luz e de glória. Em quanto às circunstâncias, a segunda chegada de Jesus permanece no mistério. Mas Jesus dá-nos uma pista autêntica e segura: desde agora, «o Reino de Deus está no meio de vós» (Lc 17,21). Ou: «dentro de nós».
O grande sucesso do último dia será um fato universal, mas também acontece no pequeno microcosmo de cada coração. É aí onde se tem que buscar o Reino. É no nosso interior onde está o Céu, onde temos de encontrar a Jesus.
Este Reino, que começará imprevisivelmente fora, pode começar já agora dentro de nós. O último dia configura-se já agora no interior de cada um. Se queremos entrar no Reino no dia final, temos de fazer entrar agora o Reino dentro de nós. Se queremos que Jesus naquele momento definitivo seja nosso juiz misericordioso, temos que fazer que Ele desde agora seja nosso amigo e hospede interior.
São Bernardo, no sermão de Advento, fala de três vindas de Jesus. A primeira vinda, quando se fez homem; a última, quando virá como juiz. Há uma vinda intermédia, que é a que tem lugar agora no coração de cada um de nós. É aí donde se fazem presentes, em relação pessoal e de experiência, a primeira e a última vinda. A sentencia que pronunciará Jesus no dia do Juízo, será a que agora ressoe no nosso coração. Aquilo que ainda não chegou, agora já é uma realidade.

São Serapião

A Igreja venera pelo menos dois santos com o nome de Serapião. Um deles foi monge dos primeiros séculos e viveu vida de solidão no encontro com Deus. O segundo, aqui apresentado, era filho de nobres ingleses e viveu no século XII. Serapião ainda jovem seguiu o pai na carreira militar, auxiliando nas esquadras do lendário rei Ricardo Coração de Leão. Durante um naufrágio próximo de Veneza o jovem foi aprisionado pelo duque da Áustria. Entretanto, o duque gostou da inteligência e da vida cristã exemplar do jovem, e o conservou na corte como assessor. Após a morte dos pais, Serapião resolveu ficar na Áustria e passou a combater junto aos exércitos cristãos contra os muçulmanos. Conheceu assim o exército do rei Afonso III da Espanha e ingressou nas fileiras de combate. Como militar, lutou em várias cruzadas. Em 1220, morando na Espanha, conheceu São Pedro Nolasco, fundador da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. Esta se dedicava à defesa da fé, buscando libertar os cristãos cativos dos muçulmanos. Serapião ingressou na Ordem e recebeu o hábito mercedário em 1222. Numa campanha de libertação, acabou preso. Como não tinha dinheiro para pagar a liberdade, e nem renegou a fé, Serapião foi martirizado. Em 14 de novembro de 1240, foi colocado numa cruz e teve todas as juntas dos seus ossos quebradas.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR - Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: A vida de são Serapião foi uma luta constante. Seu espírito militar não o impediu de lutar também pela fé em Cristo. Seu prêmio foi o martírio. No seu sangue derramado a Igreja encontra forças para continuar proclamando a fé no Cristo, que é o único Senhor da Vida. Hoje também são muitas as pessoas a derramar o sangue em nome de Jesus. E nós, como estamos vivendo nosso cristianismo?

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terça-feira, 12 de novembro de 2024

bom dia evangelho - 13. novembro. 024

 

Bom dia evangelho

13 de novembro  de 2024 - Quarta-feira da 32ª semana do Tempo Comum

Oração: Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de São Diogo de Alcalá, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em Vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Carta a Tito 3,1-7.

Caríssimo: Recorda a todos os irmãos que devem ser submissos aos governantes e às autoridades, que devem obedecer-lhes e estar prontos para toda a boa obra.
Não digam mal de ninguém, não sejam conflituosos, mas pacíficos, mostrando-se sempre atenciosos para com todos.
Também nós, antigamente, éramos insensatos, rebeldes, transviados, escravos de toda a espécie de paixões e prazeres, vivendo na perversidade e na inveja, odiados e odiando-nos uns aos outros.
Mas, ao manifestar-se a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor para com os homens,
Ele salvou-nos, não pelas obras justas que praticámos, mas em virtude da sua misericórdia, pelo batismo da regeneração e renovação do Espírito Santo,
que Ele derramou abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador,
para que, justificados pela sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna.

