BOM DIA EVANGELHO
31 DE JANEIRO DE 2024 - Quarta-feira da 4ª semana do Tempo Comum
Igreja Dom Bosco : O exterior, todo em concreto e
no estilo gótico, formado por 80 colunas de 16 metros de altura, não revela a
beleza e a intensidade de cores do interior do Santuário Dom Bosco. Ao entrar
na igreja tem-se a sensação de estar rodeado pelo céu estrelado. Os doze tons
de azul com branco que formam os 2,2 mil m² dos vitrais colorem todo o
ambiente. É impossível não ficar atônito. No pôr do sol o espetáculo é ainda
mais deslumbrante. Os raios entram pelo vidro e tornam ainda mais mágica a
visita. As doze enormes portas talhadas
em bronze são de autoria do artista Gianfrancesco Cerri. Ele também assina o
painel em bronze na pia batismal e a pintura em acrílico no sacrário. O altar é simples, adornado pelo
cristo crucificado. A peça é entalhada em um tronco de cedro e tem oito metros
de altura. No centro do salão, o lustre formado por 7.400 peças de vidro murano
é a única iluminação no período noturno. São 3.000kg e 5m de diâmetro de luz.
Oração: Deus Pai, que desejais educar e socorrer na
caridade e com amor a nós, Vossos filhos sempre em extrema penúria na alma,
concedei-nos por intercessão de Vosso herói São João Bosco a imprescindível
graça de tudo fazer, nesta vida material, com um fim espiritual, para divulgar
o bem escrevendo, por qualquer ação, a Vossa Palavra, que é Cristo. Pelo mesmo
Cristo Senhor nosso, o Verbo Encarnado, e Nossa Senhora Auxiliadora. Amém.
Evangelho (Mc 6,1-6):
Saindo dali, Jesus foi para sua própria
terra. Seus discípulos o acompanhavam. No sábado, ele começou a ensinar na
sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiravam. «De onde lhe vem isso?»,
diziam.«Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por
suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset,
Judas e Simão? E suas irmãs não estão aqui conosco?» E ele se tornou para eles
uma pedra de tropeço. Jesus, então, dizia-lhes: «Um profeta só não é valorizado
na sua própria terra, entre os parentes e na própria casa». E não conseguia
fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se
admirava da incredulidade deles. E percorria os povoados da região, ensinando.
«De onde lhe vem isso? E que
sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos?» - Rev. D. Miquel MASATS i Roca(Girona, Espanha)
Hoje o Evangelho nos mostra como Jesus via à
sinagoga de Nazaré, o lugar onde ele tinha sido criado. O sábado é o dia
dedicado ao Senhor e os judeus se reúnem para escutar a Palavra de Deus.
Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e
não como os escribas. (cf. Mc 1,22).
Deus nos fala também hoje mediante a Escritura. Na sinagoga se lêem as
Escrituras e, depois, um dos entendidos se ocupava de comentá-las, mostrando
seu sentido e a mensagem que Deus quer transmitir através delas. Atribui-se a
Santo Agostinho a seguinte reflexão: «Assim como em oração nós falamos com
Deus, na leitura é Deus quem nos fala».
O fato de que Jesus, Filho de Deus, seja conhecido entre seus concidadãos por
seu trabalho, nos oferece uma perspectiva insuspeitada para nossa vida
ordinária. O trabalho profissional de cada um de nós é meio de encontro com
Deus e, portanto, realidade santificável e santificadora. Com palavras de São
Josémaria Escrivá: «Vossa vocação humana é parte, e parte importante, de vossa
vocação divina. Esta é a razão pela qual devemos santificá-lo contribuindo ao
mesmo tempo, à santificação dos outros, de vossos semelhantes, santificando
vosso trabalho e vosso ambiente: essa profissão ou oficio que enche vossos
dias, que dá fisionomia peculiar a vossa personalidade humana, que é vossa
maneira de estar no mundo; esse lar, essa vossa família; e essa nação, em que
nascestes e a que amas».
Acaba a passagem do Evangelho dizendo que Jesus «Não pôde fazer ali milagre
algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Admirava-se
ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas»
(Mc 6,5-6). Também hoje o Senhor nos pede mais fé Nele para realizar coisas que
superam nossas possibilidades humanas. Os milagres manifestam o poder de Deus e
a necessidade que temos Dele na nossa vida de cada dia.
