Papa Francisco durante a oração do Ângelus. Foto:
Captura Youtube
Vaticano, 03 Mar.
19 / 09:45 am (ACI).- Durante a oração do Ângelus, da janela
do Palácio Apostólico no Vaticano, neste domingo, 3 de março, o Papa Francisco
explicou como se pode agir “de modo crível, com humildade, testemunhando a
caridade”.
“Sempre útil ajudar
o próximo com conselhos sábios, mas enquanto observamos e corrigimos os
defeitos do nosso próximo, também devemos estar cientes de que temos defeitos.
Se eu penso que não tenho defeitos, não posso condenar ou corrigir os outros.
Todos nós temos defeitos: todos. Devemos estar conscientes disso e antes de
condenar os outros, devemos olhar para dentro de nós mesmos”.
“Podemos assim agir
de modo crível, com humildade, testemunhando a caridade”, explicou o Papa.
Assim, o Santo
Padre alertou sobre a tentação de “ser indulgentes consigo mesmo, clementes
consigo mesmo”, mas ao mesmo tempo ser “duros com os outros”.
Referindo-se ao
Evangelho deste domingo do livro de São Lucas, capítulo 6, o Papa disse que
apresenta “parábolas breves, com as quais Jesus indica aos seus discípulos o
caminho a seguir para viver com sabedoria”.
Em primeiro lugar,
o Pontífice destacou a pergunta: “Pode um cego guiar outro cego?”, para sublinhar
que “um guia não pode ser cego, mas deve ver bem, ou seja, deve ter sabedoria
para guiar com sabedoria, caso contrário, corre o risco de prejudicar as
pessoas que se confiam a ele”.
Deste modo, “Jesus
chama a atenção daqueles que têm responsabilidades educacionais ou de comando:
os pastores de almas, as autoridades públicas, os legisladores, mestres e pais,
exortando-os a estar conscientes de seu papel delicado e a discernir sempre a
estrada certa na qual conduzir as pessoas”, afirmou.
Seguir
o exemplo de Jesus
Além disso, o Papa
recordou a expressão sapiencial a qual Jesus indica a si mesmo “modelo de
mestre e guia a ser seguido: Um discípulo não é mais que o mestre, mas todo
aquele que for bem preparado será como o seu mestre”.
Francisco explicou
que “é um convite a seguir o seu exemplo e seu ensinamento para ser guias
seguras e sábias”.
“Este ensinamento
está especialmente contido no discurso da montanha, que há três domingos a
liturgia nos propõe no Evangelho, indicando a atitude de mansidão e misericórdia
para ser pessoas sinceras, humildes e justas”, afirmou o Papa.
Por outro lado, o
Santo Padre destacou outra pergunta significativa que exorta a não ser
presunçosos e hipócritas: “Por que você olha o cisco no olho do seu irmão, e
não presta atenção na trave que há no seu próprio olho?”,
Neste sentido, o
Pontífice reconheceu que, “muitas vezes, todos nós sabemos, é mais fácil ou
conveniente ver e condenar os defeitos e os pecados dos outros, sem conseguir
ver os próprios com a mesma lucidez. Nós sempre escondemos os nossos defeitos,
os escondemos até de nós mesmos. Ao invés, é fácil ver os defeitos dos outros”,
alertou.
Por este motivo, o
Papa Francisco recordou outro ensinamento de Jesus que diz que “não existe
árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons; porque toda
árvore é conhecida pelos seus frutos”. Explicou que “os frutos são as ações,
mas também as palavras. Das palavras se conhece a qualidade da árvore”.
“De fato, quem é
bom, do seu coração e sua boca sai o bem e quem é mau põe para fora o mal,
praticando o exercício mais deletério entre nós que é a murmuração, a fofoca,
falar mal dos outros. Isso destrói, destrói a família, destrói a escola,
destrói o local de trabalho, destrói o bairro. As guerras começam da língua”,
assegurou.
Ao finalizar sua
reflexão antes da oração do Ângelus, o Papa convidou a pensar neste ensinamento
de Jesus e se perguntar: “Falo mal dos outros? Procuro sempre sujar os outros?
É mais fácil para mim ver os defeitos dos outros do que os meus? E procuremos
nos corrigir pelo menos um pouco: isso nos fará bem a todos”.
Para isso, exortou
a invocar “o apoio e a intercessão de Maria para que possamos seguir o Senhor
nesse caminho”.
Após a oração
mariana, o Santo Padre saudou os milhares de fiéis presentes na Praça de São
Pedro, entre os quais estavam muitas crianças que se preparam para receber o
Sacramento da Confirmação. “Agradeço a todos por sua presença e os incentivo a
caminhar com alegria, com generosidade, testemunhando em todas as partes a
bondade e a misericórdia do Senhor”, exclamou.
ORAÇÃO:
Deus Pai de bondade, pelo exemplo
de Santa Rosa, comunicaste aos cristãos o desejo de vos servir e vos amar acima
de todas as coisas. Dai aos corações sinceros a graça de conhecer-vos e
propagar o vosso amor. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho
(Mt 6,1-6.16-18)
«Guardai-vos de fazer a
vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis
galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não
faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas
ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já
receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão
esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e
teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
»E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente». — Palavra do Senhor. Graças a Deus.
»E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente». — Palavra do Senhor. Graças a Deus.
«Guardai-vos de fazer a vossa esmola
diante dos homens, para serdes vistos por eles»
Rev. D. Manel VALLS i Serra (Barcelona,
Espanha)
Hoje iniciamos a
Quaresma: «É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação» (2Cor 6,2).
