quinta-feira, 29 de agosto de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 30. AGOSTO. 2024

 

BOM DIA EVANGELHO

30 DE AGOSTO DE 2024 - Sexta-feira da 21ª semana do Tempo Comum

Oração: Concedei-nos, Ó Deus Onipotente, a graça de sermos sempre firmes na fé, e pela intercessão de São Félix e de Santo Adauto, dai-nos, Senhor, a graça que vos pedimos. Por Cristo Nosso Senhor, Amém.

Evangelho (Mt 25,1-13):

 Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «O Reino dos Céus pode ser comparado a dez moças que, levando suas lamparinas, saíram para formarem o séquito do noivo. Cinco delas eram descuidadas e as outras cinco eram previdentes. As descuidadas pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. As previdentes, porém, levaram jarros com óleo junto com as lâmpadas. Como o noivo demorasse, todas acabaram cochilando e dormindo. No meio da noite, ouviu-se um alvoroço: ‘O noivo está chegando. Ide acolhê-lo!’. Então todas se levantaram e prepararam as lâmpadas. As descuidadas disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. As previdentes responderam: ‘De modo algum, pois o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar dos vendedores’. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa do casamento. E a porta se fechou. Por fim, chegaram também as outras e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!’. Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade vos digo: não vos conheço!’. Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora».

«Em verdade vos digo: não vos conheço» - Rev. D. Joan Ant. MATEO i García(Tremp, Lleida, Espanha)

Hoje, sexta-feira da XXI Semana do Tempo Comum, o Senhor nos lembra, no Evangelho, que devemos sempre vigiar e nos preparar para o encontro com Ele. À meia-noite, a qualquer momento, podem bater à porta e convidar-nos a sair para receber o Senhor. A morte não marca hora. Assim, “vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.” (Mt 25,13).
Vigiar não significa viver amedrontado e angustiado. Quer dizer viver responsavelmente nossa vida de filhos de Deus, nossa vida de fé, esperança e caridade. O Senhor espera continuamente nossa resposta de fé e amor, constantes e pacientes, em meio das ocupações e preocupações que vão tecendo o nosso viver.
E esta resposta só nós podemos dá-la, você e eu. Ninguém pode fazer isso por nós. Isso é o significa a negativa das virgens prudentes em ceder um pouco de seu azeite para as lâmpadas apagadas das virgens ignorantes: “É melhor irdes comprar dos vendedores” (Mt 25,9). Assim, nossa resposta a Deus é pessoal e intransferível.
Não aguardemos um “amanhã” —que talvez não venha— para acender a lâmpada de nosso amor para o Esposo. Carpe diem! Há que viver cada segundo de nossa vida com toda a paixão que um cristão pode sentir pelo seu Senhor. O ditado é conhecido, mas não nos custa lembrá-lo: “Vive cada dia de tua vida como se fosse o primeiro dia de tua existência, como se fosse o único dia do qual dispomos, como se fosse o último de nossa vida”. Um chamado realista à necessária e sensata conversão que devemos alcançar.
Que Deus nos dê a graça em sua grande misericórdia de que não ouçamos, na hora final: “Em verdade vos digo: não vos conheço!" (Mt 25,12), quer dizer, “nunca tivestes nenhuma relação nem convivência comigo”. Tratemos com o Senhor nesta vida de modo que sejamos conhecidos e seus amigos no tempo e na eternidade.

