segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 31. DEZEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

31 DE DEZEMBRO DE 2024 - Natal: 31 de Dezembro

Tem início o Jubileu da esperança: tempo de misericórdia e perdão

“Ancorados em Cristo, cruzamos o limiar deste templo santo e entramos no tempo da misericórdia e do perdão, para que a cada homem e cada mulher seja aberto o caminho da esperança que não desilude.”

Com esta oração, o Papa Francisco abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro, inaugurando o 28º Jubileu da história da Igreja Católica.

 Oração: Deus de infinita paciência e fidelidade, ajudai-nos, por intercessão de São Silvestre e seguindo o seu exemplo, a perseverar diligentemente no crescimento e fortalecimento das virtudes da alma, bem como nos auxílios materiais que devemos prover para o bem dos irmãos e da Santa Igreja, a fim de participarmos dignamente da obra do Vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e pelas mãos de Maria Vossa e nossa Mãe. Amém.

Evangelho (Jo 1,1-18): 

No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
Veio um homem, enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que crêem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho dele e proclama: «Foi dele que eu disse: ‘Aquele que vem depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia». De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer».

«E a Palavra se fez carne»(Rev. D. David COMPTE i Verdaguer(Manlleu, Barcelona, Espanha)

Hoje é o último dia do ano. Frequentemente, uma mistura de sentimentos —incluso contraditórios— sussurram nos nossos corações nesta data. É como se uma amostra dos diferentes momentos vividos, e dos que gostaríamos de ter vivido, se tornassem presentes na nossa memória. O Evangelho de hoje pode ajudar-nos a decantá-los para podermos começar o novo ano com um empurrão.
«A palavra era Deus (…). Tudo foi feito por meio dela» (Jo 1,1.3). No momento de fazer o balanço do ano, devemos ter presente que cada dia vivido é um dom recebido. Por isso, seja qual for o aproveitamento realizado, hoje devemos agradecer cada minuto do ano.
Mas o dom da vida não é completo. Estamos necessitados. Por isso o Evangelho de hoje aporta-nos uma palavra-chave: “acolher”. «E a Palavra se fez carne» (Jo 1,14). Acolher o próprio Deus! Deus, feito homem, fica ao nosso alcance. “Acolher” significa abrir-lhe as nossas portas, deixar que entre nas nossas vidas, nos nossos projetos, nos atos que enchem as nossas jornadas. Até que ponto acolhemos a Deus e lhe permitimos que entre em nós?
«Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina» (Jo 1,9). Acolher a Jesus quer dizer deixar-se guiar por Ele. Deixar que os seus critérios dêem luz tanto aos nossos pensamentos mais íntimos como á nossa atuação social e de trabalho. Que as nossas ações se relacionem com as suas!
«A vida era a luz» (Jo 1,4). Mas a fé é algo mais que uns critérios. É a nossa vida enxertada na Vida. Não é apenas esforço —que também—. É, sobretudo, dom e graça. Vida recebida no seio da Igreja, sobretudo mediante os sacramentos. Que lugar têm eles na minha vida cristã?
«A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12). Todo um projeto apaixonante para o ano que vamos estrear!

São Silvestre

Silvestre pertencia ao clero romano, com cargos de importância, e sofreu ainda com as últimas perseguições aos cristãos antes do Edito de Milão em 313, tendo eventualmente que se esconder. Mas sua eleição ao papado em 314 foi o início de uma nova era para a Igreja, de liberdade religiosa, e com o apoio do Imperador Constantino, pôde construir a Basílica de São Pedro, sobre o seu túmulo, a Basílica Lateranense com a morada do Papa, e a Basílica de São Paulo. (É apenas uma lenda que Constantino tenha doado à Igreja também toda a cidade de Roma). Internamente, a Igreja teve que combater duas grandes heresias, o donatismo, que pregava uma igreja só para os justos, e o arianismo, esta aind mais grave, reduzindo Jesus a uma mera criatura de Deus, inferior ao Pai. O Concílio de Arles condenou a primeira, e o Concílio Ecumênico de Nicéia (o primeiro Concílio universal, em 325) condenou a segunda: o Credo Niceno-Constantinopolitano, rezado até hoje, explicita Jesus como “gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Silvestre, aparentemente por questões de idade ou saúde, não participou diretamente do Concílio, sendo representado por dois enviados seus. Silvestre soube lidar também, em sabedoria e amizade, com o Imperador Constantino, que de certa forma, mesmo auxiliando imensamente a Igreja, também se excedeu na ingerência de suas atividades. Após 23 anos de pontificado, faleceu São Silvestre em 335, um dos primeiros pontífices a não morrer martirizado.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: A edificação da Igreja, tanto no aspecto espiritual quanto material, é obra árdua e grandiosa. Nos dois aspectos se sobressai São Silvestre, ao promover a construção de grandes basílicas, e defender e ajudar a definir a sã Doutrina. A Igreja, Corpo Místico de Cristo, possui ambos os aspectos, matéria e espírito, e ambos precisam de cuidado e saúde, ainda que a primazia seja a do espírito.

