segunda-feira, 12 de setembro de 2011


BOM DIA EVANGELHO
Segunda-feira, 12 de setembro de 2011
24ª Semana do Tempo Comum, Ano Impar, 4ª do Saltério (Livro III), cor Litúrgica verde

Santos: BV Maria Vitória Fornari, Guido de Anderlecht (1012, Bruxelas), Selésio, Autônomo (mártir), Macedônio, Teódulo e Taciano, Apolinário Franco, Tomás de Zumárraga, Peregrino de Falerone (confessor franciscano, 1ª ordem)

Antífona: Ouvi, Senhor, as preces do vosso servo e do vosso povo eleito: daí a paz àqueles que esperam em vós, para que os vossos profetas sejam verdadeiros. (Eclo 36, 18)

Oração:
Pai, dá-me um coração misericordioso e humildade que me leve a compadecer-me do meu semelhante.

Salmo: 27 (28), 2. 7. 8-9 (R/. 6)
Bendito seja o senhor, porque ouviu o clamor da minha súplica!
Escutai o meu clamor, a minha súplica, quando eu grito para vós; quando eu elevo, ó Senhor, as minhas mãos para o vosso santuário.
Minha força e escudo é o Senhor; meu coração nele confia. Ele ajudou-me e alegrou meu coração; eu canto em festa o seu louvor.
O Senhor é a fortaleza do seu povo e a salvação do seu ungido. Salvai o vosso povo e libertai-o; abençoai a vossa herança! Sede vós o seu pastor e o seu guia pelos séculos eternos!

"Eu não sou digno"
Evangelho: Lucas (Lc 7, 1-10)
Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé

Naquele tempo, 1quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2Havia lá um oficial romano que tinha um empregado a quem estimava muito, e que estava doente, à beira da morte. 3O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus, para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. 4Chegando onde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: "O oficial merece que lhe faças este favor, 5porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga". 6Então Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: "Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. 8Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: 'Vai!', ele vai; e a outro; 'Vem!', ele vem; e ao meu empregado: 'Faze isto!', e ele o faz". 9Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia e disse: "Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé". 10Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde. Palavra da Salvação!
Leituras paralelas: Mt 8, 5-10.13; Jo 4, 46-54

Comentário o Evangelho
Benevolência e humildade
O oficial romano, apesar de sua patente militar, a mais alta graduação nas províncias romanas, deu provas de possuir duas virtudes importantes: mostrou-se benevolente e humilde. Por isso, apesar de pagão, tornou-se um exemplo para os discípulos.
A benevolência desse oficial expressa-se no trato com o seu servo e no trato com os judeus.
Preocupou-se com um empregado que estava para morrer, pois lhe "tinha grande apreço". A atitude mais comum de um patrão em relação ao seu empregado é a indiferença, pois a situação do servo não lhe interessa. Entretanto, o oficial romano não agiu assim. Sua preocupação levou-o a buscar ajuda junto a Jesus. Servindo-se da mediação da liderança judaica, mandou um recado ao Mestre, o qual se predispôs a ir curar-lhe o servo. E a cura desejada aconteceu.
O argumento que os anciãos dos judeus encontraram para convencer Jesus a atender o pedido do oficial romano fundou-se exatamente no relacionamento bondoso que tinha com eles. "Ele merece que lhe concedas este favor, pois ama o nosso país e foi quem construiu a nossa sinagoga". Embora a serviço dos opressores romanos, esse oficial sabia tratar bem os judeus.
Sua humildade ficou patente ao reconhecer sua pequenez diante de Jesus e confessar-se indigno de recebê-lo em sua casa. Seu poder de oficial militar nada significava, se comparado com o de Jesus. Bastaria que, de longe, dissesse uma palavra para curar-lhe o servo. [O EVANGELHO DO DIA. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1998]

