REDAÇÃO CENTRAL, 21 Mai. 23 / 06:00 am (ACI).- Os apóstolos acompanharam Jesus durante três
anos, durante os quais cultivaram uma amizade pessoal com Ele, sendo abençoados
sem medida. É por isso que a perda mais terrível de suas vidas ocorreu na
Sexta-feira Santa, quando Jesus morreu na cruz.
Oração: Ó Deus, Sacerdote supremo, concedei-nos por intercessão de São João
Batista de Rossi imitá-lo na sua incessante caridade, e por suas orações obter
a santificação daqueles aos quais Vos dignastes chamar para a hierarquia
eclesiástica, protegendo-os dos enganos deste mundo, esclarecendo-os no
intelecto e na alma, e os iluminando para priorizar o exercício da sua vocação
específica em plenitude, de modo a que se salvem e à salvação conduzam o
rebanho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho e Supremo Pastor, e Nossa
Senhora. Amém.
Evangelho (Jo 17,1-11a)
Assim Jesus falou, e elevando os olhos ao
céu, disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica teu filho, para que teu filho te
glorifique, assim como deste a ele poder sobre todos, a fim de que dê vida
eterna a todos os que lhe deste. Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o
Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste. Eu te
glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer.
»E agora Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com a glória que eu tinha, junto
de ti, antes que o mundo existisse. Manifestei o teu nome aos homens que, do
mundo, me deste. Eles eram teus e tu os deste a mim; e eles guardaram a tua
palavra. Agora, eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti, porque eu lhes
dei as palavras que tu me deste, e eles as acolheram; e reconheceram
verdadeiramente que eu saí de junto de ti e creram que tu me enviaste.
»Eu rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque
são teus. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. E eu sou
glorificado neles. Eu já não estou no mundo; mas eles estão no mundo, enquanto
eu vou para junto de ti».
«Pai, chegou a hora» - Rev. D. Pere OLIVA i March(Sant Feliu de Torelló, Barcelona, Espanha)
Hoje, o Evangelho de São João —que há dias estamos lendo— começa falando-nos da “hora”: «Pai, chegou a hora.
Glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique» (Jo 17,1). O momento culminante,
a glorificação de todas as coisas, a doação máxima de Cristo que se entrega por
todos... “A hora” é ainda uma realidade escondida aos homens; se revelará à
medida que a trama da vida de Jesus nos abre a perspectiva da cruz.
Chegou a hora? A hora de que? Pois chegou a hora em que os homens conheçam o
nome de Deus, ou seja, sua ação, a maneira de dirigir-se à Humanidade, a
maneira de falarmos no Filho, em Cristo que ama.
Os homens e as mulheres de hoje, conhecendo Deus através de Jesus («porque eu
lhes dei as palavras que tu me deste»: Jo 17,8), chegamos a ser testemunhas da
vida, da vida divina que se desenvolve em nós pelo sacramento batismal. Nele
vivemos nos movemos e somos; Nele encontramos palavras que alimentam e que nos
fazem crescer; Nele descobrimos o que Deus quer de nós: a plenitude, a
realização humana, uma existência que não vive de vanglória pessoal, mas sim de
uma atitude existencial que se apoia em Deus mesmo e em sua glória. Como nos
lembra São Irineu, «a glória de Deus é que o homem viva». Louvemos a Deus e sua
glória para que a pessoa humana chegue a sua plenitude!
Estamos marcados pelo Evangelho de Jesus Cristo; trabalhamos para a glória de
Deus, tarefa que se traduz em um maior serviço à vida dos homens e mulheres de
hoje. Isto quer dizer: trabalhar pela verdadeira comunicação humana, a
felicidade verdadeira da pessoa, fomentar o gozo dos tristes, exercer a
compaixão com os débeis... definitivamente: abertos à Vida (em maiúscula).
Pelo Espírito, Deus trabalha no interior de cada ser humano e habita no mais
profundo da pessoa e não deixa de estimular a todos a viver dos valores do
Evangelho. A Boa Nova é expressão da felicidade libertadora que Ele quer
dar-nos.
