Tem início o Jubileu
da esperança: tempo de misericórdia e perdão
“Ancorados em Cristo, cruzamos o limiar deste templo santo e
entramos no tempo da misericórdia e do perdão, para que a cada homem e cada
mulher seja aberto o caminho da esperança que não desilude.”
Com esta oração, o Papa Francisco abriu a Porta Santa da
Basílica de São Pedro, inaugurando o 28º Jubileu da história da Igreja
Católica.
Evangelho (Jo 1,1-18):
No
princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era
Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e
sem ela nada foi feito de tudo o que existe. Nela estava a vida, e a vida era a
luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram
dominá-la.
Veio um homem, enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, a
fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Não
era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. Ela estava no
mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela
veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. A quantos, porém, a
acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que crêem no
seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós.
Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de
graça e de verdade.
João dá testemunho dele e proclama: «Foi dele que eu disse: ‘Aquele que vem
depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia». De
sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Pois a Lei foi dada por
meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém
jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi
quem o deu a conhecer».
«E a Palavra se fez carne»(Rev. D. David COMPTE i
Verdaguer(Manlleu, Barcelona, Espanha)
Hoje
é o último dia do ano. Frequentemente, uma mistura de sentimentos —incluso
contraditórios— sussurram nos nossos corações nesta data. É como se uma amostra
dos diferentes momentos vividos, e dos que gostaríamos de ter vivido, se
tornassem presentes na nossa memória. O Evangelho de hoje pode ajudar-nos a
decantá-los para podermos começar o novo ano com um empurrão.
«A palavra era Deus (…). Tudo foi feito por meio dela» (Jo 1,1.3). No momento
de fazer o balanço do ano, devemos ter presente que cada dia vivido é um dom
recebido. Por isso, seja qual for o aproveitamento realizado, hoje devemos
agradecer cada minuto do ano.
Mas o dom da vida não é completo. Estamos necessitados. Por isso o Evangelho de
hoje aporta-nos uma palavra-chave: “acolher”. «E a Palavra se fez carne» (Jo
1,14). Acolher o próprio Deus! Deus, feito homem, fica ao nosso alcance.
“Acolher” significa abrir-lhe as nossas portas, deixar que entre nas nossas
vidas, nos nossos projetos, nos atos que enchem as nossas jornadas. Até que
ponto acolhemos a Deus e lhe permitimos que entre em nós?
«Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina» (Jo 1,9).
Acolher a Jesus quer dizer deixar-se guiar por Ele. Deixar que os seus
critérios dêem luz tanto aos nossos pensamentos mais íntimos como á nossa
atuação social e de trabalho. Que as nossas ações se relacionem com as suas!
«A vida era a luz» (Jo 1,4). Mas a fé é algo mais que uns critérios. É a nossa
vida enxertada na Vida. Não é apenas esforço —que também—. É, sobretudo, dom e
graça. Vida recebida no seio da Igreja, sobretudo mediante os sacramentos. Que
lugar têm eles na minha vida cristã?
«A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus»
(Jo 1,12). Todo um projeto apaixonante para o ano que vamos estrear!
Silvestre pertencia ao clero romano, com cargos de importância, e sofreu ainda com as últimas perseguições aos cristãos antes do Edito de Milão em 313, tendo eventualmente que se esconder. Mas sua eleição ao papado em 314 foi o início de uma nova era para a Igreja, de liberdade religiosa, e com o apoio do Imperador Constantino, pôde construir a Basílica de São Pedro, sobre o seu túmulo, a Basílica Lateranense com a morada do Papa, e a Basílica de São Paulo. (É apenas uma lenda que Constantino tenha doado à Igreja também toda a cidade de Roma). Internamente, a Igreja teve que combater duas grandes heresias, o donatismo, que pregava uma igreja só para os justos, e o arianismo, esta aind mais grave, reduzindo Jesus a uma mera criatura de Deus, inferior ao Pai. O Concílio de Arles condenou a primeira, e o Concílio Ecumênico de Nicéia (o primeiro Concílio universal, em 325) condenou a segunda: o Credo Niceno-Constantinopolitano, rezado até hoje, explicita Jesus como “gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Silvestre, aparentemente por questões de idade ou saúde, não participou diretamente do Concílio, sendo representado por dois enviados seus. Silvestre soube lidar também, em sabedoria e amizade, com o Imperador Constantino, que de certa forma, mesmo auxiliando imensamente a Igreja, também se excedeu na ingerência de suas atividades. Após 23 anos de pontificado, faleceu São Silvestre em 335, um dos primeiros pontífices a não morrer martirizado.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: A edificação da Igreja, tanto no aspecto
espiritual quanto material, é obra árdua e grandiosa. Nos dois aspectos se
sobressai São Silvestre, ao promover a construção de grandes basílicas, e
defender e ajudar a definir a sã Doutrina. A Igreja, Corpo Místico de Cristo,
possui ambos os aspectos, matéria e espírito, e ambos precisam de cuidado e
saúde, ainda que a primazia seja a do espírito.
TJL
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