Por que esta
Semana é Santa?
Na Semana Santa, a Igreja Católica celebra os mistérios da salvação, levados
a cumprimento por Jesus Cristo nos últimos dias de Sua vida, a começar pelo Seu
ingresso messiânico em Jerusalém. O tempo da Quaresma,
o período de 40 dias, cujo início é na Quarta-feira de Cinzas, continua até a
Quinta-feira Santa. A partir da Missa Vespertina da Quinta-feira (in
Cena Domini/Ceia
do Senhor) inicia-se o Tríduo Pascal, que abrange a Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor e o Sábado
Santo. E tem o seu ápice
na Vigília
Pascal e no Domingo da Ressurreição.
A
Semana Santa começa no Domingo de Ramos, que
une num todo o triunfo real de Cristo e o anúncio de Sua Paixão. Desde a
Antiguidade se comemora a entrada do Senhor em Jerusalém com uma procissão
solene. Com ela, os cristãos celebram esse evento, imitando as aclamações e os
gestos das crianças hebreias, que foram ao encontro do Senhor com o canto do
“Hosana” (o grito de exaltação e adoração ao messianismo de Jesus).
Durante
a Semana Santa, a
Igreja Católica celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana.
O
Tríduo Pascal tem início na Quinta-feira
Santa com a Missa do Lava-pés, expressão máxima da frase de Jesus Eu vim
para servir, não para ser servido.
Nessa celebração, Cristo deixa o exemplo do amor ao
próximo.
Nessa Missa também se recorda a instituição da Eucaristia e do sacerdócio. Ao
final da celebração, acontece a Transladação do
Santíssimo, na
qual o sacerdote recolhe as Hóstias Consagradas e as deposita no sacrário. Tudo isso acontece numa procissão luminosa, na qual o povo, em silêncio e recolhimento, é chamado à
adoração a Nosso Senhor Jesus Cristo, que vai se entregar como
sacrifício.
Na Sexta-feira
Santa recorda-se
o dia em que Cristo se entrega como vítima pela humanidade. A celebração desse
dia se dá em três partes: liturgia da Palavra com o Evangelho da Paixão,
adoração da
cruz, com o tradicional beijo da cruz e distribuição da comunhão. Esse é o
único dia em que não há Missa. Nesse dia, os católicos observam o jejum
juntamente com a abstinência de carne. Também nesse dia se guarda o silêncio
numa atitude de oração e contemplação.
Na noite do Sábado, segundo uma antiquíssima tradição da Igreja Católica, celebra-se a
chamada Vigília Pascal. Esta noite santa, em que
Jesus ressuscitou, deve ser considerada como mãe de
todas as santas vigílias. Esta celebração inclui a chamada bênção do fogo novo com uma procissão luminosa, por meio da
qual os fiéis católicos renovam sua fé em Jesus: a luz do mundo;
a proclamação
solene da Páscoa
com o canto do Exultat; as leituras do Antigo e
Novo Testamentos; e a celebração de um batismo, que é expressão da
vida nova, que Jesus veio trazer. Os fiéis são
convidados a cantar com alegria que Jesus Ressuscitou.
O Domingo de Páscoa, para os católicos, marca o início de um novo ciclo ou como é chamado O Tempo Pascal, que
se estende por cinquenta dias, até a chamada
Festa de Pentecostes (descida do Espírito Santo). Esses dias são vividos com a mesma
intensidade e júbilo
como se fossem um só e
mesmo dia, o Dia da Ressurreição.
Fonte: www.cançaonova.com
SEMANA SANTA
«Aquele a quem eu beijar, é
Esse. Prendei-O»(Mt.26,48).
«Judas, é com um beijo que
entregas o Filho do Homem?»(Lc.22,48).
A
Semana Santa é o período que vai do Domingo da Ramos na Paixão do Senhor até ao
Sábado Santo, como preparação para a Festa da Páscoa.
Quando a Religião Católica foi legalizada pelo Édito de Milão em 313, os
baptizados que viviam em Jerusalém ou nas cercanias da cidade, começaram a
celebrar publicamente o aniversário dos acontecimentos e dos lugares da paixão
de Cristo identificados pela tradição, a que chamaram os "Lugares
Santos".
Faziam vigílias e procissões, e liam as escrituras referentes aos fatos da
Paixão do Senhor, especialmente a leitura da Paixão.
