terça-feira, 14 de dezembro de 2021

 

BOM DIA EVANGELHO


15 E DEZEMBRO DE 2021-Quarta-feira da 3ª semana do Advento

Stefano Fontana, diretor do Observatório Van Thuan de Doutrina Social / Cortesia

Oração: Deus de amor, guia-nos pelos caminhos da fé e concedei-nos, pela intercessão de santa Cristiana, as virtudes necessárias para o cuidado com os mais necessitados, sobretudo os enfermos e enfraquecidos. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Evangelho (Lc 7,19-23):

Naquele tempo, João enviou a dois dos seus discípulos e os enviou ao Senhor, para perguntar: «És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?». Eles foram ter com Jesus e disseram: «João Batista nos mandou a ti para perguntar se tu és aquele que há de vir ou se devemos esperar outro».
Naquela ocasião, Jesus havia curado a muitos de suas doenças, moléstias e espíritos malignos, e proporcionado a vista a muitos cegos. Respondeu, pois: «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa Nova. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito»
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«Cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados» - Rev. D. Bernat GIMENO i Capín(Barcelona, Espanha)

Hoje, quando vemos que, na nossa vida, não sabemos que esperar, quando por vezes perdemos a confiança, porque não nos atrevemos a olhar para além das nossas imperfeições, quando estamos alegres por ser fiéis a Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, inquietos ou abatidos porque não saboreamos os frutos da nossa missão apostólica, então o Senhor quer que, como João Batista, nos perguntemos: «Devemos esperar outro?» (Lc 7,20).
É claro que o Senhor é “rápido” e quer aproveitar estas incertezas —sem dúvida, perfeitamente normais— para que façamos um exame de toda a nossa vida, vejamos as nossas imperfeições, os nossos esforços, as nossas enfermidades… e, assim, nos confirmemos na nossa fé e multipliquemos “infinitamente” a nossa esperança.
O Senhor não tem limites na hora de cumprir a sua missão: «Cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados…» (Lc 7,22). Onde ponho a minha esperança? Onde está a minha alegria? Porque a esperança está intimamente relacionada com a alegria interior. O cristão, como é natural, tem de viver como uma pessoa normal, na rua, mas sempre com os olhos postos em Cristo, que nunca falha. Um cristão não pode viver a sua vida à margem da de Cristo e do Seu Evangelho. Centremos o nosso olhar Nele, que tudo pode, absolutamente tudo, e não coloquemos limites à nossa esperança. “Nele encontrarás muito mais do que podes desejar ou pedir» (S. João da Cruz).
A liturgia não é um “jogo sagrado”, e a Igreja dá-nos este tempo de Advento porque quer que cada crente reanime em Cristo a virtude da esperança na sua vida. Perdemo-la freqüentemente porque confiamos demais nas nossas forças e não queremos reconhecer que estamos “doentes”, necessitados dos cuidados da mão do Senhor. Mas é assim que tem de ser, e como Ele nos conhece e sabe que todos somos feitos da mesma “pasta”, oferece-nos a sua mão salvadora.

—Obrigado, Senhor, por me tirares do barro e encheres o meu coração de esperança.
Pensamentos para o Evangelho de hoje: «Que o nosso pensamento se disponha para a vinda de Cristo com uma preparação nunca inferior aquela que faríamos se Ele ainda tivesse que vir ao mundo» (São Carlos Borromeo) «`Ele deve crescer, eu devo diminuir´. Esta é a etapa mais difícil de João, porque o Senhor tinha um estilo que ele nem tinha imaginado. Porque o Messias tinha um estilo muito próximo...» (Francisco) «Ao celebrar em cada ano a Liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta expectativa do Messias. Comungando na longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo da sua segunda vinda (218). Pela celebração do nascimento e martírio do Precursor, a Igreja une-se ao seu desejo: «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 524)