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sábado, 28 de dezembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 30 DE DEZEMBRO DE 2024

 

BOM DIA EVANGELHO

Jesus foi acolhido por Maria e também por José num contexto familiar, da Sagrada Família.

30 DE DEZEMBRO DE 2024 - Natal: 30 de Dezembro

O sentido da Sagrada Família

A Sagrada Família colocou a presença do Filho de Deus na família humana. Este fato valorizou as ações que a família faz e também da família que o Senhor deseja de cada um de nós. Ela é dom de Deus e é também missão. A Igreja é chamada a estar com todas as famílias, a rezar por elas, para que vivam na paz e no amor e um dia glorifiquem a Deus Uno e Trino na eternidade. A Sagrada Família acompanhe e abençoe a todas as famílias do mundo inteiro.

Oração: Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo. Concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar, um dia, às alegrias da vossa casa. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

Evangelho (Lc 2,36-40)

 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela era de idade avançada. Quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo; dia e noite servia a Deus com jejuns e orações. Naquela hora, Ana chegou e se pôs a louvar Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Depois de cumprirem tudo conforme a Lei do Senhor, eles voltaram para Nazaré, sua cidade, na Galiléia. O menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria. A graça de Deus estava com ele.

«Se pôs a louvar Deus e a falar do menino a todos » (Rev. D. Joaquim FLURIACH i Domínguez(St. Esteve de P., Barcelona, Espanha)

Hoje, José e Maria acabam de celebrar o rito da apresentação do primogênito, Jesus, no Templo de Jerusalém. Maria e José não se poupam para cumprir detalhadamente tudo o que a Lei prescreve, porque cumprir aquilo que Deus quer é sinal de fidelidade, de amor a Deus.
Desde que nasceu o seu filho —e filho de Deus —, José e Maria experimentam maravilha atrás de maravilha: os pastores, os magos do Oriente, anjos… Não somente acontecimentos exteriores extraordinários, mas também interiores, no coração das pessoas que têm algum contato com este Menino.
Hoje, aparece Ana, uma senhora de idade, viúva, que num determinado momento tomou a decisão de dedicar toda a sua vida ao Senhor, com jejuns e oração. Não nos equivocamos se dissermos que esta mulher era uma das “virgens prudentes” da parábola do Senhor (cf. Mt 25,1-13): zelando sempre fielmente por tudo o que lhe parece ser a vontade de Deus. E, é claro: quando chega o momento, o Senhor encontra-a preparada. Todo o tempo que dedicou ao Senhor é recompensado com juros por aquele Menino. — Perguntai-lhe, perguntai a Ana se valeu a pena tanta oração e tanto jejum, tanta generosidade!
Diz o texto que «louvava Deus e falava do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém» (Lc 2,38). A alegria transforma-se em apostolado determinado: ela é o motivo e a raiz. O Senhor é imensamente generoso com os que são generosos com Ele.
Jesus, Deus Encarnado, vive a vida de Família em Nazaré, como todas as famílias: crescer, trabalhar, aprender, rezar, brincar… “Santa normalidade”, bendita rotina onde crescem e se fortalecem, quase sem dar por isso, as almas dos homens de Deus! Como são importantes as coisas pequenas de cada dia!

Sagrada Família

Quando Deus quis, no seu amor, enviar seu Filho para morar entre nós, Ele escolheu uma família para receber Verbo Divino. Com isso Deus marcou com maior dignidade a família humana e mostrou que esta instituição é essencial para o desenvolvimento da pessoa.
A família de Nazaré tornou-se assim o modelo para as famílias cristãs do mundo. A bondade de Maria e a justiça de José deveriam ser as virtudes procuradas pelos pais e mães de família. Em Nazaré, Jesus aprendeu a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu, estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo José, a quem amava muito e por ele era muito amado também.
Jesus nasceu numa verdadeira família para receber tudo o que necessitava para crescer e viver, mesmo sendo muito pobre. Teve o amor dos pais unidos pela religião, trabalhadores honrados, solidários com a comunidade, conscientes e responsáveis por sua formação escolar, cívica, religiosa e profissional.
Essa família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão atormentada por divórcios e separações de tantos casais, com filhos desajustados e todos infelizes. A família deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com consciência que haverá momentos difíceis e crises.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: Cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unirem em matrimônio e constituir uma nova família não o podem fazer levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total até a morte.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 27. DEZEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

27 DE DEZEMBRO DE 2024 - 27 de dezembro: São João, apóstolo e evangelista

Oração: Ó Deus e Pai de Amor, dai-nos pela poderosa intercessão de São João Evangelista a graça de conviver e crescer sempre mais na Vossa intimidade, para que possamos, como ele, ser modificados totalmente em nossas almas, amando-Vos como de fato mereceis, e assim escrevermos em nossas vidas o amor concreto aos irmãos, único meio de merecer a Vossa comunhão total no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Jo 20,2-8): 

Maria Madalena saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava. Disse-lhes: «Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram». Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais depressa, chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu.

