Bom dia evangelho
14 DE
OUTUBRO DE 2019
SEGUNDA-FEIRA | 28ª SEMANA DO TEMPO COMUM | COR: VERDE | ANO C
Papa Francisco pronunciando sua homilia. Crédito:
Captura de Youtube Vatican Media
Roma, 13 Out. 19 /
07:06 am (ACI).- Este domingo 13 de outubro o Papa
Francisco celebrou a canonização da Irmã Dulce Lopes Pontes, do Cardeal John
Henry Newman, as religiosas Giuseppina Vannini e Maria Teresa Chiramel
Mankidiyan, e a leiga Marguerite Bays.
A seguir a homilia pronunciada pelo Santo Padre:
«A tua fé te
salvou» (Lc 17, 19). É o ponto de chegada do Evangelho de hoje, que nos mostra
o caminho da fé. Neste percurso de fé, vemos três etapas, vincadas pelos
leprosos curados, que invocam, caminham e agradecem.
Primeiro, invocar.
Os leprosos encontravam-se numa condição terrível não só pela doença em si,
ainda hoje difusa e devendo ser combatida com todos os esforços possíveis, mas
pela exclusão social. No tempo de Jesus, eram considerados impuros e, como
tais, deviam estar isolados, separados (cf. Lv 13, 46). De facto, quando vão
ter com Jesus, vemos que «se mantêm à distância» (Lc 17, 12). Embora a sua
condição os coloque de lado, todavia diz o Evangelho que invocam Jesus «gritando»
(17, 13) em voz alta. Não se deixam paralisar pelas exclusões dos homens e
gritam a Deus, que não exclui ninguém. Assim se reduzem as distâncias, e a
pessoa sai da solidão: não se fechando em auto lamentações, nem olhando aos
juízos dos outros, mas invocando o Senhor, porque o Senhor ouve o grito de quem
está abandonado.
Também nós – todos
nós – necessitamos de cura, como aqueles leprosos. Precisamos de ser curados da
pouca confiança em nós mesmos, na vida,
no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos
fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao
telemóvel, à opinião dos outros. O Senhor liberta e cura o coração, se O
invocarmos, se lhe dissermos: «Senhor, eu creio que me podeis curar; curai-me
dos meus fechamentos, livrai-me do mal e do medo, Jesus». No Evangelho de
Lucas, os primeiros a invocar o nome de Jesus são os leprosos. Depois fá-lo-ão
também um cego e um dos ladrões na cruz: pessoas carentes invocam o nome de
Jesus, que significa Deus salva. De modo direto e espontâneo chamam Deus pelo
seu nome. Chamar pelo nome é sinal de confidência, e o Senhor gosta disso. A fé
cresce assim, com a invocação confiante, levando a Jesus aquilo que somos, com
franqueza, sem esconder as nossas misérias. Invoquemos diariamente, com
confiança, o nome de Jesus: Deus salva. Repitamo-lo: é oração. A oração é a
porta da fé, a oração é o remédio do coração.
Caminhar é a
segunda etapa. Neste breve Evangelho de hoje, aparece uma dezena de verbos de
movimento. Mas o mais impressionante é sobretudo o facto de os leprosos serem
curados, não quando estão diante de Jesus, mas depois enquanto caminham, como
diz o texto: «Enquanto iam a caminho, ficaram purificados» (17, 14). São
curados enquanto vão para Jerusalém, isto é, palmilhando uma estrada a subir. É
no caminho da vida que a pessoa é purificada, um caminho frequentemente a
subir, porque leva para o alto. A fé requer um caminho, uma saída; faz
milagres, se sairmos das nossas cómodas certezas, se deixarmos os nossos portos
serenos, os nossos ninhos confortáveis. A fé aumenta com o dom, e cresce com o
risco. A fé atua, quando avançamos equipados com a confiança em Deus. A fé abre
caminho através de passos humildes e concretos, como humildes e concretos foram
o caminho dos leprosos e o banho de Naaman no rio Jordão, que ouvimos na
primeira Leitura (cf. 2 Re 5, 14-17). O mesmo se passa connosco: avançamos na fé
com o amor humilde e concreto, com a paciência diária, invocando Jesus e
prosseguindo para diante.
Outro aspeto
interessante no caminho dos leprosos é que se movem juntos. Refere o Evangelho,
sempre no plural, que «iam a caminho» e «ficaram purificados» (Lc 17, 14): a fé
é caminhar juntos, jamais sozinhos. Mas, uma vez curados, nove continuam pela
sua estrada e apenas um regressa para agradecer. E Jesus desabafa a sua mágoa
assim: «Onde estão os outros nove?» (17, 17). Quase parece perguntar pelos
outros nove, ao único que voltou. É verdade! Constitui tarefa nossa – de nós
que estamos aqui a «fazer Eucaristia», isto é, a agradecer –, constitui
nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de caminhar, de quem se extraviou:
somos guardiões dos irmãos distantes. Somos intercessores por eles, somos
responsáveis por eles, isto é, chamados a responder por eles, a tê-los a peito.