São Félix e Santo Adauto

São Félix e Santo Adauto são dois mártires cristãos que viveram por volta do ano 300, em Roma, durante a perseguição do imperador Dioclesiano. São considerados padroeiros dos perseguidos pela causa de Deus. Como eles viveram nos primeiros tempos do cristianismo, pouco se sabe sobre as suas vidas. São Félix foi um sacerdote cristão romano que foi preso pelos soldados do imperador Diocleciano, um dos maiores perseguidores dos cristãos, simplesmente por se declarar cristão e exercer o seu ministério sacerdotal em Roma. Como não renunciou à fé em Cristo, foi condenado à morte. Quando os soldados romanos levavam Félix para ser executado, um homem desconhecido apareceu e se declarou cristão. Determinados a exterminar cristãos, os soldados prenderam o homem e o levaram junto com São Félix. Félix foi decapitado e depois, com a mesma espada, decapitaram o homem que tinha tido a ousadia de desafiar o decreto do imperador Diocleciano. Ninguém sabia dizer quem era o homem. “Por isto, ele foi chamado somente de Adauto, que significa adjunto, aquele que recebeu junto com Félix a coroa do martírio". Ainda segundo estas narrativas eles foram sepultados numa cripta do cemitério de Comodila em Roma, próxima da Basílica de São Paulo Fora dos Muros. O Papa Sirício transformou o lugar onde eles foram enterrados numa basílica, que se tornou um local de peregrinação. Com o passar do tempo, o culto aos dois santos foi diminuindo até ficar quase esquecido pelos cristãos. Somente em 1903 a pequenina basílica dedicada a São Félix e Santo Adauto foi restaurada definitivamente. A Igreja Católica celebra São Félix e Santo Adauto no dia 30 de agosto.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: “O sangue dos mártires é a semente de cristãos”. Os mártires dos primeiros tempos da Igreja deram as suas vidas com coragem e alegria para mostrar a verdade de Cristo que é o nosso Senhor e Salvador. A fidelidade a Cristo, mesmo em meio às tribulações e perseguições, mostram para nós que vale a pena seguir o Senhor, abraçando a nossa cruz de cada dia. Que São Félix e Santo Adauto nos inspirem a viver a fé na vida cotidiana com a certeza de que só a Verdade nos fará livres!

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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

BOM DOIA EVANGELHO - 29 .AGOSTO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

29 DE AGOSTO DE 202429 de agosto: Martírio de São João Batista

Oração: Jesus, alegrastes-Vos e louvastes o Vosso Pai por terdes revelado aos pequeninos os mistérios do Reino dos Céus. Nós vos agradecemos pelas graças concedidas à vossa humilde serva, Santa Joana Maria da Cruz, a quem confiamos os nossos pedidos e necessidades. (pausa para exprimir as necessidades e intenções pessoais) Pai dos pobres, nunca recusastes a oração dos humildes. Pedimos-vos, portanto, que escuteis as petições que ela vos apresenta em nosso nome. Jesus, por Maria, vossa Mãe e nossa, nós vos pedimos isto, que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo, agora e para sempre. Amém. Santa Joana Maria da Cruz, rogai por nós.

Evangelho (Mc 6,17-29):

 Naquele tempo, Herodes tinha mandado prender João e acorrentá-lo na prisão, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado. Pois João vivia dizendo a Herodes: «Não te é permitido ter a mulher do teu irmão». Por isso, Herodíades lhe tinha ódio e queria matá-lo, mas não conseguia, pois Herodes temia João, sabendo que era um homem justo e santo, e até lhe dava proteção. Ele gostava muito de ouvi-lo, mas ficava desconcertado.
Finalmente, chegou o dia oportuno. Por ocasião de seu aniversário, Herodes ofereceu uma festa para os proeminentes da corte, os chefes militares e os grandes da Galiléia. A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e a seus convidados. O rei, então, disse à moça: «Pede-me o que quiseres, e eu te darei». E fez até um juramento: «Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino». Ela saiu e perguntou à mãe: «Que devo pedir?». A mãe respondeu: «A cabeça de João Batista». Voltando depressa para junto do rei, a moça pediu: «Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista». O rei ficou muito triste, mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis faltar com a palavra. Imediatamente, mandou um carrasco cortar e trazer a cabeça de João. O carrasco foi e, lá na prisão, cortou-lhe a cabeça, trouxe-a num prato e deu à moça. E ela a entregou à sua mãe. Quando os discípulos de João ficaram sabendo, vieram e pegaram o corpo dele e o puseram numa sepultura.

