Papa Francisco. Crédito: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Vaticano, 04 Jun.
19 / 05:00 pm (ACI).- O Papa Francisco afirmou nesta
terça-feira, 4 de junho, que a injustiça e a falta de oportunidades,
especialmente para os mais pobres e mais vulneráveis, é uma forma silenciosa de
violência.
"A injustiça e
a falta de oportunidades tangíveis e concretas por trás de tanta análise
incapaz de se colocar nos pés dos outros – e não digo sapatos, porque em muitos
casos estas pessoas não têm –, também é uma forma de gerar violência:
silenciosa, mas violência”, disse o Papa Francisco, na Cúpula Pan-americana de
Juízes, promovida pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que começou
ontem no Vaticano com o tema: “Direitos Sociais e Doutrina Franciscana”.
O Papa Francisco
destacou em seu discurso o desejo que tem de ser capaz de "garantir que a
justiça, e especialmente a justiça social, possa chegar a todos".
O Pontífice disse
aos juízes presentes que sua missão "lhes pede que se consagrem ao serviço
da justiça e do bem comum com o chamado constante a que os direitos das pessoas
e, especialmente, dos mais vulneráveis, sejam respeitados e garantidos. Desta
forma, vocês ajudam os Estados a não renunciarem a sua função mais elevada e
primária: encarregar-se do bem comum de seu povo".
Depois de encorajar
a trabalhar para superar a exclusão, a segregação e a desigualdade, o Papa
Francisco explicou que vivemos "um tempo de crises – de riscos, perigos e
oportunidades – no qual se verifica um paradoxo: por um lado, um
desenvolvimento normativo fenomenal, por outro lado, uma deterioração no gozo
efetivo dos direitos consagrados mundialmente”.
"Além disso,
cada vez e com mais frequência, as sociedades adotam formas anômicas de fato,
especialmente em relação às leis que regulam os direitos sociais, e o fazem com
diferentes argumentos: déficits orçamentários, impossibilidade de generalizar
benefícios ou caráter programático em vez de operativo dos mesmos".
O Santo Padre
lamentou que atualmente "se levantem vozes, especialmente de alguns
‘doutrinários’, que tentam ‘explicar’ que os direitos sociais já são ‘velhos‘,
passaram de moda, e não têm nada para contribuir com nossas sociedades. Desta
forma, confirmam políticas econômicas e sociais que levam nossos povos à
aceitação e justificação da desigualdade e da indignidade".
Francisco disse
também que a injustiça social foi "naturalizada e, portanto, tornou-se
invisível, que só a recordamos ou reconhecemos quando 'alguns fazem barulho nas
ruas' e são rapidamente identificados como perigosos ou irritantes, acaba
silenciando uma história de postergações e esquecimentos".
"Não há
democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça na
inequidade. Quantas vezes a igualdade nominal de muitas de nossas declarações e
ações não faz nada além de esconder e reproduzir uma desigualdade real e
subjacente e revela que está diante de uma possível ordem fictícia",
continuou.
O Santo Padre
ressaltou a importância de que "as pessoas que chegam aos seus escritórios
e mesas de trabalho sintam que vocês chegaram nelas antes, conhecem-nas e as
compreendem em suas situações particulares, mas especialmente reconhecendo-as
em sua plena cidadania e em seu potencial de serem agentes de mudança e
transformação”.
O Papa Francisco
incentivou a formar os operadores jurídicos desde o início com o contato real
com as realidades às quais servirão, para gerar uma “cultura do encontro”.
O Pontífice também
denunciou a "lawfare" ou a chamada "guerra jurídica" que
procura prejudicar um oponente ou paralisá-lo. Além de colocar a democracia em
risco, disse o Papa, “geralmente é utilizada para minar os processos políticos
emergentes e propender para a violação sistemática dos direitos sociais”.
"Para garantir
a qualidade institucional dos Estados, é fundamental detectar e neutralizar
este tipo de práticas que resultam de uma atividade judicial imprópria em
combinação com operações multimidiáticas paralelas", continuou.