E muito do que hoje se sabe a respeito da antiga Semana Santa e da Páscoa, veio
sobretudo através dos Peregrinos europeus que trouxeram essas práticas consigo
e as repetiam todos os anos.
Uma peregrina de Espanha chamada Egeria, foi em peregrinação a Jerusalém em
381-384 e, quando voltou, escreveu tudo o que viu num livro, e os cristãos
observavam essas práticas todos os anos.
Mais tarde a Igreja foi incorporando algumas dessas práticas na Liturgia da
Semana Santa.
PAIXÃO
DE CRISTO
A
Paixão de Cristo inclui todos os acontecimentos referentes aos seus
sofrimentos, desde a Última Ceia até à Sua Morte, e que foram anunciados por
Isaías desde 42,13 até 43,12, e depois narrados pelos Evangelistas :
Mat. 26 e 27; Mc. 14 e 15; Lc. 22 e 23; Jo. 18 a 20.
Todavia
quando se fala na Paixão de Cristo refere-se muito especialmente à narração da
Paixão feita pelos Evangelistas :
Mat. 26,36 a 27,66, que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor,
Ciclo do Ano A.
Mc. 14 e 15, que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, Ano B.
Lc. 22 e 23 que se lê na Missa do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor Ano C.
Jo. 18 a 20 que se lê na Missa de Sexta-Feira Santa.
É evidente que, pela Sua Paixão, Cristo suportou muitos sofrimentos para nossa
salvação, como : Degradação; Várias formas de sofrimento físico; Privação;
Ultraje; Abandono e Morte.
Mas também é verdade que todos estes sofrimentos constituíram uma plena
aceitação como uma passagem da morte à vida, de uma aparente derrota a uma
verdadeira vitória, da cruz para a glória.
O Concílio Vaticano II na Sua Constituição sobre a Sagrada Liturgia afirma :
- Esta obra da redenção dos homens e da glorificação perfeita de Deus(...)
realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua
bem-aventurada Paixão...(SC 5).(cf. SC 61).
Foi pela Paixão de Cristo que nos veio a justificação que nos é concedida pelo
Baptismo, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica :
1992. -
A justificação foi-nos merecida pela Paixão de Cristo, que na Cruz Se ofereceu
como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo Sangue se tornou instrumento
de propiciação para os pecados de todos os homens. A justificação é concedida
pelo Baptismo, sacramento da fé. Conforma-nos à justiça de Deus, que nos torna
interiormente justos pelo poder da sua misericórdia. E tem por fim a glória de
Deus e de Cristo, e o dom da vida eterna.
MISSA
CRISMAL
Primitivamente
era na manhã de Quinta-Feira Santa, mas presentemente, por razões práticas,
noutro qualquer dia da Semana Santa, na Igreja Catedral o Bispo com a presença
dos Párocos e com delegações de leigos das diversas Paróquias, num ritual solene,
celebra a Missa Crismal para benzer os Óleos que se hão-de usar durante todo o
ano : * O
Óleo dos Catecúmenos, usado no Baptismo das crianças e no catecumenato dos
adultos. * O
Óleo do Crisma, usado no Baptismo e na Confirmação.
* O Óleo dos enfermos, usado na administração da Unção dos Enfermos.
É um rito próprio do Bispo, como sucessor dos Apóstolos e o primeiro servidor
da Igreja local, em volta do qual se reúnem, para com ele celebrar a
Eucaristia, os Sacerdotes dos diversos lugares e ministérios da Diocese, numa
prova de unidade eclesial.
Através dos Santos Óleos, por ele benzidos nesta Missa Crismal e pelos
sacerdotes levados para todas as Paróquias, o Bispo "fundamento e unidade
da sua Diocese" (LG 23), estará presente no Baptismo, na Confirmação e na
Unção dos Enfermos.
Unidos no Único Sacerdócio de Jesus Cristo, Bispos e Sacerdotes são, porém,
simples instrumentos, "servos do Ministério".
Quem, por intermédio deles, age na Igreja, é o Espírito de Jesus, o Espírito
Santo, como o sublinha toda a Liturgia da Missa Crismal.
Renovando, na Missa Crismal, o seu compromisso de serviço à comunidade dos
crentes, os Sacerdotes reafirmam o seu desejo de fidelidade ao Espírito Santo,
que receberam com a imposição das mãos.
O Bispo deve ser considerado como sumo sacerdote do seu rebanho, de quem deriva
e depende, de algum modo, a vida dos seus fiéis em Cristo.