Livro dos Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.

R/ O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa,
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.

Evangelho segundo São Lucas 17,11-19.

Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia.
Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância,
disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!».
Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra.
Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz,
e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano.
Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove?
Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?».
E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».(Tradução litúrgica da Bíblia)

São Francisco de Assis (1182-1226) - fundador da Ordem dos Frades Menores - Primeira regra, 23 - Voltar atrás para dar graças a Deus

Omnipotente, santíssimo, altíssimo e soberano Deus, Pai santo e justo, Senhor e Rei do Céu e da Terra, nós Te damos graças por Ti mesmo, porque pela tua santa vontade, e pelo teu Filho único, juntamente com o Espírito Santo, criaste todas as coisas, espirituais e corporais. Fizeste-nos à tua imagem e semelhança, colocaste-nos no paraíso, e nós caímos por nossa culpa. Damos-Te graças porque, assim como nos criaste por teu Filho assim também, pelo santo amor com que nos amaste, fizeste esse Filho, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, da gloriosa Virgem Santa Maria e, pela sua cruz, pelo seu sangue, pela sua morte, quiseste remir-nos do nosso cativeiro. E damos-Te graças porque esse mesmo Filho virá de novo, na glória da sua majestade, para lançar no fogo eterno os malditos que recusaram converter-se e reconhecer-Te e para dizer a todos aqueles que Te tiverem reconhecido, adorado e servido em penitência:« Vinde, benditos de meu Pai, recebei o reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo» (Mt 25,34). Indigentes e pecadores que somos todos, não merecemos nomear-Te. Aceita, pois, nós Te imploramos, que Nosso Senhor Jesus Cristo, teu filho bem-amado no qual Te comprazes com o Espírito Santo Paráclito, Te dê, Ele mesmo, graças por tudo, como Te apraz e Lhe apraz. Ele que sempre Te agrada em tudo, Ele por quem tanto fizeste para nós. Aleluia!

São Diogo de Alcalá 

Diogo nasceu em Alcalá do Porto, em Sevilha, por volta do ano de 1400. Filho de pais muito pobres e simples, viveu como monge eremita, em penitência e oração. Alimentava-se somente com os produtos da pequena horta que cultivava e se vestia remendando os panos que o povo lhe dava em troca de pequenos trabalhos artesanais. Por ser muito considerado, atraiu muitos doadores, e, para manter melhor o recolhimento optou por fazer-se franciscano. Frei Diogo trabalhava como porteiro e cozinheiro no convento. Privava-se do seu próprio pão para dá-lo aos mendigos, e aconteceu de encontrar a cesta dos pães cheia de rosas; este milagroso carinho de Deus para com ele foi diversas vezes retratado em pinturas, incluindo várias de Murillo. Em 1441, Diogo foi enviado como missionário às Ilhas Canárias. Seu trabalho dedicado valeu-lhe o cargo de superior da ordem, embora fosse apenas irmão leigo. Mas sua atuação em prol dos indígenas não era bem vista pelos colonizadores, que os mantinham como escravos, e tornaram sua atuação difícil a ponto de ter que voltar para a Espanha, em 1449. No ano seguinte ficou retido em Roma por causa de uma grave epidemia, e neste período dedicou-se a cuidar dos doentes, com grande caridade e utilizando os dons carismáticos de cura que possuía. De volta à Espanha, recomeçou o trabalho de porteiro e cozinheiro em vários mosteiros, sendo o último deles o de Alcalá de Henares, onde faleceu em 12 de novembro de 1463.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR - Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: São Diogo é um dos santos mais populares da Espanha e das Américas. De fato, seu nome em Espanhol, Diego, deu origem à famosa cidade norte americana, San Diego. Nele encontramos a humildade, simplicidade, caridade, desejo de estar com Deus e de servir ao próximo, que formam a essência da vida cristã, virtudes estas exercidas em quaisquer circunstâncias e local, desde superior a porteiro, em grandes cidades civilizadas ou ilhas incultas com população idólatra. Santos são os exemplos que a Igreja nos propõe: em casa, em viagem, no trabalho, no lazer, na escola, pais, filhos, vizinhos, colegas, amigos, desconhecidos, necessitados… somos chamados a viver as mesmas virtudes de San Diego.