João Batista de Rossi nasceu em Voltagio, província de Gênova, Itália, no ano de 1698. Aos dez anos, precisando trabalhar, foi como pajem para uma rica família em Gênova. Em 1711 mudou-se para Roma e morou com um seu primo que era sacerdote. Teve então oportunidade de estudar Filosofia no Colégio Romano dos jesuítas, e depois formou-se em Teologia com os frades dominicanos de Minerva. Conviveu neste período com os mais bem preparados religiosos da sua geração. Paralelamente aos estudos, João juntou-se ao Sodalício da Virgem Maria e dos Doze Apóstolos, cujos membros se dedicavam a exercícios de piedade e visitas a doentes nos hospitais, evangelização dos jovens, assistência aos pobres e abandonados, e outras obras de misericórdia. Sua intensa atividade o levou a um esgotamento físico e psicológico, despertando nele ataques epiléticos e uma grave doença ocular, males dos quais jamais se recuperou. Apesar disso, não abandonou as penitências, e pouco comia, comprometendo ainda mais a sua já frágil saúde. Foi ordenado sacerdote em 1721, e começou a atender os homens que semanalmente levavam seu gado para vender em Roma, buscando atraí-los para os Sacramentos, bem como dava atenção aos adolescentes mendicantes da cidade. Fundou a Pia União de Sacerdotes Seculares, que dirigiu durante alguns anos (onde, até 1935, grandes personagens do clero se formaram, incluindo santos canonizados, bispos e Papas). Igualmente fundou e dirigiu a Casa de Santa Gala, para moços carentes, e seu correspondente feminino, a Casa de São Luís Gonzaga. Além disso, era cônego da igreja Santa Maria in Cosmedin. Porém, até então, não atendia confissões, por temor sagrado. Mas o bispo de Civita Castellana, ao norte de Roma, para onde fora transferido, insistiu para que ele o fizesse. A partir daí, seu apostolado frutificou extraordinariamente: de início, as Irmãs de Caridade, da própria Santa Maria, então quase deserta, teve significativo aumento de frequência; nele manifestou-se o dom do conselho, da consolação, da exortação e da orientação, e sua atenção e paciência atraíam cada vez mais pessoas de toda a cidade e vizinhanças, que formavam longas filas para serem atendidas; passava deste modo muitas horas no confessionário. Ele mesmo declarou: “Eu não sabia um caminho mais curto para ir ao Paraíso; mas agora, já sei: é dirigir os outros na confissão. Quanto bem se pode fazer aí”. Tornou-se famoso confessor. João buscava também os hospitalizados e os pobres, sendo igualmente encarregado das catequeses aos encarcerados; tornou-se o apóstolo dos abandonados. Pregava quatro ou cinco vezes por dia nas igrejas, capelas, conventos, hospitais, quartéis e prisões. Aos 66 anos, doente, faleceu em 23 de maio de 1764. Seu funeral foi custeado pelos devotos, pois sua pobreza era extrema.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Não bastassem as formidáveis
obras caritativas de São João Batista de Rossi, por si já suficientes para a
santidade de qualquer um, Deus ainda quis nele ressaltar o primeiro trabalho de
amor propriamente devido aos sacerdotes: a pregação e a dedicação aos
Sacramentos. Com efeito, a caridade prática é necessária para todos na Igreja, mas
o cuidado direto aos pobres, enfermos, encarcerados, pode ser feito por leigos
também. Mas o ministério sacerdotal é um dom e uma vocação específica de Deus,
e o mais necessário para a salvação das almas, pois sem o clero, santo, não é
possível aos homens receberem os Sacramentos, caminhos mais essenciais para
esta salvação. A Confissão é um dos Sacramentos mais frequentes e necessários:
ao longo da vida, é através dele que podemos nos reconciliar com Cristo e,
assim, recebê-Lo na Eucaristia, verdadeiro alimento da alma para a vida
celeste, sem o qual o espírito definha e morre de inanição. Mais de um santo
destacou-se na diligência em confessar, e talvez o mais recente e famoso seja
São Pio de Pietreltina. Os presbíteros podem se santificar de muitas formas,
porém a mais simples e direta é dedicar-se ao sacerdócio. Nada há de mais
importante para o clero.
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