Santo do Dia: Santa Nina ou Cristiana

No século IV viveu a escrava Nina, que embora residisse em território pagão, era uma devota convertida do cristianismo. Seu exemplo de vida era tão fabuloso entre os pagãos que estes a chamavam de Cristiana, ou seja, a serva de Cristo.
Sua história confunde dados históricos e fictícios. O certo é que Cristiana era muito procurada pelas pessoas que desejavam conforto espiritual e corporal. Uma das histórias sobre esta jovem nos conta que ela, procurada por uma senhora cuja filha estava gravemente enferma, rezou a Deus e fez com que a menina levantasse da cama sem sinal de dor ou enfermidade.
Mas o grande fato da vida de Cristiana foi sua intervenção na vida de uma rainha da região onde morava. A pobre escrava, reconhecida pelos seus dons de cura, foi levada a presença da soberana, já desenganada pelos médicos. Com uma profunda oração Cristiana clamou a Deus e logo a rainha já estava recuperada.
Também o rei, perdido durante uma tempestade na floresta, lembrou-se de Cristiana e de suas orações, e pediu ao Deus da jovem que o auxiliasse. A tempestade amainou e o rei pode retonar para casa. Nesse instante o rei sentiu a fé invadir seu coração.
A partir da conversão dos soberanos, toda a nação foi progressivamente tomada pela fé cristã. Cristiana instruía o povo, catequizando e ensinando a vida de fé. Depois de uma vida fecunda, Cristiana faleceu em 330.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: A santidade é uma vocação de todo cristão. O bom Deus nos permite que pessoas nos inspirem a vida cristã, mostrando-nos como é bonito e valioso seguir o caminho de Jesus. Santa Cristiana marcou a história da Igreja oriental com seus belos exemplos de bondade e alegria. Que ela nos inspire palavras e ações, sobretudo para com os enfermos, os quais eram amados pela jovem santa.

