Oração:
São Bruno, que adotastes como regra de vida a oração, o trabalho, o
estudo e a pobreza, que fundastes uma ordem monástica para uma ainda maior
intimidade com Deus, inspirai-nos também a uma vida contemplativa
esquecendo-nos bem mais das ocupações terrenas e nos ocupando mais com nossa
união cada vez mais íntima com nosso Deus e Criador. Por Cristo Nosso Senhor.
Amém.
Evangelho
segundo São Lucas 10,13-16.
Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!
Porque, se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se
realizaram, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e
sentando-se sobre a cinza.
Assim, no dia do Juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para
vós.
E tu, Cafarnaum, serás elevada até ao céu? Até ao inferno é que descerás.
Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. Mas
quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou».(Tradução litúrgica da Bíblia)
São Gregório Magno (c. 540-604) -papa, doutor da Igreja - Livro XI, SC 212
«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!»
«Ele multiplica as nações e as destruirá; quando
são derrotadas, restabelece-as integralmente» (Job 12,23). Podemos compreender
que o Senhor multiplica as nações e as destruirá, porque todos os dias nascem
seres destinados a morrer, e que restabelecerá integralmente as nações
derrubadas, porque os mortos ressuscitarão. Mas compreendemos melhor estas
palavras se virmos como se cumprem na alma destes povos. O Senhor multiplica as
nações e destruí-las-á, porque, embora as aumente pela fecundidade da sua descendência,
abandona-as à sua incredulidade. Mas, uma vez derrubadas, restabelecê-las-á
integralmente, porque reconduziu à estabilidade da fé as nações que tinha
abandonado à sua incredulidade. E, depois de estas nações terem sido
restauradas na sua integridade espiritual, o povo antigo, que parecia ter sido
fiel a Deus, foi reprovado no seu coração e rejeitado, desviando-se da sua fé e
revoltando-se contra Aquele que tinha anunciado. O texto continua: «Andarão às
apalpadelas, como se estivessem mergulhados nas trevas e Ele fá-los-á andar
perdidos, como homens embriagados» (Job 12,24-25).
São Bruno
nasceu em 1035 numa família nobre, na cidade de Colónia, lugar onde foi também
ordenado após a conclusão dos seus estudos na escola episcopal de Reims, em
França. De regresso a esta cidade, e após a ordenação sacerdotal, dedica-se ao
ensino de teologia na arquidiocese de Reims por mais de 25 anos tendo como
alunos Eudes de Châtillon, o futuro Papa Urbano II e Santo Huygo de Grenoble,
entre muitos outros.
Fundou a exigente Ordem Religiosa da Cartuxa
na qual os seus membros, os cartuxos, procuram conciliar a vida comunitária e
silenciosa com a vida contemplativa. Na Cartuxa impera o silêncio total e
absoluto como meio para chegar a Deus. A Igreja, único lugar onde os
irmãos se encontram para recitar o Ofício Divino, é coroada por pequenas casas
de dois quartos, um térreo, destinado ao trabalho e outro superior, a morada do
monge, onde ele ora e repousa.
O primeiro mosteiro da ordem foi fundado na região desértica e
montanhosa de Grenoble Chartreuse, em França, com alguns dos seus primeiros
companheiros. Mais tarde, o Papa Urbano II, ex-aluno de São Bruno, escolheu-o
para conselheiro e chamou-o a Roma. A estadia em Roma foi breve. Os monges
construíram uma cartuxa junto às Termas de Diocleciano mas não se adaptaram à
cidade, obtendo licença para regressar a Grenoble enquanto o abade Bruno,
deixando a Cúria Pontifícia, desceu ao sul da Itália para erigir uma nova
cartuxa. Depois destas muitas outras cartuxas foram fundadas, havendo hoje
vinte e uma casas activas em todo o mundo.
"O proveito e a alegria que a solidão e o
silêncio do ermo trazem a todos os que O amam, só os que tiveram a experiência
podem apreciar". Assim escrevia São Bruno a um amigo pouco antes de morrer
a 06 de Outubro de 1101, em Torre, na Calábria.
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