terça-feira, 31 de maio de 2011

Bom dia evangelho
Terça-feira, 31 de maio de 2011
Visitação de Nossa Senhor, Ofício de Festa, 2ª do Saltério (Livro II), cor Litúrgica Branca
Antífona: Vinde e escutai, todos os que temeis a Deus, e eu vos direi tudo o que o Senhor fez por mim. (Sl 65,16)
Hoje: Dia da Aeromoça, dia do Comissário de Bordo, dia Mundial do Combate ao Fumo

Santos: Visitação de Nossa Senhora (festa), Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus (padroeira da diocese de Pinheiro); Câncio, Canciano e Cancianela (mártires e irmãos carnais), Petronilla de Roma (virgem e mártir), Pascásio, Hérmias (mártir), Mectildes de Edelstetten (virgem), Tiago Veneziano (beato), Vitalis de Bastia (beato, confessor franciscano da 1ª Ordem, Itália).

Oração: Ó Deus todo-poderoso, que inspirastes à virgem Maria sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho, fazei-nos dóceis ao Espírito Santo, para cantar com ela o vosso louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Cântico: Is 12, 2-3. 4bcd. 5-6 (R/. 6b)
O santo de Israel é grande entre vós
Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.
E direis naquele dia: "Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!"

A visitação de Maria
Evangelho: Lucas (Lc 1, 39-56)
O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor

39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45"Bem aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu".
46Maria disse: "A minha alma engrandece o Senhor 47e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as geração me chamarão bem aventurada, 49porque o todo poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias.
54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre." 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. Palavra da Salvação!

Comentário o Evangelho
Magnificat!
O relato evangélico é um pequeno retrato de Maria. Sua condição de mãe do Messias, o "Senhor" esperado pelo povo, proveio da profunda comunhão com Deus e da disponibilidade total em fazer-se sua servidora. Expressou sua fé no canto de louvor - o Magnificat -, no qual proclamou as maravilhas do Deus e as grandezas de seus feitos em favor dos fracos e pequeninos.
A comunhão com Deus desdobrava-se, na vida de Maria, na sua disponibilidade a servir o próximo. A ajuda prestada à prima Isabel é uma pequena amostra do que era a Mãe de Deus no seu dia-a-dia. Assunta ao céu, Maria experimentou, em plenitude, a comunhão vivida na Terra. [O EVANGELHO DO DIA. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1998]

Para sua reflexão:

Quase nunca a história nos narra os acontecimentos simples e singelos dos pobres. Pois aqui encontramos uma exceção. Aqui o protagonismo – se assim se pode dizer – é o de duas mulheres, personagens já de per si desvalorizados em uma sociedade machista patriarcal, dois meninos que ainda mesmo sem nascer já estão chamando a atenção do autor, o Espírito Santo, que enche de alegria Isabel para louvar sua parente Maria e o fruto do seu ventre e para contar as magnificências do Senhor. Maria e Isabel, personagens que não têm importância na sociedade, e sim somente como meio de multiplicação e prolongamento do nome do homem, ambas se encontram, e este encontro, mais que uma simples visita de uma parenta para outra, é a oportunidade par que Lucas estabeleça, mediante o recurso à teologia narrativa, um ensinamento sobre a maneira como Deus age na história humana e por qual tipo de pessoas age; isso é o que, em suma, Isabel proclama nas palavras que dirige a Maria e é também o que Maria reafirma e o explicita melhor em seu canto que a tradição consagrou como Magnificat. (Novo Testamento, Edição de Estudos, Ave-maria)

Visitação de Nossa Senhora a Isabel
Ocorre hoje a festa litúrgica de Nossa Senhora em visita a sua prima Isabel, anteriormente celebrada no dia 2 de julho. Da narração evangélica do fato emana um perfume de suavidade e santidade admirável. Cedemos a palavra ao próprio Evangelho: "Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para uma região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo e exclamou: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois, quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz és tu que acreditaste, pois o que foi dito da parte do Senhor será cumprido'. Maria então disse: 'A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada, pois o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim. O seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de corações orgulhosos. Depôs poderosos de seu trono e a humildes exaltou. Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel seu servo, lembrado de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre'. Maria permaneceu com ela mais ou menos três meses e voltou para sua casa (Lc 1,39-56).

Este é o mistério que mereceu da Igreja celebração especial pela riqueza de ensinamentos que encerra. A cidade de Judá, em que morava Isabel, foi historicamente identificada com Ain-Karin, a uns 15 km de Jerusalém e, mais ou menos, a 100 km de Nazaré de onde partiu Maria em sua viagem, através da região montanhosa do centro da Palestina. Sobre o lugar da casa de Isabel, surgiu desde os primeiros séculos belíssima igreja que relembra este fato histórico.