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segunda-feira, 11 de novembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 12. NOVEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

12 DE NOVEMBRO DE 2024 - Terça-feira da 32ª semana do Tempo Comum

Em Anchieta, a literatura brasileira tem seu pontapé inicial em diversos gêneros. Poesia, prosa e teatro ganham contornos muito próprios a partir da experiência do jesuíta com o Novo Mundo. Ainda que não possamos falar de um claro sentimento de brasilidade em seus escritos, a forma como irá adaptar esses gêneros à realidade da colônia portuguesa na América vai moldando aos poucos um novo modo de escrever nestas terras a leste da linha de Tordesilhas. E foi do coração tocado pela fé e pela poesia do Pe. Anchieta que a Terra de Santa Cruz começou a colocar no papel os mais nobres sentimentos da alma humana.

Oração:   Deus Eterno e Todo-Poderoso, que a Vossos pastores associastes São Josafá, a quem destes a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por Vosso amor as adversidades, sem jamais abrir mão da Verdade, e correr ao encontro de Vós, que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 17,7-10): 

Naquele tempo, o Senhor disse: «Se alguém de vós tem um servo que trabalha a terra ou cuida dos animais, quando ele volta da roça, lhe dirá: Vem depressa para a mesa. Não dirá antes: Prepara-me o jantar, arruma-te e serve-me, enquanto eu como e bebo. Depois disso, tu poderás comer e beber. Será que o senhor vai agradecer o servo porque fez o que lhe havia mandado. Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer».

«Fizemos o que devíamos fazer» = Rev. D. Jaume AYMAR i Ragolta(Badalona, Barcelona, Espanha)

Hoje, a atenção do Evangelho não se dirige à atitude do senhor, mas à dos servos. Jesus convida os seus apóstolos, através do exemplo de uma parábola a considerar a atitude de serviço: o servo tem que cumprir o seu dever sem esperar recompensa: «Será que o senhor vai agradecer o servo porque fez o que lhe havia mandado?» (Lc 17,9). Não obstante, esta não é a única lição do Mestre acerca do serviço. Jesus dirá mais adiante aos seus discípulos: «Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.» (Jo 15,15). Os amigos não passam contas. Se os servos têm que cumprir o seu dever, muito mais os apóstolos de Jesus, seus amigos, devemos cumprir com a missão encomendada por Deus, sabendo que o nosso trabalho não merece nenhuma recompensa, porque o fazemos por gosto e porque tudo quanto temos e somos é um dom de Deus.
Para o crente tudo é sinal, para o que ama tudo é dom. Trabalhar para o Reino de Deus é a nossa recompensa; por isso não devemos dizer com tristeza nem desânimo: «Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17,19), mas com a alegria daquele que foi chamado a transmitir o Evangelho.
Nestes dias temos também presente a festa de um grande santo, de um grande amigo de Jesus, muito popular na Catalunha, São Martinho de Tours, que dedicou a sua vida ao serviço do Evangelho de Cristo. Dele escreveu Suplicio Severo: «Homem extraordinário, que não foi dobrado pelo trabalho nem vencido pela própria morte, não teve preferência por nenhuma das partes, não temeu a morte, não recusou a vida! Levantados os seus olhos e as suas mãos para o céu, seu espírito invicto não deixava de orar». Na oração, no diálogo com o Amigo, encontramos, efetivamente, o segredo e a força do nosso serviço.

