quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 29 DE DEZEMBRO DE 2023

 

BOM  DIA EVANGELHO


29 DE DEZEMBRO DE 2023 - Natal: 29 de Dezembro

Oração: Senhor, dai-nos, por intercessão de São Tomás Becket, defensor intrépido dos Vossos direitos, a coragem de jamais confundir o legítimo respeito ao próximo com o pecaminoso “respeito humano” que levou, por exemplo, Pilatos a condenar Jesus à morte, mesmo sabendo-O inocente, apenas para não desagradar a interesses mundanos. Pelo mesmo Jesus Cristo Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 2,22-35):

E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor”. Para tanto, deviam oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, como está escrito na Lei do Senhor.
Ora, em Jerusalém vivia um homem piedoso e justo, chamado Simeão, que esperava a consolação de Israel. O Espírito do Senhor estava com ele. Pelo próprio Espírito Santo, ele teve uma revelação divina de que não morreria sem ver o Ungido do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao templo para cumprirem as disposições da Lei, Simeão tomou-o nos braços e louvou a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo».
O pai e a mãe ficavam admirados com aquilo que diziam do menino. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe: «Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição — e a ti, uma espada traspassará tua alma! — e assim serão revelados os
pensamentos de muitos corações».

«Agora, Senhor, deixas (...) teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação» - Chanoine Dr. Daniel MEYNEN(Saint Aubain, Namur, Blgica)

Hoje, 29 de dezembro, celebramos o santo Rei Davi. Mas, é a toda a família de Davi que a Igreja quer honrar e especialmente ao mais ilustre de todos eles: a Jesus, o Filho de Deus, Filho de Davi! Hoje, nesse eterno “hoje” do Filho de Deus, a Antiga Aliança do tempo do Rei Davi realiza-se e cumpre-se em toda sua plenitude. Pois, como relata o Evangelho de hoje, o Menino Jesus é apresentado ao Templo por seus pais para cumprir com a Antiga Lei: «E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Lc 2,22-23).
Hoje, eclipsa-se a velha profecia para dar passo à nova: Aquele, a quem o Rei Davi tinha anunciado ao entonar seus salmos messiânicos, entrou por fim no Templo de Deus! Hoje é o grande dia em que aquele que São Lucas chama Simeão logo abandonará este mundo de obscuridade para entrar na visão da Luz eterna: «Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo» (Lc 2,29-32).
Também nós, que somos o Santuário de Deus em que seu Espírito habita (cf. 1Cor 3,16), devemos ficar atentos para receber a Jesus no nosso interior. Se hoje temos a fortuna de comungar, peçamos a Maria, a Mãe de Deus que interceda por nós ante seu Filho: que morra o homem velho e que novo homem (cf) Col 3,10) nasça em todo nosso ser, a fim de converter-nos nos novos profetas, os que anunciem ao mundo inteiro a presença de Deus três vezes, Pai, Filho e Espírito Santo!
Como Simão, sejamos profetas pela morte do “homem velho”! Como disse o Papa João Paulo II «a plenitude do Espírito de Deus vem acompanhada (...) antes que nada pela disponibilidade interior que provém da fé. Disso, o ancião Simeão “homem justo e piedoso”, teve a intuição no momento da apresentação de Jesus no Templo».

São Tomás Becket - Localização: Londres, Inglaterra

Em Londres, no ano de 1118, nasceu Tomás. Desde muito novo, foi encaminhado para a carreira eclesiástica; formado na Abadia de Merton, frequentou depois a Universidade de Bolonha, destacando-se pelas qualidades intelectuais. Colocou-se à disposição do Arcebispo de Cantuária, quando Henrique II, novo rei da Inglaterra, o escolheu para Grão Chanceler do reino. Na corte, embora sem levar vida leviana, Tomás acompanhava o rei em muitas coisas, como caçadas de diversão, e mantinham boa amizade. Em 1162 Henrique indicou Tomás para a vacante sede primacial de Cantuária, com o objetivo de, através do amigo, governar também a Igreja, na Inglaterra. Tomás o avisa de que, como Bispo, iriam se opor, pois não pretendia ceder a ele os direitos da Igreja. Ainda assim, recebeu a sagração episcopal, e, a partir deste momento, mudou radicalmente de conduta. Passou a ter vida pessoal austera e a cuidar dos pobres. Contudo, a princípio, acabou por aprovar, com outros bispos, decretos abusivos de Henrique – na época, a ingerência dos príncipes nas escolhas para os cargos na Igreja não havia acabado. Tendo o Papa recusado as pretensões do rei inglês, Tomás, arrependido de sua fraqueza, começou a se penitenciar duramente. O Papa o animou e desde então Tomás passou a defender intransigentemente a Igreja contra o soberano. Isto levou a um clima de crescente conflito, obrigando Tomás a fugir e permanecer quatro anos na França. Voltou à Inglaterra a pedido do Papa e do rei da França a Henrique; este esperava agora um arcebispo submisso… mas Tomás continuou defendendo a Igreja. Agastado, o rei chegou a dizer: “Malditos sejam os que vivem do meu pão e não me livram deste padre insolente”. Quatro cavaleiros interpretaram estas palavras como uma ordem de assassinato, e a 29 de dezembro de 1170, à tarde, procuraram Tomás na Cantuária, exigindo sua submissão ao rei. Ele se recusou e, na catedral, disse-lhes: “Morro de boa vontade por Jesus e pela Santa Igreja”. Foi morto então por suas espadas.

