segunda-feira, 5 de setembro de 2011

BOM DIA EVANGELHO
Segunda-feira, 5 de setembro de 2011
23ª Semana do Tempo Comum, Ano Impar, 3ª do Saltério (Livro III), cor Litúrgica verde

Hoje: Dia da Amazônia e Dia do Irmão

Santos: Herculano, Bertino (monge de Luxeuil), Genivaldo (primeiro bispo de Laon), Bem-Aventurado Guilherme Browne (mártir em 1605), Alberto, Guido, Lourenço, Justiniano, William Browne, Tomas de Tolentino e companheiros (mártires franciscanos, 1ª Ordem)

Oração: Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Salmo: 61 (62), 6-7.9
A minha glória e salvação estão em Deus
Só em Deus a minha alma tem repouso, porque dele é que me vem a salvação! Só ele é meu rochedo e salvação, a fortaleza, onde encontro segurança!
Povo todo, esperai sempre no Senhor, e abri diante dele o coração: nosso Deus é um refúgio para nós!

Evangelho: Lucas (Lc 6, 6-11)
Cura de um braço paralisado

Aconteceu num dia de sábado 6que Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da lei e os fariseus o observavam, para verem se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio". Ele se levantou e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: "Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?" 10Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: "Estende a tua mão". O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus. Palavra da Salvação!

Leituras nos evangelhos sinóticos: Mt 12,9-14; Mc 3, 1-6; Lc 13, 10-17

Comentando o Evangelho
A ruptura consumada
O cerco armado pelos fariseus contra Jesus não o impediu de agir de acordo com a sua consciência. Ele desrespeitava a Lei do repouso sabático, quando estava em jogo interesses maiores, como a preservação da vida humana. Esta é a questão de fundo do incidente ocorrido na sinagoga.
A simples observação - "havia ali um homem cuja mão direita estava seca" - esconde uma situação dramática. Tratava-se, sem dúvida, de um trabalhador cuja mão direita era necessária para garantir o sustento de sua família. Impedido de dedicar-se ao trabalho, como era de se esperar de um agricultor, é bem provável que sua família sofresse privações. Ajudá-lo seria a melhor forma de garantir a sobrevivência digna de muitas pessoas.
Daí a iniciativa de Jesus de colocá-lo no meio da assembleia e dirigir uma pergunta, de maneira particular, aos mestres da Lei e aos fariseus que o observavam para encontrar um motivo para acusá-lo. A pergunta do Mestre contrapunha a prática do bem à prática do mal, a ajuda fraterna para salvar alguém à atitude de desprezo diante do semelhante que está em dificuldade. Afinal, ele quer dizer que, em dia de sábado, é permitido fazer o bem e salvar quem necessita, como fará, em seguida, com o homem da mão seca. Só é proibido fazer o mal, prejudicar o semelhante e fazê-lo correr risco de vida.
Diante disto, os inimigos se encheram de raiva e começavam a tramar um meio de eliminar Jesus. É que não puderam suportar tamanha liberdade diante da tradição religiosa. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano B, ©Paulinas, 1996]


Para sua reflexão: A sinagoga é o lugar do ensinamento de Jesus, que é mais importante ainda que a cura, porque por meio da controvérsia eleva a princípio o caso particular. Ensina com a palavra e dá uma lição com o milagre explicado. Lucas atribui a letrados e fariseus uma intenção má: espiam em silêncio: “homens cruéis me espreitam emboscados” para acusá-lo diante da autoridade suprema (ver o caso de Daniel, Dn 6, 12). Na doença se antecipa a morte; por isso, curar e fazer o bem, arrancar ou afastar da morte. Omitir o socorro possível em tais circunstâncias é fazer um mal. O doente centraliza e concentra a atenção. Ora, a vida é mais importante que o sábado. Jesus provoca e desafia os desumanos intérpretes da lei, “que decretam injustiças invocando a lei” (Sl 94,20). (Bíblia do Peregrino)

A IGREJA CELEBRA HOJE
São Lourenço Justiniano
De família ilustre, foi um bispo veneziano no século XV. Entrou para a Congregação dos Cônegos Regulares e aos 26 anos já era sacerdote. Logo foi eleito superior da Ordem de São Jorge. Foi sagrado bispo de Veneza por Eugênio IV. Era um homem de vida simples e abnegada, respeitoso, cordial e seguro do significado da sua missão. Fundou dezenas de mosteiros e numerosas igrejas. Certa vez, foi atacado por um tumor na garganta, e teve que se submeter a diversas intervenções cirúrgicas rudimentares, sem anestesia ou queimar com ferro em brasa, mas ele suportava mesmo com humor, animando os médicos que o tratavam. Sua humildade era imensa, tanto no convento fazendo os trabalhos mais modestos, como no serviço aos doentes. Escreveu muitos livros sobre espiritualidade. Aos 74 anos escreveu o seu último livro, vindo a falecer logo depois em 1456. Lourenço quer dizer "aquele que é adornado com louro", "aquele que é vitorioso".