São Josafá - Localização: Ucrania

João Kuncewycz nasceu de família cristã ortodoxa da Ucrânia, em 1580. Estudou filosofia e teologia. Aos 20 anos tornou-se monge na Ordem de São Basílio, recebendo o nome de Josafá, e em pouco tempo era nomeado superior do convento. Possuía enorme capacidade intelectual e vivência da caridade cristã. Além disso, São Josafá era um monge exemplar no seguimento das regras monásticas. Com apenas 37 anos assumiu o arcebispado de Polotsk, e dedicou-se imediatamente à formação do clero e à catequização dos fiéis (o que ainda hoje é urgentemente necessário). Na sua época, sentia-se já o grave problema da divisão das igrejas ortodoxas orientais, que haviam se separado de Roma por volta do ano 1000, não reconhecendo a autoridade do Papa. Josafá muito trabalhou para a reconciliação, ao longo da sua vida. Em 1596, o sínodo de Brest reuniu os rutenos com Roma, mas este exemplo não foi seguido por outras igrejas orientais, que se sentiram traídas, tendo os cismáticos passado a perseguir os católicos. Por causa do seu zelo na reunificação, São Josafá foi caluniado e teve que enfrentar muitos contratempos, acabando por se tornar vítima de martírio: numa visita pastoral, a 12 de novembro de 1623, sua comitiva foi atacada e muitos dela covardemente assassinados, matança à qual o santo bispo se opôs perguntando aos agressores: “Meus filhos, por que matais os meus familiares? Se procurais a mim, aqui estou!”Logo o maltrataram horrivelmente e o mataram. Porém, quase todos os seus assassinos, depois processados e condenados, abjuraram o cisma e se converteram, um fruto da caridade de Deus e, certamente, da firmeza exemplar de São Josafá.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR = Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: O desejo de Cristo de formar um único rebanho, sob a autoridade de um único pastor, na unidade de uma única Igreja é algo que não pode ser negligenciado. A separação dos católicos (“diabo” significa dividir) é um mal para a Igreja e o mundo. São Josafá lutou contra o Cisma, a ponto de doar a própria vida, e por isso é reconhecido como precursor do Ecumenismo (movimento que busca a boa convivência entre os diferentes cristãos e, mais essencialmente, a reunificação dos diversos cismáticos com a Igreja Católica). Porém, de forma alguma a Verdade pode ser “adaptada” em nome de uma união baseada em mero consenso de conveniências e interesses; isto seria uma união de oposição a Deus! O correto senso ecumênico está centrado no reconhecimento da única Igreja diretamente fundada por Cristo, por meio dos Apóstolos chefiados por São Pedro, assistida perenemente pelo Espírito Santo e tendo por legítima Mãe a Virgem Maria – a Igreja Católica (= universal, para todos os seres humanos, filhos de Deus), Apostólica (confiada diretamente aos Apóstolos por Jesus mesmo), Romana (referência ao local da morte – entrada na vida celeste – de São Pedro, chefe inequívoco dos Apóstolos, nas palavras de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja […] Eu te darei as chaves do reino dos céus […]” (cf. Mt 16, 15-19); e “Apascenta as Minhas ovehas.” (cf. Jo 21, 17); ora, quem apascenta as ovelhas é o pastor, que tem sobre elas autoridade…).

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domingo, 10 de novembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 11. NOVEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

11 DE NOVEMBRO DE 2024 - Segunda-Feira da 32ª semana do Tempo Comum

Oração: Ó Deus, que aos Vossos pastores associastes São Martinho de Tours, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 17,1-6): 

Jesus disse a seus discípulos: «É inevitável que surjam ocasiões de pecado, mas ai daquele que as provoca! Seria melhor para ele ser atirado ao mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço, do que fazer cair um só desses pequenos. Cuidado, portanto!
»Se teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, perdoa-lhe».
Os apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé!» O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria».

«Se pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti (...) perdoa-lhe »  - Rev. D. Pedro-José YNARAJA i Díaz(El Montanyà, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos fala de três temas importantes. Em primeiro lugar, da nossa atitude perante as crianças. Se em outras ocasiões elogiaram a infância, nesta somos advertidos do mal que podemos ocasionar-lhes.
Escandalizar não é alvoroçar ou estranhar, como às vezes se entende; a palavra grega usada pelo evangelista foi “skandalon”, que significa objeto que faz tropeçar ou escorregar, uma pedra no caminho ou uma casca de banana, para ficar mais claro. Devemos respeitar as crianças e, «É inevitável que surjam ocasiões de pecado, mas ai daquele que as provoca!» (cf. Lc 17,1). Jesus lhe anuncia um castigo tremendo e o faz com uma imagem muito eloquente. Ainda se encontram na Terra Santa pedras de moinhos antigas; é uma espécie de grandes diabolôs (são parecidas também, em tamanho maior, aos colares que se colocam no pescoço aos traumatizados). Introduzir a pedra no escandalizador e tira-la na água expressa um terrível castigo. Jesus utiliza uma linguajem quase de humor negro. Pobres de nós se danamos as crianças! Pobres de nós se os iniciamos no pecado! E há muitas formas de prejudicá-los: mentir, ambicionar, triunfar injustamente, se dedicar a necessidades que satisfarão sua vaidade...
Em segundo lugar, o perdão. Jesus nos pede que perdoemos tantas vezes como seja necessário e, ainda no mesmo dia, se o outro está arrependido, apesar de que nos magoe a alma: «Se teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se arrepender, perdoa-lhe» (Lc 17,3). O termômetro da caridade é a capacidade de perdoar.
Em terceiro lugar, a fé: Mais que uma riqueza do entendimento (no sentido meramente humano), é um “estado de ânimo”, fruto da experiência de Deus, de poder obrar contando com sua confiança. «A fé é o início da verdadeira vida», diz São Inácio de Antioquia. Quem age com fé consegue coisas assombrosas, assim a expressa o Senhor ao dizer: «Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria» (Lc 17,6).