Reflexão: Desde o seu início a Igreja sofreu todo tipo de pressão de governos que pretenderam conduzi-la de acordo com seus próprios interesses, e não os de Cristo. Ainda hoje é assim, e em diversos países há modos particulares de pressão sobre o Corpo Místico de Cristo. Sempre haverá, contudo, os seus santos defensores, suscitados por Deus na Sua Providência, pois “...as portas do inferno não prevalecerão sobre ela”, a Igreja (Mt 16,18). A questão é como cada fiel, diante destas realidades diárias, se posiciona. É sempre preciso escolher entre a defesa intransigente do próprio Corpo do qual somos membros, ou permitir que ele seja mutilado – muitas vezes em nós mesmos… mas agindo assim somos cortados da Videira que é Cristo, e estes ramos Dele separados perecerão queimados (cf. Jo 15,4-6).

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 28. DEZEMBRO. 023

 

BOM DIA EVANGELHO


28 DE DEZEMBRO DE 2023 - SANTOS INOCENTES, mártires - Festa

Oração: Deus Pai de infinita bondade, protegei-nos dos perigos e males deste mundo, e por intercessão dos Santos Inocentes, defendei-nos da morte eterna, de modo que, por Vós e para manter a nossa pureza, não hesitemos em enfrentar a espada nesta vida como garantia de nascer para a Vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e pelas mãos de Maria Vossa e nossa Mãe. Amém.

1.ª Carta de São João 1,5-10.2,1-2.

Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é luz e nele não há trevas.
Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
Mas se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a maldade.
Se dissermos que não pecamos, fazemos dele um mentiroso e a sua palavra não está em nós.
Meus filhos, escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai.
Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.

Livro dos Salmos 124(123),2-3.4-5.7b-8.

Se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.

As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.

Quebrou-se a armadilha e nós ficámos livres.
A nossa proteção está no nome do Senhor,
que fez o céu e a Terra.

Evangelho segundo São Mateus 2,13-18.

Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egito e fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar».
José levantou-se de noite, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egito
e ficou lá até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pelo Profeta: «Do Egito chamei o meu filho».
Quando Herodes percebeu que fora iludido pelos Magos, encheu-se de grande furor e mandou matar em Belém e no seu território todos os meninos de dois anos ou menos, conforme o tempo que os Magos lhe tinham indicado.
Cumpriu-se então o que o profeta Jeremias anunciara, ao dizer:
«Ouviu-se uma voz em Ramá, lamentos e gemidos sem fim: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles já não existem».(Tradução litúrgica da Bíblia)

Eusébio Galicano (século V) - monge, bispo - Sermão 219; PL 39, 2150

«Onde está o Rei dos judeus, que acaba de nascer?» (Mt 2,2)

Herodes, o rei traidor, enganado pelos magos, envia os seus esbirros a Belém e arredores, com ordem de matarem todas as crianças com menos de dois anos. [...] Nada, porém, conseguiste obter, bárbaro cruel e arrogante: podes fazer mártires, mas não conseguirás encontrar a Cristo. O infeliz tirano estava convencido de que o advento do Senhor, nosso Salvador, o faria cair de seu trono real. Mas não foi assim, pois Cristo não tinha vindo usurpar a glória de outro, mas ofertar-nos a sua. Ele não tinha vindo apoderar-Se de um reino terreno, mas dar-nos o Reino dos Céus. Ele não tinha vindo roubar dignidades, mas sofrer injúrias e sevícias. Ele não tinha vindo preparar a sagrada cabeça para um diadema de pedrarias, mas para uma coroa de espinhos. Ele não tinha vindo para Se instalar gloriosamente acima dos cetros, mas para ser ultrajado e crucificado. Ao nascimento do Senhor, «o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele» (Mt 2,3). Não é de espantar que a impiedade se perturbe com o nascimento da bondade. Eis que um homem que domina exércitos se assusta diante de uma criança deitada numa manjedoura, um rei orgulhoso treme diante do humilde, aquele que se veste de púrpura receia um pequenino envolto em panos. [...] Fingiu querer adorar Aquele que procurava destruir (Mt 2,8). Mas a Verdade não receia as emboscadas da mentira. [...] A traição não consegue encontrar a Cristo, porque não é pela crueldade, mas pelo amor, que se deve procurar a Deus, que vive e reina pelos séculos dos séculos. Ámen.

