MAGOS E OS PRESENTES!!
("Natal pequeno",)
S.
Mateus diz que vieram
uns Magos do Oriente :
-
Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes chegaram a
Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. (Mt.2,1)
Foi no tempo de
Herodes, na altura em que nasceu Jesus. A Igreja viu no episódio dos Magos a
manifestação de Jesus como Salvador de todos e não apenas dos Judeus, e criou a
festa da Epifania. Celebrava-se
no dia 6 de Janeiro, que era dia santo, equiparado ao domingo; mas
quando deixou de o ser, passou a ser celebrada no domingo que fica entre 2 e 8 de
Janeiro. Quem eram os Magos ?
A palavra Magos é
oriunda da Pérsia e designava dirigentes
religiosos. Há a convicção de que não eram
reis mas sim o que hoje chamaríamos Astrólogos. Originariamente,
os Magos eram
uma tribo de Medos, transformada em casta sacerdotal entre os Persas. Seguiram
uma religião de Zaratustra e dedicavam-se à adivinhação, à medicina e à
astrologia. Eram homens sábios, zelosos executores de toda a justiça e virtude,
curiosos investigadores dos fenómenos celestes e praticantes sinceros da
religião e do culto verdadeiro de Deus. Os documentos antigos não nos fornecem
outros dados para lhes determinarmos melhor personalidade. Uma das pinturas do
século II, na Catacumba Romana de Priscila, representa Nossa Senhora
vestida como dama romana e os Magos de
cabeça descoberta e a andar com os presentes nas mãos, sem que nada indique a
nacionalidade ou o carácter real das pessoas. Nesta e noutras Catacumbas há
grande variedade de representações. Umas vezes usam os Magos túnicas
curtas, outras cobrem-se com longas capas ou mantos, ou têm nas cabeças gorros
frígios. Se Maria está no centro da cena, eles agrupam-se dos dois lados
simetricamente. S. José em geral não aparece, a não ser nas pinturas mais
tardias, dos séculos IV e V. Os Magos com
certeza não eram reis, pois, se o fossem, S. Mateus tê-lo-ia dito, e Herodes
tê-los-ia recebido mais respeitosamente. Desde o século VI são
considerados como reis para os adaptar à célebre profecia do Salmo 72 :
- Os
Reis de Tarsis e as ilhas pagar-lhe-ão tributo. Os Reis de Sabá e de Seba
oferecer-Lhe-ão presentes. Todos os reis se prostrarão diante dele, as nações o
servirão. (Sl. 72,10-11).A pátria mais provável desses homens é a Arábia, célebre pelo seu incenso, pela mirra e também pelo ouro. Quantos eram os Magos ? Relativamente aos Magos, a Tradição acrescenta dados que não constam dos Evangelhos. Segundo uma Tradição que vem do século II e se concretizou no século V terão sido três, representando o mundo conhecido de então : a Europa, a África e a Ásia. Por isso um seria branco, o outro amarelo e o outro negro.
Há quem diga que o número três, fixado por S. Leão
Magno, representa as três idades do homem : a
juventude, a meia-idade e a velhice.
Por isso, diz Florentina Fuentes : Melchior apresenta-se quase sempre como velho de barbas brancas; Gaspar, como um homem de idade mediana; Baltazar, como um jovem.
Já no século III aparecem três Magos pintados nas Catacumbas de Santa Priscila, em Roma.
Todavia, algumas Catacumbas romanas apresentam apenas dois homens a ofereceram ao Menino, ouro incenso e mirra. Num copo que se encontra exposto num dos museus do Vaticano, aparecem quatro; porém, há tradições que falam em seis, oito, doze e até quinze Magos.
O número três generalizou-se, por simetria com a Santíssima Trindade e por serem três as ofertas ao Menino.
Também o justificam com o que consideram as três raças humanas descendentes dos três filhos de Noé : Sem (Semita ou branco); Cam (Camita ou negro); Jafé (Jafetita ou amarelo).
No século VI os Reis Magos são apresentados com diferenças de idades : dois deles são apresentados com barba e outro como sendo um imberbe. No século VIII recebem os nomes de Melchior, Gaspar e Baltazar. Na obra De Temporibus Libe, composta no século VII, já o Beda Venerável disse que os Magos eram três e se chamavam : "Melchior, Hiespar e Walthauser". Um teria 21 anos, outro uns 40 e o terceiro seria um ancião de cabeleira branca.
Por isso, diz Florentina Fuentes : Melchior apresenta-se quase sempre como velho de barbas brancas; Gaspar, como um homem de idade mediana; Baltazar, como um jovem.
