Dia
Litúrgico: 29 de Junho: São Pedro e São Paulo, apóstolos
Papa saúda um dos novos cardeais. Foto: Daniel Ibáñez / ACI prensa
Vaticano, 28 Jun. 18 / 12:30 pm (ACI).-
Um dos acontecimentos mais importantes da Igreja é
sempre a celebração de um Consistório para a criação de novos cardeais,
como o que foi celebrado neste 28 de junho, na Basílica de São Pedro, em que o
Papa Francisco criou 14 novos provenientes de todo o mundo, aos quais convidou
a estar sempre a serviço dos outros.
Em sua homilia, o Bispo de Roma
convidou a não viver presos em “asfixiantes intrigas” que só secam e ressaltou
que “nenhum de nós se deve sentir ‘superior’ a outrem”.
“Nenhum de nós deve olhar os outros
de cima para baixo; só podemos olhar assim uma pessoa, quando a ajudamos a
levantar-se”, afirmou.
O Papa manifestou que “os momentos
importantes e cruciais deixam falar o coração e manifestam as intenções e as
tensões que vivem em nós” e “tais encruzilhadas da existência interpelam-nos e
fazem surgir questões e desejos nem sempre transparentes do coração humano”.
O Pontífice utilizou o Evangelho para
lançar uma mensagem aos novos purpurados e recordou como os discípulos
guardavam em seu coração “busca dos primeiros lugares, ciúmes, invejas,
intrigas, ajustes e acordos”. De fato, “esta lógica não só desgasta e corrói a
partir de dentro as relações entre eles, mas ainda os fecha e envolve em
discussões inúteis e de pouca importância”.
Francisco, então, perguntou: “Que
adianta ganhar o mundo inteiro, se se fica corroído por dentro? Que adianta
ganhar o mundo inteiro, se todos vivem prisioneiros de asfixiantes intrigas que
secam e tornam estéril o coração e a missão? Nesta situação – como alguém
observou –, poder-se-iam já vislumbrar as intrigas de palácio, mesmo nas cúrias
eclesiásticas”.
O Papa convidou a “não se deixarem
arruinar e prender por lógicas mundanas que afastam o olhar daquilo que é
importante”.
“Deste modo, Jesus ensina-nos que a
conversão, a transformação do coração e a reforma da Igreja são feitas, e
sempre o devem ser, em chave missionária, pois pressupõem que se deixe de olhar
e cuidar dos interesses próprios para olhar e cuidar dos interesses do Pai”.
O Papa acrescentou que a conversão
significa superar “nossos egoísmos” e ter plena disponibilidade a “crescer em
fidelidade e disponibilidade para abraçar a missão”.
Francisco também solicitou não se
tornar “ótimos repelentes” e evitar ter “vistas curtas”. “Quando nos esquecemos
da missão, quando perdemos de vista o rosto concreto dos irmãos, a nossa vida fecha-se
na busca dos próprios interesses e seguranças”, sublinhou.
Para o Santo Padre, “assim, começam a
crescer o ressentimento, a tristeza e a aversão” e “pouco a pouco diminui o
espaço para os outros, para a comunidade eclesial, para os pobres, para escutar
a voz do Senhor. Deste modo perde-se a alegria, e o coração acaba na aridez”.
O Papa recordou que a Igreja é chamada
a “curar” feridas e dar uma “esperança tantas vezes ofendida”.
“O Senhor caminha à nossa frente para
nos lembrar uma vez mais que a única autoridade crível é a que nasce de se
colocar aos pés dos outros para servir a Cristo”.
“Esta é a mais alta condecoração que
podemos obter, a maior promoção que nos pode ser dada: servir Cristo no povo
fiel de Deus, no faminto, no esquecido, no recluso, no doente, no
toxicodependente, no abandonado, em pessoas concretas com as suas histórias e
esperanças, com os seus anseios e decepções, com os seus sofrimentos e
feridas”, acrescentou.
ORAÇÃO
Príncipes dos
apóstolos e doutores do Universo, São Pedro e São Paulo, rogai ao Mestre de
todas as coisas que dê a paz ao mundo e às nossas almas a sua grande
misericórdia. Fazei de nós seguidores fiéis de Jesus e inspirai-nos o zelo
missionário. Amém!
EVANGELHO (MT 8,1-4)
O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus
Cristo † segundo Mateus.
Glória a vós,
Senhor.
1 Tendo Jesus descido do monte, numerosas multidões o seguiam. 2 Eis que
um leproso se aproximou e se ajoelhou diante dele, dizendo: “Senhor, se queres,
tu tens o poder de me purificar”. 3 Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse:
“Eu quero, fica limpo”. No mesmo instante, o homem ficou curado da lepra. 4 Então
Jesus lhe disse: “Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao
sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou, para servir de testemunho para
eles”.
Palavra da Salvação. Glória
a vós, Senhor.
«Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo»
+ Mons. Pere TENA i Garriga Bispo Auxiliar Emérito
de Barcelona
(Barcelona, Espanha)
(Barcelona, Espanha)
Hoje é um dia consagrado pelo martírio dos
apóstolos São Pedro e São Paulo. «Pedro, primeiro predicador da fé; Paulo,
mestre esclarecido da verdade» (Prefácio). Hoje é um dia para agradecer à fé
apostólica, que é também a nossa, proclamada por estas duas colunas com sua
prédica. É a fé que vence ao mundo, porque crê e anuncia que Jesus é o Filho de
Deus: «Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!» (Mt 16,16).
As outras festas dos apóstolos São Pedro e São Paulo vêem outros aspectos, mas
hoje contemplamos aquele que permite nomeá-los como «primeiros predicadores do
Evangelho» (Coleta): com seu martírio confirmaram seu testemunho.
Sua fé, e a força para o martírio, não lhes veio de sua capacidade humana. Jesus então lhe disse: Feliz é Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus (cf. Mt 16,17). Igualmente, o reconhecimento “daquele que ele perseguia” como Jesus o Senhor foi claramente, para Saulo, obra da graça de Deus. Em ambos os casos, a liberdade humana que pede o ato de fé se apóia na ação do Espírito.
A fé dos apóstolos é a fé da Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Desde a confissão de Pedro em Cesaréia de Felipe, «cada dia, na Igreja, Pedro continua dizendo: ‘Vós sois o Cristo, o Filho do Deus vivo!’» (São Leão Magno). Desde então até nossos dias, uma multidão de cristãos de todas as épocas, idades, culturas e, de qualquer outra coisa que possa estabelecer diferenças entre os homens, proclamou unanimemente a mesma fé vitoriosa.
Pelo batismo e a crisma estamos no caminho do testemunho, isto é, do martírio. É necessário que estejamos atentos ao “laboratório da fé” que o Espírito realiza em nós (João Paulo II), e que peçamos com humildade poder experimentar a alegria da fé da Igreja.
Sua fé, e a força para o martírio, não lhes veio de sua capacidade humana. Jesus então lhe disse: Feliz é Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus (cf. Mt 16,17). Igualmente, o reconhecimento “daquele que ele perseguia” como Jesus o Senhor foi claramente, para Saulo, obra da graça de Deus. Em ambos os casos, a liberdade humana que pede o ato de fé se apóia na ação do Espírito.
A fé dos apóstolos é a fé da Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Desde a confissão de Pedro em Cesaréia de Felipe, «cada dia, na Igreja, Pedro continua dizendo: ‘Vós sois o Cristo, o Filho do Deus vivo!’» (São Leão Magno). Desde então até nossos dias, uma multidão de cristãos de todas as épocas, idades, culturas e, de qualquer outra coisa que possa estabelecer diferenças entre os homens, proclamou unanimemente a mesma fé vitoriosa.
Pelo batismo e a crisma estamos no caminho do testemunho, isto é, do martírio. É necessário que estejamos atentos ao “laboratório da fé” que o Espírito realiza em nós (João Paulo II), e que peçamos com humildade poder experimentar a alegria da fé da Igreja.
SANTO DO DIA
SÃO PEDRO E SÃO PAULO
A solenidade
de São Pedro e de São Paulo é uma das mais antigas da Igreja, sendo anterior
até mesmo à comemoração do Natal. Depois da Virgem Santíssima e de São João
Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas no ano
litúrgico. Além do tradicional 29 de junho, há: 25 de janeiro, quando
celebramos a Conversão de São Paulo; 22 de fevereiro, temos a festa da Cátedra
de São Pedro e 18 de novembro, reservado à Dedicação das Basílicas de São Pedro
e São Paulo.
O martírio
de ambos deve ter ocorrido em ocasiões diferentes: São Pedro, crucificado de
cabeça para baixo na Colina Vaticana em 64, e São Paulo decapitado na chamada
Três Fontes em 67. Mas não há certeza quanto ao ano desses martírios.
São Pedro e
São Paulo não fundaram Roma, mas são considerados os "pais de Roma" e
considerados os pilares que sustentam a Igreja tanto por sua fé e pregação,
como pelo ardor e zelo missionário.
São Pedro é
o apóstolo que Jesus Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro
Papa da Igreja. A ele Jesus disse: "Tu és Pedro e sobre esta pedra
fundarei a minha Igreja". São Paulo é o maior missionário de todos os
tempos, o advogado dos pagãos, o "Apóstolo dos gentios".
No Brasil,
em homenagem a São Pedro, fogueiras são acesas, mastros são erguidos com a sua
bandeira, fogos são queimados. São Pedro é caracterizado como protetor dos
pescadores. A brincadeira do pau-de-sebo está em várias regiões, estando
diretamente relacionada com a festividade deste santo.(Colaboração: Padre
Evaldo César de Souza, CSsR)
REFLEXÃO Pedro, segurando as chaves, símbolo de seu apostolado como chefe
da Igreja, e Paulo, missionário por excelência, são as duas colunas da Igreja,
enraizadas no grande fundamento da fé, que é Jesus Cristo. Celebrar a festa
destes apóstolos nos permite vislumbrar a aproximação do
Reino de Deus, que nasce de nosso envolvimento com a causa do evangelho.
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