Oração: Senhor Deus, que sempre estais disposto a
dialogar conosco pela oração, concedei-nos por intercessão de São Hugo de
Grenoble a graça de favorecer estes momentos de íntima e frequente comunhão
Convosco, na humildade e sinceridade de coração, e sempre lembrar do apoio
devido às Ordens contemplativas, colunas que sustentam este mundo obtendo
Vossas benesses e impedindo maiores desgraças, por sua vida de entrega orante.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora, nossos maiores
exemplos de como devemos rezar. Amém.
Evangelho (Mt 28,8-15)
E saindo às pressas do
túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a
notícia aos discípulos. Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse:
«Alegrai-vos!». Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. Jesus lhes
disse: «Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia.
Lá me verão».
Quando foram embora, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos
sumos sacerdotes o que tinha acontecido. Reunidos com os anciãos, deliberaram
dar bastante dinheiro aos soldados; e instruíram-nos: «Contai o seguinte:
‘Durante a noite vieram os discípulos dele e o roubaram, enquanto estávamos
dormindo’. E se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o tranquilizaremos,
para que não vos castigue». Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora
instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia.
«E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos» - Rev. D. Joan COSTA i Bou(Barcelona, Espanha)
Hoje, a alegria da ressurreição
faz das mulheres que foram ao túmulo, mensageiras valentes de Cristo. «Uma
grande alegria» sentem em seus corações pelo anuncio do anjo sobre a
ressurreição do Mestre. E foram «correndo» do túmulo a anunciar aos Apóstolos.
Não podem ficar inativas e seus corações explodiriam se não o comunicavam a
todos os discípulos. Ressoam em nossas almas as palavras de Paulo: «O amor de
Cristo nos impele» (2Cor 5,14).
Jesus faz se o «encontradiço»: o faz com Maria Madalena e a outra Maria —assim
agradece e paga Cristo sua ousadia de buscá-lo muito cedo pela manhã— e também
o faz com todos os homens e mulheres do mundo.
As reações das mulheres ante a presença do Senhor expressam as atitudes mais
profundas do ser humano diante de Aquele que é o nosso Criador e Redentor: a
submissão—«abraçaram seus pés» (Mt 28,9)— e a adoração. Que grande lição para
apreender a estar diante de Cristo Eucaristia!
«Não tenhais medo» (Mt 28,10), diz Jesus às santas mulheres. Medo do Senhor?
Nunca, se é o Amor dos amores! Temor de perdê-lo? Sim, porque conhecemos a
própria debilidade. Por isso abracemo-nos bem forte aos seus pés. Como aos
Apóstolos no mar embravecido e os discípulos de Emaús peçamo-lhe: Senhor, não
nos deixes!
E o Mestre envia as mulheres a anunciar a boa nova aos discípulos. Essa é
também tarefa nossa, e missão divina desde o dia do nosso batismo: anunciar a
Cristo por todo o mundo, «para que todo o mundo possa encontrar a Cristo, para
que Cristo possa percorrer com cada um o caminho da vida, com a potência da
verdade (...) que contem o mistério da Encarnação e da Redenção, com a potência
do amor que irradia dela» (João Paulo II).
Hugo, nascido em Châteauneuf-sur-Isère, no sudeste da França em 1053, era filho de um nobre, soldado da corte. Foi educado na Fé pela mãe, demonstrando, muito jovem, piedade e facilidade para assuntos teológicos. Ainda como leigo, foi feito cônego de Valence, e em seguida trabalhou como secretário do arcebispo de Lyon. Este o levou para o Concílio de Avignon em 1080, onde foi indicado para o bispado de Grenoble; quis recusar por humildade, mas, obedecendo, foi ordenado sacerdote pelo legado papal, e bispo pelo Papa Gregório VII, em Roma, aos 28 anos. A extensa e populosa sé de Grenoble, antiga, entre a Itália e a França, e possuidora de uma grande e importante biblioteca com muitos códigos e antigos manuscritos, estava muito mal ordenada, há tempos sem pastor. Havia problemas como a indisciplina do clero, incluindo sacerdotes que desrespeitavam o celibato, e simonia (cargos eclesiásticos obtidos por compra); leigos que se apoderavam de bens da Igreja, e outros patrimônios depredados; dívidas com empregados da diocese; e falta de catequese para o povo. Hugo trabalhou para estabelecer a reforma gregoriana (relativa a Gregório VII, medidas para restaurar a independência da Igreja frente às interferências laicas dos Estados e moralizar o clero), e de fato conseguiu resultados. Mas diante das fortes resistências, quis renunciar ao bispado entrando para o mosteiro beneditino de Cluny, por dois anos. Contudo o Papa o restituiu; Hugo apresentou sua renúncia cinco vezes, a cinco Papas, mas permaneceu no bispado de 1080 a 1132, 52 anos. Ao longo deste período, por meio de muito tempo em oração, e visitando todas as paróquias, obteve a reestruturação de toda a diocese. Seus sermões alcançaram várias conversões. Importantíssima foi a sua acolhida a São Bruno e seus seis companheiros, a quem cedeu um terreno (Chartreuse) em local isolado, alpino e rochoso, para fundar o primeiro mosteiro da Ordem dos Cartuxos. O bispo também fundou uma ordem independente, Monastère de Chalais (mas atualmente assumida por freiras dominicanas). Hugo deixou uma importante obra sobre a história da Igreja de Grenoble. Já idoso, pouco antes da sua morte, perdeu a memória, exceto a dos Salmos e do Pai Nosso: nos seus últimos dias ficou repetindo estas orações. Faleceu em 1º de abril de 1132, com 80 anos, em Grenoble.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão:
O que nunca devemos esquecer, como São Hugo, é das orações… este é o
caminho pelo qual, perseverantes, alcançamos o necessário para esta e para a
vida infinita que virá (“Quanto mais importunas e perseverantes as nossas
orações, mais agradáveis a Deus.” - São Jerônimo). Também como ele, devemos ter
a “inteligência”, o “tino” (significados de “Hugo”), do zelo pela evangelização
e vida ordenada, começando pelo exemplo pessoal.
Tjl – a12.com – evangeli.net
– vaticannews.va
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