quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 1. MARÇO. 024

 

Bom dia, EVANGELHO,

01 DE MARÇO DE 2024 - Sexta-feira da 2ª semana da Quaresma

Oração: Senhor, que em Vossa casa acolheis os servos como filhos, dá-nos a graça de, por intercessão de Santa Veridiana, e seguindo o seu exemplo, dedicarmos nossas vidas primeiramente à comunhão espiritual Convosco, no silêncio da alma, para podermos então praticar a caridade verdadeira e salvadora com os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Livro do Génesis 37,3-4.12-13a.17b-28.

Jacob gostava mais de José que dos seus outros filhos, porque ele era o filho da sua velhice; e mandou fazer-lhe uma túnica de mangas compridas.
Os irmãos, vendo que o pai o preferia a todos eles, começaram a odiá-lo e não eram capazes de lhe falar com bons modos.
Um dia foram para Siquém apascentar os rebanhos do pai.
Jacob disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. Vem cá, pois quero mandar-te ir ter com eles».
José partiu à procura dos irmãos e encontrou-os em Dotain.
Eles viram-no de longe e, antes que chegasse perto, combinaram entre si a sua morte.
Disseram uns aos outros: «Aí vem o homem dos sonhos.
Vamos matá-lo e atirá-lo a uma cisterna e depois diremos que um animal feroz o devorou. Veremos então em que vão dar os seus sonhos».
Mas Rúben ouviu isto e, querendo livrá-lo das suas mãos, disse: «Não lhe tiremos a vida». Para o livrar das suas mãos e entregá-lo ao pai,
Rúben disse aos irmãos: «Não derrameis sangue. Lançai-o nesta cisterna do deserto, mas não levanteis as mãos contra ele».
Quando José chegou junto dos irmãos, eles tiraram-lhe a túnica de mangas compridas que trazia,
pegaram nele e lançaram-no dentro da cisterna, uma cisterna vazia, sem água.
Depois sentaram-se para comer. Mas, erguendo os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Galaad. Traziam camelos carregados de goma de tragacanto, resina aromática e láudano, que levavam para o Egito.
Então Judá disse aos irmãos: «Que interesse haveria em matar o nosso irmão e esconder-lhe o sangue?
Vamos vendê-lo aos ismaelitas, mas não lhe ponhamos as mãos, porque é nosso irmão, da mesma carne que nós». Os irmãos concordaram.
Passando por ali uns negociantes de Madiã, tiraram José da cisterna e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito.

Livro dos Salmos 105(104),16-17.18-19.20-21.

Deus chamou a fome sobre aquela terra
e privou-os do pão que dá o sustento.
Adiante deles enviara um homem:
José vendido como escravo.

Apertaram-lhe os pés com grilhões,
lançaram-lhe ao pescoço uma coleira de ferro,
até que se cumpriu a profecia
e a palavra do Senhor o mostrou inocente.

Então, o rei mandou que o soltassem,
o soberano dos povos deu-lhe a liberdade;
e fê-lo senhor da sua casa
e governador de todos os seus domínios.

Evangelho segundo São Mateus 21,33-43.45-46.

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola. Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe.
Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos.
Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram-no.
Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros, e eles trataram-nos do mesmo modo.
Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho, pensando: "Respeitarão o meu filho".
Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: "Este é o herdeiro; vamos matá-lo e ficaremos com a sua herança".
Agarraram-no, levaram-no para fora da vinha e mataram-no.
Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?».
Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam-Lhe: «Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entreguem os frutos a seu tempo».
Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: "A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos"?
Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos».
Ao ouvirem as parábolas de Jesus, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que falava deles
e queriam prendê-lo; mas tiveram medo do povo, que O considerava profeta.(Tradução litúrgica da Bíblia)

 Santo Ambrósio (c. 340-397) - bispo de Milão, doutor da Igreja - Comentário sobre o Evangelho de São Lucas 9, 29-30 - A parábola da vinha

