quarta-feira, 8 de maio de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 9 DE MAIO DE 2024

 

BOM DIA EVANGELHO


09 DE MAIO  DE 2024 - Quinta-feira da 6ª semana da Páscoa

Oração: Deus Pai de bondade, que unis os Vossos filhos na Vossa comunidade de Amor que é a Igreja Católica, concedei-nos pela intercessão de São Pacômio a graça de desejar e buscar a Regra que nos destes pela Tradição e pela Palavra, de modo a que possamos com sucesso ordenar as nossas vidas para a Vida que nos ordenas, em comunhão de alegria perfeita Convosco. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Jo 16,16-20):

 «Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo». Alguns dos seus discípulos comentavam: «Que significa isto que ele está dizendo: ‘Um pouco de tempo e não mais me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’ e ‘Eu vou para junto do Pai’?». Diziam ainda: «O que é esse ‘pouco’? Não entendemos o que ele quer dizer». Jesus entendeu que eles queriam fazer perguntas; então falou: «Estais discutindo porque eu disse: ‘Um pouco de tempo, e não me vereis, e mais um pouco, e me vereis de novo’? Em verdade, em verdade, vos digo: chorareis e lamentareis, mas o mundo se alegrará. Ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria».

«Vossa tristeza se transformará em alegria»

Rev. D. Joan Pere PULIDO i Gutiérrez(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)

Hoje contemplamos mais uma vez a palavra de Deus com a ajuda do evangelista João. Nestes últimos dias da Páscoa sentimos uma inquietação especial por viver esta palavra e entendê-la. A mesma inquietação dos primeiros discípulos que se expressa profundamente nas palavras de Jesus —«Um pouco de tempo, e não mais me vereis; e mais um pouco, e me vereis de novo» (Jo 16,16)— concentra a tensão de nossas inquietações de fé, da busca de Deus em nosso dia a dia.
Os cristãos do século XXI sentimos essa mesma urgência que os cristãos do primeiro século. Queremos ver Jesus, precisamos experimentar a sua presença em meio de nós para reforçar a nossa fé, esperança e caridade. Por isso, sentimos tristeza ao pensar que Ele não esteja entre nós, que não podamos sentir e tocar sua presença, sentir e escutar sua palavra. Mas essa tristeza se transforma em alegria profunda quando experimentamos sua presença segura entre nós.
Essa presença, era recordada pelo Papa João Paulo II na sua última Carta encíclica Ecclesia de Eucharistia, concretiza-se —especificamente— na Eucaristia: «A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja». Ela experimenta com alegria, como se realiza constantemente, de muitas maneiras, a promessa do Senhor: `Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo’ (Mt 28,20). (...) A Eucaristia é mistério de fé, e ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Quando a Igreja a celebra, os fiéis podem reviver, de algum jeito a experiência dos discípulos de Emaús: «Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram (Lc 24,31)».
Peçamos a Deus uma fé profunda, uma inquietação constante que se sacie na Eucaristia, ouvindo e compreendendo a Palavra de Deus; comendo e saciando a nossa fome no Corpo de Cristo. Que o espirito Santo enche de sua luz a nossa busca de Deus.