São Martinho de Tours

Martinho nasceu na Hungria por volta do ano 316 e pertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a frequentar uma igreja cristã. Para evitar a conversão do filho, o pai o alistou no exército, mas foi inútil. Martinho já tinha sido escolhido por Jesus para tornar-se um homem santo. Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Diz a história que diante de um mendigo que passava frio, Martinho se comoveu e repartiu com ele seu manto. Na mesma noite, Martinho teve um sonho no qual Jesus apareceu a ele vestido com o manto doado. Foi o sinal para a conversão do jovem. Fez-se batizar e com 22 anos tornou-se monge e discípulo de Santo Hilário, que o ordenou diácono e lhe cedeu um terreno para a construção de um mosteiro, o primeiro edificado na França, em Poitiers. Em breve, este ficou cheio de jovens candidatos à vida monástica. Martinho, de acordo com Santo Hilário, permitia aos seus monges a ordenação sacerdotal, prática desconhecida no monaquismo do Oriente. Visitando as pessoas dos meios rurais, chamados de pagos (e daí o termo “pagãos”), Martinho e seus monges convertiam inúmeros habitantes e construíam igrejas; no caso de resistências, fundava um mosteiro, que pela irradiação da vida cristã obtinham, em tempo, as conversões (a irradiação dos mosteiros beneditinos, a partir de São Bento, tinha a mesma característica de estabilizar, pela santidade e exemplo, a conversão de muitas regiões da Europa). Tal obra foi acompanhada de muitos sinais e milagres. Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371, o povo o aclamou para ser Bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e continuou o trabalho de conversão dos pagãos, exercendo sempre exemplar caridade. Modelo de mansidão e humildade, os frutos do seu zelo espalharam-se por toda a França. Após 25 anos de bispado, faleceu em 8 de novembro de 397; sua festa foi colocada no dia 11, o do seu sepultamento, um evento excepcional, com a presença de mais de 2.000 monges e enorme multidão em prantos.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR - Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Martinho despertou para a fé quando ainda menino e depois, mesmo soldado da cavalaria do exército romano, jamais abandonou os ensinamentos de Cristo. A sua vida foi uma verdadeira luta em favor do cristianismo. Existem 4.000 igrejas dedicadas a ele na França, e o seu nome é dado a milhares de localidades, povoados e vilas. "Senhor, se o Vosso povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a Vossa vontade" dizia Martinho, enfermo, aos 81 anos de idade. Como São Paulo, “combateu o bom combate”, da caridade, zelo apostólico e humildade, os termos comuns para a vida e ação de qualquer católico, cada qual no seu campo particular.

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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 8. NOVEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

08 DE NOVEMBRO DE 2024 - Sexta-feira da 31ª semana do Tempo Comum

Oração: Ó Deus, que aos Vossos pastores associastes São Godofredo, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 16,1-8):

 Naquele tempo, Jesus falou ainda aos discípulos: «Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. Ele o chamou e lhe disse: Que ouço dizer a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens. O administrador, então, começou a refletir: Meu senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Cavar, não tenho forças; mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração.
»Então chamou cada um dos que estavam devendo ao seu senhor. E perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? Ele respondeu: Cem barris de óleo! O administrador disse: Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve: cinqüenta! Depois perguntou a outro: E tu, quando deves? Ele respondeu: Cem sacas de trigo. O administrador disse: Pega tua conta e escreve: oitenta.
E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque agiu com esperteza. De fato, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz».