Santos Inocentes - MÁRTIRES, SÉC. I

A Igreja honra como mártires este coro de crianças vítimas do terrível e sanguinário rei Herodes, arrancadas dos braços das suas mães para escrever com o seu próprio sangue a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e merecer a glória eterna segundo a promessa de Jesus: "Quem perder a vida por amor a mim há-de encontrá-la." Para eles a liturgia repete hoje as palavras do poeta Prudêncio: "Salvé, ó flores dos mártires, que na alvorada do cristianismo fostes massacrados pelo perseguidor de Jesus, como um violento furacão arranca as rosas apenas desabrochadas! Vós fostes as primeiras vítimas, a tenra grei imolada, num mesmo altar recebestes a palma e a coroa."
O episódio é narrado somente pelo evangelista Mateus, que se dirigia principalmente aos leitores hebreus e, portanto, tencionava demonstrar a messianidade de Jesus no qual se realizaram as antigas profecias: "Quando Herodes descobriu que os sábios o tinham enganado ficou furioso. Mandou matar em Belém e nos arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo que ele tinha apurado pelas palavras dos sábios. Foi assim que se cumpriu o que o profeta Jeremias tinha dito: Em Ramá se ouviu um grito: coro amargo, imensa dor. É Raquel a chorar os seus filhos; e não quer ser consolada, porque eles já não existem."
A origem desta festa é muito antiga. Aparece já no calendário cartaginês do século IV e cem anos mais tarde em Roma no Sacramentário Leonino. Hoje, com a nova Reforma Litúrgica, a celebração tem um carácter jubiloso e não mais de luto, como o era antigamente, e isto em sintonia com os simpáticos costumes medievais, que celebravam nestas circunstâncias a festa dos meninos do coro e do serviço do altar. Entre as curiosas manifestações temos aquela de fazer descer os cónegos dos seus lugares ao canto do versículo: "Depôs os poderosos do trono e exaltou os humildes."
Deste momento em diante, os meninos, revestidos das insígnias dos cónegos, dirigiam todo o ofício do dia. A nova liturgia, embora não querendo ressaltar o carácter folclórico que este dia teve no curso da história, quis manter esta celebração elevada ao grau de festa por São Pio V, muito próxima da festa do Natal. Assim, colocou as vítimas inocentes entre os companheiros de Cristo para circundar o berço de Jesus Menino de um coro gracioso de crianças vestidas com as cândidas vestes da inocência, pequena vanguarda do exército de mártires que testemunharão com o sangue a sua pertença a Cristo.

Reflexão: A loucura do ser humano, ao se afastar de Deus, o leva a atos absurdos, maus e inúteis. O desejo das coisas deste mundo em detrimento da vida futura provoca os pecados mais graves e cega totalmente o Homem para o seu verdadeiro fim, de acordo com a sua origem das mãos de Deus e destinação à plenitude da vida infinita, participando da intimidade e condição divinas. Sem saber ao certo de onde vem, e para que existe, o Homem não sabe para onde deve ir, nem como lá chegar… por isso é tão fundamental a ordem de Jesus aos Apóstolos e a todos nós, “Ide e pregai o Evangelho a todos os povos” (Mc 16,15).

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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 27. DEZ. 023

 

BOM DIA EVANGELHO


27 DE DEZEMBRO  DE 2023 - 27 de dezembro: São João, apóstolo e evangelista

Oração: Ó Deus e Pai de Amor, dai-nos pela poderosa intercessão de São João Evangelista a graça de conviver e crescer sempre mais na Vossa intimidade, para que possamos, como ele, ser modificados totalmente em nossas almas, amando-Vos como de fato mereceis, e assim escrevermos em nossas vidas o amor concreto aos irmãos, único meio de merecer a Vossa comunhão total no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Jo 20,2-8): 

Maria Madalena saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava. Disse-lhes: «Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram». Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais depressa, chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu.

