Oração: Senhor Deus, a quem agradam as boas
disposições e a coragem no bom combate, concedei-nos pela intercessão de Santo
Apolônio o seu mesmo desejar da Verdade, o empenho em conhecê-la em
profundidade, a fidelidade em vivê-la e a caridade de divulgá-la, e de dar por
ela, único Bem desejável, a própria vida, seja de forma violenta se necessário,
seja nas mortificações diárias; mas não permitindo jamais, com o auxílio da
Vossa graça, que nas nossas almas se instale a indulgência anestésica e
venenosa do pecado, que leva à morte infinita. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Jo 6,44-51):
«Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não
o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos
serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e
o aprendeu vem a mim. Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de
junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem
a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto
e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra
quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão
viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do
mundo».
«Eu sou o pão vivo que desceu do céu» - Rev. D. Pere MONTAGUT i Piquet(Barcelona, Espanha)
Hoje cantamos ao Senhor de quem recebemos a glória
e o triunfo. O Ressuscitado se apresenta perante sua Igreja com aquele «Sou o
que sou» que o identifica como fonte de salvação: «Eu sou o pão da vida» (Jo
6,48). Em ação de graça, a comunidade reunida em torno ao Vivente o conhece
amorosamente e aceita a instrução de Deus, reconhecida agora como o ensino do
Pai. Cristo, imortal e glorioso, nos faz lembrar de novo que o Pai é o
autêntico protagonista de tudo. Os que o escutam e nele acreditam, vivem em comunhão
com o que vêm de Deus, com o único que o tem visto e, assim, a fé é o começo da
vida eterna.
O pão vivo é Jesus. Não é um alimento que assimilemos, senão que pelo contrário
nos assimila. Ele nos faz ter fome de Deus, sede de escutar sua Palavra que é
gozo e alegria do coração. A Eucaristia é antecipação da glória celestial:
«Partimos um mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto para não
morrer, para viver por sempre em Jesus Cristo» (Santo Inácio de Antioquia). A
comunhão com a carne de Cristo ressuscitado nos faz acostumar com tudo aquilo
que desce do céu, quer dizer, receber e assumir nossa verdadeira condição:
Estamos feitos para Deus e somente Ele sacia plenamente nosso espírito.
Mas esse pão vivo não nos fará viver um dia mais além da morte física, senão
que nos foi dado agora «pela vida do mundo» (Jo 6,51). O desígnio do Pai, que
não nos criou para morrer, está ligado à fé e ao amor. Quer uma resposta atual,
livre e pessoal, a sua iniciativa. Cada vez que comemos esse pão, adentremo-nos
no Amor mesmo! Já não vivemos para nós mesmos, já não vivemos no erro. O mundo
ainda é precioso porque há quem continua amando-o até o extremo, porque há um
Sacrifício do qual se beneficiam até os que o ignoram.
Apolônio nasceu em Roma, Itália, no século II, e pertencia à nobreza. Foi senador no período do Imperador Cômodo (161-192); estimado pela ética, cultura e educação, conhecedor da filosofia grega e romana. Na busca da sabedoria, converteu-se ao Cristianismo, reconhecendo a Verdade em Jesus. Sua conversão foi respeitada no senado romano por algum tempo, em função do seu impecável passado. Excepcional orador, converteu muitos à Fé, que defendia também pelo aspecto filosófico, como o único caminho da perfeita ética. Mas acabou sendo denunciado como cristão ao prefeito pretoriano de Roma.Como senador, teve a possibilidade de se defender; nesta ocasião, leu uma argumentação escrita por ele mesmo em favor do Cristianismo. Este seu texto de perfeita apologética não deixava quaisquer dúvidas lógicas sobre a veracidade da Igreja de Jesus (sendo por isso conhecido como apologeta, isto é, aquele que defende sua fé, com lógica impecável). Isto levou ao surgimento de muitas simpatias aos cristãos, e posteriores conversões, no senado. Contudo, a sua condenação foi confirmada por ser o cristianismo contrário ao império: de fato, o argumento da acusação, que não refutou suas evidências, usou como base uma mera citação da lei do imperador Trajano, que proibia o cristianismo. Apolônio deixou claro que não temia a morte, por ter certeza da vida infinita com Cristo, e confirmou a superioridade da Doutrina Cristã. Embora muitos tenham sido convencidos por ele, não tiveram força política para revogar a condenação, que, no caso de cidadãos romanos, e senadores, conferia o direito à morte por decapitação e sem torturas, mais misericordiosa que outras sentenças. Antes da execução, Apolônio fez uma solene profissão de fé, não aceitando a oportunidade última de renegar o cristianismo. Seu martírio ocorreu em 18 de abril de 185, gerando muitas conversões.
FONTE: A12.COM – EVANGELI.NET
– VATICANNEWS.VA
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