Oração: Deus de infinito amor, que quereis a plenitude da
felicidade humana, e não apenas bens passageiros para os Vossos filhos,
concedei-nos por intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe a mesma riqueza que
destes a São Juan Diego, o de nos preocuparmos mais em Vos levar ao próximo e
buscar a conversão dos pecadores, motivo pelo qual ele mereceu o Céu, do que
desejarmos a impossível perfeição material deste mundo que passa. Amém.
Evangelho segundo São Lucas 5,17-26.
Certo
dia, enquanto Jesus ensinava, estavam entre a assistência fariseus e doutores
da Lei, que tinham vindo de todas as povoações da Galileia, da Judeia e de
Jerusalém; e Ele tinha o poder do Senhor para operar curas.
Apareceram então uns homens, trazendo num catre um paralítico; tentavam levá-lo
para dentro e colocá-lo diante de Jesus.
Como não encontraram modo de o introduzir, por causa da multidão, subiram ao
terraço e, através das telhas, desceram-no com o catre, deixando-o no meio da
assistência, diante de Jesus.
Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse: «Homem, os teus pecados estão
perdoados».
Os escribas e fariseus começaram a pensar: «Quem é este que profere blasfémias?
Não é só Deus que pode perdoar os pecados?»
Mas Jesus, que lia nos seus pensamentos, tomou a palavra e disse-lhes: «Que
estais a pensar nos vossos corações?
Que é mais fácil dizer: "Os teus pecados estão perdoados" ou
"Levanta-te e anda"?
Pois bem, para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os
pecados, Eu te ordeno», disse Ele ao paralítico, «levanta-te, toma a tua
enxerga e vai para casa».
Logo ele se levantou à vista de todos, tomou a enxerga em que estivera deitado
e foi para casa, dando glória a Deus.
Ficaram todos muito admirados e davam glória a Deus; e, cheios de temor,
diziam: «Hoje vimos maravilhas».(Tradução litúrgica da Bíblia)
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin
Juan Diego nasceu em 1474 em Cuauhtitlan, atual cidade do México, pertencendo à mais baixa casta do Império Asteca; antes de ser batizado, seu nome era Cuauhtlatoatzin. Era pobre e dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Convertido com sua esposa pelos franciscanos chegados ao México em 1524, caminhava 20 quilômetros para participar da Santa Missa em Tlatelolco. Era muito piedoso. Em 9 de dezembro de 1531, Nossa Senhora lhe apareceu pela primeira vez, chamando-o de “Joaõzinho”, “meu filho caçula”, em sua língua nativa (nahuatl). Queria Ela a construção de uma igreja naquele local, na região de Guadalupe, o que dependia da licença do Bispo, Dom João de Zumárraga. Este pediu a Juan provas da aparição; então no dia 12 a Virgem disse a Juan Diego para colher flores no alto da colina de Tepeyac, embora não fosse época delas, e as apresentasse ao bispo. Ao abrir a sua túnica, feita de fibras de cacto, um tecido chamado tilma ou ayate, não apenas o bispo reconheceu o milagre das flores, como sobre o manto de Juan ficou a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que, à luz de estudos modernos, apresenta várias e impressionantes condições milagrosas – incluindo o fato da imagem não estar tingida ou impressa no manto, mas “flutuando” sobre ele. Depois disso, e já estando viúvo, Juan passou a morar numa sala ao lado da capela onde ficou o manto. Dedicou o resto da vida à divulgação das aparições de Guadalupe aos seus conterrâneos astecas, conseguindo inúmeras conversões. Faleceu em 3 de junho de 1548, com 74 anos.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Nossa Senhora de Guadalupe é padroeira da
América Latina. A importância deste fato é tanto maior quanto gravíssima é a
crise de fé no mundo católico atual, que na América Latina se apresenta nos
governos anticatólicos em quase todos os seus países, e nas campanhas políticas
de fundo ateu e materialista que procuram confundir os povos com promessas de
utópicos “paraísos terrestres” igualitários e dirigidos por regimes
ditatoriais. “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), preveniu o Cristo (o
que não quer dizer que devam ser ignorados, mas sim que este mundo jamais será
perfeito), “mas a Mim não tereis sempre”: Jesus Se referia à Sua morte na Cruz,
mas também ao fato de que, se nos preocuparmos mais com as coisas deste mundo,
acabaremos por perdê-Lo na vida infinita que vem após a morte. A caridade e a
preocupação legítima com os mais necessitados são parte da ação normal da
Igreja, e de qualquer homem de boa vontade; mas mesmo isto não é mais
importante que amar primeiro a Cristo – antes que à política, antes que ao
mundo, antes que a si mesmo, antes que ao próximo. Tentativas de “justiça
social” que oferecem métodos que afastam de Deus não são obra Dele: os fins não
justificam os meios.
TJL – A12.COM
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