REDAÇÃO CENTRAL, 14 dez. 21 / 04:00 pm (ACI).- Stefano Fontana, diretor do Observatório Van Thuan de Doutrina Social / Cortesia do observatório Van Thuan Em outubro, os estivadores do porto de Trieste, na Itália, fizeram greve e manifestações de protesto contra a obrigatoriedade do Green Pass para os trabalhadores. O Green Pass é um documento provando que o titular foi vacinado, obteve um teste negativo há menos de 48 horas ou se recuperou recentemente de covid-19. Os trabalhadores de Trieste não protestavam contra a vacina em si. Cerca de 60% deles estão vacinados. Eles são contra o princípio de que para trabalhar é preciso ser vacinado ou arcar com os custos de um teste a cada dois dias. Os trabalhadores argumentam que, em princípio, é injusto pagar para trabalhar. Os protestos de Trieste não foram um incidente isolado na Itália. Roma e outras cidades viveram situações semelhantes. Manifestações em Roma e Trieste foram respondidas energicamente pela polícia. Observatório Van Thuan de Doutrina Social criticou as intervenções da polícia. O observatório, com sede em Trieste, disse que a polícia interveio contra “manifestantes pacíficos que defendem o direito ao trabalho, a constituição, a democracia, o direito de manifestação e a liberdade contra o Green Pass discriminatório e inconstitucional, e as medidas liberticidas da atual estrutura de governo.” O nome do observatório homenageia o cardeal vietnamita Francis Xavier Nguyen Van Thuan, que passou 13 anos presos pelo regime comunista de seu país e, depois, presidente do Pontifício Conselho “Justiça e Paz”. O observatório foi fundado em 2003, um ano depois da morte do cardeal, pelo arcebispo de Trieste, Giampaolo Crepaldi, então secretário do Pontifício Conselho. O observatório, que publica um relatório anual sobre a doutrina social da Igreja no mundo, é um dos poucos institutos católicos na Itália que abordou a questão das medidas anti-covid do ponto de vista espinhoso dos abusos do governo. Na Itália, os bispos geralmente se limitam a incentivar os católicos a tomar a vacina. Muito poucas vezes eles trataram de questões mais amplas relacionadas à liberdade pessoal diante das medidas governamentais. O observatório Van Thuan é uma espécie de voz no deserto, com um ponto de vista baseado em referências acadêmicas e empíricas sólidas. Stefano Fontana, diretor do observatório, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, em entrevista por e-mail que vê as medidas na estrutura de "uma ditadura da saúde que muitos intelectuais, de Illich a Chesterton, de Huxley a Foucault, anteciparam." Referindo-se não apenas aos eventos em Trieste, mas também a outras partes da Itália, Fontana diz que os trabalhadores estão sendo “chantageados com a ameaça de perder seus empregos caso não concordem em ser vacinados”. Para ele, isso negligencia “o fato de que ninguém é moralmente obrigado a ser vacinado enquanto a vacina for experimental e enquanto não houver uma situação de vida ou morte”. O quadro, diz Fontana, é o de uma ditadura da saúde quando se constata que “todo o sistema de convencimento público e privado está coordenado com o único objetivo de induzir à vacinação; que o sistema apela à ciência para impor comportamentos para os quais não há respaldo científico consolidado; e que as ordens profissionais desqualificam médicos e profissionais de saúde que exigem liberdade de julgamento, uma vez que aqueles que fazem perguntas são condenados como subversivos”. Falando dos acontecimentos de Trieste, Fontana argumentou que a reação policial, em um quadro geral opressor, “mostrou que pessoas comuns, pessoas simples, trabalhadores mantiveram a luz da razão diante de medidas obviamente ilógicas e forçadas”. E prosseguiu: “Este é o aspecto universal: existe um sistema que se eriça como um ouriço quando quer, mas existem setores importantes que felizmente ainda estão isentos e dão esperança”. Para Fontana, “a gestão da pandemia é política e não técnica”. “A prova é que os governos (ou seja, a política) usam a ciência e os 'especialistas' de acordo com seus interesses, condenando publicamente aqueles que 'não acreditam na ciência'. Mas eles são os primeiros a usar apenas uma determinada ciência e não a Ciência”, ele disse. “Se por ‘tecnocracia’ entendemos o governo dos técnicos, não é esse o caso. Se por tecnocracia queremos dizer a política que explora ciência e tecnologia, então, sim, é este o caso.” Fontana também sugeriu que em meio à pandemia "a política está matando a política". “Prevalecem ideias de novos centralismos, de novos processos de decisão, de um estado de emergência permanente, de controle de cima sobre os movimentos e ideias populares, de novos 'homens providenciais', de congelamento de parlamentos e oposição política, de novos ostracismos e novas censuras de ideias que não se conformam com as do aparato” de poder, disse. “A política está bloqueada há dois anos na Itália”, disse Fontana. “A política torna-se opressora e deveria ser libertadora”, disse Fontana, “favorecendo o uso da razão, movendo as pessoas e os corpos sociais para o bem comum, que é um conceito orgânico. Muitos assuntos foram sacrificados na luta contra a pandemia, e outros vão seguir o mesmo rumo no futuro.” O observatório Van Thuan há muito tempo lamenta o que vê como uma tendência totalitária ao redor do mundo. O último relatório sobre doutrina social da organização examina o modelo chinês, um modelo capital-socialista de controle social que atrai profundamente o Ocidente. “Vamos dar um exemplo prático”, disse Fontana. “O modelo chinês implementou a política do filho único, causando uma queda nos nascimentos (embora agora faça o oposto), mas as democracias ocidentais adotaram a mesma abordagem por meio do aborto estatal. Portanto, existem ligações mais significativas entre o modelo chinês e as democracias ocidentais do que pensamos.” Na Itália, fala-se pouco em abuso do governo. Fontana sugeriu que a razão é que “o sistema italiano se enrolou como um porco-espinho”, mostrando “conexões, silêncio, colaborações muito próximas, mesmo que se manifestem 'no estilo italiano', ou seja, com uma atitude aparentemente bem-humorada.”Embora a Igreja italiana tenha assumido uma posição clara sobre a necessidade de vacinar e não tenha abordado a questão do abuso, várias vozes na Itália levantaram a questão. Martina Pastorelli é jornalista e fundadora da Catholic Voices Italia, uma iniciativa internacional de comunicação para pôr na esfera pública os pontos de vista católicos sobre as questões. Desde o início do debate, Pastorelli recolhe e apresenta essas vozes. O filósofo Carlo Lottieri disse a ela: “agora estamos no Estado soberano que se coloca como Deus na terra. É o totalitarismo moderno baseado no controle operado pelos próprios controlados (esse é o propósito do Green Pass), no moralismo acusatório e no medo usado como meio de domesticar”. Há, porém uma Igreja que fala. Em uma homilia em 9 de dezembro, o bispo de Pavia, Corrado Sanguineti, enfatizou que concentrar toda a comunicação da mídia na “fé na ciência” simplifica a realidade. Esse é um perigo também para a Igreja, sugeriu o bispo, falando na solenidade de São Siro, padroeiro de sua cidade do norte da Itália. Afirmou: “Uma Igreja que se limita a repetir palavras de sabedoria, a aconselhar sobre o bom comportamento social, talvez adaptando-se, em certos campos, a uma linguagem genérica e 'inclusiva', ou simplesmente a ecoar recomendações do Estado e da OMS, talvez seja ouvida. Ao menos aparentemente vai entrar no círculo do politicamente correto. Mas, no final, será confundida com outras agências de pensamento e costumes e perderá sua força de atração e sua capacidade de ser uma minoria criativa.” 

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