«João vivia dizendo a Herodes: ?Não te é permitido ter a mulher do teu irmão?» - Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM(Barcelona, Espanha)

Hoje lembramos o martírio de São João Batista, o Precursor do Messias. A vida toda do Batista gira em torno à Pessoa de Jesus, de forma tal que sem Ele, a existência e a tarefa do Precursor do Messias não teria sentido.
E, desde as entranhas da sua mãe, sente a proximidade do Salvador. O abraço de Maria e de Isabel, duas futuras mães, abriu o dialogo dos dois meninos: o Salvador santificava a João e, este pulava de entusiasmo dentro do ventre da sua mãe.
Na sua missão de Precursor manteve esse entusiasmo ?que etimológicamente significa estar cheio de Deus?, preparou-lhe os caminhos, nivelou-lhe as rotas, rebaixou-lhe as cimas, o anunciou já presente e, o assinalou com o dedo como o Messias: «Eis aqui o Cordeiro de Deus» (Jo 1,36).
No ocaso de sua existência, João, ao predicar a liberdade messiânica a aqueles que estavam cativos dos seus vícios, é encarcerado: «João dizia a Herodes: ?Não te é permitido ter a mulher do teu irmão?» (Mc 6,18). A morte do Batista é a testemunha martirizante centrada na pessoa de Jesus. Foi seu Precursor na vida e, também lhe precede agora na morte cruenta.
São Beda nos diz que «está encerrado, na escuridão de um cárcere, aquele que tinha vindo dar testemunho da Luz e, havia merecido da boca do mesmo Cristo (...) ser denominado lâmpada ardente e luminosa. Foi batizado com seu próprio sangue, aquele a quem antes lhe foi concedido batizar ao Redentor do mundo».
Queira Deus que a festa do Martírio de São João Batista entusiasme-nos, no sentido etimológico do término e, assim cheios de Deus, também demos testemunho de nossa fé em Jesus com coragem. Que nossa vida cristã também gire em torno à Pessoa de Jesus, o que lhe dará seu pleno sentido.

Santa Joana Maria da Cruz

Santa Joana Maria da Cruz, cujo nome de batismo é Jeanne Jungan, nasceu em 25 de outubro de 1792, em uma aldeia chamada Cancale, na França. É a fundadora da Congregação das Irmãzinha dos Pobres. É considerada a amiga e padroeira dos idosos. Filha de José e Maria Jungan, era a sexta de oito irmãos, ficou órfã de pai aos quatro anos, sendo cuidada apenas pela mãe. Ela experimentou a pobreza e as dificuldades da vida, por isso, começou a trabalhar cedo como empregada na cozinha dos Viscondes de la Choue, para ajudar no sustento da família. Com seu trabalho, ela ajudava a sustentar a família e ainda encontrava tempo para cuidar de idosos abandonados e pobres, reservando uma parte de seu salário para eles. Joana acompanhava sua patroa, que era muito piedosa e católica, em suas visitas aos doentes e aos pobres. Aos 25 anos, Joana deixou sua cidade para ser enfermeira no Hospital Santo Estevão. Nesse meio tempo, entrou para a Ordem Terceira, fundada no século XVII por São João Eudes. Em 1823, ela deixou o hospital e foi trabalhar como cuidadora de uma senhora de 72 anos de idade, Francisca Aubert Lecog, trabalho que fez por doze anos. As duas alugaram uma pequena propriedade junto com Virginia Tredaniel, uma órfã de 17 anos e fundaram uma comunidade católica de oração, começaram a dar catequese para as crianças e a cuidar de pobres e outros necessitados, até a morte de Lecog. Joana começou uma campanha junto à população para conseguir dinheiro, conseguindo sensibilizar uma rica comerciante e, com essa ajuda, conseguiu comprar um antigo convento. Este convento se tornou a casa mãe da nascente Congregação das Irmãzinhas dos Pobres, na qual Joana fundou o seu próprio carisma: “a doação como apostolado de caridade para com quem sofre por causa da idade, da pobreza, da solidão e de outras dificuldades”. Joana morreu em 29 de agosto de 1879, na casa mãe de Pern, França. As Irmãzinhas dos Pobres tinham quase duas mil e quinhentas irmãs, com cento e setenta e sete casas em dez países. Ela foi sepultada na casa de Pern. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 3 de outubro de 1982 e canonizada em 11 de outubro de 2009, pelo Papa Bento XVI.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Santa Joana Maria da Cruz é um modelo para aqueles que cuidam dos pobres, dos doentes e dos idosos. Para todos os que se sentem ansiosos nestes tempos econômicos difíceis, ela oferece um convite a viver as bem-aventuranças, confiando na providência de Deus. Ela nos ensina a fazer tudo através do amor. Ela é uma santa amiga dos pobres e dos idosos! Que Santa Joana Maria da Cruz nos ajude a refletir em como a sociedade muitas vezes descarta os idosos e não reconhece o seu valor. Que através de sua intercessão, os idosos possam ser acolhidos e valorizados em toda a sociedade, mas principalmente dentro da Igreja.