«Os filhos deste mundo são mais espertos (...) em seus negócios do que os filhos da luz.» - Mons. Salvador CRISTAU i Coll Obispo de Terrassa(Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos apresenta uma questão surpreendente à primeira vista. Com efeito, diz o texto de São Lucas: «E o proprietário admirou a astúcia do administrador, porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes» (Lc 16,8).
Evidentemente, não se nos propõe aqui que sejamos injustos em nossas relações, e menos ainda com o Senhor. Não se trata, não obstante, de um louvor à estafa que comete o administrador. O que Jesus manifesta com seu exemplo é una queixa pela habilidade em solucionar os assuntos deste mundo e a falta de verdadeiro engenho dos filhos da luz na construção do Reino de Deus: «E o proprietário admirou a astúcia do administrador, porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes» (Lc 16,8).
Tudo isso nos mostra - mais uma vez!- que o coração do homem continua tendo os mesmos limites e pobrezas de sempre. Na atualidade falamos de tráfico de influências, de corrupção, de enriquecimentos indevidos, de falsificação de documentos... Mais ou menos como na época de Jesus.
Mas a questão que tudo isto nos propõe é dupla: Por acaso pensamos que podemos enganar a Deus com nossas aparências, com nossa mediocridade como cristãos? E, ao falar de astúcia, teríamos também que falar de interesses. Estamos interessados realmente no Reino de Deus e sua justiça? É frequente a mediocridade em nossa resposta como filhos da luz? Jesus disse também que ali onde esteja nosso tesouro estará nosso coração (cf. Mt 6,21). Qual é nosso tesouro na vida? Devemos examinar nossos anelos para conhecer onde está nosso tesouro... Diz-nos Santo Agostinho: «Teu anelo contínuo é tua voz contínua. Se deixas de amar calará tua voz, calará teu desejo».
Talvez hoje, ante o Senhor, teremos que questionar qual deve ser nossa astúcia como filhos da luz, isto é, dizer nossa sinceridade nas relações com Deus e com nossos irmãos. «Na realidade, a vida é sempre uma opção: entre honestidade e desonestidade, entre fidelidade e infidelidade, entre bem e mal (...). Com efeito, diz Jesus: É preciso decidir-se» (Bento XVI).

São Godofredo

Godofredo, cujo nome significa “paz de Deus”, nasceu em 1066, filho de família nobre francesa. Com cinco anos foi entregue para ser educado pelos monges beneditinos. Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos de idade. A sua integridade de caráter e profundidade nos conhecimentos dos assuntos da fé logo chamaram a atenção dos superiores. Foi nomeado abade, com a delicada missão de restabelecer as regras disciplinares dos monges, muito afastados do ideal da vida cristã. Ele próprio viveu uma vida austera, simples e dedicada ao seguimento de Cristo. Suas virtudes e trabalho conseguiram a correção de muitos monges e fiéis, de tal modo que o povo e o clero o elegeram como Bispo de Amiens. Era comum ver os mendigos e leprosos participando da sua mesa, pois acolhia todos os necessitados com abrigo e esmolas fartas. Nesta diocese enfrentou os abusos de pessoas ricas e poderosas, que viviam apegados ao vício e aos prazeres corporais. Sua pregação era dura e acabou atraindo para si a ira de muitas pessoas. Houve uma ocasião em que tentaram envenená-lo, e intrigas políticas que o envolveram, provocando combates e mortes locais, o desgostaram tanto que renunciou ao bispado e recolheu-se a um mosteiro da Ordem dos Cartuchos. Contudo, nem os superiores nem o povo aceitaram a demissão, reconhecidos da sua santidade e edificante trabalho, e Godofredo foi reconduzido ao cargo. Não muito tempo depois, numa viagem, adoeceu e veio a falecer, em 8 de novembro de 1115.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR - Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Godofredo foi um homem voltado para uma vida de simplicidade, caridade, firmeza e obediência à lei de Deus. Condenou com veemência os abusos do clero e dos nobres que procuravam essencialmente uma vida mundana, e procedeu à necessária reforma das comunidades religiosas. Seu exemplo santificou religiosos e leigos: algo tão necessário na sua época quanto hoje, e na nossa conduta pessoal.

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