«Viu e creu» - Rev. D. Manel VALLS i Serra(Barcelona, Espanha)

Hoje, a liturgia celebra a solenidade de são João, apóstolo e evangelista. Ao dia seguinte de Natal, a Igreja celebra a festa do primeiro mártir da fé cristã: são Estevão. E ao dia seguinte, a festa de são João, aquele que melhor e mais profundamente penetra no mistério do Verbo encarnado, o primeiro "teólogo" e modelo de tudo verdadeiro “teólogo”. A passagem do seu Evangelho que hoje se propõe ajuda-nos a contemplar o Natal desde a perspectiva da Ressurreição do Senhor. Por isso, João, ao chegar até o túmulo vazio, «viu e creu» (Jo 20,8). Confiados na testemunha dos Apóstolos, nos vemos movidos em cada Natal a "ver" e "crer".
Cada um pode reviver esses "ver" e "crer" a propósito do nascimento de Jesus, o Verbo encarnado. João movido pela intuição do seu coração —e, deveríamos acrescentar pela "graça"— "vê mais além do que seus olhos naquele momento podem contemplar. Na realidade, se ele crê, vê sem "ter visto" ainda a Cristo, com o qual já tem implícita a louvação para aqueles que «não viram, e creram!» (Jo 20,29), com o qual acaba o capítulo do seu Evangelho.
Pedro e João "correm" juntos até o túmulo, mais o texto nos diz que João «o outro discípulo correu mais depressa, chegando primeiro ao túmulo» (Jo 20,4). Parece como se João desejasse mais estar ao lado de Aquele que amava —Cristo— do que estar fisicamente ao lado de Pedro, ante o qual, porém —com um gesto de esperá-lo e que seja ele quem entre primeiro ao túmulo— demonstra que é Pedro quem tem a primazia no Colégio Apostólico. Com tudo, o coração ardente, cheio de zelo, fervoroso de amor por João, é o que o leva a "correr" e "avançar", convidando-nos a viver igualmente a nossa fé com este desejo ardente de encontrar ao Ressuscitado.

São João Evangelista

João, filho de Zebedeu e Salomé, pescador na Galiléia, foi com Santo André o primeiro discípulo a se encontrar com Jesus. Nas listas dos Apóstolos, sempre aparece com Tiago, seu irmão, imediatamente depois de Pedro e André. E, juntamente a Pedro e Tiago, é privilegiado por estar presente nos momentos mais solenes com Jesus: por exemplo, na ressurreição da filha de Jairo, na Transfiguração de Cristo no Monte Tabor, e na Sua agonia no Getsêmani. Além disso, João é o único Apóstolo na Crucifixão, aos pés do Cristo e ao lado de Maria, a Quem, por ordem de Jesus, acolheu em sua casa depois da morte e ressurreição do Senhor.  Era o mais jovem dos Apóstolos, virgem, e refere-se a si mesmo nos textos sagrados como “o discípulo que Jesus amava”. Sem dúvida Jesus mostrou por ele um carinho especial. Ao mesmo tempo, tinha temperamento ciumento, impulsivo e vingativo, como se mostra nas ocasiões onde pretendeu um lugar ao lado de Jesus na Sua glória (Mc 10,35-40), e quis matar alguns que não auxiliaram a Jesus (Lc 9,54). Apesar disso, tornou-se o Apóstolo do Amor, o que fica evidenciado nos seus escritos e nos relatos da Tradição a seu respeito. Após Pentecostes, os Atos dos Apóstolos registram a fundamental importância de João na consolidação da primeira comunidade cristã, na Judéia. Depois da dispersão dos Apóstolos por causa das perseguições, São João fundou comunidades e as firmou em diferentes localidades da Ásia Menor. Exilado pelo imperador Domiciano em Patmos, uma ilha árida e rochosa do Mar Egeu, ali escreveu o Apocalipse (significando “revelação de um grande acontecimento”, em Grego), último livro da Bíblia, onde registra o poder divino do Cordeiro sacrificado, Jesus, e as tribulações dos fiéis, o castigo dos maus e o triunfo final da Igreja, para confortar os cristãos na perseguição romana. (Uma profunda análise do Apocalipse, relacionando-o com o Sacrifício Eucarístico, está no livro “O Banquete do Cordeiro”, do autor Scott Hahn, altamentente recomendável). Mais tarde, em Éfeso, onde também acolheu Maria, seu zelo pastoral para com os primeiros núcleos cristãos o levou a escrever o quarto Evangelho e três Epístolas constantes do cânon bíblico (isto é, livros inspirados pelo Espírito Santo e por isso dignos de confiança). Este Evangelho, diferentemente dos outros três (os sinópticos, de Mateus, Marcos e Lucas), traz uma abordagem mais analítica e meditativa das ações de Jesus registradas nos demais, completando-os e os interpretando. As cartas evidenciam o amor de Deus e ao próximo. A Tradição conta que, já idoso, a pregação de João se resumia a dizer: “Amai-vos uns aos outros, pois nisto está toda a Lei de Deus”. O que é verdade. Foi o único Apóstolo que morreu de morte natural, não martirizado, o que não quer dizer que não tenha sofrido enormemente, também no físico, por causa dos trabalhos apostólicos e perseguições. Faleceu e foi sepultado em Éfeso, aos 90 anos.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: A cada filho Seu Deus ama de um modo único e especial. Jesus, humanamente, também tinha mais proximidade natural com uns do que com outros – por exemplo, João, Pedro e Lázaro Lhe eram mais íntimos. E isto não significa que estes não tivessem temperamentos difíceis: Pedro, impulsivo e inconstante, O negou três vezes… Mas todos os que se relacionam com Jesus acabam por santificar-se na convivência com Ele, e por isso João, antes ciumento e um tanto arrogante e vingativo, tornou-se o grande Apóstolo do Amor.