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terça-feira, 27 de agosto de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 28. AGOSTO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO


28 DE AGOSTO DE 2024 - Quarta-feira da 21ª semana do Tempo Comum

Oração: Deus de infinita paciência, que por séculos preparastes a Redenção, e nos aguardais com amor assíduo, concedei-nos por intercessão de Santo Agostinho de Hipona a sinceridade da busca e da conversão a Vós, ao longo de toda a nossa vida, e a honestidade de perseverarmos sempre mais no crescimento da santidade, até que o amor por Vós chegue à indiferença por nós mesmos”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Mt 23,27-32)

Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda podridão! Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos, e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’. Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas. Vós, pois, completai a medida de vossos pais!

«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!»  - Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué(Manresa, Barcelona, Espanha)

Hoje, assim como nos dias anteriores e nos que seguiram, contemplamos Jesus fora de si, condenando atitudes incompatíveis com um viver digno, não somente cristão, mas também humano: «Por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça» (Mt 23,28). Vem confirmar que a sinceridade, a honestidade, a lealdade, a nobreza..., são virtudes amadas por Deus, e também, muito valorizadas pelo homem.
Para evitar, portanto, a hipocrisia, devo ser muito sincera. Em primeiro lugar com Deus, porque me quer limpo de coração, e que eu deteste toda mentira por ser Ele totalmente puro, a Verdade absoluta. Em segundo lugar, comigo mesmo, para não ser eu o primeiro a ser enganado, expondo-me a cometer um pecado contra o Espírito Santo por não reconhecer meus próprios pecados nem deixá-los de manifestar claramente no sacramento da Penitência, ou por não confiar suficientemente em Deus, que nunca condena quem faz como o filho pródigo, nem perde ninguém por ser um pecador, mas por não reconhecer-se como tal. Em terceiro lugar, com os outros, já que também —como a Jesus — a todos coloca fora de si, a mentira, o engano, a falta de sinceridade, de honradez, de lealdade, de nobreza..., e, por isso mesmo, havemos de nos aplicar o princípio: «O que não quer para você, não o deseje para ninguém».
Essas três atitudes —que são do senso comum — as temos que tornar nossas para evitar cair na hipocrisia, e devemos tomar consciência da necessidade da graça santificante, por causa do pecado original provocada pelo “pai da mentira”: o diabo. Por isso levaremos em conta o conselho de São Josemaria: «Na hora da prova, ide prevenido contra o demônio mudo»; teremos também presente a Orígenes, que diz: «Uma falsa santidade jaz morta, porque não trabalha movida por Deus», e nós nos regeremos sempre, pelo princípio elementar e simples proposto por Jesus: «Seja o vosso ‘sim, sim ’; e o vosso ‘não, não’» (Mt 5,37).
Maria não se esvai em palavras, mas o seu sim ao bem, à graça, foi único e verdadeiro; seu não ao mal, ao pecado, foi rotundo e sincero.: Quem desesperará de si mesmo quando este alcança a graça?» (Santo Ambrósio).

Santo Agostinho

Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, antiga cidade da Numídia. atual Argélia no norte da África, no ano de 354. Filho primogênito de Santa Mônica e de Patrício, rude pagão que depois viria a se converter ao Catolicismo. Teve um irmão, Navígio, e uma irmã, Perpétua, que viria a ser religiosa. Com inteligência superior, aos 11 anos estudou inicialmente em Madauro, perto de Tagaste. Aprendeu ali sobre literatura latina mas também sobre o paganismo local e romano. Sua mãe o educara na Fé católica, mas a inconstância, o espírito de insubordinação e a impetuosidade de caráter de Agostinho a levara a adiar o seu batismo, com medo que ele viesse a profanar o Sacramento. E realmente, aos 16 anos, tendo ido estudar Retórica, Filosofia e Literatura em Cartago, adotou uma vida desregrada. Seu pai tinha preocupação apenas em que tivesse boas notas, brilhasse nas festas sociais e se destacasse nas atividades físicas; com 17 anos, quando seu pai morreu, Agostinho estava corrompido pelo jogo e pela luxúria, e passara a seguir uma seita maniqueísta, onde há um deus bom e outro mau. O hedonismo, a ideia de que o prazer é o fim único da vida, o levou a juntar-se dois anos depois com uma mulher cartaginesa, da qual teve um filho, Adeodato. Aos 20 anos, Agostinho era professor conceituado de Retórica em Cartago. Mas sua mente inquieta não estava satisfeita. Ao ler “Hortensius”, de Cícero, começou a buscar a sabedoria: “A felicidade – escreveu o grande romano – consiste nos bens que não perecem: sabedoria, verdade, virtudes”. Esta busca o levou a estudar e conhecer diferentes propostas filosóficas, ao longo do tempo. Em 382, procurando algo que o satisfizesse interiormente, e ao mesmo tempo querendo evitar as admoestações de sua mãe, usou de um estratagema para deixá-la no porto de Cartago, enquanto embarcava com a amante e Adeodato para Roma. Lá teve apoio dos maniqueístas e abriu uma escola, mas já não estava satisfeito com esta seita. Em 384 obtém a cátedra de Retórica na corte imperial em Milão, onde passa a seguir o ceticismo. Nesta cidade estava o bispo Santo Ambrósio, cujos brilhantes sermões começaram a interessá-lo pela refinada técnica oratória e dialética. Ao aspecto intelectual foi acrescentado o espiritual, o conteúdo das pregações, e Agostinho começou a se questionar quanto ao Catolicismo. Mônica já se mudara também para Milão, para estar mais perto do filho, e suas orações e lágrimas, partilhadas e orientadas por Ambrósio, de quem se aproximou, começaram a dar frutos. Atormentado, Agostinho leu tanto variadas obras filosóficas quanto a Bíblia, interessando-se pelos pensadores gregos e pelos ascetas cristãos. Mas ele buscava a Verdade, e seguindo um impulso interno – como uma voz interior, certamente uma moção do Espírito Santo – que lhe dizia “Pega e lê!”, abriu uma das cartas de São Paulo, em Rm 13,13-14: “Vivamos honestamente, como quem vive à luz do dia. Nada de comilanças ou bebedeiras, nem volúpias, nem luxúrias, nem brigas, nem rivalidades. Pelo contrário, revesti-vos de Jesus Cristo e não tenhais preocupações com a carne, para satisfazer as suas concupiscências”. Estas palavras, e o que ouvira de Santo Ambrósio, o decidiram finalmente. Encerrou o relacionamento indecoroso de 13 anos com a amante, que voltou para a África, abandonou os vícios e maus costumes, e preparou-se para o Batismo. Tanto ele, aos 33 anos, como Adeodato, com 15, foram batizados por Santo Ambrósio na catedral de Milão, na Páscoa de 387. Não muito tempo depois, Adeodato morreu, e Santa Mônica, junto com Agostinho e seu irmão Navígio, decidiram voltar para Tagaste. No porto de Óstia, próximo de Roma, Mônica, depois de constatar que a sua missão nesta vida fôra completada com a conversão do filho, é acometida por uma misteriosa e fulminante febre, falecendo em poucos dias. Agostinho depois escreveria dela: “Pela carne, me concebeu para a vida temporal, e pelo coração me fez nascer para