BOM DIA EVANGELHO
13 DE
JUNHO DE 2019
QUINTA-FEIRA | 10ª SEMANA DO TEMPO COMUM | COR: BRANCA | ANO C
Foto: Domínio Público -REDAÇÃO CENTRAL, 12 Jun. 19 / 06:00 pm (ACI).- Nesta
quinta-feira, 13 de junho, será celebrado Santo Antônio, um dos santos
lembrados durante as tradicionais festas juninas, as quais são comemorações que
se apresentam enraizadas na cultura e no folclore; porém, tanto em sua origem
como expressões, são uma rica demonstração da religiosidade popular brasileira.
Além
de Santo Antônio, as festas juninas recordam ainda São João Batista (cuja
natividade é celebrada em 24 de junho) e São Pedro (29 de junho). Neste
sentido, ACI Digital
traz um pequeno elenco de aspectos religiosos destas comemorações:
Origem
Apesar
de terem se tornado características do Nordeste brasileiro, as festas juninas
tiveram origem na Europa. Na Antiguidade, celebrava-se nesta época do ano
deuses pagãos que seriam responsáveis pelo clima – já que neste período ocorre
o solstício de verão no hemisfério norte – e pelas boas colheitas.
Com
o passar dos anos, quando o catolicismo foi se tornando religião predominante
na região, foram incorporadas algumas festas pagãs, que passaram a ter caráter
religioso e ajudavam a propagar a fé. Essas festas, então, passaram a se chamar
“joaninas”, em homenagem a São João. A tradição chegou ao Brasil com os
portugueses.
Instrumento de catequese
Quando
os jesuítas chegaram ao Brasil, no século XVI, trouxeram a tradição das festas
religiosas e perceberam que isso ajudava na missão de catequizar.
Além
disso, notaram que as festas juninas coincidiam com o período em que os índios
faziam seus rituais pela fertilidade do campo e essa também passou a ser uma
festividade para a agradecer pela fartura das colheitas, reforçar os laços
familiares e rezar para que a próxima colheita fosse farta.
Em
razão da época propícia para a colheita do milho, as comidas feitas deste
cereal integram a tradição, como a canjica e a pamonha.
Influências de outros países
As
quadrilhas são inspiradas nas danças marcadas dos nobres franceses, de onde vem
os gritos “Anavam! Anarriê!”, que, na verdade, seriam os comandos “En avant” e
“En arriere”, que em francês significam ir para frente e para trás.
Dos
espanhóis e portugueses, veio a dança de fitas. E até mesmo os chineses
influenciaram esses festejos, com os fogos de artifício, pois, segundo consta,
foi na China que teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de
fogo. Nas festas juninas, os fogos passaram a ter um sentido próprio. De acordo
com a tradição, seriam fogos para “acordar São João”.
Fogueira
Segundo
a tradição, essa prática remeteria a um acordo feito entre Maria e sua prima
Isabel. Esta teria que acender uma fogueira no topo de um monte para avisar sua
prima que seu filho, João, havia nascido.
Ceia de São João
Na
véspera do dia de São João, muitos no Nordeste do Brasil vão se reunir em
família, com vizinhos e amigos para a tradicional ceia junina. Essa prática
remete à ceia natalina, realizada na véspera do Natal esperando o nascimento do Menino
Jesus. No caso da ceia junina, espera-se pelo nascimento de João Batista.
Santo Antônio
Ficou
conhecido como santo casamenteiro, ao qual as mulheres recorrem quando desejam
encontrar um marido. Segundo consta, esse título se deve a um fato: uma jovem
pobre teria pedido a benção do então Frei Antônio porque não conseguia realizar
o casamento por causa da baixa condição financeira de sua família, que não
teria dinheiro para pagar o dote, as vestimentas e o enxoval. O Frei Antônio
teria abençoado a moça e pedido que confiasse. Passados alguns dias, a mulher
teria recebido tudo o que precisava e conseguiu se casar.
Santo
Antônio também é considerado “padroeiro dos pobres”, invocado diante de
situações difíceis. Morreu em 13 de junho de 1231 e foi canonizado em 13 de
maio de 1232 pelo Papa Gregório IX, na canonização mais rápida da história. A
profundidade de seus textos doutrinários fez com que em 1946 o Papa Pio XII o
declarasse doutor da Igreja.
São João Batista
É
muitas vezes confundido com João evangelista. João Batista era filho do
sacerdote Zacarias e de Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. Anunciou o
nascimento do prometido Messias, Jesus Cristo, “preparando os caminhos do
Senhor”. Ele batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão. Além do
próprio Jesus e de Nossa Senhora, é o único santo do qual a Igreja celebra o
nascimento.
São Pedro
Conhecido
como o santo que tem as chaves do céu. Segundo as sagradas Escrituras, Jesus
confiou “as chaves do céu” a Pedro, ou seja, foi dada a este Santo, a
autoridade de pastorear a Igreja, interligando-a ao céu. Seu sucessor é o Papa.
Em
artigo publicado em 2015, o Arcebispo de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler,
abordou também o tema das origens das festas e chamou a atenção para esses
aspectos. O prelado assinalou os sinais de fé que se podem observar nessas
comemorações, principalmente tendo-se em vista os santos comemorados.
