segunda-feira, 11 de novembro de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 12. NOVEMBRO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

12 DE NOVEMBRO DE 2024 - Terça-feira da 32ª semana do Tempo Comum

Em Anchieta, a literatura brasileira tem seu pontapé inicial em diversos gêneros. Poesia, prosa e teatro ganham contornos muito próprios a partir da experiência do jesuíta com o Novo Mundo. Ainda que não possamos falar de um claro sentimento de brasilidade em seus escritos, a forma como irá adaptar esses gêneros à realidade da colônia portuguesa na América vai moldando aos poucos um novo modo de escrever nestas terras a leste da linha de Tordesilhas. E foi do coração tocado pela fé e pela poesia do Pe. Anchieta que a Terra de Santa Cruz começou a colocar no papel os mais nobres sentimentos da alma humana.

Oração:   Deus Eterno e Todo-Poderoso, que a Vossos pastores associastes São Josafá, a quem destes a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por Vosso amor as adversidades, sem jamais abrir mão da Verdade, e correr ao encontro de Vós, que sois a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Lc 17,7-10): 

Naquele tempo, o Senhor disse: «Se alguém de vós tem um servo que trabalha a terra ou cuida dos animais, quando ele volta da roça, lhe dirá: Vem depressa para a mesa. Não dirá antes: Prepara-me o jantar, arruma-te e serve-me, enquanto eu como e bebo. Depois disso, tu poderás comer e beber. Será que o senhor vai agradecer o servo porque fez o que lhe havia mandado. Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer».

«Fizemos o que devíamos fazer» = Rev. D. Jaume AYMAR i Ragolta(Badalona, Barcelona, Espanha)

Hoje, a atenção do Evangelho não se dirige à atitude do senhor, mas à dos servos. Jesus convida os seus apóstolos, através do exemplo de uma parábola a considerar a atitude de serviço: o servo tem que cumprir o seu dever sem esperar recompensa: «Será que o senhor vai agradecer o servo porque fez o que lhe havia mandado?» (Lc 17,9). Não obstante, esta não é a única lição do Mestre acerca do serviço. Jesus dirá mais adiante aos seus discípulos: «Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.» (Jo 15,15). Os amigos não passam contas. Se os servos têm que cumprir o seu dever, muito mais os apóstolos de Jesus, seus amigos, devemos cumprir com a missão encomendada por Deus, sabendo que o nosso trabalho não merece nenhuma recompensa, porque o fazemos por gosto e porque tudo quanto temos e somos é um dom de Deus.
Para o crente tudo é sinal, para o que ama tudo é dom. Trabalhar para o Reino de Deus é a nossa recompensa; por isso não devemos dizer com tristeza nem desânimo: «Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17,19), mas com a alegria daquele que foi chamado a transmitir o Evangelho.
Nestes dias temos também presente a festa de um grande santo, de um grande amigo de Jesus, muito popular na Catalunha, São Martinho de Tours, que dedicou a sua vida ao serviço do Evangelho de Cristo. Dele escreveu Suplicio Severo: «Homem extraordinário, que não foi dobrado pelo trabalho nem vencido pela própria morte, não teve preferência por nenhuma das partes, não temeu a morte, não recusou a vida! Levantados os seus olhos e as suas mãos para o céu, seu espírito invicto não deixava de orar». Na oração, no diálogo com o Amigo, encontramos, efetivamente, o segredo e a força do nosso serviço.

São Josafá - Localização: Ucrania

João Kuncewycz nasceu de família cristã ortodoxa da Ucrânia, em 1580. Estudou filosofia e teologia. Aos 20 anos tornou-se monge na Ordem de São Basílio, recebendo o nome de Josafá, e em pouco tempo era nomeado superior do convento. Possuía enorme capacidade intelectual e vivência da caridade cristã. Além disso, São Josafá era um monge exemplar no seguimento das regras monásticas. Com apenas 37 anos assumiu o arcebispado de Polotsk, e dedicou-se imediatamente à formação do clero e à catequização dos fiéis (o que ainda hoje é urgentemente necessário). Na sua época, sentia-se já o grave problema da divisão das igrejas ortodoxas orientais, que haviam se separado de Roma por volta do ano 1000, não reconhecendo a autoridade do Papa. Josafá muito trabalhou para a reconciliação, ao longo da sua vida. Em 1596, o sínodo de Brest reuniu os rutenos com Roma, mas este exemplo não foi seguido por outras igrejas orientais, que se sentiram traídas, tendo os cismáticos passado a perseguir os católicos. Por causa do seu zelo na reunificação, São Josafá foi caluniado e teve que enfrentar muitos contratempos, acabando por se tornar vítima de martírio: numa visita pastoral, a 12 de novembro de 1623, sua comitiva foi atacada e muitos dela covardemente assassinados, matança à qual o santo bispo se opôs perguntando aos agressores: “Meus filhos, por que matais os meus familiares? Se procurais a mim, aqui estou!”Logo o maltrataram horrivelmente e o mataram. Porém, quase todos os seus assassinos, depois processados e condenados, abjuraram o cisma e se converteram, um fruto da caridade de Deus e, certamente, da firmeza exemplar de São Josafá.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR = Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: O desejo de Cristo de formar um único rebanho, sob a autoridade de um único pastor, na unidade de uma única Igreja é algo que não pode ser negligenciado. A separação dos católicos (“diabo” significa dividir) é um mal para a Igreja e o mundo. São Josafá lutou contra o Cisma, a ponto de doar a própria vida, e por isso é reconhecido como precursor do Ecumenismo (movimento que busca a boa convivência entre os diferentes cristãos e, mais essencialmente, a reunificação dos diversos cismáticos com a Igreja Católica). Porém, de forma alguma a Verdade pode ser “adaptada” em nome de uma união baseada em mero consenso de conveniências e interesses; isto seria uma união de oposição a Deus! O correto senso ecumênico está centrado no reconhecimento da única Igreja diretamente fundada por Cristo, por meio dos Apóstolos chefiados por São Pedro, assistida perenemente pelo Espírito Santo e tendo por legítima Mãe a Virgem Maria – a Igreja Católica (= universal, para todos os seres humanos, filhos de Deus), Apostólica (confiada diretamente aos Apóstolos por Jesus mesmo), Romana (referência ao local da morte – entrada na vida celeste – de São Pedro, chefe inequívoco dos Apóstolos, nas palavras de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja […] Eu te darei as chaves do reino dos céus […]” (cf. Mt 16, 15-19); e “Apascenta as Minhas ovehas.” (cf. Jo 21, 17); ora, quem apascenta as ovelhas é o pastor, que tem sobre elas autoridade…).

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