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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

BOM DIA EVANGELHO - 26. DEZEMBRO. 023


BOM DIA EVANGELHO


26 DE DEZEMBRO DE 2023 - 26 de dezembro: São Estevão, promártir

Oração: Deus Pai de amor eterno e providencial, que não expões Vossos filhos a provas que não podem vencer, dai-nos por intercessão de Santo Estevão, que teve a glória de ser o primeiro a derramar o sangue por fidelidade a Vós, a graça da firmeza na Fé, da humildade de pedir o Vosso socorro, e a caridade de corajosamente servir aos irmãos em quaisquer circunstâncias, para como ele chegarmos à glória que reservastes a quem Vos ama mais do que ao mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, coroado de espinhos, e do Imaculado Coração de Maria, trespassado pelas espadas dos nossos pecados. Amém.

Evangelho (Mt 10,17-22): 

Naquele tempo, Jesus disse aos Apóstolos: «Cuidado com as pessoas, pois vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Por minha causa, sereis levados diante de governadores e reis, de modo que dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele momento vos será dado o que falar, pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai falará em vós. O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo».

«Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão» - Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM(Barcelona, Espanha)

Hoje, mal acabámos de saborear a profunda experiência do Nascimento do Menino Jesus, muda o panorama litúrgico. Podíamos pensar que celebrar um mártir não combina com o encanto do Natal… O martírio de Sto. Estevão, que veneramos como protomártir do cristianismo, entra plenamente na teologia da Encarnação do Filho de Deus. Jesus veio ao mundo para derramar o seu Sangue por nós. Estevão foi o primeiro a derramar o seu sangue por Jesus. Lemos neste Evangelho como o próprio Jesus o anuncia: «Eles vos levarão aos seus tribunais e (…) sereis levados diante dos governadores e dos reis: servireis de testemunha» (Mt 10,17.18). Precisamente, “mártir” significa exactamente isto: testemunha.
Este testemunho de palavras e de obras dá-se graças à força do Espírito Santo: «O Espírito do vosso Pai (…) falará em vós» (Mt 10,19). Tal como lemos nos “Actos dos Apóstolos”, capítulo 7, Estevão, levado aos tribunais, deu uma lição magistral, percorrendo o Antigo Testamento, demonstrando que todo ele converge no Novo, na Pessoa de Jesus. N’Ele se cumpre tudo o que tinha sido anunciado pelos profetas e ensinado pelos patriarcas.
Na narrativa do seu martírio encontramos uma belíssima alusão trinitária: «Estevão, cheio do Espírito Santo, fitou o céu e viu a glória de Deus e Jesus de pé à direita de Deus» (Act 7,55). A sua experiência foi como uma antecipação da Glória do Céu. E Estevão morreu como Jesus, perdoando aos que o imolavam: «Senhor, não lhes leves em conta este pecado» (Act 7,60); rezou as palavras do Mestre: «Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34).
Peçamos a este mártir que saibamos viver como ele, cheios do Espírito Santo, a fim de que, fixando o olhar no céu, vejamos Jesus à direita de Deus. Esta experiência fará que gozemos já do céu, enquanto estamos na terra.