A vinha é o nosso símbolo, porque o povo de Deus eleva-se acima da terra enraizado na cepa da vinha eterna (cf Jo 15,5). Fruto de um solo ingrato, a vinha pode desenvolver-se e florescer, ou revestir-se de verdura, ou assemelhar-se ao jugo amável da cruz, quando cresce e os seus braços estendidos são os sarmentos de uma videira fecunda. [...] É, pois, com razão que chamamos vinha ao povo de Cristo, quer porque ele traça na testa o sinal da cruz (cf Ez 9,4), quer porque os frutos da vinha são recolhidos na última estação do ano, quer porque, tal como acontece aos ramos da videira, pobres e ricos, humildes e poderosos, servos e senhores, todos são, na Igreja, de uma igualdade completa. [...] Quando é ligada, a vinha endireita-se; se é podada, não é para a diminuir, mas para fazê-la crescer. E o mesmo se passa com o povo santo: quando é preso, liberta-se; quando é humilhado, eleva-se; quando é cortado, é uma coroa que lhe é dada. Melhor ainda: tal como o rebento que é retirado de uma árvore velha e enxertado noutra raiz, assim também este povo santo [...] se desenvolve quando é alimentado na árvore da cruz [...]. E o Espírito Santo, como que expandindo-Se nos sulcos de um terreno, derrama-Se sobre o nosso corpo, lavando tudo o que é imundo e limpando-nos os membros, para os dirigir para o Céu. O Vinhateiro tem por costume mondar esta vinha, ligá-la e apará-la (cf Jo 15,2). [...] Ora inunda de sol os segredos do nosso corpo, ora os rega com a chuva. Ele gosta de mondar o terreno, para que os espinheiros não perturbem os rebentos; e vela para que as folhas não façam demasiada sombra [...], privando de luz as virtudes e impedindo os frutos de amadurecer.

Santa Veridiana

Veridiana nasceu em 1182 em Castelfiorentino na Toscana, Itália, em família nobre e de posses. Jovem inteligente, trabalhou para um seu tio, comerciante e rico, como administradora do seu negócio de cereais no atacado. Contudo, ela não tinha ambições materiais, e sim espirituais, dedicando-se à caridade para com os pobres. Conta-se que neste período, em certa época de carestia, Veridiana distribuiu aos carentes o cereal que o tio havia já vendido. Decepcionado, o comerciante muito a recriminou, mas ela lhe pediu o prazo de um dia para repor a mercadoria. E após uma noite de oração e penitências, o tio encontrou o armazém cheio, podendo concluir a venda. Este fato, que em parte parece ser lendário, atesta de qualquer modo a caridade e a fé de Veridiana. Sentindo vocação para uma vida celibatária e solitária, Viridiana deixou o trabalho com o tio e, inicialmente, fez uma peregrinação ao santuário de Compostela de Santiago na Espanha, e depois aos túmulos de São Pedro e São Paulo em Roma. Tais peregrinações eram comuns às almas penitentes daquele tempo, e significavam grande humildade e perseverança nas exigências de viver de esmolas, expor-se ao tempo e aos perigos, andar descalça. Voltou a Castelfiorentino com a saúde abalada. Construiu uma minúscula cela próxima a uma capela, de onde assistia à Missa pela única e diminuta janela, e por onde recebia o alimento trazido por pessoas piedosas – apenas pão e água, e somente o suficiente para manter-se viva. Passou ali 34 anos em oração e penitência, falecendo em 1 de fevereiro de 1242. Conta-se que a sua morte foi anunciada pelo repicar dos sinos de Castelfiorentino, sem que estes tivessem sido tocados. Santa Viridiana é padroeira da Toscana, e também protetora do presídio feminino de Florença, por causa da sua clausura voluntária.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Veridiana quis ser prisioneira do Senhor, tanto espiritual como fisicamente, valorizando tanto a vida de recolhimento e oração como a virgindade, mas sem deixar de praticar a caridade (principalmente espiritual, mas igualmente material) com os mais necessitados. A “servidão” a Deus é o oposto daquela que ocorre entre os homens: garante a liberdade nesta vida e a felicidade na futura. Já a prisão ao pecado e aos vícios oferece apenas a morte do corpo e da alma como recompensa. Em qualquer tipo de vocação católica, é necessário proceder segundo este exemplo de Nossa Senhora, adotado literalmente por Santa Veridiana: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em Mim segundo a Vossa palavra” (Lc 1,28).

TJL – A12.COM – EVANGELI.NET – VATICANNEWS.VA

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