Oração: Deus, nosso Pai, Santa Isabel
foi um conforto para os pobres e defensora dos desesperados. A ninguém negava
sua caridade e o apoio nas horas difíceis. Colocou a serviço dos necessitados
todas as suas riquezas. Transformai também o nosso interior, para que sejamos
luz para o mundo de hoje, como Santa Isabel o foi para o seu tempo. Por Cristo
Nosso Senhor. Amém.
Evangelho segundo São
Lucas 17,26-37.
Naquele tempo, disse Jesus aos
seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do
Filho do homem:
Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou
na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos.
Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam,
plantavam e construíam.
Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e
enxofre, que os fez perecer a todos.
Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem.
Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as
tirar; e quem estiver no campo não volte atrás.
Lembrai-vos da mulher de Lot.
Quem procurar salvar a vida há de perdê-la e quem a perder há de salvá-la.
Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro
deixado;
estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada.
Dois homens estarão no campo: um será tomado e outro será deixado».
Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?». Ele
respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres».(Tradução
litúrgica da Bíblia)
Tem confiança no dia do Filho do
homem, pois nada em ti perecerá
Este Rei
glorioso, que está rodeado por uma guarda de anjos e sentado no mesmo trono que
o Pai, não desprezará os seus próprios servos. Para que os eleitos não sejam
confundidos com os inimigos, «Ele enviará os seus anjos, com uma grande
trombeta, e eles reunirão os seus eleitos dos quatro ventos» (Mt 24,31). Ele,
que não desprezou Lot no seu isolamento, desprezará a multidão dos justos?
«Vinde, benditos de meu Pai» (Mt 25,34), dirá aos que forem transportados em
carros de nuvens e reunidos pelos anjos. Mas, dirá algum dos presentes, eu sou
pobre e talvez me encontrem na cama, sem forças; ou: sou uma mulher pobre e
serei apanhada a moer na mó (cf Lc 17,34) - não seremos desprezados? Confia em
mim, homem, o juiz não faz aceção de pessoas; Ele «não julgará segundo as
aparências nem decidirá pelo que tiver ouvido» (Is 11,3). Ele não põe os sábios
à frente dos simples, nem os ricos à frente dos pobres. Mesmo que estejas no
campo, os anjos irão buscar-te; não penses que ele leva os que possuem a terra
e deixa os que a trabalham. Mesmo que sejas escravo, mesmo que sejas pobre, não
te preocupes. Aquele que tomou a forma de escravo não despreza os escravos.
Mesmo que estejas doente numa cama, está escrito: «Estarão dois num leito: um
será levado e o outro deixado» (Lc 17,34). [...] Tem confiança, trabalha,
combate com coragem, e nada de ti perecerá.
Isabel era princesa na Hungria,
foi rainha na Alemanha, e se fez santa na Terra e para o Céu.
Nasceu
no ano de 1207, e desde então já foi prometida em casamento para o duque Ludwig
da Turíngia, na Alemanha. Cresceu e foi educada junto com o futuro marido. Ele
a amava sinceramente, e a apoiava nas suas
iniciativas de espiritualidade. Porém a sogra e demais parentes do esposo
tinham ciúmes e procuraram prejudicá-la por quase toda a sua curta vida.
Embora
em nada descuidando do seu papel de esposa e mãe, o que mais caracterizou Isabel
foi a sua vida de espiritualidade e particular caridade aos pobres. Como a eles
dedicava não só o próprio serviço, pessoalmente lavando-os, alimentando-os e
vestindo-os, mas também utilizava dinheiro para as suas necessidades, a sogra
tentou indispor Ludwig, alegando que Isabel esbanjava as riquezas da coroa. Numa
ocasião, saindo ela com alimentos para distribuir aos necessitados, ele a
questionou e ela disse que só levava rosas – esquecendo ser inverno – e, ao
abrir a sacola, de fato apareceram rosas.
De
outra vez, a sogra o avisou de que Isabel estava a cuidando de um leproso
no seu próprio quarto, mas ao entrar Ludwig encontrou sobre o leito Cristo
crucificado, em quem o leproso se transformara.
Apesar
das dificuldades, o casamento foi muito feliz. Ludwig porém faleceu de peste,
na Itália, quando ia para as cruzadas na Terra Santa. Então a sogra e parentes
do marido a expulsaram da corte com os filhos, pretextando de que
ela esbanjava os bens da família, quando Isabel, por causa de um período
de carência de víveres na região, sustentou pelos cofres públicos a centenas de
pobres.
Acolhida
finalmente, sem nada mais ter, no Convento Cisterciense de Ktizingen, onde
uma sua tia era abadessa, Isabel decidiu confiar a seus parentes a educação dos
filhos, Hermano, Sofia e Gertrudes, e tomou o hábito da Ordem
Terceira de São Francisco.
Confrontados
por companheiros de Ludwig nas cruzadas, os seus irmãos, os príncipes,
arrependeram-se, pedindo perdão a Isabel e restituindo-lhe os bens. Ela porém
preferiu viver na pobreza, numa modesta residência em Marburg, onde, com o
valor da sua herança, mandou construir um hospital. Morreu em
1231, aos 24 anos: foi noiva aos 14, mãe aos 15 e viúva aos 20. Por causa dos milagres ocorridos no seu túmulo, foi canonizada já
em 1235, e declarada padroeira da Ordem Terceira Franciscana.(Colaboração:
Padre Evaldo César de Souza, CSsR - Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros
Filho)
Reflexão: Santa Isabel foi tão especial quanto singular foi a sua vida,
curta e responsável. Desde nova demonstrou extraordinária espiritualidade, que
a levou a ser a única soberana recusando-se a usar a coroa na cerimônia de
casamento, dentro da igreja, alegando que não poderia usar objeto tão precioso
e símbolo da realeza diante de Cristo, nosso Rei coroado de espinhos. De origem
real, sua maior nobreza foi a santidade, que partilhava com outras pessoas da
família (Santa Edwiges, Santa Inês da Boêmia, etc.), manifesta especialmente na
caridade com os pobres. Dela disse o Papa Bento XVI: “E como tinha descoberto
realmente a Deus, e Cristo não era para ela uma figura distante, mas o Senhor e
o Irmão da sua vida, encontrou a partir de Deus o ser humano, imagem de Deus.
Essa é também a razão porque quis e pôde levar aos homens a justiça e o amor
divinos. Só quem encontra a Deus pode também ser autenticamente humano”. (Da
homilia na igreja de Santa Isabel da Hungria de Munique, 2 de dezembro de
1981).
TJL –
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