terça-feira, 7 de janeiro de 2025

bom dia evangelho - 08 .janeiro. 025

 

Bom dia evangelho

08 de janeiro de 2025 - Quarta-feira depois da Epifania

Oração: Senhor, pelo exemplo e intercessão de São Severino, concedei-nos a graça de jamais guardar avaramente os dons que nos destes para a nossa salvação, mas que sinceramente arrependidos dos nossos pecados, sejamos sempre capazes de distribuir com os irmãos, principalmente os mais necessitados, o pão material e espiritual que diariamente nos dais em Vossa bondade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Pão da Vida, e Nossa Senhora, através da Qual O recebemos. Amém.

Evangelho (Mc 6,45-52):

Logo em seguida, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem na frente para Betsaida, na outra margem, enquanto ele mesmo despediria a multidão. Depois de os despedir, subiu a montanha para orar. Já era noite, o barco estava no meio do mar e Jesus, sozinho, em terra.
Vendo-os com dificuldade no remar, porque o vento era contrário, nas últimas horas da noite, foi até eles, andando sobre as águas; e queria passar adiante. Quando os discípulos o viram andar sobre o mar, acharam que fosse um fantasma e começaram a gritar. Todos o tinham visto e ficaram apavorados. Mas ele logo falou: «Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!» Ele subiu no barco, juntando-se a eles, e o vento cessou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados. De fato, não tinham compreendido nada a respeito dos pães. O coração deles continuava sem entender.

«Depois de os despedir, subiu a montanha para orar» (Rev. D. Melcior QUEROL i Solà(Ribes de Freser, Girona, Espanha)

Hoje, contemplamos como Jesus, depois de se despedir dos Apóstolos e das pessoas, retira-se sozinho a rezar. Toda sua vida é um dialogo constante com o Pai e, não obstante, vai-se à montanha a rezar. E nós? Como rezamos? Frequentemente levamos um ritmo de vida atarefado, que termina sendo um obstáculo para o cultivo da vida espiritual e não damo-nos conta que é tão necessário “alimentar” a alma quanto alimentar o corpo. O problema é que, com muita frequencia, Deus ocupa um lugar pouco relevante em nossa ordem de prioridades. Nessa circunstância é muito difícil rezar de verdade. Não podemos dizer que se tenha um espírito de oração quando somente imploramos ajuda nos momentos difíceis.
Achar tempo e espaço para a oração pede um requisito prévio: o desejo de encontro com Deus com a consciência clara de que nada nem ninguém o pode substituir. Se não há sede de comunicação com Deus, facilmente transformaremos a oração num monólogo, porque a utilizamos para tentar solucionar os problemas que nos incomodam. Também é fácil que, nos momentos de oração, nos distraiamos porque nosso coração e nossa mente estão invadidos constantemente por pensamentos e sentimentos de todo tipo. A oração não é charlatanice, senão um simples e sublime encontro com o Amor; é relação com Deus: comunicação silenciosa do “Eu necessitado” com o “Você rico e transcendente”. O prazer da oração é se saber criatura amada diante do Criador.
Oração e vida cristã vão unidas, são inseparáveis. Nesse sentido, Orígenes diz que «reza sem parar aquele que une a oração às obras e as obras à oração. Somente assim podemos considerar realizável o princípio de rezar sem parar». Sim, é necessário rezar sem parar porque as obras que realizamos são fruto da contemplação e, feitas para sua glória. Devemos agir sempre desde o diálogo contínuo que Jesus oferece-nos, no sossego do espírito. A partir dessa certa passividade contemplativa veremos que a oração é o respirar do amor. Se não respiramos morremos, se não rezamos expiramos espiritualmente.

São Severino

Um discípulo de São Severino, Eugipo, foi também seu biógrafo, mas não soube precisar seu nascimento; pela língua e cultura, provavelmente seria de uma colônia romana do norte da África. Outras informações são mais precisas, como a ida para o Egito e a Síria, ainda jovem, em busca da vida monástica. Em 440, aproximadamente, foi para as regiões do rio Danúbio, hoje Áustria e porções da antiga Iuogoslávia. Ali havia muitas colônias romanas, em parte cristãs, mas ameaçadas pelos invasores bárbaros: hunos, ostrogodos e hérulos. Dedicou-se especialmente à pregação da penitência e da conversão, no intuito de pacificar os bárbaros e reerguer as comunidades cristãs. Para isso estabeleceu-se próximo a Viena, numa choupana, compartilhada com outro eremita. Também cuidou caridosamente dos pobres, dos doentes e dos prisioneiros, conseguindo a libertação de muitos escravos dos bárbaros. Com isso, acabou por ser reconhecido e respeitado até mesmo pelos invasores. Conta-se que, diante de um período de fome, o povo lhe pediu ajuda, e sua orientação foi justamente a penitência e a caridade para obter a misericórdia de Deus. Ao mesmo tempo, publicamente condenou a atitude de certa viúva muito rica que estocava víveres para vendê-los a preços altos aos carentes. Ela se arrependeu e distribuiu os alimentos aos pobres. Mudou-se para Viena a pedido da população e dos governantes, fundando então um mosteiro, o primeiro de vários outros; seus discípulos vieram a se tornar seus maiores auxiliares, na evangelização e nas obras de caridade. O rei Odoacro, dos hérulos, o visitou no mosteiro, revelando a intenção de invadir a Itália. Foi dissuadido pela conversa firme e doce de Severino, e, após a morte deste, em 8 de janeiro de 482, o mesmo rei, preocupado com a possibilidade de suas relíquias serem profanadas por novos invasores, as remeteu para um mosteiro beneditino em Nápoles, na Itália. É considerado o apóstolo da Áustria e das regiões banhadas pelo rio Danúbio.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Penitência e caridade (como nos pede insistentemente Nossa Senhora em Suas aparições), firmeza e doçura no apostolado (como age e ensina a agir o Espírito Santo)... nada mais atual do que a experiência de vida deste santo do século V para a atualidade, e para o futuro da humanidade. Os frutos de conversão que assim se obtêm fazem com que a barbárie dos nossos próprios corações, e a de outros, sejam transformadas no zelo não apenas com a vida dos irmãos, mas também com a memória das relíquias, materiais e espirituais, que a Igreja nos dá nos ensinamentos de Deus e especialmente no sacrifício Eucarístico, cuja “memória” é tornar efetivamente presente o sacrifício do Calvário em cada Missa. A preparação destas virtudes, também nos ensina São Severino: oração e recolhimento, mesmo que não necessariamente num mosteiro.

Tjl – a12.com – evangeli.net – vaticannews.va

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