Oração: Ó Jesus, que quisestes assumir a nossa natureza humana como meio de
Redenção, concedei-nos, por intercessão de São Nicolau, a caridade operosa aos
necessitados, e a defesa da pureza e virgindade. Que não seja em vão para as
almas a grandeza do Vosso amor, que nos enriquece com o Vosso rebaixamento à
condição de criatura, para elevar o servo à condição de Filho. Pelas mãos
amorosas de Nossa Senhora e São José. Amém.
Evangelho (Mt 15,29-37)
Partindo dali, Jesus foi
para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha e sentou-se. Grandes
multidões iam até ele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos
outros doentes. Eles os trouxeram aos pés de Jesus, e ele os curou. A multidão
ficou admirada, quando viu mudos falando, aleijados sendo curados, coxos
andando e cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel.
Jesus chamou seus discípulos e disse: «Sinto compaixão dessa multidão. Já faz
três dias que estão comigo, e não têm nada para comer. Não quero mandá-los
embora sem comer, para que não desfalecem pelo caminho». Os discípulos
disseram: «De onde vamos conseguir, num lugar deserto, tantos pães que possamos
saciar tão grande multidão?» Jesus perguntou: «Quantos pães tendes?» Eles
responderam: «Sete, e alguns peixinhos». Jesus mandou que a multidão se
sentasse pelo chão. Depois tomou os sete pães e os peixes, deu graças,
partiu-os e os deu aos discípulos, e os discípulos os distribuíram às
multidões. Todos comeram e ficaram saciados; e encheram sete cestos com os
pedaços que sobraram.
«Quantos
pães tendes? Eles responderam: Sete, e alguns peixinhos» - Rev. D. Joan COSTA i Bou(Barcelona, Espanha)
Hoje, contemplamos no Evangelho
a multiplicação dos pães e peixes. Muitas pessoas —comenta o evangelista Mateus
— «iam até ele» (Mt 15,30) ao Senhor. Homens e mulheres que necessitam de
Cristo, cegos, coxos e doentes de todo tipo, assim como outros que os
acompanhavam. Todos nós também temos necessidade de Cristo, de sua ternura, do
seu perdão, da sua luz, da sua misericórdia... Nele acha-se a plenitude do
humano.
O Evangelho de hoje nos ajuda a dar-nos conta, também, da necessidade de homens
que conduzam outros a Jesus Cristo. Os que levam os doentes a Jesus para que os
cure são imagem de todos aqueles que sabem que o maior ato de caridade para com
o próximo é aproximá-lo a Cristo, fonte de toda a Vida. A vida de fé exige,
portanto, a santidade e o apostolado.
São Paulo exorta a ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (cf. Fl 2,5).
Nosso relato mostra como é o coração: «Sinto compaixão dessa multidão» (Mt
15,32). Não pode deixá-los porque estão famintos e fatigados. Cristo busca o
homem em toda a necessidade e faz-se encontrado. Que bom é o Senhor conosco!; e
que importantes somos as pessoas diante dos seus olhos! Só em pensá-lo
dilata-se o coração humano cheio de agradecimento, admiração e desejo sincero
de conversão.
Esse Deus feito homem, que tudo pode, e que nos ama apaixonadamente e a quem
necessitamos em tudo e para tudo —«sem mim, nada podeis fazer» (Jo 15,5)—
precisa, paradoxalmente, também de nós: esse é o significado dos sete pães e os
poucos peixes que usará para alimentar a multidão do povo. Se nos déssemos
conta de como Jesus se apoia em nós, e do valor que tem tudo o que fazemos para
Ele, por pequeno que seja, nos esforçaríamos mais e mais para Lhe corresponder
com todo o nosso ser.
Nicolau nasceu de pais ricos e piedosos, por volta
do ano 275, na Lícia, atual Turquia. Sacerdote da diocese de Mitra,
dedicou-se à evangelização e conversão dos pagãos, num período de perseguição
religiosa. Extremamente caridoso, distribuiu sua herança aos pobres.
Eleito bispo de Mira, foi preso na perseguição de Dioclesiano, por volta de 310; antes de ser condenado à morte,
publicou-se o Edito de Milão (313), que concedia a liberdade religiosa, o que
lhe salvou a vida. Participou do Concílio de Nicéia, em 235,
ocasião onde Constantino Magno, imperador de Roma, ajoelhou-se
para beijar as cicatrizes de Nicolau e outros varões torturados na última
perseguição. Nicolau recebeu de Deus o poder dos milagres, especialmente em
favor dos doentes. Sua extraordinária caridade, porém, é que o
tornou um dos santos mais conhecidos e amados, no
Oriente e no Ocidente. Um caso particular ilustra mais a sua fama: sabendo que
um pai pobre tencionava entregar suas três filhas à prostituição,
por não ter como pagar o dote dos seus casamentos, Nicolau jogou pela janela da casa três bolsas com o dinheiro
necessário. Este fato, e a tradição que menciona suas doações, sempre anônimas,
de moedas de ouro, comida e roupas para os pobres e viúvas, e presentes para as
crianças, deu origem à lenda natalina de “Papai Noel”. Nicolau é padroeiro da
Rússia e outros lugares, bem como dos marinheiros e
moças solteiras. Antes da revolução comunista, muitos czares adotaram o seu
nome, e em Bári, Itália, onde estão seus restos mortais (para
lá transladados pela ameaça muçulmana de profanação do seu túmulo), havia
hospedaria exclusiva para os peregrinos russos que iam
venerar suas relíquias.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão:
É motivo de alegria que a
caridade de tão grande Santo seja a base de uma figura simpática como Papai
Noel, mas nem por isso devemos deixar que a fantasia moderna, cada vez mais
desvirtuada pelo interesse material, relegue a segundo plano o verdadeiro valor
do amor desinteressado ao próximo. Devemos associar ao Natal a maior das
caridades, a Encarnação de Jesus, para a nossa salvação; e comemorá-la com o
presente do amor ao próximo, que não se manifesta principalmente em presentes
materiais (embora estes não sejam, claro, condenáveis), mas na doação de nós
mesmos. A demasiada preocupação, que pode chegar à ideia de “obrigação”, de
presentes materiais no Natal afastam nosso coração da contemplação do
nascimento de Cristo, este sim o presente máximo que Deus nos dá e que devemos
repassar aos irmãos.
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