segunda-feira, 19 de julho de 2010

BOM DIA EVANGELHO
Segunda-feira, 19 DE JULHO da 16ª semana do Tempo ComumHoje a Igreja celebra :
Santas Justa e Rufina, mártires, +287, Santo Arsénio, eremita, +séc. V
Oração
Pai, dá-me simplicidade de coração para reconhecer que Jesus é teu Filho, enviado ao mundo para nos salvar. E que jamais eu exija sinais além dos que ele já realizou.
Livro de Salmos 50(49),5-6.8-9.16-17.21.23.
"Reuni junto a mim os que me são fiéis, os que selaram a minha aliança com um sacrifício."Até os céus proclamarão a sua justiça, porque Deus é quem julga.Não te repreendo por causa dos teus sacrifícios; os teus holocaustos estão sempre na minha presença.Não reivindico os novilhos da tua casa, nem os cabritos dos teus currais;Ao pecador, Deus declara: "Porque andas sempre a falar da minha lei e trazes na boca a minha aliança,tu que detestas os meus ensinamentos e rejeitas as minhas palavras?Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar me? Pensavas que Eu era igual a ti? Vou chamar te a julgamento e lançar teHonra-me quem oferece o sacrifício de louvor; a quem anda por este caminho farei participar da salvação de Deus.O pedido de um milagre
Evangelho segundo S. Mateus 12,38-42.
Intervieram, então, alguns doutores da Lei e fariseus, que lhe disseram: «Mestre, queremos ver um sinal feito por ti.» Ele respondeu-lhes: «Geração má e adúltera! Reclama um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, a não ser o do profeta Jonas. Assim como Jonas esteve no ventre do monstro marinho, três dias e três noites, assim o Filho do Homem estará no seio da terra, três dias e três noites. No dia do juízo, os habitantes de Nínive hão-de levantar-se contra esta geração para a condenar, porque fizeram penitência quando ouviram a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é maior do que Jonas! No dia do juízo, a rainha do Sul há-de levantar-se contra esta geração para a condenar, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está alguém que é maior do que Salomão!» Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja Sermão 3, PL 52, 303-306, CCL 24, 211-215 (a partir da trad. de Thèmes et figures, DDB 1984, p. 117)
O sinal de Jonas
Eis que a fuga do profeta Jonas para longe de Deus (Jn 1, 3) se transforma numa imagem profética, e o que é apresentado como um naufrágio funesto se torna o sinal da ressurreição do Senhor. O próprio texto da história de Jonas mostra-nos bem como este prefigura plenamente a imagem do Salvador. Está escrito que Jonas «fugiu da presença do Senhor». Não fugiu o próprio Senhor da condição e do aspecto da divindade, para tomar a condição e o rosto humanos? Assim o diz o Apóstolo Paulo: «Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fil 2, 6-7). O Senhor revestiu-Se da condição de servo. Para passar despercebido no mundo, para sair vitorioso sobre o demónio, fugiu de Si mesmo para junto dos homens. [...] Deus está em todo o lado: é impossível fugir-Lhe. Para conseguir «fugir da presença do Senhor», não para um lugar determinado mas, de certa maneira, através da aparência, Cristo refugiou-Se na imagem da nossa servidão, totalmente assumida. A narrativa prossegue: «desceu a Jafa, onde encontrou um navio que partia para Társis». Eis agora Aquele que desceu: «Ninguém subiu ao Céu a não ser Aquele que desceu do Céu» (Jo 3, 13). O Senhor desceu do céu à terra, Deus desceu à altura do homem, a omnipotência desceu à nossa servidão. Mas Jonas, que desceu em direcção ao navio, teve de subir para nele viajar. Da mesma forma, Cristo, descido ao mundo, subiu, pelas Suas virtudes e milagres, para o navio da Sua Igreja.

A IGREJA CELEBRA HOJE
Santo Arsênio

Arsênio, que pertencia a uma nobre e tradicional família de senadores, nasceu no ano 354, em Roma. Segundo os registros, ele foi ordenado sacerdote, pessoalmente, pelo papa Dâmaso. Em 383, o próprio imperador Teodósio convidou-o para cuidar da educação e formação de seus filhos Arcádio e Honório, em Constantinopla. Arsênio permaneceu na Corte por onze anos, até 394. Enfim, conseguiu a exoneração do cargo e retirou-se para o deserto no Egito. O mundo católico passava por muitas transformações. Nos séculos anteriores, o martírio, a morte pela fé na palavra de Cristo, era o melhor exemplo para a salvação da alma. A partir do século IV, a "morte em vida" passou a ser o sacrifício mais perfeito para a purificação, com o aparecimento dos eremitas no Oriente. Eram cristãos e isolavam-se no deserto, em oração e penitência, numa vida solitária e contemplativa, como forma de servir a Deus. No início, sozinhos, depois se organizavam em pequenas comunidades. Havia apenas uma regra ascética, para fixar o período de jejum e oração, mas que mantinha uma rígida separação, inclusive de convivência entre eles mesmos. Arsênio tornou-se um deles. O seu refúgio, no deserto egípcio da Alexandria, era dos mais procurados pelos cristãos, que buscavam, na sabedoria e santidade de alguns ermitãos, conselhos e paz para as aflições da alma, mesmo que para tanto tivessem de fazer longas e cansativas peregrinações. A antiga tradição diz que ele não gostava muito de interromper seu exílio voluntário para atender aos que o procuravam. Mas, para não usufruir o egoísmo da solidão total, decidiu juntar-se aos eremitas de Scete, também no deserto da Alexandria, os quais já viviam parcialmente em comunidade, para não se isolarem totalmente dos demais seres humanos. Mas a paz e a tranqüilidade daqueles religiosos findaram com a invasão de uma tribo das redondezas. Arsênio, então, abandonou o local. Entre 434 e 450, viveu isolado, só nos últimos anos aceitando a companhia de uns poucos discípulos. Ele acabou recebendo de Deus o dom das lágrimas. Em oração ou penitência, quando se emocionava com o Evangelho, caia em prantos. Morreu em Troc, perto de Mênfis, em 450. A importância de santo Arsênio na história da Igreja prende-se à importância da época em que nasceu e viveu. Foi um dos mais conhecidos eremitas do Egito, sendo considerado um dos "Padres do deserto". O seu legado chegou-nos por meio de uma crônica biográfica e de suas sábias máximas, escritas por Daniel de Pharan, um dos seus discípulos. Além de um retrato estampando sua bela figura de homem alto e astuto, feito pelo mesmo discípulo.

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