Oração:
São João Damasceno, que escolhestes “o opróbrio de Cristo às riquezas da
Arábia, e uma vida de maus tratos às delícias do pecado” (in: Atas do VII
Concílio Ecumênico), intercedei a Deus para que nós, neste mundo muitas vezes
hostil a Ele, tenhamos a coragem e a perseverança de jamais abandonar a
verdadeira Fé, defendê-la e praticá-la, sempre unidos fortemente a Maria, de
modo que a humildade e caridade das nossas vidas se tornem caminho de salvação
para nós e para o próximo. Amém.
Evangelho (Mt 8,5-11):
Quando Jesus entrou em Cafarnaum, um
centurião aproximou-se dele, suplicando:«Senhor, o meu criado está de cama, lá
em casa, paralisado e sofrendo demais». Ele respondeu: «Vou curá-lo». O
centurião disse: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Diz uma
só palavra e o meu criado ficará curado. Pois eu, mesmo sendo subalterno, tenho
soldados sob as minhas ordens; e se ordeno a um: ‘Vai’e, ele vai, e a outro:
‘Vem’ e, ele vem; e se digo ao meu escravo: ‘Faz isto’, ele faz».
Ao ouvir isso, Jesus ficou admirado e disse aos que o estavam seguindo: «Em
verdade, vos digo: em ninguém em Israel encontrei tanta fé. Ora, eu vos digo:
muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa no Reino dos Céus,
junto com Abraão, Isaac e Jacó
«Em verdade, vos digo: em ninguém em Israel encontrei tanta fé» - Rev. D. Joaquim MESEGUER García(Rubí, Barcelona, Espanha)
Hoje, Cafarnaum é a nossa cidade e a nossa aldeia,
onde há pessoas doentes, umas conhecidas, outras anônimas, frequentemente
esquecidas por causa do ritmo frenético que caracteriza a vida atual:
carregados de trabalho, vamos correndo sem parar e sem pensar naqueles que, por
causa da sua doença ou de outra circunstância, ficam à margem e não podem
seguir esse ritmo. Porém, Jesus nos dirá um dia: «todas as vezes que fizestes
isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!»
(Mt 25,40). O grande pensador Blaise Pascal recolhe esta ideia quando afirma
que «Jesus Cristo, nos seus fieis, encontra-se na agonia de Getsemani até ao
final dos tempos».
O centurião de Cafarnaum não se esquece do seu criado prostrado no leito,
porque o ama. Apesar de ser mais poderoso e de ter mais autoridade que o seu
servo, o centurião agradece todos os seus anos de serviço e tem por ele grande
admiração. Por isso, movido pelo amor, dirige-se a Jesus e na presença do
Salvador faz uma extraordinária confissão de fé, recolhida pela liturgia
Eucarística: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Diz uma só
palavra e o meu criado ficará curado» (Mt 8,8). Esta confissão fundamenta-se na
esperança; brota da confiança posta em Jesus Cristo, e ao mesmo tempo, também
do seu sentimento de indignidade pessoal que o ajuda a reconhecer a sua própria
pobreza.
Só nos podemos [a] aproximar de Jesus Cristo com uma atitude humilde, como a do
centurião. Assim poderemos viver a esperança do Advento: esperança de salvação
e de vida, de reconciliação e de paz. Apenas pode esperar aquele que reconhece
a sua pobreza e é capaz de perceber que o sentido da sua vida não está nele
próprio mas em Deus, pondo-se nas mãos do Senhor. Aproximemo-nos com confiança
de Cristo e, ao mesmo tempo, façamos nossa a oração do centurião.
São João Damasceno -Localização: Damasco
João nasceu no ano 675 na Síria, em Damasco, (por isso "Damasceno"). Nesta época os muçulmanos ocupavam esta região e também a Palestina, e eram relativamente respeitosos com a religião cristã. Seu pai era funcionário do Califa, e pelo seu prestígio chegou a ser eleito prefeito da cidade. João, educado no catolicismo, ajudou o pai e teve a oportunidade de um ótimo futuro, tanto social como economicamente. Renunciou porém a tudo, distribuiu seus bens aos pobres e aos 25 anos fez-se monge no convento de São Sabas, próximo a Jerusalém. Desde então, dedicou-se à vida no claustro, ao silêncio, aos estudos e à atividade literária. Quase nunca saiu do mosteiro. Sua humildade e caridade levaram a que fosse venerado como santo ainda em vida. Porém a importância de João foi ainda além. Seus escritos recapitulam cinco séculos de história da Igreja e antecipa novas diretrizes que se desenvolveriam na idade Média. A sua obra mais conhecida, “A Fonte da Ciência”, tenta uma exposição sistemática do dogma católico, incluindo noções filosóficas e um desenvolvimento histórico, originais. Por isso ele foi comparado, no Oriente, a São Tomás de Aquino, o maior teólogo católico do Ocidente. Os escritos de João incluem quase todos os setores da doutrina cristã, como teologia dogmática, apologética, ascética, etc. De particular importância são a sua defesa sobre a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Sua maternidade divina, Sua virgindade perpétua e a Sua Assunção ao Céu em corpo e alma, ou seja, temas que somente séculos depois teriam definição mais clara para a Igreja. Diz-se que um se seus livros, defendendo o culto das imagens contra os iconoclastas (“Orações sobre as Imagens Sagradas”), teria levado à sua prisão e decepamento da mão direita, para que não pudesse escrever mais; nesta mesma noite, Nossa Senhora lhe teria aparecido e curado milagrosamente. Porém não é certo se tal versão é fato verdadeiro. Faleceu no mosteiro de São Sabas, a quatro de dezembro de 749, e foi proclamado em 1890 Doutor da Igreja.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Nunca será suficientemente exaltada a escolha,
ao longo da vida, do tempo destinado à oração e meditação. Naturalmente que a
vocação de São João Damasceno é algo específico, mas todo católico deve ter
momentos diários de intimidade profunda com Deus. Só assim chegaremos a
receber, na quietude e silêncio da alma, o conhecimento que Deus quer nos dar a
cada um, e – como consequência natural e obrigatória – o amor à Nossa Senhora,
indispensável para uma fé esclarecida e fundamentada.
Tjl – evangeli.net – evangelhoquotidiano.org –
acidigital.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário