Papa Francisco pronuncia a homilia / Foto: Captura de vídeo Bratislava, 15 set. 21 / 08:29 am (ACI).- Em seu último dia na Eslováquia, o papa Francisco presidiu a missa na esplanada do Santuário Nacional de Šaštin, basílica dedicada a Nossa Senhora das Sete Dores, padroeira do país. Na homilia, o pontífice pediu para não esquecer que “não se pode reduzir a fé a um açúcar que adoça a vida”, pois Jesus “veio para trazer a luz onde há trevas, pondo as trevas a descoberto e forçando-as a renderem-se”. Antes de concluir, fez um chamado a olhar para a Virgem Mãe Dolorosa, para assim “nos abrimos a uma fé que se torna compaixão, que se torna partilha de vida com quem está ferido, quem sofre e quem é constrangido a carregar aos ombros pesadas cruzes”.
Oração: Deus eterno e todo-poderoso quiseste que São
Cornélio governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo.
Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles
confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
Evangelho segundo
São Lucas 7,36-50.
Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para comer
com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa.
Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava
à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume;
pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e
enxugava-lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume.
Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem
fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora».
Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu:
«Fala, Mestre».
Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos
denários e o outro cinquenta.
Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu
amigo?».
Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus:
«Julgaste bem».
E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua
casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas
e enxugou-os com os cabelos.
Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os
pés.
Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume.
Por isso te digo: são-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou;
mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama».
Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados».
Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até
perdoa os pecados?».
Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz».(Tradução
litúrgica da Bíblia)
«São-lhe
perdoados os seus muitos pecados»
Porque existe o pecado no mundo, neste mundo que
«Deus amou tanto […] que lhe deu o seu Filho unigénito» (Jo 3,16), Deus, que «é
amor» (1Jo 4,8), não Se pode revelar de outro modo a não ser como misericórdia,
a qual corresponde não somente à verdade mais profunda daquele amor que Deus é,
mas ainda a toda a verdade interior do homem e do mundo, sua pátria temporária.
[…] É por isso mesmo que a Igreja professa e proclama a conversão. A conversão
a Deus consiste sempre na descoberta da sua misericórdia, isto é, do amor que é
«paciente e benigno» (1Cor 13,4) […], amor ao qual «Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo» (2Cor 1,3) é fiel até às últimas consequências na história da
Aliança com o homem, até à cruz, à morte e à ressurreição de seu Filho. A
conversão a Deus é sempre fruto do retorno para junto deste Pai, «rico em
misericórdia» (Ef 2,4). O autêntico conhecimento do Deus da misericórdia, Deus
do amor benigno, é fonte constante e inexaurível de conversão, não somente como
momentâneo ato interior, mas também como disposição permanente, como estado de
espírito. Aqueles que assim chegam ao conhecimento de Deus, aqueles que assim O
«veem», não podem viver de outro modo que não seja convertendo-se a Ele
continuamente. Passam a viver «in statu conversionis», em estado de conversão;
e é este estado que constitui a característica mais profunda da peregrinação de
todo homem sobre a Terra «in statu viatoris», em estado de peregrino. É
evidente que a Igreja professa a misericórdia de Deus, revelada em Cristo
crucificado e ressuscitado, não somente com as palavras do seu ensino, mas
sobretudo com a pulsação mais profunda da vida de todo o Povo de Deus. Mediante
este testemunho de vida, a Igreja cumpre a sua missão própria como Povo de
Deus, missão que participa da própria missão messiânica de Cristo, e que, em
certo sentido, a continua.
Santo do Dia: São Cornélio
Cornélio nasceu em Roma. Foi eleito para o
pontificado, depois de um período vago na Cátedra de São Pedro. O Papa Cornélio
foi eleito quase por unanimidade, mas precisou enfrentar a ousadia de
Novaciano. Sem que ninguém esperasse, Novaciano fez-se ordenar bispo e
proclamou-se anti-papa. Nesta condição se criou o primeiro cisma da Igreja.
Segundo os partidários de Novaciano, Cornélio
teria adotado um discurso e postura muito indulgente, boa e compreensiva, para
com os desertores da fé católica, os chamados “lapsi”. Para socorrer a postura
de Cornélio, um bispo de Cartago, chamado Cipriano, entrou em cena. Este bispo
ajudou Cornélio a defender a verdadeira autoridade papal.
Assim, a Igreja viu-se dividida entre duas
posturas: os seguidores de Cornélio eram favoráveis a admissão dos cristãos
pecadores de volta à Igreja, enquanto os adeptos de Novaciano defendiam a
exclusão total dos pecadores.
Porém, pressionado pelo imperador Valeriano, um
grande perseguidor dos cristãos, Cornélio, na sua atitude compreensiva e
misericordiosa, acabou sendo exilado, onde viveu seus últimos dias. Seu único
amigo e defensor era Cipriano, que se correspondia com ele, animando-o através
de cartas. Esta amizade custou caro a Cipriano, que também foi condenado à
morte.
Cornélio morreu em junho de 253, sendo
sentenciado ao martírio pelo imperador, por não aceitar prestar o culto aos
deuses pagãos. Foi sepultado no cemitério de São Calixto.(Colaboração: Padre
Evaldo César de Souza, CSsR)
Reflexão: A igreja é
alimentada continuamente pelo Espírito Santo, força que garante a autoridade da
Igreja como proclamadora da palavra do Cristo. Mas o lado humano da Igreja às
vezes fala mais alto. Discussões, lutas pelo poder, acusações são parte da rica
história da nossa Igreja. Hoje, celebrando São Cornélio, nós percebemos que a
injustiça acaba destruindo as relações amigáveis na Igreja. Rezemos para que
encontremos o melhor caminho de viver a fé e que a Igreja converta-se
continuamente ao nome de Jesus.
TJL – A12.COM – EVANGELHOQUOTIDIANO.ORG
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