a eterna” (“Confissões”, IX-8). Sepultada Santa Mônica, Agostinho seguiu para Tagaste, onde chegando em 388, junto com alguns amigos iniciou uma vida monástica com uma regra escrita por ele mesmo. Dedicavam-se à oração, à meditação, ao estudo da Bíblia e a obras de caridade. Em 390 ou 391, o Bispo Valério de Hipona o ordenou sacerdote, e com o seu falecimento em 396, Agostinho foi aclamado pelo povo como seu sucessor. Por 34 anos fica à frente da diocese e desenvolve um trabalho portentoso, de alcance verdadeiramente católico, isto é, universal, e de verdade perene. Agostinho foi um bispo sempre atento às necessidades espirituais e materiais dos fiéis, ensinando a Doutrina com toda a ortodoxia e combatendo heresias, e cuidando caridosamente dos pobres. Como mestre incontestável de espiritualidade, a demonstrou por palavras faladas e escritas, e por ações. A sua primeira comunidade deu origem a muitas ordens e congregações, masculinas e femininas, que seguiram as inspirações da Regra que escreveu para elaSegundo seu primeiro biógrafo, ele deixou à Igreja um clero muito numeroso, assim como mosteiros de homens e de mulheres cheios de pessoas dedicadas à continência sob a obediência dos seus superiores, juntamente com as bibliotecas que contêm livros e discursos seus e de outros santos […]”. É considerado o mais profundo pensador do mundo antigo, bem como um dos mais importantes teólogos e filósofos da Patrística na Igreja, influenciando e iluminando até hoje o pensamento universal, divulgado na imensa obra escrita – mais de mil publicações – que deixou e que abarca os mais diversos temas filosóficos, doutrinais, apologéticos, morais, monásticos, teológicos e exegéticos. Além disso, muitas de suas homilias transcritas serviram de modelo e inspiração para os religiosos ao longo do tempo. Santo Agostinho faleceu em Hipona, então sob invasão bárbara e perseguição aos católicos, em 28 de agosto do ano 430, com 76 anos. É Doutor da Igreja e um dos luminares da Patrística. A sua incessante busca pela Verdade enriqueceu a Igreja, e sobretudo pelas suas obras a Idade Média teve acesso à antiguidade cristã. Seus escritos são fundamentais na formação de toda a cultura do Ocidente; segundo Paulo VI, Pode-se dizer que todo o pensamento da Antiguidade conflui na sua obra e dela derivam correntes de pensamento que permeiam toda a tradição doutrinal dos séculos sucessivos”. Acima de tudo, Santo Agostinho é o Doutor da Graça não somente por ter ensinado como ela opera, mas porque é a prova mesma de como podemos – se o permitimos – ser totalmente transformados por ela: seu exemplo pessoal mostra como alguém que não tinha forças para deixar o pecado foi tomado e imerso na Graça de Deus: “porque é Ele próprio que começa, fazendo com que queiramos, e é Ele que acaba, cooperando com aqueles que assim querem”. Das suas principais obras, que incluem “A Trindade” (em 15 livros), “O Livre Arbítrio” (em três volumes), “A Graça” (em dois livros, com sete partes no total) e “Comentários Bíblicos” (do Antigo e Novo Testamentos), talvez as amais conhecidas sejam “Confissões” e “Cidade de Deus”. A primeira (em 13 livros) é como que uma sua autobiografia espiritual e um hino de louvor ao Senhor, onde confessa tanto a sua miséria espiritual, dos seus pecados, quanto a grandeza de Deus, que o redimiu. A segunda (em 22 livros) trata da relação entre a Fé a política, retratada nas aspirações da alma e os desejos mundanos, e influenciou diretamente a Teologia cristã e o pensamento político ocidental. Foi escrita no contexto do saque de Roma pelos visigodos em 410, e das críticas pagãs de que Roma estava mais segura na época das divindades pagãs do que com o Cristo. Em resumo, mostra a Humanidade dividida (desde Adão e Eva, diríamos…) entre dois amores: o amor a si mesmo, “até à indiferença por Deus”, e o amor a Deus, “até à indiferença por si mesmo”.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 27 DE AGOSTO DE 2024

