Foto: Vatican Media REDAÇÃO CENTRAL, 20 out. 21 / 06:00 am (ACI).- Em 2003, por ocasião do centenário do Motu Proprio Tra le sollecitudini, sobre a renovação da música sagrada, São João Paulo II deixou 10 princípios para renovar o canto litúrgico e a música na Missa, entre outros. 1. Centralidade da Santidade -São João Paulo observou que “é preciso sublinhar acima de tudo que a música destinada aos sagrados ritos deve ter como ponto de referência a santidade”. Por este motivo, citou as sábias palavras do Beato Papa Paulo VI, que afirmou que, “se não se possui ao mesmo tempo o sentido da oração, da dignidade e da beleza, a música instrumental e vocal impede por si o ingresso na esfera do sagrado e do religioso”. 2. Nem todas as músicas são aptas -“A mesma categoria de ‘música sacra’ – advertiu São João Paulo II – recebeu hoje um alargamento de significado, a ponto de incluir repertórios que não podem entrar na celebração sem violar o espírito e as normas da mesma Liturgia”. “A reforma realizada por São Pio X visava especificamente purificar a música de igreja da contaminação da música profana teatral, que em muitos países tinha poluído o repertório e a prática musical litúrgica”, recordou o Pontífice e assinalou que “nem todas as formas musicais podem ser consideradas aptas para as celebrações litúrgicas”. 3. Cuidar da singeleza das formas -Outro princípio é “o da singeleza das formas”, ou seja, “pode existir uma música destinada à celebração dos sagrados ritos que não seja, antes, ‘verdadeira arte’, capaz de ter a eficácia ‘que a Igreja deseja obter, acolhendo na sua liturgia a arte dos sons’”. 4. Respeitar os tempos-Entretanto, “esta qualidade por si só não é suficiente”, advertiu o Papa peregrino. “Os vários momentos litúrgicos exigem, de fato, uma expressão musical própria, sempre apta a fazer emergir a natureza própria de um determinado rito, ora proclamando as maravilhas de Deus, ora manifestando sentimentos de louvor, de súplica ou ainda de melancolia pela experiência da dor humana, uma experiência, porém, que a fé abre à perspectiva da esperança cristã”, manifestou São João Paulo II. 5. Inculturação sem superficialidade -O Pontífice destacou também o valor da inculturação na música litúrgica; mas assinalou que “cada inovação nesta delicada matéria deve respeitar os critérios peculiares, como a investigação de expressões musicais, que correspondam à participação necessária de toda a assembleia na celebração e que evitem, ao mesmo tempo, qualquer concessão à leviandade e à superficialidade”. 6. Não fazer experimentos -“O espaço sagrado da celebração litúrgica jamais deve tornar-se um laboratório de experiências ou de práticas de composição e de execução, introduzidas sem uma verificação atenta”, afirmou o Papa. 7. Elemento de unidade -O canto gregoriano, expressou São João Paulo II, “ocupa um lugar particular”; porque “continua a ser também hoje, um elemento de unidade na liturgia romana”. “São Pio X ressaltava que a Igreja ‘o herdou dos antigos Padres’, ‘guardando-o ciosamente durante os séculos nos seus códigos litúrgicos’ e ainda hoje o ‘propõe aos fiéis’ como seu, considerando-o ‘como supremo modelo de música sacra’”, destacou. 8. Evitar a improvisação - Em geral, assinalou São João Paulo II, o aspecto musical das celebrações litúrgicas “não pode ser relegado nem à improvisação nem ao arbítrio de pessoas individualmente, mas há de ser confiado a uma direção harmoniosa, no respeito pelas normas e as competências, como significativo fruto de uma formação litúrgica adequada”. 9. Formação sólida -Portanto, no campo litúrgico, o Papa enfatizou “a urgência de promover uma formação sólida, quer dos pastores quer dos fiéis leigos”. “São Pio X insistia particularmente sobre a formação musical do clero. Uma insistência neste sentido foi reforçada também pelo Vaticano II: ‘Dê-se-lhes grande importância nos Seminários, nos Noviciados dos religiosos e das religiosas e nas casas de estudo, assim como noutros institutos e escolas católicas’”, recordou o Papa polonês. 10. Seguir o supremo modelo -O Pontífice reconheceu o valor da música litúrgica popular, mas a respeito disso destacou: “Faço minha a ‘regra geral’ que são Pio X formulava com estes termos: ‘Uma composição para a Igreja é tanto sacra e litúrgica quanto mais se aproximar, no andamento, na inspiração e no sabor, da melodia gregoriana, e tanto menos é digna do templo, quanto mais se reconhece disforme daquele modelo supremo’”.
