Oração: Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de
São Diogo de Alcalá, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e
humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que
nos propusestes em Vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém.
Evangelho segundo São Lucas 17,11-19.
Naquele tempo, indo
Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia.
Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a
distância,
disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!».
Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no
caminho ficaram limpos da lepra.
Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz,
e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um
samaritano.
Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde
estão os outros nove?
Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?».
E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».(Tradução
litúrgica da Bíblia)
São Francisco de
Assis (1182-1226) - fundador da Ordem dos Frades Menores - Primeira regra, 23 - Voltar atrás para dar
graças a Deus
Omnipotente,
santíssimo, altíssimo e soberano Deus, Pai santo e justo, Senhor e Rei do Céu e
da Terra, nós Te damos graças por Ti mesmo, porque pela tua santa vontade, e
pelo teu Filho único, juntamente com o Espírito Santo, criaste todas as coisas,
espirituais e corporais. Fizeste-nos à tua imagem e semelhança, colocaste-nos
no paraíso, e nós caímos por nossa culpa. Damos-Te graças porque, assim como
nos criaste por teu Filho assim também, pelo santo amor com que nos amaste,
fizeste esse Filho, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, da gloriosa Virgem
Santa Maria e, pela sua cruz, pelo seu sangue, pela sua morte, quiseste
remir-nos do nosso cativeiro. E damos-Te graças porque esse mesmo Filho virá de
novo, na glória da sua majestade, para lançar no fogo eterno os malditos que
recusaram converter-se e reconhecer-Te e para dizer a todos aqueles que Te
tiverem reconhecido, adorado e servido em penitência:« Vinde, benditos de meu
Pai, recebei o reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo» (Mt
25,34). Indigentes e pecadores que somos todos, não merecemos nomear-Te.
Aceita, pois, nós Te imploramos, que Nosso Senhor Jesus Cristo, teu filho
bem-amado no qual Te comprazes com o Espírito Santo Paráclito, Te dê, Ele
mesmo, graças por tudo, como Te apraz e Lhe apraz. Ele que sempre Te agrada em
tudo, Ele por quem tanto fizeste para nós. Aleluia!
Diogo nasceu em Alcalá do Porto, em Sevilha, por volta do ano de 1400. Filho de pais muito pobres e simples, viveu como monge eremita, em penitência e oração. Alimentava-se somente com os produtos da pequena horta que cultivava e se vestia remendando os panos que o povo lhe dava em troca de pequenos trabalhos artesanais. Por ser muito considerado, atraiu muitos doadores, e, para manter melhor o recolhimento optou por fazer-se franciscano. Frei Diogo trabalhava como porteiro e cozinheiro no convento. Privava-se do seu próprio pão para dá-lo aos mendigos, e aconteceu de encontrar a cesta dos pães cheia de rosas; este milagroso carinho de Deus para com ele foi diversas vezes retratado em pinturas, incluindo várias de Murillo. Em 1441, Diogo foi enviado como missionário às Ilhas Canárias. Seu trabalho dedicado valeu-lhe o cargo de superior da ordem, embora fosse apenas irmão leigo. Mas sua atuação em prol dos indígenas não era bem vista pelos colonizadores, que os mantinham como escravos, e tornaram sua atuação difícil a ponto de ter que voltar para a Espanha, em 1449. No ano seguinte ficou retido em Roma por causa de uma grave epidemia, e neste período dedicou-se a cuidar dos doentes, com grande caridade e utilizando os dons carismáticos de cura que possuía. De volta à Espanha, recomeçou o trabalho de porteiro e cozinheiro em vários mosteiros, sendo o último deles o de Alcalá de Henares, onde faleceu em 12 de novembro de 1463.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR - Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: São Diogo é um dos santos mais populares da
Espanha e das Américas. De fato, seu nome em Espanhol, Diego, deu origem à
famosa cidade norte americana, San Diego. Nele encontramos a humildade,
simplicidade, caridade, desejo de estar com Deus e de servir ao próximo, que
formam a essência da vida cristã, virtudes estas exercidas em quaisquer
circunstâncias e local, desde superior a porteiro, em grandes cidades
civilizadas ou ilhas incultas com população idólatra. Santos são os exemplos
que a Igreja nos propõe: em casa, em viagem, no trabalho, no lazer, na escola,
pais, filhos, vizinhos, colegas, amigos, desconhecidos, necessitados… somos
chamados a viver as mesmas virtudes de San Diego.
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