«Viu e creu» (Rev. D. Manel VALLS i Serra(Barcelona, Espanha)

Hoje, a liturgia celebra a solenidade de são João, apóstolo e evangelista. Ao dia seguinte de Natal, a Igreja celebra a festa do primeiro mártir da fé cristã: são Estevão. E ao dia seguinte, a festa de são João, aquele que melhor e mais profundamente penetra no mistério do Verbo encarnado, o primeiro "teólogo" e modelo de tudo verdadeiro “teólogo”. A passagem do seu Evangelho que hoje se propõe ajuda-nos a contemplar o Natal desde a perspectiva da Ressurreição do Senhor. Por isso, João, ao chegar até o túmulo vazio, «viu e creu» (Jo 20,8). Confiados na testemunha dos Apóstolos, nos vemos movidos em cada Natal a "ver" e "crer".
Cada um pode reviver esses "ver" e "crer" a propósito do nascimento de Jesus, o Verbo encarnado. João movido pela intuição do seu coração —e, deveríamos acrescentar pela "graça"— "vê mais além do que seus olhos naquele momento podem contemplar. Na realidade, se ele crê, vê sem "ter visto" ainda a Cristo, com o qual já tem implícita a louvação para aqueles que «não viram, e creram!» (Jo 20,29), com o qual acaba o capítulo do seu Evangelho.
Pedro e João "correm" juntos até o túmulo, mais o texto nos diz que João «o outro discípulo correu mais depressa, chegando primeiro ao túmulo» (Jo 20,4). Parece como se João desejasse mais estar ao lado de Aquele que amava —Cristo— do que estar fisicamente ao lado de Pedro, ante o qual, porém —com um gesto de esperá-lo e que seja ele quem entre primeiro ao túmulo— demonstra que é Pedro quem tem a primazia no Colégio Apostólico. Com tudo, o coração ardente, cheio de zelo, fervoroso de amor por João, é o que o leva a "correr" e "avançar", convidando-nos a viver igualmente a nossa fé com este desejo ardente de encontrar ao Ressuscitado.

São João Evangelista

João, filho de Zebedeu e Salomé, pescador na Galiléia, foi com Santo André o primeiro discípulo a se encontrar com Jesus. Nas listas dos Apóstolos, sempre aparece com Tiago, seu irmão, imediatamente depois de Pedro e André. E, juntamente a Pedro e Tiago, é privilegiado por estar presente nos momentos mais solenes com Jesus: por exemplo, na ressurreição da filha de Jairo, na Transfiguração de Cristo no Monte Tabor, e na Sua agonia no Getsêmani. Além disso, João é o único Apóstolo na Crucifixão, aos pés do Cristo e ao lado de Maria, a Quem, por ordem de Jesus, acolheu em sua casa depois da morte e ressurreição do Senhor. Era o mais jovem dos Apóstolos, virgem, e refere-se a si mesmo nos textos sagrados como “o discípulo que Jesus amava”. Sem dúvida Jesus mostrou por ele um carinho especial. Ao mesmo tempo, tinha temperamento ciumento, impulsivo e vingativo, como se mostra nas ocasiões onde pretendeu um lugar ao lado de Jesus na Sua glória (Mc 10,35-40), e quis matar alguns que não auxiliaram a Jesus (Lc 9,54). Apesar disso, tornou-se o Apóstolo do Amor, o que fica evidenciado nos seus escritos e nos relatos da Tradição a seu respeito. Após Pentecostes, os Atos dos Apóstolos registram a fundamental importância de João na consolidação da primeira comunidade cristã, na Judéia. Depois da dispersão dos Apóstolos por causa das perseguições, São João fundou comunidades e as firmou em diferentes localidades da Ásia Menor. Exilado pelo imperador Domiciano em Patmos, uma ilha árida e rochosa do Mar Egeu, ali escreveu o Apocalipse (significando “revelação de um grande acontecimento”, em Grego), último livro da Bíblia, onde registra o poder divino do Cordeiro sacrificado, Jesus, e as tribulações dos fiéis, o castigo dos maus e o triunfo final da Igreja, para confortar os cristãos na perseguição romana. (Uma profunda análise do Apocalipse, relacionando-o com o Sacrifício Eucarístico, está no livro “O Banquete do Cordeiro”, do autor Scott Hahn, altamentente recomendável). Mais tarde, em Éfeso, onde também acolheu Maria, seu zelo pastoral para com os primeiros núcleos cristãos o levou a escrever o quarto Evangelho e três Epístolas constantes do cânon bíblico (isto é, livros inspirados pelo Espírito Santo e por isso dignos de confiança). Este Evangelho, diferentemente dos outros três (os sinópticos, de Mateus, Marcos e Lucas), traz uma abordagem mais analítica e meditativa das ações de Jesus registradas nos demais, completando-os e os interpretando. As cartas evidenciam o amor de Deus e ao próximo. A Tradição conta que, já idoso, a pregação de João se resumia a dizer: “Amai-vos uns aos outros, pois nisto está toda a Lei de Deus”. O que é verdade. Foi o único Apóstolo que morreu de morte natural, não martirizado, o que não quer dizer que não tenha sofrido enormemente, também no físico, por causa dos trabalhos apostólicos e perseguições. Faleceu e foi sepultado em Éfeso, aos 90 anos.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: A cada filho Seu Deus ama de um modo único e especial. Jesus, humanamente, também tinha mais proximidade natural com uns do que com outros – por exemplo, João, Pedro e Lázaro Lhe eram mais íntimos. E isto não significa que estes não tivessem temperamentos difíceis: Pedro, impulsivo e inconstante, O negou três vezes… Mas todos os que se relacionam com Jesus acabam por santificar-se na convivência com Ele, e por isso João, antes ciumento e um tanto arrogante e vingativo, tornou-se o grande Apóstolo do Amor.