Santo Estevão

Estevão é intitulado protomártir por ter sido o primeiro a dar a sua vida pela fidelidade a Cristo. O relato histórico e inquestionável do seu martírio está escrito no livro dos Atos dos Apóstolos (cf. capítulos 6 e 7). Era jovem e foi eleito diácono, com a missão de ajudar na alimentação dos pobres e das viúvas. É descrito como homem “cheio de fé e do Espírito Santo”, e “cheio de graça e poder”, de modo que “fazia prodígios e milagres notáveis entre o povo”. Isto chamou a atenção de pessoas da Sinagoga que vieram discutir com ele, mas “não eram capazes de resistir à sua sabedoria e ao Espírito com que falava”.  Então, como haviam feito contra Jesus, aquelas pessoas subornaram alguns homens para que, mentindo, o acusassem de blasfêmias que não fizera, contra Moisés e contra Deus. (Não deixa de ser curioso como o texto sagrado relata este fato: blasfêmias contra Moisés são citadas antes que blasfêmias a Deus… e de fato os que condenaram o Cristo deram mais importância à lei Mosaica, já deturpada na época de Cristo, do que ao próprio Deus Encarnado(!). A inversão de valores, colocando perspectivas humanas preferencialmente às de Deus, sempre levam ao pecado, isto é, à morte de Deus na alma).  Com isso amotinaram o povo, os anciãos e os escribas contra Estevão, de modo que o agarraram e levaram ao Sinédrio. Novamente, apresentaram testemunhas falsas que o acusavam de falar contra o Templo, a Lei e Moisés. Mas o jovem, inspirado pelo Espírito Santo, relembrou, explicando, toda a história da salvação, deixando claro que em nada havia blasfemado, seja contra Deus, seja contra Lei. Ao final, chamou-lhes a atenção, por resistirem ao Espírito Santo, e, olhando para o céu, declarou estar vendo Jesus à direita do Pai. Neste momento, gritando e tapando os ouvidos, os acusadores o empurraram para fora da cidade e o apedrejaram. Antes de morrer, Estevão gritou: “Senhor, não os responsabilizes por este pecado!” Seu corpo foi recolhido por cristãos piedosos que o sepultaram. Os Santos Padres enaltecem a fé, o heroísmo, a firmeza, o zelo apostólico e a caridade de Santo Estêvão, sobretudo ao pedir o perdão dos próprios assassinos. Sua oração, sem dúvida, serviu à conversão de Saulo, que estava presente, guardando as roupas dos que o apedrejavam: este tornou-se ninguém menos do que São Paulo, o apóstolo dos Gentios e um dos pilares da Igreja.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: O nome Estevão em grego significa “coroa”, evocando a ideia de martírio, pois a coroa foi seu símbolo nos séculos seguintes, tornando-se popular a expressão “coroa do martírio” referente a muitos santos. A fidelidade a Cristo implica sempre em algum tipo de martírio: cruento nos casos extremos, mas também todas as formas de perseguição moral, social, civil, cultural, religiosa e espiritual… todas elas presentes no mundo de hoje, na história da Igreja e certamente até o fim dos tempos. Importa é que não deixem os fiéis de permanecerem dignos deste nome, pois o prêmio da vida eterna vale – de modo literal – infinitamente mais do que esta vida passageira.

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NASCEU JESUS - 2023

 


FELIZ NATAL 2023

 



quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

bom dia evangelho - 22.dezembro. 023

 

Bom dia evangelho


21 de dezembro  de 2023 - Advento: 22 de Dezembro

Oração: Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Vossa fortíssima filha Santa Maria Francisca Xavéria Cabrini, a firmeza e liberdade espiritual de escolher Vos seguir incondicionalmente, superando pelo Vosso amor e por Vossas graças tudo aquilo que se interpuser ao bem que devemos fazer. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 1,46-56): 

Maria então disse: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre».
Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa».