Para sua reflexão: Um oficial romano, ou centurião, era o comandante de cem soldados romanos; é um pagão, simpatizante da religião e das práticas judaicas, às quais tem dedicado parte da sua fortuna (ou autoridade) construindo (ou mandando construir) uma sinagoga. Reconhece a dignidade especial de Jesus: aproxima-se dele por intermediários e não se atreve a hospedá-lo (não apresenta como motivo a proibição judaica de entrar na casa de pagãos, mas a dignidade pessoal de Jesus). O que mais importa é que crê no poder sobrenatural de Jesus. Enquanto o povo procura tocá-lo para receber dele seu fluido curador, o oficial romano reconhece que basta uma ordem de Jesus para que aconteça a cura. Sua experiência militar é imagem para expressar esse poder. Fé no poder e na misericórdia de Jesus, na palavra que penetra no tecido da vida humana. A cura do moribundo pode ser comentada com o Salmo 30. (Cf. Bíblia do Peregrino)

“Esta é a juventude do Papa!”
Dom Redovino Rizzardo, cs, Bispo de Dourados - MS
Na sexta-feira, dia 19 de agosto, na primeira leitura da missa, Rute dizia à sogra Noemi: «Teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus!» (Rt, 1,16). Esta foi também a convicção que me penetrou o coração durante a Jornada Mundial da Juventude, realizada em Madri, de 16 a 21 de agosto.
Tive a graça de participar de várias manifestações ocorridas naqueles dias, ao lado de centenas de outros bispos, milhares de sacerdotes e religiosos e quase dois milhões de jovens. Apesar de me encontrar na Espanha, senti-me sempre em casa: a multidão que aclamava e se emocionava me garantia que, em toda a parte, há um povo amado e formado por Deus, independente da raça e do país de origem.
Acalentado pela alegria e pela comunhão que se percebia em toda a parte, o Papa Bento XVI não hesitou em descortinar perspectivas desafiadoras aos jovens, desde o seu primeiro encontro com eles, na Praça Cibeles, no dia 18: «Em Cristo, conseguimos o que buscamos e, nele radicados, damos asas à liberdade. Não é esta a razão de nossa alegria? Não é esta a rocha firme onde construir a civilização do amor e da vida, capaz de humanizar o homem? Esta é a sabedoria que deve guiar os nossos passos! Então seremos felizes e a nossa alegria contagiará os demais!».
No sábado à noite, dia 20, o encontro foi no aeroporto de Cuatro Vientos, durante uma vigília de oração. A semana, assinalada por um calor intenso, acabou numa forte e súbita tempestade, que impediu o Papa de proferir o discurso que havia preparado. Quando o vento e a chuva diminuíram, ante um milhão e meio de jovens que não cansavam de cantar: “Esta é a juventude do Papa!”, Bento XVI respondeu: «Jovens, obrigado por vossa alegria e resistência! A vossa força é maior do que a chuva! Guardai a chama que Deus acendeu em vosso coração nesta noite: que nenhuma chuva a apague!».
O aeroporto de Cuatro Vientos, apesar de grande, não foi suficiente para acolher a multidão de jovens que se fez presente naquela noite e na manhã seguinte, durante a missa de conclusão do evento. 200.000 deles não conseguiram entrar... E o sol que os acompanhou durante a tarde do sábado foi tão forte, que 800 precisaram ser atendidos por desmaios e mal-estar causados pelo calor.
Na homilia que proferiu no domingo, dia 21, encerramento da Jornada, o Papa lembrou que a fé só se sustenta se houver compromisso e vivência comunitária: “Seguir a Jesus é caminhar na comunhão da Igreja. Sozinho, ninguém consegue aderir a Jesus. Quem cede à tentação de andar por aí por sua conta e risco ou de viver a fé segundo os parâmetros do individualismo que impera na sociedade, corre o risco de nunca se encontrar com Jesus ou de absolver uma imagem falsa dele”.
No final da celebração, Bento XVI se deteve sobre a missão que cabe aos jovens na sociedade: “Desta amizade com Jesus, nascerá o impulso que vos deve levar a dar testemunho da fé nos mais diversos ambientes, sobretudo onde prevalecem a rejeição e a indiferença. Regressando aos vossos lares e ambientes, os amigos vos perguntarão o que mudou em vossa vida depois do encontro com o Papa e com centenas de milhares de outros jovens, do mundo inteiro. A resposta será um corajoso testemunho de vida cristã diante de todos. Assim, sereis fermento de novos cristãos e fareis a Igreja se levantar vigorosa no coração de muita gente”.
O clima de esperança que caracterizou a Jornada Mundial da Juventude de Madri tinha a sua origem em pessoas não apenas “indignadas” – para usar um termo em voga naqueles dias na Espanha, ainda que referido a pessoas de ideias e comportamentos diferentes – com a “insalubridade” fomentada por uma sociedade que se distancia dos valores evangélicos, mas, sobretudo, em corações prontos a dar a vida por um ideal que valha a pena buscar. Na opinião de quem coordenou a cobertura da visita papal, o que impressionou os 4.700 repórteres presentes na Jornada foi “a atitude tomada pelos jovens não somente diante das dificuldades da chuva e do sol, mas também diante das manifestações contrárias. Os jornalistas ficaram impactados pela festa que reinava nas ruas, pelo civismo, pela correção, pela ausência de incidentes e pela atitude positiva de quem não conseguiu entrar em Cuatro Vientos pela falta de espaço”.
O homem verdadeiramente previdente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz. (Aristóteles)

