Oração:
Senhor, que sempre combateis por nós, com o envio dos Vossos exércitos
angelicais, concedei-nos por intercessão de São Jorge a graça da pureza e da
coragem de viver com integridade a nossa Fé, batalhando perseverantemente não
contra dragões imaginários, mas sim contra o veneno da antiga serpente, o
diabo, que age nas almas muito mais por astúcia e engano do que por violência
direta. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Jo 10,22-30)
Em Jerusalém celebrava-se a festa da
Dedicação. Era inverno. Jesus andava pelo templo, no pórtico de Salomão. Os
judeus, então, o rodearam e disseram-lhe: «Até quando nos deixarás em suspenso?
Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente!». Jesus respondeu: «Eu já vos disse,
mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu pai dão testemunho
de mim. Vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. As
minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou
a vida eterna. Por isso, elas nunca se perderão e ninguém vai arrancá-las da
minha mão. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior do que todos, e ninguém
pode arrancá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos um».
«Eu e o Pai somos um» - Rev. D. Miquel MASATS i Roca(Girona, Espanha)
Hoje, vemos Jesus que «andava pelo Templo, no
pórtico de Salomão» (Jo 10,23), durante a festa da Dedicação em Jerusalém.
Então, os judeus pedem-lhe: «Se tu és o Cristo, diz-nos abertamente», e Jesus
responde-lhes: «Eu já vos disse, mas vós não acreditais» (Jo 10,24.25).
Só a fé dá ao homem a capacidade de reconhecer Jesus Cristo como o Filho de
Deus. No ano de 2000, João Paulo II, no encontro com os jovens em Tor Vergata,
falava do “laboratório da fé”. Há muitas respostas para a pergunta «Quem dizem
as multidões que eu sou?» (Lc 9,18) … Depois, porém, Jesus passa para o plano
pessoal: «E vós, quem dizeis que eu sou?» Para responder corretamente a esta
pergunta é necessária a “revelação do Pai”. Para responder como Pedro — «Tu és
o Cristo, o Filho do Deus vivo» (Mt 16,16)— faz falta a graça de Deus.
Contudo, embora Deus queira que todas as pessoas acreditem e se salvem, só os
homens humildes têm a capacidade de acolher este dom. «Entre os humildes está a
sabedoria», lê-se no livro dos Provérbios (11,2). A verdadeira sabedoria do
homem consiste em confiar em Deus.
Santo Tomás de Aquino comenta esta passagem do Evangelho dizendo: «Consigo ver
graças à luz do sol, mas se fechar os olhos, não vejo; porém a culpa não é do
sol, mas minha».
Jesus diz-lhes que, se não creem, que acreditem, pelo menos, devido às obras
que faz, que manifestam o poder de Deus. «As obras que eu faço em nome do meu
pai dão testemunho de mim» (Jo 10,25).
Jesus conhece as suas ovelhas e as suas ovelhas escutam a Sua voz. A fé leva à
intimidade com Jesus na oração. O que é a oração senão o trato com Jesus
Cristo, que sabemos que nos ama e nos conduz ao Pai? O resultado e o prêmio
desta intimidade com Jesus nesta vida, é a vida eterna, como lemos no
Evangelho.
Jorge nasceu na antiga região chamada Capadócia, atualmente parte da Turquia, por volta do ano 280, de família cristã. Seu pai, militar, morreu combatendo, e sua mãe mudou-se com o filho para a Palestina, sua terra de origem. Adolescente, Jorge entrou para o exército do imperador romano Dioclesiano, onde tornou-se capitão. Suas provadas qualidades mereceram do imperador um título de nobreza, de modo que com 23 anos Jorge passou a residir na alta corte, trabalhando como Tribuno Militar. Dioclesiano, porém, decretou em 303 o início de uma imensa perseguição à Igreja, entre outras coisas influenciado por Galério (também imperador romano na reorganização política chamada Tetrarquia, como administrador das províncias balcânicas). Este alegava que os cristãos traziam “azar” para o império. Jorge testemunhou as injustiças contra os cristãos e, após doar sua grande herança para os pobres, declarou-se publicamente fiel a Cristo. Diante do imperador, na reunião senatorial confirmando o edito das perseguições, Jorge levantou-se condenando a falsidade dos ídolos pagãos e confessou a sua Fé. O imperador, inicialmente, quis suborná-lo com uma promoção, terras e dinheiro, o que foi inútil. Então Jorge foi preso e colocado numa cela, para onde levaram uma mulher com a missão de seduzi-lo. Mas no dia seguinte a mulher havia sido convertida e batizada. Seguiu-se a tortura e a decapitação de Jorge, chamado por isso, no Oriente, de megalomartir, isto é, o grande mártir. A imperatriz, Prisca, diante destes fatos, acabou por se converter ao Cristianismo, sendo posteriormente morta com a filha Valéria, ambas canonizadas. A sepultura de São Jorge em Lida, atualmente uma cidade em Israel, perto de Tel-Aviv, é local de peregrinação, que não foi interrompida sequer durante as Cruzadas. Sua memória, tanto no Ocidente como no Oriente, é no dia 23 de abril. São Jorge é padroeiro de inúmeras cidades e localidades no mundo inteiro, bem como dos cavaleiros, soldados e arqueiros. É invocado também contra a peste, a lepra e as serpentes. Os muçulmanos o veneram como profeta.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão:
Da mesma época de São Caio, Papa, cuja memória foi ontem (cf. Santo do
Dia - São Jorge - Reze no Santuário Nacional (a12.com)), São Jorge enfrentou também a cruel
perseguição do imperador Dioclesiano., que não poupou da morte nem familiares
nem destacados subordinados seus, como no caso presente, por serem católicos. A
ira e o fanatismo contra Deus levam a muitas aberrações, incluindo atitudes tão
insensatas como destruir a própria família e os melhores servidores. De grande
destaque, no caso de São Jorge – assim como também para São Sebastião, outro
militar – foi a coragem de espontaneamente se proclamar cristão diretamente ao
imperador, admoestando-o por seus erros. Uma coragem invulgar, pela certa
condenação à morte, foi exigida para um tal ato; coragem que falta, talvez,
hoje, para muitos católicos, ao viver e proclamar a sua Fé. Outro importante
exemplo de São Jorge é a sua pureza e castidade, pois os varões católicos devem
ser coerentes com os ensinamentos do maior de todos eles, Jesus Cristo.
Resistir às tentações é, no homem, uma atitude varonil, e fracos são os que
pecam contra a castidade alegando, falsamente, que são “homens”, querendo assim
justificar um prazer ilícito e as próprias consciências frouxas. Exemplo de
militar, “Jorge” tem por significado no Grego original “agricultor”; mas nas
obras de Deus não há incoerência, e São Jorge, combatendo o bom combate da Fé,
como escreveu São Paulo (2Tm 4,7), plantou o bem e colheu seus frutos de
santidade, propagando as sementes de conversão para muitos até hoje, um
verdadeiro exército. É notória a lenda de São Jorge matando um dragão, mas não
há qualquer base sólida para ela. A sua mais plausível origem é o encontro por
soldados de uma Cruzada, na Idade Média, de uma escultura na Palestina. Ela
estava numa igreja dedicada a São Jorge, representando o imperador Constantino,
que havia combatido o arianismo, matando com uma lança esta heresia
representada como dragão. A associação imediata com São Jorge levou à lenda.
Por outro lado, há sem dúvida verdade no fato de que Jorge matou o pecado na
sua vida, algo que é a essência da guerra diária de todo católico.
Fonte: evangeli.net – acidigital.com – evangelhoquotidiano.org
-a12.com
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