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bom dia evangelho - 26. dezembrol. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

26 DE DEZEMBRO DE 2024 - 26 de dezembro: São Estevão, promártir

Oração: Deus Pai de amor eterno e providencial, que não expões Vossos filhos a provas que não podem vencer, dai-nos por intercessão de Santo Estevão, que teve a glória de ser o primeiro a derramar o sangue por fidelidade a Vós, a graça da firmeza na Fé, da humildade de pedir o Vosso socorro, e a caridade de corajosamente servir aos irmãos em quaisquer circunstâncias, para como ele chegarmos à glória que reservastes a quem Vos ama mais do que ao mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, coroado de espinhos, e do Imaculado Coração de Maria, trespassado pelas espadas dos nossos pecados. Amém.

Evangelho (Mt 10,17-22):

Naquele tempo, Jesus disse aos Apóstolos: «Cuidado com as pessoas, pois vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Por minha causa, sereis levados diante de governadores e reis, de modo que dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele momento vos será dado o que falar, pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai falará em vós. O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo».

«Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão»(Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM(Barcelona, Espanha)

Hoje, mal acabámos de saborear a profunda experiência do Nascimento do Menino Jesus, muda o panorama litúrgico. Podíamos pensar que celebrar um mártir não combina com o encanto do Natal… O martírio de Sto. Estevão, que veneramos como protomártir do cristianismo, entra plenamente na teologia da Encarnação do Filho de Deus. Jesus veio ao mundo para derramar o seu Sangue por nós. Estevão foi o primeiro a derramar o seu sangue por Jesus. Lemos neste Evangelho como o próprio Jesus o anuncia: «Eles vos levarão aos seus tribunais e (…) sereis levados diante dos governadores e dos reis: servireis de testemunha» (Mt 10,17.18). Precisamente, “mártir” significa exactamente isto: testemunha.
Este testemunho de palavras e de obras dá-se graças à força do Espírito Santo: «O Espírito do vosso Pai (…) falará em vós» (Mt 10,19). Tal como lemos nos “Actos dos Apóstolos”, capítulo 7, Estevão, levado aos tribunais, deu uma lição magistral, percorrendo o Antigo Testamento, demonstrando que todo ele converge no Novo, na Pessoa de Jesus. N’Ele se cumpre tudo o que tinha sido anunciado pelos profetas e ensinado pelos patriarcas.
Na narrativa do seu martírio encontramos uma belíssima alusão trinitária: «Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus» (Act 7,55). A sua experiência foi como uma antecipação da Glória do Céu. E Estevão morreu como Jesus, perdoando aos que o imolavam: «Senhor, não lhes leves em conta este pecado» (Act 7,60); rezou as palavras do Mestre: «Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).
Peçamos a este mártir que saibamos viver como ele, cheios do Espírito Santo, a fim de que, fixando o olhar no céu, vejamos Jesus à direita de Deus. Esta experiência fará que gozemos já do céu, enquanto estamos na te