Evangelho (Lc 12,49-53):
Naquele
tempo, o Senhor disse aos seus discípulos: «Fogo eu vim lançar sobre a terra, e
como gostaria que já estivesse aceso! Um batismo eu devo receber, e como estou
ansioso até que isto se cumpra! Pensais que eu vim trazer a paz à terra? Pelo
contrário, eu vos digo, vim trazer a divisão. Pois daqui em diante, numa
família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas e duas contra
três; ficarão divididos: pai contra filho e filho contra pai; mãe contra filha
e filha contra mãe; sogra conta nora e nora contra sogra».
«Fogo eu vim lançar sobre a terra» - + Rev. D. Joan MARQUÉS i Suriñach(Vilamarí, Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho
apresenta-nos Jesus como uma pessoa de grandes desejos: Fogo eu vim lançar
sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! (Lc 12,49). Jesus já
queria ver o mundo a arder em caridade e em virtude. Nada menos! Tem que passar
pela prova de um batismo, quer dizer, da cruz, e já queria tê-la passado.
Naturalmente! Jesus tem planos e tem pressa em vê-los realizados. Poderíamos
dizer que é pressa de uma santa impaciência. Também nós temos idéias e
projetos, e queríamos vê-los realizados rapidamente. O tempo estorva-nos. Como
estou ansioso até que isto se cumpra! (Lc 12,50), disse Jesus.
É a pressão da vida, a inquietude experimentada pelas pessoas que têm grandes
projetos. Por outro lado, quem não tenha desejos é um covarde, um morto, um freio.
E, além disso, é um triste, um amargurado que costuma desabafar criticando os
que trabalham. São as pessoas com desejos que se mexem e originam movimento à
sua volta, as que avançam e fazem avançar.
Tem grandes desejos! Aponta bem para o alto! Busca a perfeição pessoal, a da
tua família, a do teu trabalho, a das tuas obras, a dos cargos que te confiem.
Os santos aspiraram ao máximo. Não se assustaram diante do esforço e da
pressão. Mexeram-se. Mexe-te tu também! Lembra-te das palavras de Santo Agostinho:
Se dizes já chega, estás perdido. Acrescenta sempre, caminha sempre. Avança
sempre; não pares no caminho, não retrocedas, não te desvies. O que não avança,
pára; retrocede o que volta a pensar no ponto de partida, desvia-se o que
deserta. É melhor o coxo que anda no caminho que o que corre fora do caminho. E
acrescenta: Examina-te e não te contentes com o que és se queres chegar ao que
não és. Porque no instante em que te deleites contigo mesmo, terás parado.
Mexes-te ou estás parado? Pede ajuda à Santíssima Virgem, Mãe da Esperança.
Santo do Dia: Santa Úrsula e companheiras
Úrsula nasceu no
ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. Era uma linda menina, meiga,
inteligente e caridosa. Cresceu muito ligada à religião, seguindo aos
princípios da fé e amor em Cristo. A fama de sua beleza se espalhou e logo os
pedidos de casamento sugiram. Por motivos políticos, seu pai aceitou a proposta
feita por um duque pagão.
Pela obediência à seu pai Ùrsula aceitou, mas pediu que ficasse ainda três anos
solteira. Neste tempo pensava em converter o pretendente ou fazê-lo desistir
das núpcias. Mas ao seu tempo a jovem precisou ir ao encontro do noivo. Com ela
viajaram mais onze meninas virgens, que se casariam com soldados do rei.
Aconteceu então o imprevisto. Navegando pelo Reno, o navio de Úrsula cruzou o
território dominado pelos Hunos, povo bárbaro e pagão. Logo os soldados hunos
mataram todos e apenas Úrsula escapou, pois Átila, o rei dos Hunos, ficou
maravilhado com a beleza e juventude da nobre princesa. Ele tentou seduzi-la e
lhe propôs casamento. Mas, a custo da própria vida, Úrsula o recusou dizendo
que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo.
Cego de ódio ele pessoalmente a degolou. Tudo aconteceu em 21 de outubro de
383.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão:
O martírio de Ùrsula e de suas
companheiras retrata para nós a perseverança na fé mesmo em condições adversas.
Sabemos que em períodos de tranquilidade é fácil manter o coração e a boca no
louvor ao Senhor. Mas será que quando vierem as dores e as cruzes saberemos
reconhecer a bondade de Deus em nossa vida?
TJL – A12.COM –
EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG-ACIDIGITAL.COM
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