terça-feira, 30 de janeiro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 31. JANEIRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO


31 DE JANEIRO DE 2024 - Quarta-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Igreja Dom Bosco : O exterior, todo em concreto e no estilo gótico, formado por 80 colunas de 16 metros de altura, não revela a beleza e a intensidade de cores do interior do Santuário Dom Bosco. Ao entrar na igreja tem-se a sensação de estar rodeado pelo céu estrelado. Os doze tons de azul com branco que formam os 2,2 mil m² dos vitrais colorem todo o ambiente. É impossível não ficar atônito. No pôr do sol o espetáculo é ainda mais deslumbrante. Os raios entram pelo vidro e tornam ainda mais mágica a visita. As doze enormes portas talhadas em bronze são de autoria do artista Gianfrancesco Cerri. Ele também assina o painel em bronze na pia batismal e a pintura em acrílico no sacrário. O altar é simples, adornado pelo cristo crucificado. A peça é entalhada em um tronco de cedro e tem oito metros de altura. No centro do salão, o lustre formado por 7.400 peças de vidro murano é a única iluminação no período noturno. São 3.000kg e 5m de diâmetro de luz.

Oração: Deus Pai, que desejais educar e socorrer na caridade e com amor a nós, Vossos filhos sempre em extrema penúria na alma, concedei-nos por intercessão de Vosso herói São João Bosco a imprescindível graça de tudo fazer, nesta vida material, com um fim espiritual, para divulgar o bem escrevendo, por qualquer ação, a Vossa Palavra, que é Cristo. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso, o Verbo Encarnado, e Nossa Senhora Auxiliadora. Amém.

Evangelho (Mc 6,1-6):

 Saindo dali, Jesus foi para sua própria terra. Seus discípulos o acompanhavam. No sábado, ele começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiravam. «De onde lhe vem isso?», diziam.«Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E suas irmãs não estão aqui conosco?» E ele se tornou para eles uma pedra de tropeço. Jesus, então, dizia-lhes: «Um profeta só não é valorizado na sua própria terra, entre os parentes e na própria casa». E não conseguia fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se admirava da incredulidade deles. E percorria os povoados da região, ensinando.

«De onde lhe vem isso? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos?» - Rev. D. Miquel MASATS i Roca(Girona, Espanha)

Hoje o Evangelho nos mostra como Jesus via à sinagoga de Nazaré, o lugar onde ele tinha sido criado. O sábado é o dia dedicado ao Senhor e os judeus se reúnem para escutar a Palavra de Deus. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. (cf. Mc 1,22).
Deus nos fala também hoje mediante a Escritura. Na sinagoga se lêem as Escrituras e, depois, um dos entendidos se ocupava de comentá-las, mostrando seu sentido e a mensagem que Deus quer transmitir através delas. Atribui-se a Santo Agostinho a seguinte reflexão: «Assim como em oração nós falamos com Deus, na leitura é Deus quem nos fala».
O fato de que Jesus, Filho de Deus, seja conhecido entre seus concidadãos por seu trabalho, nos oferece uma perspectiva insuspeitada para nossa vida ordinária. O trabalho profissional de cada um de nós é meio de encontro com Deus e, portanto, realidade santificável e santificadora. Com palavras de São Josémaria Escrivá: «Vossa vocação humana é parte, e parte importante, de vossa vocação divina. Esta é a razão pela qual devemos santificá-lo contribuindo ao mesmo tempo, à santificação dos outros, de vossos semelhantes, santificando vosso trabalho e vosso ambiente: essa profissão ou oficio que enche vossos dias, que dá fisionomia peculiar a vossa personalidade humana, que é vossa maneira de estar no mundo; esse lar, essa vossa família; e essa nação, em que nascestes e a que amas».
Acaba a passagem do Evangelho dizendo que Jesus «Não pôde fazer ali milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas» (Mc 6,5-6). Também hoje o Senhor nos pede mais fé Nele para realizar coisas que superam nossas possibilidades humanas. Os milagres manifestam o poder de Deus e a necessidade que temos Dele na nossa vida de cada dia.

