Oração: Ó Senhor, Todo-Poderoso, infinitamente bom, e
infinitamente justo: concedei-nos pela intercessão e exemplo de São João
Gabriel Perboyre a graça de não nos sobrecarregarmos com as cadeias do pecado,
da apostasia, de não trairmos Cristo e os irmãos, mas protegei os Vossos
filhos, livrando-os dos males da alma e do mundo, sustentando-nos nas boas
obras e na coragem de rezar e agir pelo Vosso Reino. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Lc 6,6-11)
Num outro sábado, Jesus
entrou na sinagoga e começou a ensinar. Lá estava um homem que tinha a mão
direita seca. Os escribas e os fariseus observavam Jesus, para ver se ele faria
uma cura no dia de sábado, a fim de terem motivo para acusá-lo. Ele, porém,
conhecendo-lhes os pensamentos, disse ao homem da mão seca: Levanta-te e fica
aqui no meio!. Ele se levantou e ficou de pé. Jesus disse-lhes: Eu vos
pergunto: em dia de sábado, o que é permitido, fazer o bem ou fazer o mal?
Salvar uma vida ou deixar morrer?. Passando o olhar sobre todos eles, Jesus
disse ao homem: Estende a mão!. O homem assim o fez e a mão ficou curada. Eles
se encheram de raiva e começaram a discutir entre si sobre o que fariam contra
Jesus.
«Levanta-te e fica aqui no meio (...). Estende a mão» - P. Julio César RAMOS González SDB(Mendoza, Argentina)
Hoje Jesus nos dá exemplo de
liberdade. Falamos muitíssimo dela nos nossos dias. Mas a diferença do que hoje
se apregoa e até se vive como liberdade,a de Jesus, é uma liberdade totalmente
associada e aderida à ação do Pai. Ele mesmo dirá: Vos garanto que o Filho do
homem não pode fazer nada por si só e sim somente o que vê o Pai fazer; o que
faz o Pai, faz o Filho (Jo 5,19). E o Pai só obra, só age por amor.
O amor não se impõe, mas faz agir, mobiliza devolvendo com amplidão a vida.
Aquele mandato de Jesus: Levanta-te e fica aqui no meio (Lc 6,8); tem a força
recriadoura daquele que ama, e pela palavra age. Mas ainda, o outro: Estende
tua mão,(Lc 6,10), que termina conseguindo o milagre, restabelece
definitivamente a força e a vida daquele que estava débil e morto. Salvar é
arrancar da morte e, é a mesma palavra que se traduz por sanar. Jesus curando,
salva o que havia de morto nesse pobre homem doente, e isso é um claro signo do
amor de Deus Pai para com suas criaturas. Assim, na nova criação onde o Filho
não faz outra coisa mais do que vê fazer ao Pai, a nova lei que imperará será a
do amor que se põe em obra e, não a de um descanso que inativa, inclusive, para
fazer o bem ao irmão necessitado.
Então, liberdade e amor conjugados é a chave para hoje. Liberdade e amor
conjugados à maneira de Jesus. Aquilo de: ama e faz o que queiras, de Santo
Agostinho tem hoje vigência plena, para aprender a configurar-se totalmente com
Cristo Salvador.
João Gabriel Perboyre nasceu no ano de 1802, em Mongesty, diocese
de Cahors, França, de uma numerosa família de agricultores profundamente
cristã. Primeiro dos oito filhos do casal, foi educado para seguir a
profissão do pai. Porém, desde cedo demonstrava vocação
religiosa, e na adolescência, juntamente a dois dos seus irmãos, ingressou no
seminário da Congregação de São Vicente de Paulo (lazaristas). Três
de suas irmãs também se fizeram religiosas, e um seu tio já era sacerdote. Foi ordenado padre em 1826, ficando alguns anos em Paris, onde foi
professor e diretor de seminários vicentinos. Mas aspirava ser
missionário na China, numa casa vicentina; neste país, por esta época havia
sido martirizado um outro padre. Em 1832 um dos seus irmãos, também sacerdote,
foi enviado ao povo sino, mas faleceu durante a viagem marítima. João pediu
para ser seu substituto, seguindo em 1835 primeiro para Macau (possessão
portuguesa até 1999). Ali aprendeu os costumes e o idioma chinês, bem como a
apresentar-se como um nativo, pois a entrada de estrangeiros era proibida.
Seguiu então para as regiões de Ho-Nan, e depois Hou-Pé. Encontrou um quadro de muitas apostasias, pois a perseguição aos
católicos era grande e vários fraquejavam. Mas consolou-os e os incentivou à
Fé, e realizou batismos, evangelizando em diversas aldeias. Antes da celebração
de uma Missa dominical em 1839, soldados chineses o quiseram prender, mas ele
fugiu e se escondeu num bambuzal. Um rapaz recém-batizado o traiu, indicando o
lugar aos perseguidores, que o capturaram. Foi imediatamente
espancado. Durante este procedimento, era pressionado a revelar onde estavam
outros padres; depois, foi levado a “julgamento”. Na prisão, ficou um ano sendo
cruelmente torturado, em três cadeias diferentes. Sofreu mais de 20 interrogatórios,
sob deboches, pancadas e torturas, com a intenção de que revelasse a
localização de outros sacerdotes que deveriam ser mortos. Numa dessas ocasiões, foi-lhe oferecida a liberdade, se pisasse
num crucifixo: recusando veementemente, foi punido com 110 chicotadas. Os
tormentos incluíram sobrecarregá-lo com correntes, esmagar seus pés num torno,
açoitá-lo com bambus, chicoteamento até a desfiguração, obrigá-lo a beber
sangue de cachorro, insultar seu pudor. João Gabriel apenas dizia, “melhor
morrer do que pecar.” Foi por fim condenado à morte. Em 11 de
setembro de 1839, amarrado a uma cruz em forma de “X”, foi espancado,
escarrado, e teve os cabelos arrancados; enquanto o estrangulavam, ainda lhe
davam pontapés na barriga. São João Gabriel Perboyre foi o
primeiro missionário da China canonizado pela Igreja.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
TJL – A12.COM -EVANGELI.NET – ACIDIGITAL.COM
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