Queres crescer na fé? Ocupa-te dum irmão distante, duma irmã distante.
Invocar, caminhar
e… agradecer: esta é a última etapa. Só àquele que agradece é que Jesus diz: «A
tua fé te salvou» (17, 19). Não se encontra apenas curado; também está salvo.
Isto diz-nos que o ponto de chegada não é a saúde, não é o estar bem, mas o encontro
com Jesus. A salvação não é beber um copo de água para estar em forma; mas é ir
à fonte, que é Jesus. Só Ele livra do mal e cura o coração; só o encontro com
Ele é que salva, torna plena e bela a vida. Quando se encontra Jesus, brota
espontaneamente o «obrigado», porque se descobre a coisa mais importante da
vida: não o receber uma graça nem o resolver um problema, mas abraçar o Senhor
da vida.
É encantador ver
como aquele homem curado, que era um samaritano, manifesta a alegria com todo o
seu ser: louva a Deus em voz alta, prostra-se, agradece (cf. 17, 15-16). O
ponto culminante do caminho de fé é viver dando graças. Podemos perguntar-nos:
Nós, que temos fé, vivemos os dias como um peso a suportar ou como um louvor a
oferecer? Ficamos centrados em nós mesmos à espera de pedir a próxima graça, ou
encontramos a nossa alegria em dar graças? Quando agradecemos, o Pai deixa-Se
comover e derrama sobre nós o Espírito Santo. Agradecer não é questão de
cortesia, de etiqueta, mas questão de fé. Um coração que agradece, permanece
jovem. Dizer «obrigado, Senhor», ao acordar, durante o dia, antes de deitar, é
antídoto ao envelhecimento do coração. E o mesmo se diga em família, entre os
esposos: lembrem-se de dizer obrigado. Obrigado é a palavra mais simples e benfazeja.
Invocar, caminhar,
agradecer. Hoje, agradecemos ao Senhor pelos novos Santos, que caminharam na fé
e agora invocamos como intercessores. Três deles são freiras e mostram-nos que
a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo. Ao
passo que Santa Margarida Bays era uma costureira e revela-nos quão poderosa é
a oração simples, a suportação com paciência, a doação silenciosa: através
destas coisas, o Senhor fez reviver nela o esplendor da Páscoa. Da santidade do
dia a dia, fala o Santo Cardeal Newman quando diz: «O cristão possui uma paz
profunda, silenciosa, oculta, que o mundo não vê. (...) O cristão é alegre,
calmo, bom, amável, educado, simples, modesto; não tem pretensões, (...) o seu
comportamento está tão longe da ostentação e do requinte que facilmente se
pode, à primeira vista, tomá-lo por uma pessoa comum» (Parochial and Plain
Sermons, V, 5). Peçamos para ser, assim, «luzes gentis» no meio das trevas do
mundo. Jesus, «ficai connosco e começaremos a brilhar como brilhais Vós, a
brilhar de tal modo que sejamos uma luz para os outros» (Meditations on
Christian Doctrine, VII, 3). Amen.
ORAÇÃO : Senhor, nosso Deus e Pai dos Mártires,
que o sangue derramado pelos mártires da missão, sobretudo nos dias de hoje,
seja fonte de vida para o mundo e de libertação para os mais pobres. Por Cristo
nosso Senhor. Amém!
Evangelho
(Lc 11,29-32):
Acorrendo as multidões em grande
número, Jesus começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa. Busca um
sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. De fato,
assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do
Homem para esta geração. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará
juntamente com esta geração e a condenará, pois ela veio dos confins da terra
para ouvir a sabedoria de Salomão, e aqui está quem é mais do que Salomão. No
dia do juízo, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a
condenarão; pois eles mostraram arrependimento com a pregação de Jonas, e aqui
está quem é mais do que Jonas». Palavra de vida eterna.
«Esta geração é uma geração perversa. Busca um sinal»
P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP
(San Domenico di Fiesole, Florencia, Italia)
(San Domenico di Fiesole, Florencia, Italia)
Hoje, a voz doce ainda que severa de Cristo põe em guarda os que
estão convencidos de já ter o bilhete para o Paraíso só porque dizem: «Jesus,
és tão belo!». Cristo pagou o preço da nossa salvação sem excluir ninguém, mas
é necessário observar algumas condições básicas. E, entre outras, está a de não
pretender que Cristo faça tudo e nós nada. Isso seria não somente necedade, mas
também perversa soberba. Por isso o Senhor usa hoje a palavra perversa: «Esta
geração é uma geração perversa. Busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado,
a não ser o sinal de Jonas» (Lc 11,29). Dá-lhe o nome de perversa porque põe a
condição de ver antes milagres espetaculares, para dar depois a sua eventual e
condescendente adesão.