São João Bosco
João Melchior Bosco, mais conhecido como Dom
Bosco, nasceu em agosto de 1815, numa família católica de humildes
camponeses em Castelnuovo d'Asti, hoje Castelnuovo Don Bosco, perto de Turim,
Itália. Órfão de pai aos dois anos de idade, sua mãe, a serva de Deus Margarida
Occhiena, criou João e os irmãos Antônio e José. Aos nove anos, teve seu primeiro sonho
profético, que deixou uma impressão profunda na sua mente por toda a vida e lhe
revelou a sua missão. Nele, via-se em meio a jovens desordeiros, que o destratavam e
blasfemavam e se transformavam em feras, e ele tentava modificar a situação por
meio da violência. Nossa Senhora e Jesus apareceram para
indicar verdadeiro caminho: “Não com pancadas, João, mas
com mansidão e doçura…Torna-te forte, humilde e robusto, aquilo que vês
acontecer a estes lobos que se transformam em cordeiros, tu o farás aos Meus
filhos. Serei a tua mestra. A seu tempo tudo compreenderás”. Em 1835, com ajudas, entrou no seminário de
Chieri. Ordenou-se sacerdorte em 1841, escolhendo como lema “Dai-me almas e levai o resto”. Segue
para Turim, onde dedicou-se ao apostolado da educação de crianças e jovens
carentes. Dom Bosco funda em 1841 o Oratório de São Francisco de Sales. Seu método de apostolado era partilhar em tudo a vida dos jovens,
uma inovação tão radical para a época que chegou a ser contrariado mesmo pela
autoridade eclesiástica. Com o crescimento do Oratório, Dom Bosco desenvolve o seu
famoso método educativo, o Sistema Preventivo (mais vale
prevenir que remediar), que se baseia no tripé razão, religião
e amorevolezza, palavra italiana que pode ser traduzida como “amor educativo”.
Queria assim evitar a todo custo que os jovens se tornassem rebeldes e depois
tivessem que ser punidos; era esta a explicação do seu primeiro sonho
profético. Seguidor da espiritualidade e filosofia de São Francisco de Sales, Bosco era um fervoroso devoto de Nossa Senhora Auxiliadora,
e com a Sua ajuda todas as dificuldades eram vencidas. A admiração por São
Francisco de Sales também o levou a nomear as novas associações religiosas que
criou em sua honra, formando a Família Salesiana,
com os ramos masculino, feminino e leigo. O ramo masculino, a Pia Sociedade de São Francisco de Sales, surgiu em
1859, para atender à educação e catequese de meninos e rapazes: "Formar
cidadãos honestos e bons cristãos". Em 1862, os primeiros
salesianos fizeram os votos religiosos de castidade, pobreza e
obediência. Em 1872, junto com Santa Maria Domenica Mazzarello,
Dom Bosco fundou o Instituto das Filhas de Maria
Auxiliadora para a educação da juventude feminina. E em 1876 fundou a Associação de Cooperadores Salesianos, para homens e
mulheres leigos, com a mesma missão educativa para os pobres. Outra grande obra foi a promoção da boa imprensa, com a
publicação das Leituras Católicas em fascículos mensais, e a fundação da
Biblioteca da Juventude Católica Italiana. O Boletim Salesiano, iniciado em 1875, com tradução dos seus textos
de hagiografia e pedagogia já em várias línguas enquanto o santo ainda vivia, é
atualmente divulgado em 30 idiomas e em 135 países. Escreveu
uma biografia de São Domingos Sávio, que fora
seu aluno, livro que ajudou na canonização deste menino que viveu uma fé
adulta. Dom Bosco faleceu em 31 de janeiro de 1888.
Foi proclamado "modelo por excelência" dos sacerdotes e educadores,
"Pai e Mestre da Juventude", padroeiro dos Editores Católicos, e
patrono dos mágicos.(Colaboração: José Duarte de
Barros Filho)
Reflexão: É imensa e atualíssima a
obra de São João Bosco, particularmente no que diz respeito ao cuidado com as crianças e
jovens e no incentivo à boa leitura. Educar e formar na Fé a juventude é uma
missão candente para o catolicismo atual, quando as ideias confusas e mal
intencionadas fazem de tudo – e muito, muitíssimo, através da mídia, que inclui
todo tipo de textos – para afastar as novas gerações de Deus e da Igreja
Católica. Um combate totalmente feroz nas intenções, mas que só pode ter
sucesso com a doçura e mansidão com que ele mesmo agiu, viveu e ensinou:
"Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas". Mas que não se
confunda o objetivo: o que Dom Bosco queria era a salvação eterna daqueles que
ajudava, mesmo quando cuidava das suas misérias concretas: a solução para os
problemas temporais está no espiritual, não no organizacional. Seu zelo pelas
crianças de rua, pobres ou sem educação, exigia, paulatinamente, uma vida mais
espiritual do que social.
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