Na escola dos
avós, para prosseguir no caminho da história
O diretor do L'Osservatore Romano repassa os
pronunciamentos do Papa Francisco no Canadá, no dia dedicado a São Joaquim e
Santa Ana.(Por Andrea Monda)
Voltar às
raízes, à fonte. Não por um gosto nostálgico, mas para ir em frente, para
enfrentar os desafios da vida. No terceiro dia da sua peregrinação penitencial,
o Papa Francisco, em dois momentos litúrgicos distintos, convida-nos a refletir
como é importante e vital uma relação saudável com o próprio passado, com a
própria história.
No primeiro
momento, na missa da manhã celebrada no Commonwealth Stadium de Edmonton para a
festa dos Santos Joaquim e Ana, avós de Jesus, o Papa falou dos avós,
recordando-nos dois aspetos: o primeiro é que «somos filhos de uma história que
devemos guardar. Não somos indivíduos isolados, não somos ilhas; ninguém vem ao
mundo desligado dos outros. As nossas raízes, o amor com que fomos aguardados e
que recebemos ao vir ao mundo, os ambientes familiares onde crescemos fazem
parte de uma única história, que nos precedeu e gerou. Não a escolhemos, mas
recebemo-la de presente; é um presente que somos chamados a guardar». O segundo
é que «além de filhos de uma história a guardar, somos artesãos de uma história
a construir. [...] Os nossos avós e os nossos idosos desejaram ver um mundo
mais justo, mais fraterno e mais solidário, e lutaram para nos dar um futuro.
Agora, a nós, cabe não os dececionar. Sustentados por eles, que são as nossas
raízes, toca-nos a nós dar fruto. Somos nós os ramos que devem florescer e
introduzir sementes novas na história». O tema é o das raízes, a imagem é a da
árvore.
Oração: Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que Santo Inocêncio I
governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai,
por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas,
guiando-os no caminho da salvação. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho (Mt 13,47-53)
Naquele tempo, disse Jesus ao
povo: «Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes
de todo tipo. Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia,
sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não
prestavam. Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os
maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e
ranger de dentes. Entendestes tudo isso?» — «Sim», responderam eles. Então Ele
acrescentou: «Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos
Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas».
Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.
«Recolhem em cestos o que é bom e jogam fora o que não presta» -Rev. D. Ferran JARABO i Carbonell(Agullana, Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho constitui
uma chamada vital à conversão. Jesus não nos poupa da dura realidade: «Os anjos
virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo»
(Mt 13,49-50). E a advertência é clara! Não podemos fraquejar.
Agora devemos optar livremente: ou buscamos a Deus e ao bem com todas as nossas
forças, ou colocamos nossa vidas à beira da morte. Ou estamos com Cristo ou
estamos contra Ele. Converter-se significa, nesse caso, optar totalmente por
fazer parte do grupo dos justos e levar uma vida digna de filhos. Porém, temos
em nosso interior a experiência do pecado: sabemos o bem que deveríamos fazer,
mas fazemos o mal; como podemos dar uma verdadeira unidade às nossas vidas?
Sozinhos, não podemos fazer muito. Somente se nos colocamos nas mãos de Deus
podemos fazer algum bem e pertencer ao grupo dos justos.
«Por não sabermos quando virá nosso Juiz, devemos viver cada dia como se não
houvesse o dia seguinte» (São Jerônimo). Essa frase é um convite a viver com
intensidade e responsabilidade nossa vida cristã. Não se trata de ter medo, mas
sim de viver com esperança esse tempo de graça, louvor e glória.
Cristo nos ensina o caminho para nossa própria glorificação. Cristo é o
caminho, portanto, nossa salvação, nossa felicidade e tudo o que possamos
imaginar passa por Ele. E se tudo o temos em Cristo, não podemos deixar de amar
a Igreja que nos o apresenta e é seu corpo místico. Contra as visões puramente
humanas dessa realidade é necessário que recuperemos a visão divino-espiritual:
nada melhor do que Cristo e o cumprimento de sua vontade!
Pensamentos para o Evangelho de hoje:«As minhas palavras
são espírito e são vida, e não podem ser ponderadas com base em critérios
humanos. Não devem de ser usadas para satisfazer a vã complacência, mas devem
ser ouvidas em silêncio e devem ser recebidas com humildade» (Thomas de Kempis)
«Aí onde vamos, mesmo na paróquia mais pequena, no canto mais perdido desta
terra, lá está a única Igreja. E este é um grande dom de Deus. A Igreja é uma
para todos» (Francisco) «(…) Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou na
terra o Reino dos céus. A Igreja é o Reino de Cristo ‘já presente em mistério’
(Concílio Vaticano II)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 763)
Santo do Dia: Santo Inocêncio I
Inocêncio primeiro era italiano. Ele foi eleito no ano 401, governou a Igreja
por dezesseis anos, num período dos mais difíceis para o Cristianismo.
Um dos maiores traumas de seu pontificado foi a
invasão e o saque de Roma, cometidos pelos bárbaros godos. O papa tentou mediar
a negociação entre o imperador Honório e o invasor bárbaro Alarico, mas não
conseguiu e o saque teve início. Foram três dias de roubo, devastação e
destruição. Os bárbaros respeitaram apenas as igrejas, por causa dos anos de
contato e mediação com o Papa Inocêncio I.
Inocêncio conseguiu manter a disciplina da
igreja e tomou decisões litúrgicas que perduram até hoje. Escreveu inúmeras
cartas pastorais e canônicas, que são estudadas até hoje. Também foi ele que
estabeleceu a uniformidade que as várias Igrejas devem ter com a doutrina
apostólica romana. Sua influência política obteve do imperador Honório a
proibição das lutas de gladiadores.
O Papa Inocêncio I morreu no dia 28 de julho de
417, sendo sepultado no cemitério de Ponciano em Roma.(Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: Hoje celebramos outro Papa que alcançou a glória
da santidade. Sua vida foi uma constante luta pela paz e pela pregação da
Palavra de Deus. Suas ações na Igreja e no mundo político sempre tiveram como
objetivo a luta pela dignidade humana. Que a vida de Santo Inocêncio
inspire-nos ações de respeito e solidariedade com as pessoas.
TJL–
A12.COM – EVANGELI.NET- VATICANNEWS.VA
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