A igreja celebra hoje
São Guido de Anderlecht
Guido de Anderlecht viveu entre os séculos X e XI, tendo nascido em Brabante, Bélgica. Desde a infância, já demonstrava seu desapego pelos bens terrenos, tanto que, na juventude, distribuiu aos pobres tudo o que possuía e ganhava. Na ânsia de viver uma vida ascética, Guido abandonou a casa dos pais, que eram bondosos cristãos camponeses, e foi ser sacristão do vigário de Laken, perto de Bruxelas, pois assim poderia ser mais útil às pessoas carentes e também dedicar-se às orações e à penitência.
Quando ficou órfão, decidiu ser comerciante, pois teria mais recursos para auxiliar e socorrer os pobres e doentes. Mas seu navio repleto de mercadorias afundou nas águas do Sena. Então, o comerciante Guido teve a certeza de que tinha escolhido o caminho errado. De modo que se convenceu do equívoco cometido ao abandonar sua vocação religiosa para trabalhar no comércio, mesmo que sua intenção fosse apenas ajudar os mais necessitados.
Sendo assim, Guido deixou a vida de comerciante, vestiu o hábito de peregrino e pôs-se novamente no caminho da religiosidade, da peregrinação e assistência aos pobres e doentes. Percorreu durante sete anos as inseguras e longas estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade.
Depois da longa peregrinação, que incluiu a Terra Santa, Guido voltou para o seu país de origem, já fraco e cansado. Ficou hospedado na casa de um sacerdote na cidade de Anderlecht, perto de Bruxelas, de onde herdou o sobrenome. Pouco tempo depois, morreu, com fama de santidade. Foi sepultado naquela cidade e sua sepultura tornou-se um pólo de peregrinação. Assim, com o passar do tempo, foi erguida uma igreja dedicada a ele, para guardar suas relíquias.
Ao longo dos séculos, a devoção a são Guido de Anderlecht cresceu, principalmente entre os sacristãos, trabalhadores da lavoura, camponeses e cocheiros. Aliás, ele é tido como protetor das cocheiras, em especial dos cavalos. Diz a tradição que Guido não resistiu a uma infecção que lhe provocou forte desarranjo intestinal, muito comum naquela época pelos poucos recursos de saneamento e higiene das cidades. Seu nome até hoje é invocado pelos fiéis para a cura desse mal.
A sua festa litúrgica, tradicionalmente celebrada no dia 12 de setembro, traz uma carga de devoção popular muito intensa. Na cidade de Anderlecht, ela é precedida por uma procissão e finalizada com uma benção especial, concedida aos cavalos e seus cavaleiros.
São Guido de Anderlecht -séc. X-XI
tjl@-www.paulinas.org.br - www.mundocatolico.org.br

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