São João Bosco

João Melchior Bosco, mais conhecido como Dom Bosco, nasceu em agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d'Asti, hoje Castelnuovo Don Bosco, perto de Turim, Itália. Órfão de pai aos dois anos de idade, sua mãe, a serva de Deus Margarida Occhiena, criou João e os irmãos Antônio e José. Aos nove anos, teve seu primeiro sonho profético, que deixou uma impressão profunda na sua mente por toda a vida e lhe revelou a sua missão. Nele, via-se em meio a jovens desordeiros, que o destratavam e blasfemavam e se transformavam em feras, e ele tentava modificar a situação por meio da violência. Nossa Senhora e Jesus apareceram para indicar verdadeiro caminho: “Não com pancadas, João, mas com mansidão e doçura…Torna-te forte, humilde e robusto, aquilo que vês acontecer a estes lobos que se transformam em cordeiros, tu o farás aos Meus filhos. Serei a tua mestra. A seu tempo tudo compreenderás”. Em 1835, com ajudas, entrou no seminário de Chieri. Ordenou-se sacerdorte em 1841, escolhendo como lema “Dai-me almas e levai o resto”. Segue para Turim, onde dedicou-se ao apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Dom Bosco funda em 1841 o Oratório de São Francisco de Sales. Seu método de apostolado era partilhar em tudo a vida dos jovens, uma inovação tão radical para a época que chegou a ser contrariado mesmo pela autoridade eclesiásticaCom o crescimento do Oratório, Dom Bosco desenvolve o seu famoso método educativo, o Sistema Preventivo (mais vale prevenir que remediar), que se baseia no tripé razão, religião e amorevolezza, palavra italiana que pode ser traduzida como “amor educativo”. Queria assim evitar a todo custo que os jovens se tornassem rebeldes e depois tivessem que ser punidos; era esta a explicação do seu primeiro sonho profético. Seguidor da espiritualidade e filosofia de São Francisco de Sales, Bosco era um fervoroso devoto de Nossa Senhora Auxiliadora, e com a Sua ajuda todas as dificuldades eram vencidas. A admiração por São Francisco de Sales também o levou a nomear as novas associações religiosas que criou em sua honra, formando a Família Salesiana, com os ramos masculino, feminino e leigo. O ramo masculino, a Pia Sociedade de São Francisco de Sales, surgiu em 1859, para atender à educação e catequese de meninos e rapazes: "Formar cidadãos honestos e bons cristãos". Em 1862, os primeiros salesianos fizeram os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência. Em 1872, junto com Santa Maria Domenica Mazzarello, Dom Bosco fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para a educação da juventude feminina. E em 1876 fundou a Associação de Cooperadores Salesianos, para homens e mulheres leigos, com a mesma missão educativa para os pobres. Outra grande obra foi a promoção da boa imprensa, com a publicação das Leituras Católicas em fascículos mensais, e a fundação da Biblioteca da Juventude Católica Italiana. O Boletim Salesiano, iniciado em 1875, com tradução dos seus textos de hagiografia e pedagogia já em várias línguas enquanto o santo ainda vivia, é atualmente divulgado em 30 idiomas e em 135 países. Escreveu uma biografia de São Domingos Sávio, que fora seu aluno, livro que ajudou na canonização deste menino que viveu uma fé adulta. Dom Bosco faleceu em 31 de janeiro de 1888. Foi proclamado "modelo por excelência" dos sacerdotes e educadores, "Pai e Mestre da Juventude", padroeiro dos Editores Católicos, e patrono dos mágicos.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: É imensa e atualíssima a obra de São João Bosco, particularmente no que diz respeito ao cuidado com as crianças e jovens e no incentivo à boa leitura. Educar e formar na Fé a juventude é uma missão candente para o catolicismo atual, quando as ideias confusas e mal intencionadas fazem de tudo – e muito, muitíssimo, através da mídia, que inclui todo tipo de textos – para afastar as novas gerações de Deus e da Igreja Católica. Um combate totalmente feroz nas intenções, mas que só pode ter sucesso com a doçura e mansidão com que ele mesmo agiu, viveu e ensinou: "Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas". Mas que não se confunda o objetivo: o que Dom Bosco queria era a salvação eterna daqueles que ajudava, mesmo quando cuidava das suas misérias concretas: a solução para os problemas temporais está no espiritual, não no organizacional. Seu zelo pelas crianças de rua, pobres ou sem educação, exigia, paulatinamente, uma vida mais espiritual do que social.

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