«A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador»Rev. D. Francesc PERARNAU i Cañellas(Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho da Missa apresenta à nossa consideração o Magnificat, que Maria entoou, repleta de alegria, em casa da sua parente Isabel, mãe de João Batista. As palavras de Maria trazem-nos reminiscências de outros cânticos bíblicos, que Ela bem conhecia e tinha recitado e contemplado em tantas ocasiões. Porém, agora aquelas mesmas palavras têm, nos seus lábios, um sentido muito mais profundo: o espírito da Mãe de Deus transparece nelas e elas mostram-nos a pureza do seu coração. A Igreja fá-las suas, todos os dias, na Liturgia das Horas quando, ao rezar Vésperas, dirige ao céu aquele mesmo canto com que Maria se alegrava, bendizia e dava graças a Deus por toda a Sua magnanimidade.
Maria obteve a graça mais extraordinária que nunca nenhuma outra mulher recebeu nem receberá: foi eleita por Deus, entre todas as mulheres da História, para ser a Mãe daquele Messias Redentor que a Humanidade esperava há séculos. É a mais elevada honra jamais concedida a um ser humano, e Ela recebe-a com total singeleza e humildade, dando-se conta de que tudo é graça, dádiva, e que Ela nada é perante a imensidão do poder e da grandeza de Deus, que Nela fez coisas grandiosas (Lc 1,49). Uma grande lição de humildade para todos nós, filhos de Adão e herdeiros de uma natureza humana profundamente marcada por aquele pecado original, cujas conseqüências arrastamos, dia após dia.
Estamos já a chegar ao fim do tempo do Advento, tempo de conversão e de purificação. Hoje é Maria quem nos ensina o melhor caminho. Meditar a oração da nossa Mãe – querendo fazê-la nossa – nos ajudará a ser mais humildes. Santa Maria nos ajudará, se o pedimos com confiança.

Santa Francisca Xavier Cabrini (Localização: Lombardia, Itália)

Penúltima de 13 irmãos, camponeses pobres e sofridos, de constituição frágil e saúde precária, Francisca nasceu na região da Lombardia, Itália, em 1850. Seus pais, reconhecendo sua inteligência, fizeram grandes esforços para que se formasse professora, além de dar aos filhos a riqueza que possuíam: a Fé. Por isso ela gostava de ler a vida dos santos, e entusiasmada por São Francisco Xavier, adotou-lhe o nome, “Xavéria”. Lecionou muito e bem, e nas aulas de Geografia enfatizava a triste situação religiosa dos povos pagãos, pois tinha amor às obras missionárias. Desejava ser freira, mas suas condições físicas impediram sua aceitação nos conventos. Aos 30 anos, desabafou o quanto desejava abraçar uma obra missionária com o bispo de Lodi, que lhe respondeu: "Filha, tu queres ser missionária? Não há ainda um instituto desse gênero, funda um!". Assim, em 1877 fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que colocou sob a proteção de São Francisco Xavier. Adotou como lema as palavras de São Paulo: “Tudo posso Naquele que me fortalece” (Fl 4,13). E preparou missionárias especializadas em enfermagem, assistência social e religiosa, para acompanhar os emigrantes italianos que, na época, por causa das guerras de unificação da Itália, viajavam para as Américas, sem preparo profissional e sem compreender a língua, sendo facilmente explorados. Em 30 anos de trabalhos, ela fundou 67 casas na Itália, na França e nas Américas (incluindo o Brasil), tendo atravessado o Atlântico cerca de 30 vezes. Impôs-se a grandes personagens políticas e comerciais, defendendo melhores condições de vida para os imigrantes. Faleceu em Chicago, EUA, em 1917, com 67 anos.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão:Senhor, fazei meu coração grande como o mundo”, suplicava Santa Francisca. A fortaleza da alma, embebida no amor a Deus e ao próximo, supera todas as dificuldades, incluindo a fragilidade física. Este amor é uma escolha: todos podemos (e devemos) pedir a Deus que nos fortaleça no serviço que Ele nos quiser dar – e que sempre será para o nosso maior bem.

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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

bom dia evangelho - 21. dezembro. 023

 

Bom dia evangelho


21 de dezembro de 2023 - Advento: 21 de Dezembro

Oração: Ó Deus, que marcastes pela Vossa doutrina a vida de São Pedro Canísio, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e que em tempo todos os Vossos filhos, dispersos do rebanho, tornem a se reunir no único aprisco da Vossa Igreja, conforme é Vosso desejo de Pai. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo, e pelo amor materno de Maria Santíssima. Amém.

Evangelho (Lc 1,39-45):

 Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!».

