Oração: Deus de bondade e sábio condutor da História, dai-nos por
intercessão de São Vicente Ferrer a compreensão da importância de buscar
veementemente o arrependimento e a conversão, a unidade da Igreja especialmente
pelo fim das guerras na alma e da pregação da Verdade, e a santa preparação
para o encontro definitivo Convosco através dos conselhos que ele ensinava para
tratar o próximo: doar-se com compaixão, alegria, tolerância, perdão,
afabilidade, respeito e concórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho,
e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Mt 26,14-25):
Um dos doze, chamado Judas
Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse: «Que me dareis se eu vos
entregar Jesus?». Combinaram trinta moedas de prata. E daí em diante, ele
procurava uma oportunidade para entregá-lo.
No primeiro dia dos Pães sem fermento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e
perguntaram: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?».
Jesus respondeu: «Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre
manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia pascal em tua casa,
junto com meus discípulos’». Os discípulos fizeram como Jesus mandou e
prepararam a ceia pascal.
Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze. Enquanto comiam, ele disse: «Em
verdade vos digo, um de vós me vai entregar». Eles ficaram muito tristes e, um
por um, começaram a perguntar-lhe: «Acaso sou eu, Senhor?». Ele respondeu:
«Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me entregar. O Filho do Homem
se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o
Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!».
Então Judas, o traidor, perguntou: «Mestre, serei eu?». Jesus lhe respondeu:
«Tu o dizes».
«Acaso sou eu?» - Rev. P. Higinio Rafael ROSOLEN IVE(Cobourg, Ontario, canad)
Hoje, o Evangelho nos apresenta
três cenas: a traição de Judas, os preparativos para celebrar a Páscoa e a Ceia
com os Doze.
A palavra “entregar” (“paradidōmi” em grego) é repetida seis vezes e serve de
elo entre esses três momentos: (I) quando Judas entrega Jesus; (II) Páscoa, que
é uma figura do sacrifício da cruz, onde Jesus dá a vida; e (III) a Última
Ceia, na qual se manifesta a entrega de Jesus, que se cumprirá na Cruz.
Queremos parar aqui na Ceia Pascal, onde Jesus Cristo manifesta que seu corpo
será dado e seu sangue derramado. As suas palavras: «Garanto-vos que um de vós
me entregará» (Mt 26,20), convida cada um dos Doze, sobretudo Judas, a um exame
de consciência. Estas palavras estendem-se a todos nós, também chamados por
Jesus. São um convite a refletir sobre nossas ações, sejam elas boas ou más;
nossa dignidade; nos perguntamos o que estamos fazendo neste momento com nossas
vidas; para onde vamos e como respondemos ao chamado de Jesus. Devemos
responder uns aos outros com sinceridade, humildade e franqueza.
Vamos lembrar que podemos esconder nossos pecados de outras pessoas, mas não
podemos escondê-los de Deus, que os vê em segredo. Jesus, verdadeiro Deus e
homem, tudo vê e sabe. Ele sabe o que está em nossos corações e do que somos
capazes. Nada está escondido de seus olhos. Evitemos enganar a nós mesmos e só
depois de sermos sinceros conosco é que devemos olhar para Cristo e
perguntar-lhe: " Acaso sou eu?" (Mt 26,22). Tenhamos presente o que
diz o Papa Francisco: «Jesus, amando-nos, convida-nos a permitir-nos a
reconciliação com Deus e a regressar a Ele para nos redescobrir».
Olhemos para Jesus, ouçamos suas palavras e peçamos a graça de doarmos,
unindo-nos ao seu sacrifício na Cruz.
Pensamentos para o Evangelho de hoje:
«Bendito sejas, meu Senhor Jesus
Cristo, que anunciaste antecipadamente a tua morte e, na última ceia,
consagraste o pão material, transformando-o no teu corpo glorioso, e pelo teu
amor o deste aos apóstolos como memorial da tua digna paixão e lavaste os seus
pés com tuas preciosas mãos sagradas, mostrando assim humildemente tua maior
humildade» (Santa Brígida) «Nos próximos dias comemoraremos o confronto supremo
entre a Luz e as Trevas. Também nós devemos situar-nos neste contexto,
conscientes da nossa 'noite', das nossas faltas e responsabilidades, se
queremos reviver o mistério pascal com proveito espiritual.» (Bento XVI) «Jesus
escolheu a altura da Páscoa para cumprir o que tinha anunciado em Cafarnaum:
dar aos seus discípulos o seu corpo e o seu sangue» (Catecismo da Igreja
Católica, n.º 1.339)
São Vicente Ferrer nasceu em Valência, na Espanha, em 1350. Era filho de Guilherme Ferrer e Constância Miguel. De família nobre, Vicente foi o quarto filho do casal. Seu irmão, Bonifácio Ferrer, foi Superior dos frades Capuchinhos e realizou importantes missões diplomáticas para o antipapa Bento XIII. Sua vida é um testemunho de que a ciência e a sabedoria não são contrárias à fé, mas sim a complementam. Vida religiosa
Depois
de sua profissão religiosa, que aconteceu em 1368, até chegar o tempo de ele
ser ordenado padre, em 1374, São Vicente ensinava filosofia e estudava teologia
nas regiões de Lérida, Tolosa e Barcelona. Com um conhecimento da exegese
bíblica que chegava à perfeição e, igualmente, possuindo um profundo
conhecimento da língua hebraica, ele voltou para Valência em 1373. Lá, lecionou
teologia, fez inúmeros pregações, escreveu suas obras e aconselhou aos
que o procuravam. Durante um período de seca na região, São Vicente ficou famoso
ao prever que navios carregados de grãos chegariam à região.
O dom milagroso de São Vicente Ferrer
São
Vicente adoeceu e por pouco não morreu durante a invasão de Avignon, mas ele se
recuperou milagrosamente. A história diz que ele teve uma visão de Jesus Cristo
junto com São Francisco de Assis e
São Domingos. Na bendita visão ele teria sido orientado a pregar o Evangelho
fervorosamente.
Porém,
ele encontrou a resistência do antipapa que relutava em dar a sua permissão
para Vicente deixar Avignon. Em 1389, Bento XIII finalmente deu a sua permissão
e Vicente saiu em pregação por todas as regiões da Europa do Ocidente. Com
muita sabedoria e eloquência ele atraia multidões, ficando bem conhecido no
meio cristão.
Ao
ouvirem sua voz, as inimizades públicas cessavam, reconciliando-se. Os
pecadores sentiam-se movidos ao arrependimento e as pessoas sedentas de
perfeição o seguiam. Às vezes mais de 15.000 pessoas se juntavam para ouvi-lo,
o que naquela época, era coisa difícil de acontecer. Contemporâneos de São Vicente Ferrer relatam
que, mesmo quem não falava sua língua podia entendê-lo.
TJL – A12.COM – EVANGELI.NET
– VATICANNEWS.VA
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