A imposição da cinza —que devemos receber— é acompanhada por uma destas duas
fórmulas. A antiga: «Lembre-se de que és pó e pó serás»; e a que introduziu a
liturgia renovada do Concilio: «Converta-se e creia no Evangelho». Ambas as
fórmulas são um convite a contemplar de uma maneira diferente —normalmente tão
superficial— nossa vida. O Papa São Clemente I nos lembra que «o Senhor quer
que todos os que o amam se convertam».
No Evangelho, Jesus pede a pratica da esmola, o jejum e a oração longe de toda hipocrisia: «Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa» (Mt 6,2). Os hipócritas, energicamente denunciados por Jesus Cristo, se caracterizam pela falsidade de seu coração. Mas, Jesus adverte hoje não só da hipocrisia subjetiva senão também da objetiva: cumprir, inclusive de boa fé, tudo o que manda a Lei de Deus e a Escritura Santa, mas fazendo de maneira que fique na mera prática exterior, sem a correspondente conversão interior.
Então, a esmola reduzida —à “gorjeta”— deixa de ser um ato fraternal e se reduz a um gesto tranqüilizador que não muda a maneira de ver o irmão, nem faz sentir a caridade de prestar-lhe a atenção que ele merece. O jejum, por outro lado, fica limitado ao cumprimento formal, que já não lembra em nenhum momento a necessidade de moderar nosso consumismo compulsivo, nem a necessidade que temos de ser curados da “bulimia espiritual”. Finalmente, a oração —reduzida a estéril monólogo— não chega a ser autêntica abertura espiritual, colóquio íntimo com o Pai e escuta atenta do Evangelho do Filho.
A religião dos hipócritas é una religião triste, legalista, moralista, de uma grande pobreza de espírito. Pelo contrario, a Quaresma cristã é o convite que cada ano nos faz a Igreja a um aprofundamento interior, a una conversão exigente, a una penitência humilde, para que dando os frutos pertencentes que o Senhor espera de nós, vivamos com a máxima plenitude de alegria e o gozo espiritual da Páscoa.
No Evangelho, Jesus pede a pratica da esmola, o jejum e a oração longe de toda hipocrisia: «Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa» (Mt 6,2). Os hipócritas, energicamente denunciados por Jesus Cristo, se caracterizam pela falsidade de seu coração. Mas, Jesus adverte hoje não só da hipocrisia subjetiva senão também da objetiva: cumprir, inclusive de boa fé, tudo o que manda a Lei de Deus e a Escritura Santa, mas fazendo de maneira que fique na mera prática exterior, sem a correspondente conversão interior.
Então, a esmola reduzida —à “gorjeta”— deixa de ser um ato fraternal e se reduz a um gesto tranqüilizador que não muda a maneira de ver o irmão, nem faz sentir a caridade de prestar-lhe a atenção que ele merece. O jejum, por outro lado, fica limitado ao cumprimento formal, que já não lembra em nenhum momento a necessidade de moderar nosso consumismo compulsivo, nem a necessidade que temos de ser curados da “bulimia espiritual”. Finalmente, a oração —reduzida a estéril monólogo— não chega a ser autêntica abertura espiritual, colóquio íntimo com o Pai e escuta atenta do Evangelho do Filho.
A religião dos hipócritas é una religião triste, legalista, moralista, de uma grande pobreza de espírito. Pelo contrario, a Quaresma cristã é o convite que cada ano nos faz a Igreja a um aprofundamento interior, a una conversão exigente, a una penitência humilde, para que dando os frutos pertencentes que o Senhor espera de nós, vivamos com a máxima plenitude de alegria e o gozo espiritual da Páscoa.
SANTO DO DIA
SANTA
ROSA DE VITERBO
Santa Rosa de Viterbo, que lembramos neste dia, muito cedo começou a
externar atitudes extraordinárias, coragem e amor ao Senhor. Nasceu em Viterbo,
em 1233, de uma família pobre e humilde. A sua história nos conta que quando
tinha apenas três anos fez preces a Jesus para que revivesse uma tia e foi
atendida. Com sete anos, Rosa pegou uma forte doença que foi um meio para
começar sua vida de consagração. Diz-se que Nossa Senhora apareceu a ela
restituindo a saúde e chamando-a para total entrega de vida. Santa Rosa, antes
mesmo de ter idade suficiente, resolveu vestir um hábito franciscano, já que
sua meta era entrar na Ordem de Santa Clara de Assis. Menina cheia do Espírito
Santo, Rosa enfrentou os hereges cátaros, que semeavam a rejeição às
autoridades. O próprio Imperador da Alemanha, que protegia os hereges, foi
questionado pela jovem Rosa. Sua atitude contra o imperador, fez com que a
menina fosse banida da cidade, mas ela não abandonou sua fé e continuou
profetizando. Após a morte do imperador, Rosa voltou, então, como heroína para
Viterbo e mesmo sem ser aceita com dezesseis anos pelas Irmãs Clarissas, Santa
Rosa perseverou no caminho da santidade até contrair uma doença que a levou com
dezoito anos para a eterna morada de Deus.(Colaboração: Padre Evaldo César
de Souza, CSsR)
REFLEXÃO : Santa Rosa era instrumento eficaz nas mãos do Pai Celeste, anunciava o Evangelho e
denunciava as injustiças da época. A santidade é uma graça que o Espírito Santo
quer dar a todos, porém é Ele que manifesta para o mundo este dom. Sigamos o
mandato de Cristo de orar sem cessar e nunca deixemos esquecida a prática da
caridade com os mais sofredores. Deste modo, seremos certamente lembrados por
aqueles que convivem conosco como sinais do amor de Deus à humanidade.
Tjl –
acidigital.com – a12.com – evangeli.net
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