Amazônia: num barco, a esperança e a consolação de
Cristo
Oração: Pai de
amor e bondade, que nos desejas alimentar somente com o Pão da Vida, de modo
que não nos envenenemos com as podridões mundanas, concedei-nos por intercessão
de São Nicolau de Flüe fazer guerra somente contra o pecado, e desejar somente
a reconciliação Convosco e a paz com os irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho
(Jo 8,51-59)
— Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é
amor!
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo +
segundo João. — Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51 “Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar
a minha palavra, jamais verá a morte”. 52 Disseram então
os judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas
também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a
morte’. 53 Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu,
como também os profetas? Quem pretendes ser?”
54 Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale
nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso
Deus. 55 No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se
dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e
guardo a sua palavra. 56 Vosso pai Abraão
exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se”. 57 Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta
anos tens, e viste Abraão!” 58 Jesus respondeu:
“Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59 Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus,
mas ele escondeu-se e saiu do Templo.
— Palavra da Salvação. — Glória
a vós, Senhor.
«Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia. Ele viu e se alegrou» - Rev. D. Enric CASES i Martín(Barcelona, Espanha)
Hoje João
situa-nos diante de uma manifestação de Jesus no Templo. O salvador revela um
fato desconhecido para os judeus: que Abraão viu e se alegrou ao contemplar o
dia de Jesus. Todos sabiam que Deus tinha feito uma aliança com Abraão,
assegurando-lhe grandes promessas de salvação para a sua descendência. No
entanto, desconheciam até que ponto chegava a luz de Deus. Cristo revela-lhes
que Abraão viu o Messias no dia em de Yahvé, ao qual chama meu dia.
Nesta revelação Jesus mostra-se possuindo a visão eterna de Deus. Mas,
sobretudo manifesta-se como alguém preexistente e presente no tempo de Abraão.
Pouco depois, no calor da discussão, quando alegam que ainda nem tem cinquenta
anos, diz-lhes: «Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão existisse,
eu sou» (Jo 8,58) É uma declaração notória da sua divindade, podiam entendê-la
perfeitamente, e também tinham podido crer se tivessem conhecido melhor o Pai.
A expressão “Eu sou” é parte do tetragrama santo Yahvé, revelado no monte
Sinai.
O cristianismo é mais que um conjunto de regras morais elevadas como podem ser
o amor perfeito, ou, inclusive, o perdão. O cristianismo é a fé numa pessoa.
Jesus é Deus e homem verdadeiro. «Perfeito Deus e perfeito Homem», diz o
Símbolo Atanasiano. Santo Hilário de Poitiers escreve numa bela oração:
«Dá-nos, pois, um modo de expressão adequado e digno, ilumina a nossa
inteligência, faz também que as nossas palavras sejam expressão da nossa fé,
quer dizer, que nós, que pelos profetas e os Apóstolos te conhecemos a ti, Deus
Pai e ao único Senhor Jesus Cristo, possamos também celebrar-te a ti como Deus,
em quem não há unicidade de pessoa, e confessar a teu Filho, em tudo igual a
ti».