São Pacômio

Pacômio nasceu na região de Tebaida, próximo a Tebas no Egito, no ano 287 ou 292. Filho de pagãos, desde criança, apesar de doce e modesto, demonstrava aversão aos rituais profanos de idolatria. Contra a vontade, foi alistado aos 20 anos no exército do imperador romano Maximiano que dominava a região, e enviado para o combate em Tebas ou Dióspolis, contra os opositores também romanos Licinius e Constantino. Com a derrota, foi preso em Tebas, e no cárcere conheceu cristãos que levavam alimento aos cativos famintos e consolavam os aflitos. Decidiu então converter-se ao Catolicismo, e ao ser libertado buscou uma comunidade religiosa cristã, onde recebeu o Batismo. Em seguida, buscando uma maior perfeição, e tendo conhecimento da vida dos ascetas, procurou o venerável ancião Palemon, de quem se tornou discípulo em 317. Este o preveniu das asperezas, dificuldades e sacrifícios da vida ascética, mas o jovem não desanimou, procurando vencer tais exigências por meio da humildade, oração e paciência. Na época, a vida eremítica mais conhecida era a dos anacoretas, como Santo Antão, monges que viviam sozinhos no deserto. Porém São Macário iniciava então pequenas comunidades onde havia celas (ou larves), próximas mas isoladas. Pacômio desenvolveu mais este sistema, provendo uma organização formal sob a direção de um superior – o “pai”, “abba”, de onde deriva a palavra abade. A vida monástica passou a ter regras bem definidas, com disciplina e organização sob a autoridade abacial. Com votos de obediência, castidade e pobreza, a rotina diária bem equilibrada incluía momentos de oração, trabalho, estudo, penitência, descanso, em silêncio e pontualidade. A comunidade incluía várias celas, a igreja, cozinha, hospedaria e biblioteca, rodeadas por muralhas. Os monges usavam hábitos de lã grosseira; Pacômio acrescentou para si o cilício e continuamente jejuava. O primeiro destes mosteiros foi edificado em Tabennisi, no Egito, e o primeiro discípulo de Pacômio foi seu irmão mais velho, João, que logo faleceu. Em breve, a comunidade teve cerca de 100 monges, sendo necessária uma ampliação. Com o tempo, oito mosteiros masculinos e um feminino foram construídos em Tebaida. Em 333 Santo Atanásio, bispo, visitou Pacômio, concedendo a aprovação eclesiástica para a sua Regra. Quis o bispo ordená-lo sacerdote, mas Pacômio e todos os seus discípulos preferiram permanecer como simples monges. Em outra ocasião, São Basílio de Cesaréia também o visitou, e na sua regra baseou a Regra Ascética (que ainda hoje é utilizada na Igreja Ortodoxa), comparável à Regra de São Bento. A partir de 336 Pacômio passou a residir no mosteiro de Pabau, que se tornou famoso. Deus lhe deu o dom da profecia, e muitas foram as conversões obtidas pelo santo. Opôs-se aos arianos; deixou alguns sermões escritos em copta; cuidava pessoalmente dos doentes no mosteiro; pouco dormia, para mais se dedicar à oração; fez vários milagres; libertou vários possessos do demônio, aplicando-lhes óleo bento; através da paciência, oração, jejuns, mortificações e exortações, conseguiu que um ex-ator de teatro chamado Silvano, que procurara a vida monástica mas não a levava a sério, se tornasse exemplar no seguimento da Regra. São Pacômio faleceu em 347 ou 348, de peste. Nos seus mosteiros havia então cerca de 7.000 monges, em 3.000 mosteiros no Egito; na geração seguinte já eram mais de 7.000, na Palestina, deserto da Judeia, Síria, norte da África e Europa. No século XII, viviam ainda mais de 500 monges seguindo a sua Regra. São Pacômio é comemorado em outras denominações cristãs, além do Catolicismo. É considerado o fundador do monasticismo cenobita.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Nesta vida nada acontece fora da vista de Deus, e por isso tudo é Providência, mesmo as dificuldades: a prisão, onde Pacômio veio a conhecer o Catolicismo, foi o caminho pelo qual o Senhor, sem desrespeitar a liberdade humana que pode por exemplo levar às atrocidades da guerra, o levou para a conversão e santidade. E certamente à santidade daqueles que faziam a obra de misericórdia de assistir aos presos, o que nos recorda e ressalta o valor e a necessidade das boas obras, materiais e espirituais. Especialmente, começando pela oração, a de procurar assistir aos que se encontram presos no pecado e no erro... A vida monástica é particularmente favorável para a santificação das almas, pelo seu equilíbrio e intrínseca prioridade às coisas de Deus. Mas o mesmo princípio pode e deve ser aplicado para os leigos, na vida familiar ou dos solteiros: primazia do espiritual e equilíbrio nas diversas atividades, todas elas buscando o serviço a Deus e ao próximo, segundo suas características específicas. Silêncio interior, oração, trabalho, estudo, descanso, uma vez regidos pela sincera busca de Deus, sempre serão bem ordenadas de acordo com as circunstâncias, e vias para uma maior união com o Senhor ao longo da caminhada terrestre. Esta mentalidade contrasta com o desvario mundano, que incessantemente estimula o barulho, a agitação, a irresponsabilidade, a valorização maior do prazer por si mesmo do que o serviço ordenado e bem feito para o benefício dos irmãos, e mesmo o risco da própria saúde em nome de diferentes excessos. O legado de São Pacômio, de sobriedade e temperança, e, sim, de sacrifícios, é algo da maior atualidade, como resposta às instabilidades, inconstâncias e inconsistências do nosso tempo.

FONTE: A12.COM – EVANGELI.NET – EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG

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