Oração:
Ó Deus, todo-poderoso e eterno,
que em São João XXIII, Papa, fizestes resplandecer em todo o mundo a imagem
viva de Cristo bom pastor, concedei-nos, por sua intercessão, irradiar com
alegria a plenitude da caridade cristã. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.
Evangelho (Lc 11,15-26):
Naquele tempo, depois de que Jesus expulsou um demônio, alguns disseram:
É pelo poder de Beelzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios.
Outros, para tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu.
Mas, conhecendo seus pensamentos, ele disse-lhes: Todo reino dividido
internamente será destruído; cairá uma casa sobre a outra. Ora, se até Satanás
está dividido internamente, como poderá manter-se o seu reino? Pois dizeis que
é pelo poder de Beelzebu que eu expulso os demônios. Se é pelo poder de
Beelzebu que eu expulso os demônios, pelo poder de quem então vossos discípulos
os expulsam? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é pelo dedo de
Deus que eu expulso os demônios, é porque o Reino de Deus já chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda o próprio terreno, seus bens estão
seguros. Mas, quando chega um mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a
armadura em que confiava e distribui os despojos. Quem não está comigo é contra
mim; e quem não recolhe comigo, espalha. Quando o espírito impuro sai de
alguém, fica vagando por lugares áridos, à procura de repouso. Não o
encontrando, diz: Vou voltar para minha casa de onde saí. Chegando aí, encontra
a casa varrida e arrumada. Então ele vai e traz outros sete espíritos piores do
que ele, que entram e se instalam aí. No fim, o estado dessa pessoa fica pior
do que antes.
«Alguns disseram: É pelo poder de Beelzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios» - Rev. D. Josep PAUSAS i Mas(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje, contemplamos comovidos como Jesus é ridiculamente culpado de
expulsar demônios: É pelo poder de Beelzebul, o chefe dos demônios, que ele
expulsa os demônios (Lc 11,15). É difícil imaginar um bem maior, expulsar,
afastar das almas ao diabo, o instigador do mal e, ao mesmo tempo, escutar a
acusação mais grave fazê-lo, precisamente, pelo poder do próprio diabo. É
realmente uma incriminação gratuita, que manifesta muita cegueira e inveja por
parte dos acusadores do Senhor. Hoje em dia, também, sem perceber, eliminamos
de raiz o direito que os outros têm a discrepar, a serem diferentes e, a terem
suas próprias posições contrárias e, incluso, opostas às nossas.
Quem o vive fechado em um dogmatismo político, cultural ou ideológico,
facilmente menospreza ao que discrepa, desqualificando todo seu projeto e
negando-lhe competência e, inclusive honestidade. Em tal caso, o adversário
político ou ideológico transforma-se no inimigo pessoal. O confronto degenera
em insulto e agressividade. O clima de intolerância e mútua exclusão violenta
pode, então, nos conduzir à tentação de eliminar de alguma maneira a quem se
nos apresenta como inimigo.
Nesse clima é fácil justificar qualquer atentado contra pessoas, inclusive, os
assassinatos, se o morto não é dos nossos. Quantas pessoas sofrem hoje com esse
ambiente de intolerância e rechaço mútuo que freqüentemente se respira nas
instituições públicas, nos locais de trabalho, nas assembléias e confrontos
políticos!
Entre todos devemos criar as condições e um clima de tolerância, respeito mútuo
e confronto leal no qual seja possível ir achando caminhos de diálogo. Os
cristãos, longe de endurecer e sacralizar falsamente nossas posições
manipulando a Deus e identificando-o com nossas próprias posturas, devemos
seguir a este Jesus que quando seus discípulos pretendiam que impedisse que
outros expulsaram demônios em nome dele, os corrigiu dizendo-lhes: Não o
proibais, pois quem não é contra vós, está a vosso favor(Lc 9,50). Todo o
inumerável coro de pastores reduz-se ao Corpo de um só Pastor (Santo
Agostinho).
Ângelo Giuseppe Roncalli, nasceu aos 25 de novembro de 1881, na Itália. Era o quarto filho de uma família de camponeses pobres. O ambiente religioso da família e a fervorosa atividade paroquial foram a sua primeira escola de vida cristã. Aos quinze anos de idade, foi admitido na Ordem franciscana, professando as regras no ano seguinte. Recebeu a Ordenação sacerdotal em 1904 em Roma e, no ano seguinte, foi nomeado secretário do novo Bispo de Bérgamo. Além disso, foi assistente da Ação Católica Feminina, colaborador no diário católico de Bérgamo e pregador muito solicitado pela sua eloquência elegante, profunda e eficaz. Em 1921 teve início a segunda parte da sua vida, dedicada ao serviço da Santa Igreja. Ali exerceu a presidência nacional do Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé. O Papa Pio XI o elevou à dignidade episcopal. No ano de1935 foi nomeado delegado apostólico na Turquia e Grécia. Quando irrompeu a Segunda Guerra Mundial, ele estava na Grécia, onde procurou dar notícias sobre os prisioneiros de guerra. Consagrado Cardeal, em 1953, foi designado patriarca de Veneza. No Conclave de 1958 foi eleito Papa, tomando o nome de João XXIII, aos setenta e sete anos de idade. O seu pontificado, durou menos de cinco anos, e se tornou muito apreciado, sobretudo, porque lançou as Encíclicas "Pacem in terris" e "Mater et magistra". João XXIII convocou o Concílio Ecumênico Vaticano II em 11 de outubro de 1962. Este Papa exalava odor de santidade, sendo assim reconhecido pelo seu rebanho que o chamava apenas de "Papa Bom". Morreu no dia 03 de junho de 1963 em Roma. Foi canonizado em 27 de Abril de 2014, pelo papa Francisco.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão:
Diferente de seus predecessores,
João gostava do contanto com as pessoas recusando-se a permanecer um
"prisioneiro" do Vaticano. Em suas andanças visitou um presídio
italiano onde um assassino atreveu-se a se aproximar do papa e perguntar: "Há
perdão para mim?" Em resposta, João simplesmente tocou-o em seus braços e
o abraçou. Aquele era um papa como o mundo nunca vira, ele amava mais as
pessoas do que o poder.
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