quarta-feira, 3 de abril de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 4. ABRIL. 024

 

Bom dia evangelho


04 de abril de 2024 - Quinta-feira NA OITAVA DA PÁSCOA

Oração: Deus Uno e Trino, Pai e Filho unidos pelo Espírito Santo, que nos quereis participantes integrais desta Divina Família, concedei-nos pela intercessão de Santo Isidoro, irmão consanguíneo de santos, a graça de vivermos de acordo com os conhecimentos que nos dais, de modo a formarmos desde já a verdadeira fraternidade no Vosso Sangue presente no vinho consagrado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Livro dos Atos dos Apóstolos 3,11-26.

Naqueles dias, o coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro e João, e todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, ao pórtico de Salomão.
Ao ver isto, Pedro falou ao povo, dizendo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque fitais os olhos em nós, como se fosse pelo nosso próprio poder ou piedade que fizemos andar este homem?
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos pais, glorificou o seu Servo Jesus, que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a soltá-lo.
Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação dum assassino;
matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos, e nós somos testemunhas disso.
Foi pela fé no seu nome que este homem que vedes e conheceis recuperou as forças; foi a fé que vem de Jesus que o curou completamente, na presença de todos vós.
Agora, irmãos, eu sei que agistes por ignorância, como também os vossos chefes.
Foi assim que Deus cumpriu o que de antemão tinha anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Messias havia de padecer.
Portanto, arrependei-vos e convertei-vos, para que os vossos pecados sejam perdoados».
Assim o Senhor fará que venham os tempos de conforto e vos enviará o Messias Jesus, que de antemão vos foi destinado.
Ele terá de ficar no Céu até à restauração universal, que Deus anunciou, desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos profetas.
Moisés disse: "O Senhor Deus fará que se levante para vós, do meio dos vossos irmãos, um profeta como eu. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser.
Quem não escutar esse profeta será exterminado do meio do povo".
E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, anunciaram também estes dias.
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus firmou com vossos pais, quando disse a Abraão: "Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra".
Foi para vós, em primeiro lugar, que Deus fez aparecer o seu Servo e O enviou para vos abençoar, afastando cada um de vós das suas iniquidades».

Livro dos Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.

Senhor, nosso Deus,
como é admirável o vosso nome em toda a Terra!
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?

Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés.

Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.

Evangelho segundo São Lucas 24,35-48.

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão.
Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?».
Deram-Lhe uma posta de peixe assado,
que Ele tomou e começou a comer diante deles.
Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: "Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos profetas e nos salmos"».
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia,
e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
Vós sois testemunhas disso.(
Tradução litúrgica da Bíblia)

São Gregório Magno (c. 540-604) - papa, doutor da Igreja - Livro XIV, SC 212

Ressuscitar na carne

Ouço falar da ressurreição e interrogo-me sobre o futuro dessa ressurreição. Com efeito, creio que estou destinado a ressuscitar, mas quero que me digam que tipo de ser serei. Preciso de saber se ressuscitarei noutro corpo, talvez subtil, isto é, aéreo, ou no corpo em que morrerei. Mas, se ressuscitar num corpo aéreo, já não serei eu a ressuscitar. Como pode haver verdadeira ressurreição se a minha carne não pode ser verdadeira carne? A razão sugere-nos claramente que, se não houver verdadeira carne, não haverá, obviamente, verdadeira ressurreição. Não, não temos o direito de falar de ressurreição enquanto aquilo que sucumbiu não ressuscitar. Pois bem, Job bendito, dissipa o nevoeiro da nossa dúvida e, uma vez que, pela graça que te veio do Espírito Santo, começaste a falar-nos da esperança da ressurreição, mostra-nos claramente se é a nossa carne que vai realmente ressuscitar. O texto diz: «Voltarei a revestir-me da minha pele» (Jb 19,26). A expressão «a minha pele» elimina qualquer dúvida sobre o facto de se tratar de uma verdadeira ressurreição, pois mostra que, [...] na glória da ressurreição, o nosso corpo não será impalpável, mais subtil que o vento e o ar. Na glória da ressurreição, o nosso corpo será, sem dúvida, subtil, devido à manifestação do seu poder espiritual, mas será palpável, pela verdade da sua natureza. Por isso, o nosso Redentor mostrou as mãos e o lado aos seus discípulos, que duvidavam da sua ressurreição, e propôs-lhes que Lhe tocassem os ossos e a carne: «Tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho».

Santo Isidoro de Sevilha

Isidoro, o mais novo de quatro irmãos, nasceu em 560, em Sevilha, capital da Andaluzia, numa família hispano-romana muito cristã. Seu pai, Severiano, era prefeito de Cartagena e comandava sua cidade dentro dos mais disciplinados preceitos católicos. A mãe, Teodora, educou todos os filhos igualmente nas regras do cristianismo. Como fruto, colheu a alegria de ter quatro deles: Isidoro, Fulgêncio, Leandro e Florentina, elevados à veneração dos altares da Igreja.
Isidoro começou a estudar a religião desde muito pequeno, tendo na figura do irmão mais velho, Leandro, o pai que falecera cedo. Diz a tradição que logo que ingressou na escola o menino tinha muitas dificuldades de aprendizagem, chegando a preocupar a família e os professores, mas rapidamente superou tudo com a ajuda da Providência Divina. Formou-se em Sevilha, onde, além do latim, ainda aprendeu grego e hebraico, e ordenou-se sacerdote.
Tudo isso contribuiu muito para que trabalhasse na conversão dos visigodos arianos, a começar pelo próprio rei. Isidoro também foi o responsável pela conversão dos judeus espanhóis. Tornou-se arcebispo e sucedeu a seu irmão Leandro, em Sevilha, durante quase quatro décadas. Logo no início do seu bispado, Isidoro organizou núcleos escolares nas casas religiosas, que são considerados os embriões dos atuais seminários. Sua influência cultural foi muito grande, era possuidor de uma das maiores e mais bem abastecidas bibliotecas e seu exemplo levou muitas pessoas a dedicarem seus tempos livres ao estudo e às boas leituras.
Depois, retirou-se para um convento, onde poderia praticar suas obrigações religiosas e também se dedicar intensamente aos estudos. Por seus profundos conhecimentos, presidiu o II Concílio de Sevilha, em 619, e o IV Concílio de Toledo, em 633, do qual saíram leis muito importantes para a Igreja, de modo que a religiosidade se enraizou no país. Por isso foi chamado de "Pai dos Concílios" e "mestre da Igreja" da Idade Média.
Isidoro era tão dedicado à caridade que sua casa vivia cheia de mendigos e necessitados, isso todos os dias. No dia 4 de abril de 636, sentindo que a morte estava se aproximando, dividiu seus bens com os pobres, publicamente pediu perdão para os seus pecados, recebeu pela última vez a eucaristia e, orando aos pés do altar, ali morreu.
Ele nos deixou uma obra escrita sobre cultura, filosofia e teologia considerada a mais valorosa do século VII. Nada menos que uma enciclopédia, com vinte e um volumes, chamada Etimologias, considerada o primeiro dicionário escrito, um livro com a biografia dos principais homens e mulheres da Bíblia, regras para mosteiros e conventos, além de muitos comentários acerca de cada um dos livros da Bíblia, estudo que mais lhe agradava.
Dante Alighieri cita Isidoro de Sevilha em seu livro A divina comédia, no capítulo do Paraíso, onde vê "brilhar o espírito ardente" nesse teólogo. Em 1722, o papa Bento XIV proclamou santo Isidoro de Sevilha doutor da Igreja, e seu culto litúrgico confirmado para o dia de sua morte.(*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br)

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