Dom Hélder Câmara teceu belíssima prece a Nossa Senhora da Visitação. Ei-la: "Maria, Mãe de Cristo e da Igreja. Ao preparar-nos para a missão evangelizadora que nos cabe continuar, alargar e aprimorar, pensamos em ti. Mas de modo especial, pensamos em ti pelo modelo perfeito de ação de graças, que é o hino que cantaste, quando tua prima, Santa Isabel, mãe de João Batista, te proclamou a mais feliz dentre as mulheres. Não paraste na tua felicidade, pensaste na humanidade inteira. Pensaste em todos. Mas assumiste clara opção pelos pobres, como teu Filho faria depois. Que há em ti, em tuas palavras, em tua voz, que anuncias no Magnificat a deposição dos poderosos e a elevação dos humildes, o saciamento dos que têm fome e o esvaziamento dos ricos, e ninguém ousa julgar-te subversiva ou olhar-te com suspeição?... Empresta-nos a tua voz, canta conosco! Pede a teu Filho, que em todos nós se realizem, plenamente, os planos do Pai! Assim seja!"

A espiritualidade de Maria
O louvor brotado dos lábios de Maria respondendo à exultação de sua prima Isabel, revela o centro de sua espiritualidade, sintonizada com a fé do povo de Israel. A piedade refletida no Magnificat é a de uma judia fiel à mais pura tradição religiosa de seu povo.

Reconhecendo-se humilde servidora, ela comunga com os pobres de todos os tempos, cuja confiança estava depositada integralmente em Deus. Ela partilha, também, da bem-aventurança da pobreza proclamada por Jesus, na condição de serva de Javé.

Sua espiritualidade estava em consonância com a dos antigos profetas, em luta intransigente pela causa da justiça e pela transformação das relações interpessoais. Maria acreditava em Deus que não pactua com a injustiça, e está sempre pronto a arrancar de seus tronos, erguidos às custas do suor alheio, os ricos prepotentes. Pelo contrário, coloca-se ao lado dos pobres, tomando as dores dos perseguidos e injustiçados, e reerguendo-os de sua humilhação.

Sobretudo, Maria sabia-se toda entregue ao Deus-misericórdia, sempre pronto a realizar grandes coisas em favor de seus fiéis, de acordo com as suas promessas. Embora se sucedam as gerações, o amor de Deus permanece inalterado. Têm ainda plena vigência as promessas feitas aos patriarcas, pois sua palavra divina é imutável para sempre. [O SANTO DO DIA, Dom Servilio Conti, ©Vozes, 1997]


Fátima no Rio de Janeiro
Dom Orani João Tempesta, O. Cist., Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

Neste final de semana, no sábado, inauguramos aqui no Rio de Janeiro a réplica da Capela das Aparições de Fátima, no Bairro do Recreio, com a presença do Bispo de Leiria, Fátima, Reitor do Santuário de Fátima em Portugal, e outras autoridades. Um marco da devoção Mariana em nossa região. A réplica da Capela das Aparições, hoje Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no Recreio, aqui no Rio de Janeiro, é um passo dentro de uma história que começou há muito tempo, desde a chegada da devoção mariana com as aparições em Fátima, até este momento marcante em nossa história.

Para compreender os passos dados, teremos que conhecer também o movimento que fez originar essa Capela, que é “a tarde com Maria”. Tanto esse movimento como a construção da “capelinha das aparições”, assim como o Santuário Nossa Senhora de Fátima, já eram realidade quando aqui cheguei. São experiências e decisões que já existiam, mas que tenho a graça de poder viver este momento junto com o nosso povo, pedindo a Deus para que seja mais um local que ajude o povo a se aproximar de Deus, de sua vida de conversão, da renovação da própria vida através da devoção mariana.

“A Tarde com Maria”, o movimento que originou a construção da Capela e agora Santuário de Fátima, no Recreio, é mais um exemplo da intercessão da Mãe de Deus, mostrando-nos o poder da oração, em especial do santo Rosário, na vida das pessoas. A Procissão teve início há 25 anos, na Praça Serzedelo Correia, em Copacabana, quando um grupo de jovens reuniu-se para agradecer a Deus, pela interseção de Nossa Senhora de Fátima, uma cura milagrosa através da Oração do Terço. Este encontro aconteceu nos anos seguintes, cada vez com mais participantes e, ao completar 10 anos, passou a ser celebrado na Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro e a fazer parte do calendário oficial da Arquidiocese, transformando-se em uma das maiores procissões do mundo, recebendo anualmente as bênçãos da Santa Sé Apostólica.