Beata Teresa de Calcutá, religiosa, +1997

Agnes Gonxha Bojaxhiu nome de baptismo da que ficou mundialmente conhecida por Madre Teresa de Calcutá, nasceu na Albânia (então Macedónia) e tornou-se cidadã indiana, em 1948. Prémio Nobel da Paz em 1979. Oriunda de uma família católica, aos doze anos já estava determinada a ser missionária. Começou por fazer votos na congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, aos 18 anos, na Irlanda, onde viveu. A sua vida na Índia começou como professora. Só ao fim de dez anos sentiu necessidade de criar a congregação das Irmãs da Caridade e dedicar a sua longa vida aos pobres abandonados e mais desprotegidos de Calcutá. Entre as suas prioridades estava matar a fome e ensinar a ler aos "mais pobres entre os pobres", bem como a leprosos, portadores de SIDA e mulheres abandonadas. Depois do Prémio Nobel, em 1979, passou a ser muito conhecida e as Irmãs da Caridade estão em centenas de países do Mundo. O seu exemplo de dedicação sem temer contrair doenças contagiosas, a sua vida exemplar, sempre na sua fé católica deram-lhe, em vida, a certeza de que era santa. Aguarda-se a sua canonização.


Sentinela
Dom José Alberto Moura, CSS, Arcebispo Metropolitano de Montes Claros - MG

O olhar da fé é como um vigia atento ao que se passa ao redor para atuar na pessoa humana em defesa do bem, da justiça e do amor. Mas deve estar com a vista em ordem e ter claridade suficiente para enxergar o caminho de sentido da vida. Para isso, não basta dizer acreditar em Deus. É preciso saber a vontade dele e tornar-se seu aliado para cooperar com a implantação de convívio que respeite a dignidade humana, imagem e semelhança de Deus.
O profeta Ezequiel recebe a missão de sentinela para ajudar o povo a perceber qual o caminho indicado por Deus para o povo: “Quanto a ti, filho do homem, eu te estabeleci como vigia para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu o deves advertir em meu nome” (Ezequiel 33, 7). A percepção do profeta, ou do que profere ou fala em nome de Deus, deve ser sempre aguçada como a fé. Não basta a pessoa religiosa achar que está fazendo alguma coisa para buscar o favor divino. Deve alimentar-se da palavra de Deus e ter visão do significado dos acontecimentos para cooperar com o melhor encaminhamento da própria vida e da comunidade para trabalhar pelo bem de todos. Caso contrário, a fé poderá ficar morta, sem efeito, à semelhança da árvore que não dá frutos.
O apóstolo Paulo fala claramente da conduta que mostra resultado bom: “Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a lei” (Romanos 13,8). A fé em Deus faz a pessoa desenvolver os dons e todas as oportunidades para cooperar com a promoção do semelhante. Desta forma, cada pessoa de fé se torna agente promotor do bem comum. Não se conforma com os erros. Ajuda a corrigir com amor: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular... Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas... Se ela não vos der ouvido, dize-o à Igreja” (Mt 18,15.16.17).
Quem realmente é sentinela de fé se torna como protetor da comunidade, ajudando, sem impor ou sem se sentir dono da mesma, para haver relacionamento harmônico, duradouro e eficaz. É cioso de não usar da língua para diminuir o valor das pessoas e da comunidade. Sabe unir-se aos outros para promover ações de benefício para a sociedade, a partir dos mais fragilizados. Não se conforma com as injustiças e a má administração da coisa pública. Ajuda para suscitar pessoas com capacidade administrativa e ética para eleições de pessoas realmente cidadãs para os cargos políticos.
Através do batismo a pessoa cristã se compromete com o bem da Igreja e da sociedade. Conscientiza-se cada vez mais de sua responsabilidade em viver a fé transformadora. É ciosa de sua pertença à família de Deus para ser luz para tantos que vivem vegetando na vida sem sentido. Coopera com seus dons para os mais variados serviços à comunidade. Assume os ministérios ou serviços dentro e fora da comunidade religiosa, sendo como sal que dá sabor ou sentido à convivência, influenciando positivamente para a promoção da vida e dignidade de todos. Enfim, não se omite em fazer a própria parte para ajudar a todos no caminho de realização com ética e amor.

Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor. (Teresa de Calcutá)


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