Oração:
Deus Uno e Trino, Pai e Filho
unidos pelo Espírito Santo, que nos quereis participantes integrais desta
Divina Família, concedei-nos pela intercessão de Santo Isidoro, irmão
consanguíneo de santos, a graça de vivermos de acordo com os conhecimentos que
nos dais, de modo a formarmos desde já a verdadeira fraternidade no Vosso
Sangue presente no vinho consagrado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso
Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho segundo São Lucas 24,35-48.
Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no
caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão.
Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz
esteja convosco».
Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses
pensamentos nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito
não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar,
perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?».
Deram-Lhe uma posta de peixe assado,
que Ele tomou e começou a comer diante deles.
Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava
convosco: "Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei
de Moisés, nos profetas e nos salmos"».
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de
ressuscitar dos mortos ao terceiro dia,
e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados
a todas as nações, começando por Jerusalém.
Vós sois testemunhas disso.(Tradução litúrgica da Bíblia)
São Gregório Magno (c. 540-604) - papa, doutor da Igreja - Livro XIV, SC 212
Ressuscitar na carne
Ouço falar da ressurreição e interrogo-me sobre o futuro dessa
ressurreição. Com efeito, creio que estou destinado a ressuscitar, mas quero
que me digam que tipo de ser serei. Preciso de saber se ressuscitarei noutro
corpo, talvez subtil, isto é, aéreo, ou no corpo em que morrerei. Mas, se
ressuscitar num corpo aéreo, já não serei eu a ressuscitar. Como pode haver
verdadeira ressurreição se a minha carne não pode ser verdadeira carne? A razão
sugere-nos claramente que, se não houver verdadeira carne, não haverá,
obviamente, verdadeira ressurreição. Não, não temos o direito de falar de
ressurreição enquanto aquilo que sucumbiu não ressuscitar. Pois bem, Job
bendito, dissipa o nevoeiro da nossa dúvida e, uma vez que, pela graça que te
veio do Espírito Santo, começaste a falar-nos da esperança da ressurreição,
mostra-nos claramente se é a nossa carne que vai realmente ressuscitar. O texto
diz: «Voltarei a revestir-me da minha pele» (Jb 19,26). A expressão «a minha
pele» elimina qualquer dúvida sobre o facto de se tratar de uma verdadeira
ressurreição, pois mostra que, [...] na glória da ressurreição, o nosso corpo
não será impalpável, mais subtil que o vento e o ar. Na glória da ressurreição,
o nosso corpo será, sem dúvida, subtil, devido à manifestação do seu poder
espiritual, mas será palpável, pela verdade da sua natureza. Por isso, o nosso
Redentor mostrou as mãos e o lado aos seus discípulos, que duvidavam da sua
ressurreição, e propôs-lhes que Lhe tocassem os ossos e a carne: «Tocai-Me e
vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho».
Isidoro, o mais novo
de quatro irmãos, nasceu em 560, em Sevilha, capital da Andaluzia, numa família
hispano-romana muito cristã. Seu pai, Severiano, era prefeito de Cartagena e
comandava sua cidade dentro dos mais disciplinados preceitos católicos. A mãe,
Teodora, educou todos os filhos igualmente nas regras do cristianismo. Como
fruto, colheu a alegria de ter quatro deles: Isidoro, Fulgêncio, Leandro e
Florentina, elevados à veneração dos altares da Igreja.
Isidoro começou a estudar a religião desde muito pequeno, tendo na figura do
irmão mais velho, Leandro, o pai que falecera cedo. Diz a tradição que logo que
ingressou na escola o menino tinha muitas dificuldades de aprendizagem,
chegando a preocupar a família e os professores, mas rapidamente superou tudo
com a ajuda da Providência Divina. Formou-se em Sevilha, onde, além do latim,
ainda aprendeu grego e hebraico, e ordenou-se sacerdote.
Tudo isso contribuiu muito para que trabalhasse na conversão dos visigodos
arianos, a começar pelo próprio rei. Isidoro também foi o responsável pela
conversão dos judeus espanhóis. Tornou-se arcebispo e sucedeu a seu irmão
Leandro, em Sevilha, durante quase quatro décadas. Logo no início do seu
bispado, Isidoro organizou núcleos escolares nas casas religiosas, que são
considerados os embriões dos atuais seminários. Sua influência cultural foi
muito grande, era possuidor de uma das maiores e mais bem abastecidas
bibliotecas e seu exemplo levou muitas pessoas a dedicarem seus tempos livres
ao estudo e às boas leituras.
Depois, retirou-se para um convento, onde poderia praticar suas obrigações
religiosas e também se dedicar intensamente aos estudos. Por seus profundos
conhecimentos, presidiu o II Concílio de Sevilha, em 619, e o IV Concílio de
Toledo, em 633, do qual saíram leis muito importantes para a Igreja, de modo
que a religiosidade se enraizou no país. Por isso foi chamado de "Pai dos
Concílios" e "mestre da Igreja" da Idade Média.
Isidoro era tão dedicado à caridade que sua casa vivia cheia de mendigos e
necessitados, isso todos os dias. No dia 4 de abril de 636, sentindo que a
morte estava se aproximando, dividiu seus bens com os pobres, publicamente
pediu perdão para os seus pecados, recebeu pela última vez a eucaristia e,
orando aos pés do altar, ali morreu.
Ele nos deixou uma obra escrita sobre cultura, filosofia e teologia considerada
a mais valorosa do século VII. Nada menos que uma enciclopédia, com vinte e um
volumes, chamada Etimologias, considerada o primeiro dicionário escrito, um
livro com a biografia dos principais homens e mulheres da Bíblia, regras para
mosteiros e conventos, além de muitos comentários acerca de cada um dos livros
da Bíblia, estudo que mais lhe agradava.
Dante Alighieri cita Isidoro de Sevilha em seu livro A divina comédia, no
capítulo do Paraíso, onde vê "brilhar o espírito ardente" nesse
teólogo. Em 1722, o papa Bento XIV proclamou santo Isidoro de Sevilha doutor da
Igreja, e seu culto litúrgico confirmado para o dia de sua morte.(*Fonte: Pia
Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br)
Tjl – a12.com – evangeli.net –
evangelhoquotidiano.org
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