Santo Estevão

Estevão é intitulado protomártir por ter sido o primeiro a dar a sua vida pela fidelidade a Cristo. O relato histórico e inquestionável do seu martírio está escrito no livro dos Atos dos Apóstolos (cf. capítulos 6 e 7). Era jovem e foi eleito diácono, com a missão de ajudar na alimentação dos pobres e das viúvas. É descrito como homem “cheio de fé e do Espírito Santo”, e “cheio de graça e poder”, de modo que “fazia prodígios e milagres notáveis entre o povo”. Isto chamou a atenção de pessoas da Sinagoga que vieram discutir com ele, mas “não eram capazes de resistir à sua sabedoria e ao Espírito com que falava”. Então, como haviam feito contra Jesus, aquelas pessoas subornaram alguns homens para que, mentindo, o acusassem de blasfêmias que não fizera, contra Moisés e contra Deus. (Não deixa de ser curioso como o texto sagrado relata este fato: blasfêmias contra Moisés são citadas antes que blasfêmias a Deus… e de fato os que condenaram o Cristo deram mais importância à lei Mosaica, já deturpada na época de Cristo, do que ao próprio Deus Encarnado(!). A inversão de valores, colocando perspectivas humanas preferencialmente às de Deus, sempre levam ao pecado, isto é, à morte de Deus na alma). Com isso amotinaram o povo, os anciãos e os escribas contra Estevão, de modo que o agarraram e levaram ao Sinédrio. Novamente, apresentaram testemunhas falsas que o acusavam de falar contra o Templo, a Lei e Moisés. Mas o jovem, inspirado pelo Espírito Santo, relembrou, explicando, toda a história da salvação, deixando claro que em nada havia blasfemado, seja contra Deus, seja contra Lei. Ao final, chamou-lhes a atenção, por resistirem ao Espírito Santo, e, olhando para o céu, declarou estar vendo Jesus à direita do Pai. Neste momento, gritando e tapando os ouvidos, os acusadores o empurraram para fora da cidade e o apedrejaram. Antes de morrer, Estevão gritou: “Senhor, não os responsabilizes por este pecado!” Seu corpo foi recolhido por cristãos piedosos que o sepultaram. Os Santos Padres enaltecem a fé, o heroísmo, a firmeza, o zelo apostólico e a caridade de Santo Estêvão, sobretudo ao pedir o perdão dos próprios assassinos. Sua oração, sem dúvida, serviu à conversão de Saulo, que estava presente, guardando as roupas dos que o apedrejavam: este tornou-se ninguém menos do que São Paulo, o apóstolo dos Gentios e um dos pilares da Igreja.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: O nome Estevão em grego significa “coroa”, evocando a ideia de martírio, pois a coroa foi seu símbolo nos séculos seguintes, tornando-se popular a expressão “coroa do martírio” referente a muitos santos. A fidelidade a Cristo implica sempre em algum tipo de martírio: cruento nos casos extremos, mas também todas as formas de perseguição moral, social, civil, cultural, religiosa e espiritual… todas elas presentes no mundo de hoje, na história da Igreja e certamente até o fim dos tempos. Importa é que não deixem os fiéis de permanecerem dignos deste nome, pois o prêmio da vida eterna vale – de modo literal – infinitamente mais do que esta vida passageira.

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 24 DE DEZEMBRO DE 2024

 

BOM DIA EVANGELHO

24 DE DEZEMBRO DE 2024 - Advento: 24 de Dezembro

Oração: Ó Deus de infinita bondade e amor, que nos quer salvar a todos mesmo se não correspondermos totalmente ao Vosso chamado, dai-nos a graça de, por intercessão de Santa Tarsila, mestra de vida simples e correta, buscarmos sempre viver com e no Vosso amor, sem jamais duvidar da Vossa misericórdia, praticando o verdadeiro bem no dia a dia, em paz e humildade. Por Cristo, Nosso Redentor, e pelo doce Coração de Maria, que tudo pode de Vós conseguir para a nossa salvação. Amém.

Evangelho (Lc 1,67-79):

 Naquele tempo, Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou dizendo: «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo. Ele fez surgir para nós um poderoso salvador na casa de Davi, seu servo, assim como tinha prometido desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos profetas: de salvar-nos dos nossos inimigos e da mão de quantos nos odeiam. Ele foi misericordioso com nossos pais: recordou-se de sua santa aliança, e do juramento que fez a nosso pai Abraão, de nos conceder que, sem medo e livres dos inimigos, nós o sirvamos, com santidade e justiça, em sua presença, todos os dias de nossa vida. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à frente do Senhor, preparando os seus caminhos, dando a conhecer a seu povo a salvação, com o perdão dos pecados, graças ao coração misericordioso de nosso Deus, que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz».