A Missa do Crisma, que o Bispo concelebra com os presbíteros das diversas
regiões da Diocese, e durante a qual consagra o Santo Crisma e benze os outros
Óleos, é considerada uma das principais manifestações da plenitude do
sacerdócio do Bispo e sinal da íntima união dos presbíteros com ele.
Com efeito, é com o Santo Crisma consagrado pelo Bispo que os recém-baptizados
são ungidos e, depois, confirmados.
Com o Óleo dos Catecúmenos são preparados e dispostos os Catecúmenos para o
Baptismo.
Finalmente, com o Óleo dos Enfermos, são aliviados os doentes nas suas
enfermidades. (cf. Missal popular).
No fim da Missa Crismal, ou em qualquer outra altura, os Párocos levam para as
suas Paróquias, uma certa porção destes Óleos para a administração dos respetivos
Sacramentos durante todo o ano, a começar na Vigília Pascal.
TRÍDUO PASCAL
Aos
últimos três dias da Semana Santa, chama-se Tríduo Pascal, isto é, Quinta-Feira
Santa, Sexta-Feira Santa e Sábado santo.
Originariamente, não havia a celebração da Semana Santa.
A Páscoa era celebrada no contexto de um só dia : a Vigília Pascal que começava
ao pôr do sol de Sábado e continuava até ao fim do primeiro dia da semana, o
Domingo. No
século V, o Mistério Pascal ficou fragmentado em várias peças, por influências
de Jerusalém.
O núcleo chamou-se "Tríduo Sagrado" : de Sexta-Feira até à manhã de
Domingo, em memória da Morte, Sepultura e Ressurreição.
Mais tarde foi acrescentada a Quinta-Feira porque os dias eram contados a
partir da véspera de Sexta-Feira.
Com o
fim das perseguições aos Cristãos, o imperador cristão proibiu toda a espécie
de entretenimento durante esta semana e daqui saiu a tradição de que todos os
prisioneiros deviam ser perdoados.
Os três dias de Quinta-Feira, Sexta-Feira e Sábado da Semana Santa foram
considerados como dias santos.
Desde então a Igreja celebra o Mistério das salvação, nas suas três fases
(Paixão, Morte e Ressurreição), no decorrer de três dias, que constituem o
ponto culminante do Ano Litúrgico.
Este Tríduo Pascal começa com a Missa Vespertina de Quinta-Feira Santa, tem o
seu momento mais alto na Vigília Pascal e termina com as Véspera do Domingo da
Ressurreição.
Deste
modo, não podemos identificar a Páscoa apenas com o Domingo da
Ressurreição.
Isso seria mutilar uma realidade extremamente rica e reduzir-lhe as dimensões.
"O plano divino da Salvação em Cristo não pode fragmentar-se, mas deve ser
considerado como um todo único".
Compreende-se, portanto, a importância deste Tríduo Pascal, quer na liturgia,
quer na vida da Igreja.
Dele derivam todas as outras solenidades, que não são senão reflexos, ecos
deste Acontecimento salvífico, de modo que o culto cristão é um culto pascal.
Nele tem o seu centro de convergência e de irradiação a vida da Igreja, pois
"o Mistério cristão culmina e compendia-se no Mistério Pascal, que dá
cumprimento à História da Salvação e à missão de Israel, enquanto inaugura, com
os tempos messiânicos, a existência histórica da Igreja".
O Tríduo Pascal, pelo qual se aplica aos homens a perene eficácia do Mistério
da Redenção, deve ser vivido plenamente.
Nestes
três dias, unidos ao Salvador, devemos percorrer o seu itinerário, tornando-nos
solidários com Ele na Paixão e na Morte, para o sermos também na Ressurreição.
Diz o Catecismo da Igreja Católica :
1168. -
Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da
Ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Ininterruptamente,
dum lado e doutro desta fonte, o ano é transformado pela Liturgia. É realmente
"ano da graça do Senhor". A economia da salvação realiza-se no quadro
do tempo; mas a partir da sua concretização na Páscoa de Jesus e da infusão do
Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pre-gustado, e o Reino de Deus
entra no nosso tempo.
Antes da Reforma da Liturgia, o tempo da Quaresma terminava com a Vigília
pascal.
Paulo VI nas Normas Gerais do Calendário e Ano Litúrgico, a respeito da
Quaresma, estabeleceu :
-"A Quaresma começa com a Quarta-Feira
de Cinzas e termina com a Missa de Quinta-Feira Santa”.(28).
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