São Nicolau de Flüe afirmava: a misericórdia é maior que a justiça
Nicolau nasceu em 1417 na cidadezinha de Flüe, Sachseln, no Cantão suíço de Obwalden, então Confederação dos oito Cantões da Suíça central. De uma família de camponeses, permaneceu analfabeto por toda a vida, e desde a juventude desejava a vida religiosa, mas ajudou o pai em serviços do campo. Entre 1440 e 1444, teve que partir como soldado e depois como oficial, sempre com comportamento exemplar, contra o cantão de Zurique, que havia se rebelado contra a Antiga Confederação Helvética. De volta à casa e a pedido do pai, casou-se com Dorothy Wiss, filha de agricultores, num matrimônio feliz. Tiveram dez filhos, dos quais vários seguiram o sacerdócio; um dos netos, Conrado Scheuber, faleceu com fama de santidade. Reconhecido pelo seu senso de justiça, integridade moral e retidão de consciência, foi solicitado a assumir muitos cargos públicos, como conselheiro, deputado na Dieta federal, e por nove anos juiz no seu Cantão. Recusou o cargo maior de Landamman (governador) do seu Cantão. Como pai de família, não podia dedicar-se à oração como gostaria, mas quando completou 50 anos Deus lhe concedeu as três graças que desejava: o consentimento de sua esposa e filhos para partir, a ausência da tentação de voltar e a possibilidade de viver sem beber e comer. Abandonou os cargos públicos e retirou-se para um local perto de casa, num lugar íngreme, chamado Ranft, onde construiu uma cela de tábuas (depois, transformada em capela pelos habitantes locais). Viveu ali 20 anos em oração, penitências e jejum; ia à Missa nos domingos e dias santos, sempre descalço, mesmo no gelo; dormia numa tábua usando uma pedra por travesseiro, vestia-se com roupas rudes e, de acordo com as provas de várias testemunhas ao longo do tempo, alimentava-se somente da Eucaristia, tendo saúde e boa disposição física, mental e espiritual. Não conseguiu permanecer totalmente solitário, pois era procurado para conversas, conselhos e explicações religiosas, a todos, simples e poderosos, atendendo com caridade e boa vontade. Passou a ser conhecido carinhosamente como Irmão Klaus. Mediou com sucesso negociações que evitaram uma guerra iminente entre a Suíça e a Áustria. Em 1481, acedeu aos pedidos para intervir na Assembleia de Stans, onde conseguiu a unificação dos partidos na Confederação Suíça, impedindo uma guerra fratricida no país. Em 1482, foi chamado para resolver uma questão entre Constança e a Confederação sobre o exercício do direito em Thurgau, e novamente restabeleceu a paz. Enorme é o seu mérito em conciliar protestantes e católicos, sendo por ambos respeitado e amado. Sua capacidade de reconciliação, inimiga de violência, guerra e conquistas ambiciosas, e também alianças comprometedoras com outras nações, muito influenciou o seu povo, e há um consenso de que, se a Suíça é um país pacífico e que raramente se envolve em conflitos mundiais, isto se deve à sua influência. São Nicolau faleceu em sua cela de Flüe, em 1487, no dia em que completava 70 anos. Considerado um dos maiores místicos da Igreja católica, é o santo mais popular e conhecido na Suíça, de onde é padroeiro e chamado de Pai da Pátria. +++Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão: São Nicolau de Flüe só desejava a Deus – e por isso conquistou uma nação. Soube ele esperar os tempos de Deus, até alcançar o que mais queria, realizando com humildade, obediência e amor cada passo específico da vida: filho que ajudou o pai, esposo que santificou a família, militar que combateu o bom combate, agindo com humanidade mesmo no fragor das batalhas (diz-se dele que “lutava com uma espada na mão e o Rosário na outra”); bom conselheiro, da paz e da reconciliação. Este tempo de preparação e espera, ele o chamava de "lima que aperfeiçoa e aguilhão que estimula", sem revolta ou impaciência. Alcançou assim, já nesta Terra, a vida de Comunhão com Deus, no retiro e silêncio que almejava. Como Jesus, ele “fez tudo bem feito” (cf. Mc 7,37). São Nicolau rezava: “Ó meu Deus e meu Senhor, afaste de mim tudo o que me afasta de Vós. Ó meu Senhor e meu Deus, dê-me tudo o que me aproxima de Vós. Ó meu Senhor e meu Deus, livre-me do meu egoísmo e conceda-me possuir somente a Vós. Amém”. É preciso cuidado com o que queremos. Pois se realmente o desejarmos, vamos obtê-lo: seja com a ajuda de Deus, seja com a mão do diabo.
Tjl – a12.com – evangeli.net –
https://santo.cancaonova.com/santo
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