O Papa Francisco
alertou os juízes para a possibilidade de que, "em muitos casos, a defesa
ou a priorização dos direitos sociais sobre outros tipos de interesses, os
levará a enfrentar-se não apenas com um sistema injusto, mas também com um
poderoso sistema de comunicação do poder, que com frequência distorcerá o
alcance de suas decisões, questionará até mesmo sua honestidade e também sua probidade".
"É uma batalha
assimétrica e erosiva na qual, para vencer, é necessário manter não apenas a
força, mas também a criatividade e uma elasticidade adequada. Quantas vezes os
juízes e juízas enfrentam na solidão as muralhas da difamação e do opróbio!
Quando não a da calúnia", continuou.
Para concluir, o
Papa Francisco disse que os juízes são "poetas sociais” quando “não têm
medo de ser ‘protagonistas na transformação do sistema judicial baseado no
valor, na justiça e na primazia da dignidade da pessoa humana’ sobre qualquer
outro tipo de interesse ou justificação".
ORAÇÃO
Deus eterno e todo-poderoso, que
destes a São Bonifácio a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos,
por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades, e correr ao
encontro de Vós que sois a nossa vida. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!
EVANGELHO
(JO 17,11B-19)
(JO 17,11B-19)
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos
para o céu e rezou, dizendo: 11b“Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que
me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12Quando eu estava
com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu guardei-os e nenhum
deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura.
13Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo,
para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14Eu lhes dei
a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não
sou do mundo. 15Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do
Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. 17Consagra-os na
verdade; a tua palavra é verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, assim também
eu os enviei ao mundo. 19Eu me consagro por eles, a fim de que eles também
sejam consagrados na verdade”.
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
Comentário do evangelho
São Bonifácio, nascido no ano
de 673, foi monge e grande missionário entre os povos germânicos. Como bispo
agiu com solicitude pastoral, realizando sínodos e fazendo adaptações jurídicas
do Direito Canônico, conforme a realidade cultural dos povos nórdicos.
Exatamente no dia de Pentecostes, quando celebrava com o povo, assaltantes
invadiram a igreja e degolaram a Bonifácio. Cumpriu sua missão e deixou-nos o
exemplo de seguimento fiel a Cristo. Que ele nos ajude a testemunhar a verdade
do Reino. Oração
Interceda
por nós, ó Deus, o mártir São Bonifácio, para que guardemos fielmente e
proclamemos em nossas obras a fé que ele ensinou com a sua palavra e
testemunhou com seu sangue. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
SANTO DO DIA
SÃO BONIFÁCIO
Se chamava Winfrido. Nasceu em
672 e pertencia a uma rica família de nobres ingleses. Como era o costume da
época, foi entregue ao mosteiro dos beneditinos ainda na infância para receber
boa educação e formação religiosa. Logo percebeu que sua vocação era o
seguimento de Cristo. Aos dezenove anos professou as regras na abadia,
iniciando o apostolado como professor.
Em seguida decidiu iniciar seu
trabalho missionário para a evangelização dos povos da Alemanha. Em 718 fez uma
peregrinação à Roma onde conseguiu o apoio do Papa Gregório II para reiniciar
sua missão na Alemanha. Além disso, o Papa o orientou também a assumir, como
missionário, o nome de Bonifácio, célebre mártir romano.
Durante três anos percorreu quase
toda a Alemanha e, numa segunda viagem à Roma, o Papa o nomeou bispo de Mainz.
Bonifácio fundou o mosteiro de Fulda, centro propulsor da cultura religiosa
alemã e muitos outros mosteiros masculinos e femininos. Acabou estendendo sua
missão até a França.
No dia 05 de junho de 754 foi ao
encontro de um grande grupo de catecúmenos, que receberiam o Crisma. Mal
iniciou a Santa Missa o local foi invadido por um bando de pagãos frísios. Os
cristãos foram todos trucidados e Bonifácio teve a cabeça partida ao meio por
um golpe de espada.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
REFLEXÃO:
São Bonifácio iniciou a evangelização
da Alemanha e lançou as bases para a completa cristianização das terras
germânicas. São Bonifácio é venerado como o "Apostolo da Alemanha",
seu corpo foi sepultado na igreja do mosteiro de Fulda, que ainda hoje o
conserva, pois em vida havia expressado essa vontade. Que este santo inspire
nossos ideais missionários.
tjl@
- acidigital.com – a12.com – domtotal.com
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