«Que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas» (Rev. D. Ignasi FABREGAT i Torrents(Terrassa, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho recolhe o cântico de louvor de Zacarias após o nascimento do seu filho. Na primeira parte, o pai de João dá graças a Deus, na segunda parte os seus olhos voltam-se para o futuro. Todo ele propaga alegria e esperança ao reconhecer a ação salvadora de Deus para com Israel, que culmina na vinda do próprio Deus encarnado, preparada pelo filho de Zacarias.
Já sabemos que Zacarias tinha sido castigado por Deus devido à sua incredulidade. Porém, agora quando a ação divina se manifesta totalmente na sua própria carne – pois recupera a fala — exclama aquilo que até então não podia dizer senão com o coração; e certamente que o dizia: «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel … (Lc 1,68). Quantas vezes vemos as coisas de forma obscura, negativa, pessimista! Se tivéssemos a visão sobrenatural que Zacarias demonstra no Canto do Benedictus, viveríamos permanentemente com alegria e esperança.
«O Senhor está próximo; o Senhor já está aqui!» O pai do Percursor está consciente de que a vinda do Messias é, acima de tudo, luz. Uma luz que ilumina os que vivem na obscuridade, nas sombras da morte, ou seja, nós próprios! Oxalá nos demos conta, com plena consciência, de que o Menino Jesus vem iluminar as nossas vidas, vem guiar-nos, assinalar-nos por onde devemos andar…! Oxalá nos deixemos guiar pelas suas inspirações, por aquela esperança que nos transmite!
Jesus é o «Senhor» (cf. Lc 1,68.76), mas também é o «Salvador» (cf. Lc 1,69). Estas duas confissões (atribuições) que Zacarias faz a Deus, tão próximas da Noite de Natal, sempre me surpreenderam, porque são exatamente as mesmas que o Anjo do Senhor atribuirá a Jesus no anúncio aos pastores e que podemos escutar com emoção logo à noite na Missa da Meia Noite. É que quem nasce é Deus!

Santa Tarsila

A família de Tarsila, a dos Anícios, uma das mais nobres de Roma, inclui o Papa e Doutor da Igreja São Gregório Magno (590-604) e entre seus ancestrais o imperador Olibrio (século V), o Papa São Félix III (526-530), e o Senador Jordão. Este último era o pai de Tarsila, Emiliana e Giordana, tias de São Gregório Magno, que delas recebeu grande e boa influência, bem como Santa Sílvia, a mãe de São Gregório. Tarsila, Emiliana e Gordiana eram muito unidas não só pelo parentesco mas pelo fervor da fé em Cristo, e pela caridade. As três viviam juntas na casa herdada do pai no monte Célio, como se estivessem num mosteiro, sob a orientação geral de Tarsila. Giovana posteriormente casou-se, e as outras duas virtuosas irmãs, que preferiram viver em castidade como virgens consagradas, passaram a dedicar-se, além da oração, às obras de caridade, principalmente ajudando as pessoas atingidas pelas grandes inundações que assolaram Roma em 590. A vida de Tarsila nada teve de extraordinário, segundo seu biógrafo, São Gregório Magno. Relata ele que sua outra tia, Santa Emiliana, ouviu a voz de Tarsila convidando-a para encontrá-la no Céu na data da Epifania; a tradição conta que Santa Tarsila teve uma visão de onde iria estar no Céu antes de morrer, e que Santa Emiliana de fato morreu em 5 de janeiro após a morte da irmã, ocorrida pouco antes do Natal. O ano exato não está registrado.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho) 

Reflexão: A santidade não precisa de fatos milagrosos. O importante é fazer bem aquilo que Deus pede a cada um de nós. Santa Tarsila levou uma vida de grande religiosidade, mas nem sequer sob uma regra religiosa formal de um convento (assim também Santa Emiliana). Sabemos que há muitos santos no Céu que não são beatificados ou canonizados, e não será surpresa que, destes, nem todos tenham passado pelo Purgatório: a formalização da santidade é uma escolha do Espírito Santo para aqueles a quem Deus quer nos indicar como exemplo, na Sua sabedoria, mas não é obrigatório que todos os santos (que não passaram pelo Purgatório) sejam necessariamente canonizados pela Igreja. A vida de Santa Tarsila basta como exemplo de alguém que fez com perfeição aquilo que Deus lhe pediu, ainda que nada fosse de extraordinário. Isto é um alento para todos os fiéis, mas igualmente uma lembrança poderosa: também não é obrigatório supor que “todo” católico chegará ao Paraíso… jamais podemos desesperar da salvação, mas a honestidade pessoal diante de Deus é necessária para isso.

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domingo, 22 de dezembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 23. DEZEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

22 DE DEZEMBRO DE 2024 - Advento: 23 de Dezembro

Oração: Senhor, nós Vos pedimos pela intercessão de São João Câncio, incansável mestre da Vossa Verdade, que nossa vida seja marcada pela coerência no conhecimento e vivência da Fé, bem como na transmissão que dela temos o direito e dever de realizar como obra de caridade aos irmãos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Evangelho (Lc 1,57-66):

 Quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho. Os vizinhos e os parentes ouviram quanta misericórdia o Senhor lhe tinha demonstrado, e alegravam-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: «Não. Ele vai se chamar João». Disseram-lhe: «Ninguém entre os teus parentes é chamado com este nome!» Por meio de sinais, então, perguntaram ao pai como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: «João é o seu nome!» E todos ficaram admirados. No mesmo instante, sua boca se abriu, a língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. Todos os que ouviram a notícia ficavam pensando: «Que vai ser este menino?» De fato, a mão do Senhor estava com ele.