Nem diante dos conterrâneos de Nazaré acedeu, porque exigentes! pretendiam que Jesus assinalasse a sua missão de profeta e Messias com maravilhosos prodígios, que eles queriam saborear como espectadores sentados na poltrona de um cinema. Mas isso não pode ser: O Senhor oferece a salvação, mas só àquele que se sujeita a Ele mediante uma obediência que nasce da fé, que espera e cala. Deus pretende essa fé antecedente (que no nosso interior Ele mesmo pôs como uma semente de graça).
Uma testemunha contra os crentes que mantêm uma caricatura da fé será a rainha do sul, que se deslocou desde os confins da terra para escutar a sabedoria de Salomão e, acontece que «aqui está quem é mais do que Salomão» (Lc 11,31). Diz um provérbio que «não há pior surdo do que o que não quer ouvir». Cristo, condenado à morte, ressuscitará ao terceiro dia: a quem o reconheça, propõe-lhe a salvação, enquanto para os outros -regressando como um Juiz- não haverá nada a fazer, a não ser ouvir a condenação por incredulidade obstinada. Aceitemo-lo com fé e amor adiantados. O reconheceremos e nos reconhecerá como seus. Dizia o Servo de Deus Dom Alberione: «Deus não gasta a luz: acende as lâmpadas na medida que façam falta, mas sempre em tempo oportuno».
Nem diante dos conterrâneos de Nazaré acedeu, porque exigentes! pretendiam que Jesus assinalasse a sua missão de profeta e Messias com maravilhosos prodígios, que eles queriam saborear como espectadores sentados na poltrona de um cinema. Mas isso não pode ser: O Senhor oferece a salvação, mas só àquele que se sujeita a Ele mediante uma obediência que nasce da fé, que espera e cala. Deus pretende essa fé antecedente (que no nosso interior Ele mesmo pôs como uma semente de graça).
Uma testemunha contra os crentes que mantêm uma caricatura da fé será a rainha do sul, que se deslocou desde os confins da terra para escutar a sabedoria de Salomão e, acontece que «aqui está quem é mais do que Salomão» (Lc 11,31). Diz um provérbio que «não há pior surdo do que o que não quer ouvir». Cristo, condenado à morte, ressuscitará ao terceiro dia: a quem o reconheça, propõe-lhe a salvação, enquanto para os outros -regressando como um Juiz- não haverá nada a fazer, a não ser ouvir a condenação por incredulidade obstinada. Aceitemo-lo com fé e amor adiantados. O reconheceremos e nos reconhecerá como seus. Dizia o Servo de Deus Dom Alberione: «Deus não gasta a luz: acende as lâmpadas na medida que façam falta, mas sempre em tempo oportuno».
SANTO DO DIA
SÃO CALISTO
Calisto nasceu em Roma no século
II, ele nasceu num bairro pobre e foi escravo. Trabalhando para um comerciante,
fracassou nos negócios e foi obrigado a indenizar o patrão, mas decidiu fugir.
Encontrado, foi deportado para a ilha da Sardenha e punido com trabalhos
forçados. Porém, foi nesta prisão que sua vida se iluminou.
Nas minas da Sardenha, ele tinha
contato direto com os cristãos que também cumpriam penas por causa da sua
religião. Ao vê-los suportando o desterro, a humilhação e as torturas sem nunca
perder a fé e a esperança, em Cristo, Calisto se converteu.
Depois de alguns anos, Calisto
reconquistou sua liberdade e estabeleceu-se na cidade de Anzio, tornando-se
diácono. Quando o Papa Zeferino assumiu o governo chamou o diácono para
trabalhar com ele e o nomeou responsável pelos cemitérios da Igreja.
Chamados de catacumbas, estes
cemitérios subterrâneos da Via Ápia, em Roma, tiveram importância vital para os
cristãos. Além de ali enterrarem seus mortos, as catacumbas serviam também para
cerimônias e cultos, principalmente durante os períodos de perseguição.
Com a morte do Papa Zeferino, o
clero e o povo elegeram Calisto para substituí-lo. Ele era misericordioso com
os pecadores e dizia: "Todo pecado pode ser perdoado pela Igreja,
cumpridas as devidas penitências". O Papa Calisto governou por seis anos.
Em 222 ele se tornou vítima da perseguição, foi espancado e assassinado durante
um confronto entre cristãos e pagãos.
Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
REFLEXÃO: As catacumbas de São Calisto estão entre as maiores e mais imponentes de
Roma. Surgiram pela metade do século segundo e fazem parte de um complexo que
ocupa uma área de 15 hectares de terreno, com uma rede de galerias de quase 20
quilômetros, em diversos planos, e atingem uma profundidade superior a 20
metros. Nelas encontraram sepultura dezenas de mártires, pontífices e
muitíssimos cristãos.
tjl@ - acidigital.com – a12.com – evangeli.net
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