Quénia.
Franciscanos em África empenhados na proteção dos menores
Durante quinze dias, os religiosos da Ordem dos Frades Menores
reuniram-se no Quénia para conhecer as boas práticas na luta contra o abuso
sexual de menores e de pessoas vulneráveis. Foi um encontro que moveu mentes e
corações sobre o assunto.
Oração: Ó Deus Pai, legítimo Senhor de todos os Vossos
filhos, dai-nos por intermédio de Santo Onésimo a graça de como ele Vos aceitar
integralmente nos nossos corações, espontaneamente martirizando o nosso
amor-próprio e deixando a escravidão do pecado, para Vos sermos úteis servindo
a Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Mt 9,14-15):
Então, chegaram ao pé dele os discípulos
de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os teus
discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: «Podem porventura andar tristes os
filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que
lhes será tirado o esposo, e então jejuarão».
«Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão» - Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer(Barcelona, Espanha)
Hoje, primeira sexta-feira da
Quaresma, tendo feito jejum e a abstinência da quarta-feira de Cinza,
procuramos oferecer o jejum e o Santo Rosário pela paz, que é tão urgente no
nosso mundo. Nós estamos dispostos a ter cuidado com este exercício quaresmal
que a Igreja, Mãe e Mestra, nos pede que observemos e, ao recordar o que o mesmo
Senhor disse: «Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar de
luto, enquanto o noivo está com eles? Mas chegarão dias em que o noivo será
tirado do meio deles. Aí então eles vão jejuar» (Mt 9,15). Temos o desejo de
vivê-lo não só como o cumprimento de um critério ao que estamos obrigados, e
—sobretudo— procurando chegar a encontrar o espírito que nos conduz a viver
esta prática quaresmal e que nos ajudará em nosso progresso espiritual.
Em busca deste sentido profundo, podemos perguntar: qual é o verdadeiro jejum?
Já o profeta Isaías, na primeira leitura de hoje, comenta qual é o jejum que
Deus aprecia: «Comparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos
convida-os a tua casa; quando vires ao desnudo, cobre-lo; não fujas deles, que
são teus irmãos. Então tua luz sairá como a manhã, e tua saúde mais rápido
nascerá, e tua justiça irá à frente de tua cara, e te acompanhará o Senhor» (Is
58,7-8). Deus gosta e espera de nós tudo aquilo que nos leva ao amor autêntico
com nossos irmãos.
Cada ano, o Santo Padre João Paulo II nos escrevia uma mensagem de Quaresma. Em
uma dessas mensagens, sob o lema «Faz mais feliz dar que receber» (Hch 20,35),
suas palavras nos ajudaram a descobrir esta mesma dimensão caritativa do jejum,
que nos dispõe —desde o profundo do nosso coração— a prepararmos para a Páscoa
com um esforço para identificarmos, cada vez mais, com o amor de Cristo que o
levou até a dar a vida na Cruz. Definitivamente, «o que todo cristão deve fazer
em qualquer tempo, agora deve fazê-lo com mais atenção e com mais devoção» (São
Leão Magno, Papa).
Onésimo era escravo de um homem rico chamado Filêmon, que habitava em Colossos, na Frígia (hoje Turquia), e que São Paulo converteu com a família ao Cristianismo. Este escravo fugiu e acabou chegando a Roma, onde São Paulo estava preso – tanto o seu coração a Cristo, quanto o seu corpo na cadeia – sendo assim também ele um escravo, mas do Senhor certo. E também em escravo de Jesus converteu a Onésimo, que passou a ser seu colaborador fiel e muito querido, ao qual confiou importantes missões. Na carta de Paulo a Filêmon, que consta do Novo Testamento, o santo pede a liberdade do escravo, a quem, apesar de desejar consigo, não quer reter sem o seu consentimento. O imenso carinho de São Paulo por ambos é testemunhado por escrito: “Tendo embora toda a liberdade em Cristo de te ordenar o que convém, prefiro pedir por amor. Eu (…) venho suplicar-te em favor do meu filho Onésimo, que eu gerei na prisão. Outrora ele te foi inútil [este é um jogo de palavras de Paulo, pois Onésimo significa “útil”], mas doravante será muito útil a ti (…). Entretanto nada quis fazer sem o seu consentimento, para que tua boa ação não fosse como que forçada, mas espontânea. (…) Escrevo-te convencido de que atenderás ao meu pedido, e certo de que farás ainda mais do que peço.” (cf. Fm 8-21). De fato, Filêmon recebeu e libertou Onésimo, devolvendo-o a Paulo, que, segundo a tradição da Igreja, grega e romana, sagrou-o bispo de Éfeso. Posteriormente preso, foi levado a Roma e martirizado por apedrejamento em 109. Os termos que São Paulo usa na carta sobre Onésimo são “meu filho”, “muito querido para mim”, “como se fosse o meu próprio coração”, “acolhe-o como a mim próprio”. O antigo escravo mereceu estes elogios, pois aceitou ser servo de Deus, independentemente da sua condição humana.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Se fortes são as súplicas de São Paulo a
Filêmon, em favor de Onésimo, quão maiores são as de Cristo por nós, escravos
do pecado! Mas Deus nada pode fazer por nós “sem o seu consentimento”, pois a
liberdade humana pode realmente rejeitar a Salvação; é preciso que nossas boas
ações, a primeira delas sendo aceitar com imensa alegria, humildade e
reconhecimento a Boa Nova e as obrigações do nosso Batismo, não sejam “como que
forçadas”, mas que desejemos “espontaneamente” seguir a Deus… pois assim o Pai
fará por nós “muito mais do que pedimos”, isto é, nos concederá a vida infinita
na Sua existência Trinitária – participaremos da intimidade da vida própria de
Deus! – algo tão maravilhoso e inimaginável que “…‘O olho não viu, o ouvido não
escutou, nem o coração humano imaginou’ [Is 64,4] todo o bem que Deus preparou
para aqueles que O amam”, como cita o mesmo São Paulo (1Cor 2,9). Cabe ainda
destacar que, na vida que Deus nos propõe, está a única base verdadeira para as
relações sociais: por sermos igualmente imagem e semelhança de Deus, a
dignidade de todos os seres humanos é igual, e quando humilde e espontaneamente
o entendemos e aceitamos, reina o tratamento de irmãos, mesmo com as diferenças
obrigatórias, necessárias, naturais e queridas por Deus (pois cada ser humano é
absolutamente único, com suas próprias qualidades e limitações) que existem
socialmente; sempre há de existir, por exemplo, patrões e empregados, não é
possível uma “igualdade absoluta” em termos de funções, até porque as
capacidades são diferentes, mas isto não significa que deva haver injustiças e
abusos – e isto só é evitado pela decisão de amar ao próximo que somente o amor
a Deus nos dá, e não por regimes mentirosamente “igualitários” que funcionam na
prática sob a mão de ferro de pouquíssimos, que querem fazer do Estado um
“deus” pagão. Onésimo e Filêmon, a partir das suas conversões, sempre foram
livres, irmãos; e não por “decretos” políticos ou ideológicos.
TJL – ACIDIGITAL.COM – A12.COM -EVANGELI.NET
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