Oração: Santa Cecília, virgem e pura, ajudai-nos a preservar a inocência do
corpo e da alma, e a ensiná-la especialmente às crianças e jovens, e intercedei
ao Pai para livrar o mundo dos abusos da mentalidade maliciosa e da sexualidade
distorcida e desregrada que levam, conforme ensina a Igreja, tantas pessoas
para o inferno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, pela Santíssima Virgem Maria, e
pelo castíssimo São José. Amém.
Evangelho segundo São
Lucas 19,11-28.
Naquele tempo, disse Jesus uma
parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus
ia manifestar-se imediatamente.
Então, Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser
coroado rei e depois voltar.
Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo:
"Fazei-as render até que eu volte".
Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para
dizer: "Não queremos que ele reine sobre nós".
Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos
a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado.
Apresentou-se o primeiro e disse: "Senhor, a tua mina rendeu dez
minas".
Ele respondeu-lhe: "Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco,
receberás o governo de dez cidades".
Veio o segundo e disse-lhe: "Senhor, a tua mina rendeu cinco minas".
A este respondeu igualmente: "Tu também ficarás à frente de cinco
cidades".
Depois veio o outro e disse-lhe: "Senhor, aqui está a tua mina, que eu
guardei num lenço,
pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e
colhes o que não semeaste".
Disse-lhe o rei: "Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem
severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei.
Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia
recuperado com juros".
Depois disse aos presentes: "Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem
dez".
Eles responderam-lhe: "Senhor, ele já tem dez minas!".
O rei respondeu: "Eu vos digo: a todo aquele que tem se dará mais, mas
àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e
degolai-os na minha presença"».
Dito isto, Jesus seguiu à frente do povo para Jerusalém.(Tradução litúrgica
da Bíblia)
Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301) - monja beneditina Exercícios VII, SC 127 - «Chamou dez dos seus servos»
Ó verdade
querida, ó justa retidão de Deus, como comparecerei perante ti, levando a minha
iniquidade [...], o fardo da minha tão grande negligência? Infelizmente, não
entreguei o tesouro da fé cristã e da vida espiritual ao tesouro dos banqueiros
da caridade, de onde poderias tê-lo retirado posteriormente, segundo a tua
vontade, aumentado com os juros de toda a perfeição. Mas não só gastei em vão o
talento que me foi confiado, o meu tempo, como o deixei fugir, desbaratado e
totalmente perdido. Aonde irei? Para que lado me voltarei? «Como poderei
ausentar-me do vosso espírito e como fugirei à vossa presença?» (Sl 138, 7). Ó
Verdade, tu tens por assessores inseparáveis a justiça e a retidão [...]. Mal
de mim se comparecer perante o teu tribunal sem ter advogado que responda por
mim. Ó Caridade, vem resgatar-me. Responde tu por mim. Solicita tu o meu
perdão. Defende tu a minha causa, para que, graças a ti, eu viva. Já sei o que
farei: «Elevarei o cálice da salvação» (Sl 115, 13), colocarei o cálice de
Jesus sobre a bandeja vazia da Verdade. Assim, suprirei tudo o que me falta;
assim, cobrirei todos os meus pecados. Por esse cálice reconstruirei todas as
minhas ruínas. Por esse cálice suprirei, dignamente e muito para além do
necessário, tudo o que há em mim de imperfeito. [...] Ó Verdade querida, vir a
ti sem o meu Jesus ser-me-ia intolerável; mas com o meu Jesus, comparecer
perante ti será para mim coisa agradável e aprazível. Ó Verdade, senta-te agora
no teu tribunal. [...]. «Não temerei nenhum mal» (Sl 22,4).
Santa Cecília era de antiga e nobre família romana. Cristã, fez voto de castidade. Porém, sem o seu conhecimento, os pais a prometeram em casamento a um nobre pagão, Valeriano. No dia das núpcias, Cecília lhe contou que um anjo guardava a sua virgindade consagrada. Ele prometeu que acreditaria se visse o anjo; Ela o apresentou ao Papa Urbano, que o preparou para o batismo, e ele, assim convertido, de fato viu o anjo ao lado da esposa. O casal e Tibúrcio, irmão de Valeriano, que também se convertera, foram denunciados como cristãos, mas não renegaram a fé. Os dois irmãos foram decapitados, e Cecília foi condenada à morte por asfixia, num quarto superaquecido. Encontrada ainda viva, foi também decapitada. Há mais de uma referência para a relação entre Cecília e a música: ela tocaria lira ou harpa, teria cantado incessantemente músicas de louvor a Deus durante a provação da asfixia, teria o dom de ouvir músicas do Céu… nas atas do seu martírio, consta que, no dia do seu casamento, ao ouvir os sons dos instrumentos musicais, teria elevado a Deus uma prece pela sua pureza de corpo e alma. Cecília foi declarada padroeira dos músicos. O corpo da virgem, falecida por volta do ano 225, foi enterrado nas catacumbas romanas, bem próximo à cripta dos Papas, e posteriormente levado para a basílica a ela dedicada, no terreno da antiga casa dos nobres Cecílios.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR- Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: Um bispo, Adelino, escreveu que, depois de
Nossa Senhora, Cecília é a segunda entre as virgens, porque guardou a castidade
mesmo desposada, e a tornou sublime pelo martírio. É, certamente, uma das
poucas virgens que recebeu o privilégio de ter o nome citado no cânon da Santa
Missa. A pureza, de corpo e espírito, é algo especialmente agradável a Deus,
que recompensa largamente e de muitas maneiras àqueles que se dedicam a
imitá-Lo na virgindade e inocência.
Tjl – a12.com – evangeli.net –
evangelhoquotidiano.org
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