«Que vai ser este menino? De fato, a mão do Senhor estava com ele»(Rev. D. Miquel MASATS i Roca(Girona, Espanha)

Hoje, na primeira leitura lemos: «Isto diz o Senhor: ‘Eis que estou enviando o meu mensageiro para preparar o caminho à minha frente’» (Mal 3,1). A profecia de Malaquias cumpre-se em João Batista. É um dos principais personagens da liturgia do Advento, que nos convida a prepararmo-nos com oração e penitência para a vinda do Senhor. Tal como reza a oração da coleta da missa de hoje: «Concede aos teus servos, que reconhecemos a proximidade do Nascimento de teu Filho, experimentar a misericórdia do Verbo que se dignou encarnar da Virgem Maria e habitar entre nós».
O nascimento de Precursor fala-nos da proximidade do Natal. O Senhor está próximo!; preparemo-nos! Questionado pelos sacerdotes vindos de Jerusalém sobre quem era, ele respondeu:«“Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor! ’”» (Jo 1,23).
«Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo» (Ap 3,20), lê-se na antífona da comunhão. Devemos fazer exame e analisar como nos estamos preparando para receber a Jesus no dia de Natal: Deus quer nascer principalmente nos nossos corações.
A vida do Precursor ensina-nos as virtudes que necessitamos para receber com proveito a Jesus; fundamentalmente, a humildade de coração. Ele reconhece-se instrumento de Deus para cumprir a sua vocação, a sua missão. Como diz Santo Ambrósio: «Não te glories por te chamarem filho de Deus —reconheçamos a graça sem esquecer a nossa natureza—; não te envaideças se serviste bem, porque apenas cumpriste aquilo que tinhas a fazer. O sol faz o seu trabalho a lua obedece; os anjos cumprem a sua missão. O instrumento escolhido pelo Senhor para os gentios diz: ‘Eu não mereço o nome de apóstolo, pois eu persegui a Igreja de Deus’ (1Cor 15,9)».
usquemos tão só a glória de Deus. A virtude da humildade nos disporá a preparar-nos devidamente para as festas que se aproximam.

São João Câncio

João nasceu em 1390, em Kenty, Polônia. Dedicando-se aos estudos, alcançou de forma brilhante a plenitude das graduações acadêmicas, e passou a lecionar, até o fim da vida, na mesma Universidade de Cracóvia, onde estudara. Além disso foi sacerdote, preocupado em ensinar que todos os conhecimentos, incluindo os acadêmicos, estão reunidos e se originam da sabedoria de Deus, uma perspectiva mais clara na sua época (ao contrário de concepções racionalistas posteriores, que, até hoje, propõe a Ciência como uma espécie de religião em si mesma); transformava, como escreveu São Paulo, a “verdade em caridade”. Fez do magistério o seu principal caminho de santidade, com imenso amor aos estudantes e aos pobres. A estes, com frequência dava suas próprias roupas e calçados, e a eles distribuiu os restos dos seus bens antes de morrer. De grande humildade, praticava toda semana o jejum e a penitência. Com o mesmo espírito penitencial peregrinou três vezes aos lugares santos da Palestina, descalço. Realizou também várias romarias aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, em Roma. Próximo da morte, que ocorreu em 24 de dezembro de 1473, despediu-se dos professores e alunos da Universidade dizendo: "Vigiai atentamente sobre a doutrina, conservai o depósito da fé sem alteração e combatei, sem jamais cansar-vos, toda opinião contrária à verdade. Mas revesti-vos neste combate das armas da paciência, da doçura e da caridade, recordando que a violência, além do dano que faz às nossas almas, prejudica as melhores causas”. É o padroeiro principal da Polônia e da Lituânia.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: A boa ciência naturalmente caminha lado a lado com a Fé, e, como escreveu outro santo polonês, São João Paulo II, “A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade” (Encíclica Fides et Ratio, 1998). Mas é necessário que estes conhecimentos sejam transmitidos, e por isso é tão vital para a Igreja a dimensão do ensino (na teoria e na prática) – que se traduz, em termos concretos, no seu magistério e atividade missionária. Sem bons professores, triste será o ensinamento e o futuro dos alunos. O contínuo aprofundamento da própria formação e o zelo na fiel transmissão da Fé, que inclui em parte também a melhor formação possível nas demais ciências, é alegre dever de todo batizado.

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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

bom dia evangelho - 20. dezembro. 024

 

Bom dia evangelho

20 de dezembro de 2024 -  20 de dezembro

Oração: Deus de paz e sabedoria, concedei-nos por intermédio de São Domingos de Silos o seu mesmo zelo no cuidado de civilizar as nossas almas, valorizando a oração, a disciplina e a obediência, o estudo e o trabalho, para que nossa caridade tenha melhores meios de verdadeiramente ajudar os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Santíssima, perfeitos exemplos de oração e serviço. Amém.

Livro de Isaías 7,10-14.