“A
religiosidade popular que se expressa de forma tão humana e bela, tão simples e
rica nas festas juninas pode ser expressão de um desejo latente profundo na
alma de nossa gente que busca um mundo melhor, marcado por paz, fraternidade e
justiça, e por isso não cansa de lutar para superar todo tipo de dificuldades
(Santo Antônio); empenha-se por cooperar na preparação de caminhos em vista de
um mundo um pouco melhor para as novas gerações (São João); e deseja um
fundamento firme sobre o qual possa construir um futuro promissor, a partir de
um projeto claro de nação (São Pedro)”.
ORAÇÃO: Querido
Santo Antônio, tu que és o protetor dos enamorados, olha para mim, para a minha
vida, para os meus anseios. Defende-me dos perigos, afasta de mim os fracassos,
as desilusões, os desencantos. Fazei com que eu seja realista, confiante, digno
e alegre. Que eu encontre um amor que me agrade, seja trabalhador, virtuoso e
responsável. Que eu saiba caminhar para o futuro e para a vida a dois com as
disposições de quem recebeu de Deus uma vocação sagrada e um dever social. Que
meu amor seja feliz e sem medidas. Que todos os enamorados busquem a mútua
compreensão, a comunhão de vida e o crescimento na fé. Assim seja. Amém!
Mateus 5,20-26
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
5 20 Disse Jesus: “Se vossa justiça não for maior que a
dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus.
21 Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem
matar será castigado pelo juízo do tribunal.
22 Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão
será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: ‘Raca’, será
castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: ‘Louco’, será condenado
ao fogo da geena.
23 Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar
e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro
reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto
estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz
te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão.
26 Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o
último centavo”.
Palavra da
Salvação.
Comentário do Evangelho
A RECONCILIAÇÃO NECESSÁRIA
A busca do espírito da Lei levou Jesus a reinterpretar os mandamentos do
Decálogo. O mandamento de não matar, na perspectiva de Deus, vai além do gesto
material de tirar a vida física do próximo. E comporta a exigência de ter um
trato fraterno e respeitoso para com o semelhante. Implica não agredi-lo
verbalmente, de forma a desmoralizá-lo e fazê-lo perder a boa fama. Existe,
pois, uma maneira de matar o próximo, sem privá-lo da vida física, também
abarcada pelo mandamento. O discípulo do Reino não pode ficar tranqüilo se, com
palavras e gestos inconsiderados, acaba por ferir o próximo.
O mandamento exige também o viver reconciliado com o próximo, como pré-condição
para uma correta relação com Deus. Uma oferenda só é agradável a Deus se, quem
a oferece, não guarda, em seu coração, ódio nem rancor contra o próximo.
Enquanto a reconciliação não for efetivada, a oferta não pode ser feita, porque
Deus não a aceitará.
Por outro lado, o processo de reconciliação não pode ser protelado
indefinidamente. Existe um tempo limite para fazê-lo. É preciso agir com
prontidão para não acabar nas mãos do juiz, Deus, que pedirá conta da ofensa
grave à sua Lei.
A reinterpretação dos mandamentos por parte de Jesus permite ao discípulo
tornar-se mais atilado no seu desejo de relacionar-se, corretamente, com Deus e
com o próximo.
SANTO DO DIA
SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA
Santo
Antônio de Pádua era português, nasceu em 1195, em Lisboa. De família muito
rica e da nobreza, ingressou muito jovem na Ordem dos Cônegos Regulares de
Santo Agostinho. Fez seus estudos filosóficos e teológicos em Coimbra e foi lá
também que se ordenou sacerdote. Nesse tempo, ainda estava vivo Francisco de
Assis e os primeiros frades dirigidos por ele chegavam a Portugal.
Empolgado
com o estilo de vida e de trabalho dos franciscanos, resolveu também ir pregar
no Marrocos. Entrou na Ordem, vestiu o hábito dos franciscanos e tomou o nome
de Antônio.
Entretanto,
seu destino não parecia ser o Marrocos. Por causa de algumas desventuras,
Antônio acabou desembarcando na Ilha da Sicília e de lá rumou para Assis, a fim
de se encontrar com seu inspirador e fundador da Ordem: Francisco.
Com apenas
vinte e seis anos de idade, foi eleito Provincial dos franciscanos do norte da
Itália, mas não ficou nesta função por muito tempo. Seu desejo era pregar e
rumou pelos caminhos da Itália setentrional, praticando a caridade,
catequizando o povo simples, dando assistência espiritual aos enfermos e
excluídos e até mesmo organizando socialmente essas comunidades. Pregava contra
as novas formas de corrupção nascidas do luxo e da avareza dos ricos e
poderosos das cidades, onde se disseminaram filosofias heréticas.
Após as
pregações da Quaresma de 1231, sentiu-se cansado e esgotado. Precisava de
repouso. Resolveram levá-lo para Pádua, mas Antônio faleceu na viagem. Era dia
13 de junho de 1231 e Antônio tinha apenas 36 anos de idade.
Ele é
venerado popularmente por ajudar a arranjar casamentos. No Brasil, ele é
homenageado numa das festas mais alegres e populares, as festas juninas.
Antônio é também conhecido pelos seus milagres.(Colaboração: Padre Evaldo
César de Souza, CSsR)
REFLEXÃO : Homem de oração, Santo Antônio se tornou santo porque dedicou toda a sua
vida para os mais pobres e para o serviço de Deus. Diversos fatos marcaram a
vida deste santo, mas um em especial era a devoção à Maria. Em sua pregação e
em sua vida, a figura materna de Maria estava presente. Santo Antônio
encontrava em Maria além do conforto a inspiração de vida. O seu culto tem sido
objeto de grande devoção popular e é difundido por todo o mundo.
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