Já no século III aparecem três Magos pintados nas Catacumbas de Santa Priscila, em Roma.
Todavia, algumas Catacumbas romanas apresentam apenas dois homens a ofereceram ao Menino, ouro incenso e mirra. Num copo que se encontra exposto num dos museus do Vaticano, aparecem quatro; porém, há tradições que falam em seis, oito, doze e até quinze Magos.
O número três generalizou-se, por simetria com a Santíssima Trindade e por serem três as ofertas ao Menino.
Também o justificam com o que consideram as três raças humanas descendentes dos três filhos de Noé : Sem (Semita ou branco); Cam (Camita ou negro); Jafé (Jafetita ou amarelo).
No século VI os Reis Magos são apresentados com diferenças de idades : dois deles são apresentados com barba e outro como sendo um imberbe. No século VIII recebem os nomes de Melchior, Gaspar e Baltazar. Na obra De Temporibus Libe, composta no século VII, já o Beda Venerável disse que os Magos eram três e se chamavam : "Melchior, Hiespar e Walthauser". Um teria 21 anos, outro uns 40 e o terceiro seria um ancião de cabeleira branca.
Os
presentes
Os Magos ofereceram
presentes a Jesus : * Melchior terá oferecido mirra, um unguento com que os Judeus embalsamavam os mortos, para recordar a Cristo que iria morrer como qualquer ser mortal.
* Gaspar ofereceu incenso, reconhecendo em Jesus o rei do Céu.
* Baltazar, que terá vindo da Núbia ou Etiópia, terá oferecido ouro.( As moedas já circulavam desde 450 a.C.).
* O Incenso é uma resina com sabor amargo recolhida da seiva de uma árvore da família dos Boswellia. Queimava-se lentamente, deixando um aroma agradável.
* A Mirra era uma mistura de resinas aromáticas, utilizada nas unções reais, como perfume e para embalsamar. Misturada com vinho era dada como narcótico aos criminosos condenados, antes da crucifixão. Na crucifixão de Jesus deram-Lhe mirra misturada com vinho - "Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não o quis beber". (Mc. 15,23).Com mirra ungiram o corpo do Senhor para a sepultura : - "Veio também Nicodemos[...] trazendo uma composição de quase cem libras de mirra e aloés...". (Jo. 19,39). * O ouro sempre foi sinal de realeza ou de poder, por ser um metal precioso e muito caro.
Tem-se
escrito muito acerca do significado das ofertas que os Magos fizeram a Jesus. De acordo com S. Gregório Nazianzeno :
* O Incenso significava
o reconhecimento da divindade.
* O Ouro significava
o reconhecimento da realeza.
* A Mirra significava
o reconhecimento da humanidade mortal.
Eram estes também os significados na
Pérsia. Há quem veja também naquelas ofertas o sinal do dom dos próprios Magos : O
ouro da sua inteligência; o incenso do seu coração; a mirra do seu corpo.. Costumes a propósito dos Reis. A partir do episódio da visita dos Magos nasceram diversos costumes : * Associado com a festa da Epifania, desde a Idade Média começou o costume da bênção das casas com água benta e Incenso.
O sacerdote vai a casa e nela, à entrada da porta principal está escrita com giz no chão uma fórmula que significa o Ano corrente com as iniciais dos nomes dos Reis.
Assim, por exemplo, para 2014: 20+C+M+B+14, a significar Caspar (ou Gaspar), Melchior e Baltazar e que, ao mesmo tempo são as primeiras letras iniciais da bênção das casas : Christus Mansionem Benedicat (Cristo abençoe esta casa).
* O costume do chamado Canto dos Reis de porta em porta. Era o anúncio da nascimento de Cristo, como a visita pascal era o anúncio de Cristo ressuscitado.
Era uma espécie de auto popular, constituído por um conjunto de quadras que narravam o nascimento de Cristo. Depois, infelizmente, paganizou-se e tornou-se numa forma de conviver, numa forma de ganhar dinheiro, numa forma de presentear a namorada mandando-lhe as "Reisadas", às vezes até com uma banda de música.
Então as quadras eram construídas com outro sentido e com referências jocosas às pessoas da casa. O período durante o qual se cantam os Reis vai de 5 de Janeiro até ao dia litúrgico de S. Sebastião, 20 de Janeiro.
Há quem chame ao dia de Reis o "Natal pequeno", ou último dos Natais. Na noite de 5 de Janeiro faz-se uma ceia
em tudo semelhante à do Natal, mas em menores proporções.
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