 

BOM DIA EVANGELHO

27 DE AGOSTO DE 2024 - Terça-feira da 21ª semana do Tempo Comum

Oração: Deus de amor infinito, que por nós tendes entranhas de mãe, concedei-nos por intercessão de Santa Mônica aceitarmos sem revolta as dificuldades, mas delas buscar em Vós as soluções, e embarcados na Nau de Pedro nunca desistirmos de fazer o bem ao próximo, para nela aportarmos no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Evangelho (Mt 23,23-26):

Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixais de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como o direito, a misericórdia e a fidelidade. Isto é que deveríeis praticar, sem contudo deixar aquilo. Guias cegos, filtrais o mosquito, mas engolis o camelo! Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais o copo e o prato por fora, mas por dentro estais cheios de roubo e cobiça. Fariseu cego! Limpa primeiro o copo por dentro, que também por fora ficará limpo».

«Limpa primeiro o copo por dentro, que também por fora ficará limpo»

Fr. Austin NORRIS(Mumbai, India)

Hoje, temos a impressão de “pilhagem” a Jesus em um arrebato de mau humor, realmente alguém o tem feito se sentir molestado e irritado. Jesus Cristo se sente incomodado com a falsa religiosidade, as petições pomposas e a piedade egoísta. Ele tem notado um vazio de amor, a saber, esta em falta “a justiça, a misericórdia e a fé” (Mt 23,23) com as ações superficiais, as quais tratam de cumprir a Lei. Jesus encarna essas qualidades em sua pessoa e ministério. Ele era a justiça e a misericórdia. Suas ações, milagres, curas e palavras escorriam estes verdadeiros fundamentos, que fluem de seu coração amoroso. Para Jesus Cristo não se tratava de uma questão de “Lei”, mais sim, de um assunto de coração...
Inclusive nas palavras de castigo, vemos em Deus um toque de amor, importante para quem quer voltar ao básico “Foi indicado, homem, que é bom e que exige de ti o Senhor: nada mais que praticar a justiça, amar a fidelidade e caminhar humildemente com teu Deus” (Miq 6,8). O Papa Francisco disse: “Um pouco de misericórdia faz o mundo menos frio e mais justo”. Necessitamos compreender bem esta misericórdia de Deus, este Padre misericordioso que tem tanta paciência... Recordemos ao profeta Isaias, quando afirma que, embora nossos pecados sejam escarlates, o amor de Deus os transformará em brancos como a neve. É harmonioso, isto da misericórdia”.
“Purifica primeiro por dentro da taça, para que também fique pura por fora” (Mt 23,26). Quanto é certo para cada um de nós! Sabemos como a limpeza pessoal nos faz sentir frescos e vibrantes por dentro e por fora. Mas mesmo no âmbito espiritual e moral de nosso interior, nosso espírito, se está limpo e são, brilhará em boas obras e ações que honrem a Deus e lhe rendam uma verdadeira homenagem (cf. Jn 5,23). Fixemo-nos no marco maior do amor, da justiça e da fé e nos perdemos em ninharias que consomem nosso tempo, nos apequenamos e que nos fazem exigente. Mergulhemos no vasto oceano do amor de Deus e não nos conformemos com riachos e mesquinharias!