«Feliz aquela que acreditou!» - Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch(Salt, Girona, Espanha)

Hoje, o texto do Evangelho corresponde ao segundo mistério gozoso: a «Visitação de Maria à sua prima Isabel». É realmente um mistério! Uma explosão silenciosa de um júbilo profundo, como a história nunca nos tinha narrado! É a alegria de Maria, que acaba de conceber por obra e graça do Espírito Santo. A palavra latina “gaudium” exprime um júbilo profundo, intimo, que não explode para fora. Apesar disso, as montanhas de Judá cobriram-se de gozo. Maria exultava como uma mãe que acaba de saber que espera um filho. E que Filho! Um Filho que, já antes de nascer, peregrinava por caminhos pedregosos que conduziam até Ain Karen, aconchegado no coração e nos braços de Maria.
Alegria na alma e no rosto de Isabel, e no menino que salta de regozijo nas suas entranhas. As palavras da prima de Maria hão de atravessar os tempos: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!» (cf. Lc 1,42). A recitação do rosário como fonte de alegria, é uma das novas perspectivas descobertas por são João Paulo II na sua Carta apostólica sobre O Rosário da Virgem Maria.
A alegria é inseparável da fé. «Como mereço que a mãe do meu Senhor me venha visitar?» (Lc 1,43). A alegria de Deus e de Maria difundiu-se por todo o mundo. Para a receber, basta abrir-se pela fé à ação permanente de Deus na nossa vida, e fazer caminho com o Menino, com Aquela que acreditou, e pela mão enamorada e forte de São José. Pelos caminhos da terra, pelo asfalto ou pelos paralelepípedos ou por terrenos lamacentos, um cristão leva sempre consigo duas dimensões da fé: a união com Deus e o serviço aos outros. Tudo bem unido: com uma unidade de vida que impeça uma solução de continuidade entre uma coisa e outra.

São Pedro Canísio (Localização: Holanda)

Pedro Canísio nasceu na Holanda em 1521 – mesmo ano da revolta de Lutero. Estudante de Letras na Universidade de Colônia, Alemanha, conheceu São Pedro Faber, um dos cofundadores da Companhia de Jesus com Santo Inácio de Loyola. Nela ingressou e ordenou-se sacerdote, em breve se destacando pelo zelo e ciência. Por isso foi designado pelo cabido de Colônia como seu representante junto ao imperador Carlos V, na Dieta de Worms (isto é, uma assembleia do Sacro Império Romano-Germânico realizada em Worms, com a função de deliberar e decidir formalmente medidas a serem adotadas em todo o império. No caso, estavam sendo avaliados os crimes de Lutero contra a Igreja). Nesta ocasião, sua clara argumentação obteve a deposição do arcebispo herético de Colônia, que apoiava os protestantes. Depois disso, foi convidado a participar como teólogo no Concílio de Trento (1545-1563), onde conheceu Santo Inácio de Loyola, que lhe confiou a missão de recristianizar a Alemanha. A gigantesca obra de Canísio se desdobrou nas atividades de pregador, escritor e organizador, isto enquanto percorria várias vezes, a pé, toda a Alemanha e a Suíça. Trabalhou também em muitas missões diplomáticas para a Igreja, junto a bispos e príncipes. Seus dois livros mais importantes são “Controvérsias”, uma culta história das origens do Cristianismo, e “Suma da Doutrina Cristã”, em três diferentes versões segundo o tipo de público: manual de pastoral para sacerdotes; juventude universitária; e povo simples. Foram 50 edições naquele século, e traduções em 15 línguas. Por estas obras foi reconhecido como Doutor da Igreja. Seu trabalho apologético foi marcado pelo amor e respeito aos adversários. Dizia, conforme o ensinamento de São Pedro: “Abramos os olhos dos extraviados, mas sem nunca causar-lhes irritação". São Pedro Canísio morreu em 21 de dezembro de 1597, em Friburgo, atual Suíça, após seis anos imobilizado por uma congestão cerebral.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: São Bonifácio é considerado o primeiro apóstolo da Alemanha, e São Pedro Canísio o segundo. Os males do Protestantismo exigiram um renovado esforço para a Igreja, que ainda hoje se acha dividida, não apenas em terras germânicas, nem apenas pelo Luteranismo, mas no mundo todo, por centenas, quiça milhares de seitas protestantes, todas oriundas da premissa luterana de que qualquer pessoa pode interpretar a Bíblia como quiser, sem o auxílio da Igreja, isto é, sem as luzes e graças do Espírito Santo. É natural, portanto, que ao longo do tempo surjam muitos fundadores de novas ideias, cada qual com seu próprio entendimento particular de Deus, de Cristo e da Sua obra. Só a Deus cabe julgar as consciências, mas um fato concreto é que a Igreja de Cristo foi fundada diretamente por Ele mesmo, que determinou diretamente ser Pedro o Seu Vigário na Terra, dando a ele o poder de decidir pela Igreja com o auxílio do Espírito Santo, anunciado pelo mesmo Jesus e de evidente manifestação em Pentecostes, o primeiro ato público da Igreja Católica como tal, de acordo com a vontade de Deus, em Cristo Ressuscitado.

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