BOM DIA EVANGELHO
Quinta-feira, 18 de março de 2010
Quarta Semana da Quaresma - 4ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa
Antífona: Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a su face. (Sl 104, 3-4)
Oração do Dia: Nós vos pedimos, ó Deus de bondade, que, corrigidos pela penitência e renovados pelas boas obras, possamos perseverar nos vossos mandamentos e chegar purificados às festas pascais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.
Salmo: 105(106), 19-20, 21-22.23 (R/4a)
Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo
19Construíram um bezerro no Horeb e adoraram uma estátua de metal; 20eles trocaram o seu Deus, que é sua glória, pela imagem de um boi que come feno.
21Esqueceram-se do Deus que os salvara, que fizera maravilhas no Egito; 22no país de Cam fez tantas obras admiráveis, no mar Vermelho, tantas coisas assombrosas.
23Até pensava em acabar com sua raça, não se tivesse Moisés, o seu eleito, interposto, intercedendo junto a ele, para impedir que sua ira os. destruísse.
Evangelho: João (Jo 5, 31-47)
O Testemunho de Jesus
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 31"Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não vale. 32Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro. 33Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa Salvação. 35João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com a sua luz. 36Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou. 37E também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes sua voz, nem vistes sua face, 38e sua palavra não encontrou morada em vós, pois não acreditais naquele que ele enviou. 39Vós examinais as escrituras, pensando que nelas possuís a vida eterna. No entanto, as escrituras dão testemunho de mim, 40mas não quereis vir a mim para ter a vida eterna! 41Eu não recebo a glória que vem dos homens. 42Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus.
43Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o receberíeis. 44Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus? 45Não penseis que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Se acreditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois foi a respeito de mim que ele escreveu. 47Mas se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis então nas minhas palavras?" Palavra da Salvação!
Comentário do Evangelho
Vim em nome do meu Pai
No confronto com os seus adversários, Jesus explicitou sua relação com o Pai. O tempo mostraria que suas palavras foram insuficientes para convencê-los. A revelação de Jesus exigia mentes e corações abertos, capazes de acolher a novidade que lhes era comunicada. Entretanto, a dureza de coração de seus inimigos levava-os a um ódio sempre crescente contra ele. Por conseguinte, o esforço de Jesus tinha um efeito contrário ao que ele desejava. Ao invés de gerar acolhida, provocava rejeição.
O testemunho em favor de Jesus provinha do Pai. Logo, suas palavras e sua ação estavam bem respaldadas. Não dependiam desta ou daquela instituição, nem de pessoa alguma. As obras realizadas por Jesus também depunham em seu favor. Por seu próprio conteúdo, revelavam a identidade dele, pois visavam proporcionar vida abundante para toda a humanidade. Também as Escrituras, quando lidas de maneira conveniente, davam testemunho dele. Elas apontavam para Jesus, cujo ministério situava-se no contexto da revelação de Deus.
Jesus detectou a raiz da rejeição a seu respeito, num certo espírito mundano que corroia o coração dos adversários, os quais buscavam a glória de si mesmos, não a do Pai. Se estivessem mais em comunhão com Deus, e menos preocupados em defender seus esquemas, sem dúvida chegariam a perceber quem era Jesus. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]
Para sua reflexão:
É necessário um testemunho que garanta a missão de Jesus. Testemunho em própria causa não vale; é necessário o testemunho alheio de uma testemunha fidedigna. Jesus apresenta quatro testemunhos que deveriam levar os seus ouvintes a reconhecê-lo como Messias, enviado pelo Pai, como Filho de Deus: as palavras de João Baptista, homem enviado por Deus; as obras que ele mesmo realizou por mandado de Deus; a voz do Pai; e, finalmente, as Escrituras. Mas os judeus não se rendiam ante tantos testemunhos de Jesus. A razão de tanta resistência é que vivem fechados num circulo vicioso, num sistema de louvores mútuos e complacências partilhadas, como intérpretes oficiais e reconhecidos da lei. Não recebem Jesus, que se distancia e denuncia.