Nos dias atuais, a procissão, que começou numa praça de Copacabana, é uma Associação Arquidiocesana, que administra a construção de uma réplica da Capela das Aparições do Santuário de Fátima. A inspiração de reproduzir na cidade do Rio de Janeiro esse solo sagrado, onde Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos, aconteceu no próprio Santuário português, quando o fundador da “Tarde com Maria”, mais uma vez agradecia essa história de fé, amor, entrega e confiança, que este ano completa seu jubileu de prata.

Refletir sobre Maria e sobre todas as benfeitorias que devemos promover em sua honra, nos leva a falar do plano eterno de Deus, que a escolheu como Mãe de seu Filho e Mãe de toda a humanidade. Maria espera de todos nós uma entrega plena e sem hesitação, como Ela mesma nos ensinou, ao dizer ao Anjo Gabriel: “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,26-38), proclamando o “sim” inquestionável que mudou a nossa história para sempre.

Essa obra de Deus, construída no Rio de Janeiro, tem essa mesma finalidade: levar as pessoas a uma vida de conversão mudando a história de vida dos que vão ao encontro da Igreja, com a evangelização que acontece em torno dessa devoção representativa das Aparições de Nossa Senhora. A réplica da Capela das Aparições é um “grande presente” que o Rio de Janeiro conquista, e já começa a ser um centro de peregrinações. A ideia é trazer ao Brasil um pouco do espírito do que acontece no Santuário de Fátima, em Portugal, que chega a esta cidade de forma definitiva, abençoando todos os brasileiros.

Celebramos neste mês de maio a Festa de Nossa Senhora de Fátima e também a beatificação do Papa João Paulo, que foi tão devoto de Maria, especialmente de Fátima. Em nossa cidade e Arquidiocese temos uma forte presença de irmãos e irmãs portugueses que nos legaram esta santa devoção mariana, a qual nos une aos lusitanos e aos católicos de todo o mundo que reconhecem na mensagem de Fátima um chamado universal para reafirmar o nosso Batismo e para viver com coragem a nossa fé neste mundo tão controverso e aonde cada vez mais a família vai sendo esfacelada pela ausência de Deus e pelas novas “modas”, que não são os caminhos do Redentor para a família. Neste mês que também ocorre a Peregrinação das Famílias a Aparecida, será importante valorizar cada vez mais a “célula da humanidade”.

Rezemos pelas nossas famílias! O exemplo de Maria, que constitui a Sagrada Família, nos ajudará a rezar para que as novas gerações continuem valorizando a família. A inauguração da Réplica da Capela das Aparições, no Rio de Janeiro, durante a Santa Missa que presido neste dia 28 de maio, na réplica da Capela das Aparições, será um marco Mariano de demonstração do que se pode alcançar através da nossa unidade com a Mãe de Deus, que vai continuar intercedendo e pedindo as bênçãos de Deus para as queridas famílias.

O documento de Aparecida nos lembra que “a decisão de caminhar em direção ao santuário já é uma confissão de fé; o caminhar é um verdadeiro canto de esperança, e a chegada é um encontro de amor. Aí o peregrino vive a experiência de um mistério que o supera, não só da transcendência de Deus, mas também da Igreja, que transcende sua família e seu bairro. Nos santuários, muitos peregrinos tomam decisões que marcam suas vidas. As paredes dos santuários contêm muitas histórias de conversão, de perdão e de dons recebidos que milhões poderiam contar. A piedade popular penetra delicadamente a existência pessoal de cada fiel e, ainda que se viva em uma multidão, não é uma “espiritualidade de massas”. A piedade popular é imprescindível ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se faça mais fecunda. Não podemos desvalorizar a espiritualidade popular ou considerá-la como modo secundário da vida cristã, porque seria esquecer o primado da ação do Espírito Santo e a iniciativa gratuita do amor de Deus. É parte de uma originalidade histórica e cultural dos pobres deste Continente, e fruto de uma síntese entre as culturas e a fé cristã. No ambiente de secularização que vivem nossos povos, continua sendo uma poderosa confissão do Deus vivo que atua na história, e um canal de transmissão da fé. (cfr. DAp 259-264)

No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo » (Jo 16, 33). A mensagem de Fátima nos convida a confiar nesta promessa e a entrar nesta história.

O Magnificat inspira-se no Antigo Testamento, em especial no Cântico de Ana (1Sm 2.1-10), um salmo de ação de graças

Quanto mais se ama, melhor se reza. (Bv. Charles de Foucauld)

tjl@-www.paulinas.org.br = www.acidigital.com = www.mundocatolico.org.br

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