Cardeal Parolin: “É preciso levar a sério as necessidades dos irmãos, porque o
mundo é uma grande família”
Oração: Ó Santa Catarina Labouré, escolhida como mensageira da vontade de Nossa Senhora, obtende-nos de Deus servir ao próximo com amor, humildade e constância, e a confiança plena e tranquila nos desígnios do Pai e no favor de Maria Santíssima. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.
Evangelho (Lc 21,20-28):
Naquele
tempo, Jesus disse aos discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada de
exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Então, os que
estiverem na Judéia fujam para as montanhas; os que estiverem na cidade
afastem-se dela, e os que estiverem fora da cidade, nela nem entrem. Pois esses
dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras.
Ai das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias,
pois haverá grande angústia na terra e ira contra este povo. Serão abatidos
pela espada e levados presos para todas as nações. E Jerusalém será pisada
pelos pagãos, até que se complete o tempo marcado para eles. Haverá sinais no
sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas. apavoradas
com o bramido do mar e das ondas. As pessoas vão desmaiar de medo, só em pensar
no que vai acontecer ao mundo, porque as potências celestes serão abaladas.
Então, verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça,
porque a vossa libertação está próxima».
«Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima» - Fray Lluc TORCAL Monje del Monastério de Sta. Mª de Poblet(Santa Maria de Poblet, Tarragona, Espanha)
Hoje,
ao ler este santo Evangelho, como não ver o reflexo do momento presente, cada
vez mais cheio de ameaças e mais tingido de sangue? «Na terra, as nações
ficarão angustiadas, apavoradas com o bramido do mar e das ondas. As pessoas
vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo» (Lc
21,25b-26a). A segunda vinda do Senhor tem sido representada, inúmeras vezes,
pelas mais aterrorizadoras imagens, como parece ser neste Evangelho; sempre sob
o signo do medo.
Porém, será esta a mensagem que hoje nos dirige o Evangelho? Fiquemos atentos
às últimas palavras: «Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e
erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima» (Lc 21,28). O núcleo
da mensagem destes últimos dias do ano litúrgico não é o medo; mas sim, a
esperança da futura libertação, ou seja, a esperança completamente cristã de
alcançar a plenitude da vida com o Senhor, na qual participarão, também, nosso
corpo e o mundo que nos rodeia. Os acontecimentos narrados tão dramaticamente
indicam, de modo simbólico, a participação de toda a criação na segunda vinda
do Senhor, como já participou na primeira, especialmente no momento de sua
paixão, quando o céu escureceu e a terra tremeu. A dimensão cósmica não será
abandonada no final dos tempos, já que é uma dimensão que acompanha o homem
desde que entrou no Paraíso.
A esperança do cristão não é enganadora, porque quando essas coisas começarem a
acontecer —nos diz o próprio Senhor— «Então, verão o Filho do Homem, vindo numa
nuvem, com grande poder e glória» (Lc 21,27). Não vivamos angustiados perante a
segunda vinda do Senhor, a sua Parúsia: meditemos, antes, nas profundas
palavras de Santo Agostinho que, já no seu tempo, ao ver os cristãos temerosos
frente ao regresso do Senhor, se pergunta: «Como pode a Esposa ter medo do seu
Esposo?».
Catarina Labouré nasceu numa aldeia da Borgonha, França, em 2 de maio de 1806. Nesta numerosa família de pobres camponeses, ela desde os nove anos teve que assumir o cuidado dos irmãos menores, por causa do falecimento prematuro da mãe. Mais tarde, abril de 1930, com permissão do pai, entra no noviciado das Filhas da Caridade, Congregação fundada por São Vicente, voltada para a assistência dos pobres, doentes, crianças e idosos. Em 19 de julho do mesmo ano, Nossa Senhora lhe aparece a primeira vez; na noite de 27 de novembro, na Sua terceira e última aparição, a Virgem lhe apresenta uma imagem, dizendo: “Manda cunhar uma medalha por este modelo; as pessoas que a trouxerem com fé e devoção receberão grandes graças”. Dois anos depois, após severo inquérito canônico para verificar a autenticidade das aparições, o arcebispo de Paris autorizou a fabricação das medalhas. Na imagem desta medalha de Nossa Senhora das Graças, raios saem de Suas mãos para a Terra, sendo, segundo a Virgem, “… o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que as pedem”. Só no período de quatro anos, foram cunhadas 20 milhões de cópias, pois, como disse o Papa Pio XII, “...desde o primeiro momento, [esta medalha] foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa. Após o noviciado, Irmã Catarina foi enviada a um asilo em Paris, para cuidar dos idosos e doentes. Durante 46 anos trabalhou nos serviços mais humildes e desprezíveis, lavando, cozinhando, limpando os velhos enfermos, sempre com amor. Durante toda a sua vida, ninguém, exceto o seu confessor, soube que ela era a vidente da revelação de Nossa Senhora, fato notabilizado somente após a sua morte em 31 de dezembro de 1876, aos 70 anos de idade. Seu corpo, exumado em 1933, permanecia incorrupto, mesmo a cor dos olhos; está hoje num caixão de cristal sob o altar das aparições, no Santuário da Medalha Milagrosa, Rue du Bac, Paris. Canonizada, sua festa foi colocada no dia da última aparição, 27 de novembro.
Reflexão: “Mas, quando deres esmola, não saiba tua
mão esquerda o que faz a direita” (Mt 6,3). A caridade deve ser praticada sem
alarde, sem vanglória, mas somente com o espírito de amor a Deus e ao próximo.
Santa Catarina não quis ser conhecida como uma privilegiada de Deus, agraciada
com o contato direto e particular da Virgem Maria, nem que o bem praticado no
seu trabalho fosse reconhecido e admirado. Ao contrário, tudo o que nela foi
exaltado revelou-se quando já não poderia receber nenhum retorno terreno, pois
a verdadeira glorificação é obra somente de Deus. Certamente é questão da mais
rasa justiça reconhecer o valor do próximo, mas a vaidade pelo que fazemos
corretamente contradiz a razão, já que fazer o melhor possível aquilo que
devemos fazer é o mínimo diante de Deus; de fato, é Ele mesmo que nos dá as
graças, dons e condições sem as quais nada teríamos nem poderíamos fazer. A
prática da caridade traz a felicidade e a paz por si mesma, e a recompensa
infinita no Céu.
Tjl – a12.com – evangeli.net – evangelhoquotidiano.org
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