A IGREJA CELEBRA HOJE
Santos: Cirilo de Jerusalém (arcebispo e doutor da Igreja), Alexandre de Jerusalém (bispo e mártir), Fridiano (bispo), Eduardo (o mártir), Anselmo de Lucca (bispo), Cristiano (beato, abade), Salvador de Horta (confessor franciscano, 1ª ordem), Trófimo, Eucarpo e Tetrico.
São Cirilo de Jerusalém
Da vida de São Cirilo, anterior ao episcopado, sabe-se apenas que era sobrinho do bispo de Alexandria, o qual, provavelmente, o encaminhou aos estudos e o ordenou sacerdote.
Em 412 foi escolhido bispo e patriarca de Alexandria, no Egito, apesar de certa oposição de um partido contrário. Cirilo tornou-se conhecido sobretudo por sua posição firme em defesa da fé na controvérsia contra Nestório Pois bem, no século IV, tinha-se aberto o debate teológico sobre a pessoa de Cristo com o arianismo, que negava a Jesus Cristo, Verbo encarnado, a igualdade com Deus Pai. Santo Atanásio, patriarca de Alexandria, foi então o principal defensor da doutrina católica no Concílio Ecumênico de Nicéia, em 325, cujo marco doutrinal é o credo que nós rezamos.
Um século depois, reabriu-se outro debate, sobre a pessoa de Cristo. Um monge de nome Nestório de Antioquia da Síria tinha sido elevado à cátedra de Constantinopla, e seu ensinamento vinha escandalizando os fiéis. Segundo ele, em Jesus Cristo havia duas pessoas: a pessoa divina habitava no homem, Jesus, como alguém numa tenda; em consequência não havia unidade pessoal das duas aturezas, divina e humana, em Cristo, e as ações de Cristo, mesmo a paixão e morte, não eram próprias de Jesus Deus, mas de Jesus simples homem. Nestório combatia também o título que tradicionalmente o povo dava a Maria, chamando-a Mãe de Deus. A reação entre os próprios fiéis era grande e esta novidade doutrinal ficou conhecida por todo o Oriente.
Desde o início da difusão desta doutrina, levantaram-se no Oriente teólogos e pastores que se lhe opuseram. O mais decidido foi Cirilo, patriarca de Alexandria. Primeiro, tentou os meios pacíficos para conseguir que Nestório retirasse sua afirmação que Nossa Senhora não devia ser chamada Mãe de Deus. Cirilo dizia a Nestório: "Os fiéis com o próprio bispo de Roma, Celestino, estão muito escandalizados; concedei, rogo-vos, a Maria o título de Mãe de Deus. Não é doutrina nova a que vos peço professar; é a crença de todos os Padres até aqui Nestório respondeu com insultos e calúnias. Cirilo então consultou o Papa Celestino e, ao receber resposta favorável, foi reunido um novo Concílio Ecumênico, em Éfeso, em 431. Aquele movimentado concilio aberto, num clima de profunda animosidade popular contra Nestório, acabou rejeitando a doutrina nestoriana e proclamando a doutrina ortodoxa em favor da maternidade divina de Maria Santíssima.
A tradição diz que ao saírem os bispos da sala do concílio foram recebidos por estrondosas aclamações do povo, que organizou entusiasticamente uma procissão à luz de tochas.
A memória do Concílio de Éfeso ficou gravada nos mosaicos que o Papa Sisto III mandou colocar no arco triunfal da Basílica de Santa Maria Maior em Roma, e que ainda hoje se podem admirar. A doutrina ortodoxa foi enunciada com estas palavras: "Há um só Cristo, um só Filho de Deus, um só Senhor; e pela união, não confusão, das duas naturezas, divina e humana em Cristo, a santa Virgem Maria é chamada Mãe de Deus”
O nestorianismo, porém, não morreu logo, e São Cirilo teve que sofrer perseguições e calúnias pela sua ação enérgica em defender a fé. No entanto, ele procurou criar um clima de união e paz, mesmo com seus adversários. Cirilo faleceu em 444, e a Igreja, como reconhecimento de seus méritos, declarou-o Doutor.
TJL@ - WWW.PAULINAS.ORG.BR -WWW.MUNDOCATOLICO.ORG.BR-
WWW.PADREMARCELOROSI.COM.BR
Nenhum comentário:
Postar um comentário