Naqueles dias, o Senhor mandou ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede um sinal ao Senhor teu Deus, quer nas profundezas do abismo, quer lá em cima nas alturas».
Acaz respondeu: «Não pedirei, não porei o Senhor à prova».
Então Isaías disse: «Escutai, casa de David: Não vos basta que andeis a molestar os homens, para quererdes também molestar o meu Deus?
Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o seu nome será Emanuel».

Livro dos Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.

R/ Esta é a geração dos que procuram o Senhor.

Do Senhor é a Terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob.

Evangelho segundo São Lucas 1,26-38.

Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril;
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».(Tradução litúrgica da Bíblia)

Comentário: Prudêncio (348-após 405) - poeta em Espanha

«Emerge, dulcis pusio», extrato do hino de Natal «Quid est quod artum circulum» - «Vai chamar-Se Filho do Altíssimo [...] e reinará eternamente»

Mostra-Te, doce criança, trazida ao mundo por Mãe tão casta, que deu à luz sem ter conhecido homem; mostra-Te, Mediador, em ambas as tuas naturezas. Ainda que nascido no tempo da boca do Pai, engendrado pela sua palavra (cf Lc 1,38), habitavas já no seio do Pai (cf Jo 1,2) ó Sabedoria eterna (cf 1Cor 1,24). Tu és a Sabedoria que tudo criou (cf Pr 8,27), os céus, a luz e todas as coisas. Tu és o Verbo poderoso que fez o Universo (cf Heb 1,3) porque o Verbo é Deus (cf Jo 1,2). Tendo ordenado o curso dos séculos e fixado as leis do Universo, este Artesão do mundo, este Construtor, permaneceu no seio do Pai. Mas, quando se cumpriu o tempo, passados milhões de anos, Tu desceste a visitar este mundo pecador. [...] Cristo não suportava a queda dos povos que se perdiam; não podia aceitar que a obra do Pai se dissolvesse em nada. Revestiu-Se, pois, de um corpo mortal a fim de que a ressurreição da nossa carne quebrasse as cadeias da morte e nos reconduzisse ao Pai. [...] Não sentes, ó nobre Virgem, apesar dos dolorosos pressentimentos, que esse glorioso nascimento faz aumentar o brilho da tua virgindade? Teu seio puríssimo contém o fruto bendito que encherá de alegria toda a criatura. Através de ti nascerá um mundo novo, aurora de um dia que brilha como o ouro.

São Domingos de Silos

Por volta do ano 1000, a Espanha era dividida em reinos vários. No de Navarra nasceu Domingos, em família pobre. Quando menino foi pastor de ovelhas, e sua bondade e generosidade já se mostravam por oferecer ele leite aos viajantes pobres. Tinha especial inclinação para os estudos, e o cura da paróquia o acolheu na sua escola; fez os estudos superiores com tanto êxito que o bispo quis ordená-lo sacerdote, o que Domingos recusou por não se considerar digno. Voltou-se então para a vida eremítica e em seguida para um mosteiro beneditino, onde achou sua plena vocação. Monge exemplar, cresceu em conhecimento, espiritualidade, disciplina e zelo. Tanto que aos 30 anos foi designado para restaurar e reabrir o mosteiro de Santa Maria, então fechado. Obteve dinheiro pedindo esmolas, e trabalhou como operário nas reconstruções. Terminada esta obra, foi destinado como abade do mosteiro de São Millian de la Cogolla, o mais importante na região, enquanto, entre os novos candidatos para Santa Maria, estavam seu próprio pai e alguns parentes. O príncipe de Navarra cobiçava os bens do mosteiro de Cogolla, e a situação crítica forçou Domingos a se transferir para o Reino de Castela, como abade do mosteiro de São Sebastião de Silos, em Burgos, em decadência na época. Mas por seu entusiasmo e trabalho em mais de 30 anos ali, foi considerado como um novo fundador da casa. Esmerou-se em desenvolver a cultura, enriquecendo a biblioteca com muitos manuscritos, e desenvolvendo e ensinando exemplarmente agricultura e pecuária. Mas sobretudo valorizou e exaltou as atividades monásticas, o esplendor do culto litúrgico, o zelo pastoral pelas populações vizinhas. Foi considerado o apóstolo de Castela; prenunciou a própria morte, a 20 de dezembro de 1073.

Reflexão: São inúmeros e indiscutíveis os exemplos da importância dos mosteiros, com destaque dos beneditinos, na evangelização, organização, desenvolvimento e civilização da Europa após a queda do Império Romano. Num tempo de barbárie, os mosteiros eram locais de paz, estudo e cultura, fé, evangelização e serviço ao próximo. Na Espanha da sua época, São Domingos de Silos foi talvez o mais destacado promotor da vida monástica e da sua ação benfazeja para os países e populações. Não por acaso o equilíbrio da Regra de São Bento facilitou este trabalho, que hoje também, numa nova era de barbárie cultural, se faz necessário.

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