Santa Mônica

Mônica nasceu em Tagaste, antiga cidade da Numídia. atual Argélia no norte da África, no ano de 332. Desde cedo dedicava-se ao cuidado dos pobres, que visitava frequentemente. Seus pais a casaram com Patrício, um pagão trabalhador mas colérico, infiel e dado ao jogo.

A sua sogra, também colérica, muito interferiu na vida do casal, tornando ainda mais infeliz a vida de Mônica, que tudo suportava pacientemente em Deus, pedindo em oração a conversão do esposo. Este, embora criticasse a caridade da esposa para com os necessitados, e a sua dedicação à oração, não a impedia, porém, de fazê-lo.

Com grande sabedoria, Mônica usou no seu casamento o que depois ficou conhecido num ditado popular: “quando um não quer, dois não brigam”; se ele estava de mau humor, ela procurava manter o bom humor; se ele gritava, ela se calava. Tal procedimento até hoje é receita para a manutenção da paz no lar. Assim evitava que o marido batesse nela, como era normal acontecer na época com outras mulheres.

Em 371, Patrício, após as muitas orações e sacrifícios de Mônica, converteu-se e se fez batizar, e também sua mãe. Um ano depois, ele morreu.

O casal tinha três filhos, Agostinho, Navígio e Perpétua, que veio a ser religiosa. Agostinho demonstrara desde a infância uma extraordinária inteligência, e por isso fôra enviado aos 16 para estudar Filosofia, Retórica e Literatura em Cartago. Quando Patrício morreu, Agostinho tinha 17 anos, e, por ter forte temperamento e nenhum apoio do pai para o lado religioso, que Mônica muito se esforçara para desenvolver, caíra já numa vida de vícios: jogo, mulheres, e adoção de uma seita maniqueísta. Mônica sofria muito com esta situação, chorava amargamente pelo filho no caminho da perdição eterna. Por ele, aumentava sempre mais as orações e penitências.

Em Cartago, Agostinho progredia como brilhante professor de Retórica. Incomodava-o porém as admoestações da mãe, e por isso, enganando-a, embarcou primeiro para Roma e depois para Milão, onde continuou seu trabalho docente. Mônica não desistiu, e foi encontrá-lo naquela cidade. Por este tempo, Agostinho já vivia numa união irresponsável com uma mulher e tinha um filho, Adeodato.

Querendo aperfeiçoar-se na arte da Retórica, Agostinho passou a ouvir os sermões de Santo Ambrósio. Este bispo, em conversa com Mônica, lhe dissera: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”E, tocado pelas pregações de Ambrósio, Agostinho acabou por se converter ao Catolicismo da sua infância, sendo batizado, com Adeodato, na Páscoa de 387. Ele viria a ser um dos maiores santos do período Patrístico da Igreja.

Estava assim realizada a maior obra de Mônica, a conversão e salvação do filho. Reconciliados, e tendo Agostinho abandonado sua vida mundana, os dois, com Navígio, resolveram voltar para Tagaste. No porto de Óstia, perto de Roma, conversavam à espera do embarque, enlevados pelo pensamento da vida no Paraíso Celeste, quando Mônica comentou: “E a mim, o que mais pode me amarrar à Terra? Já obtive meu grande desejo, o ver-te cristão. Tudo o que desejava consegui de Deus”. Pouco depois foi acometida por uma febre que, agravando-se rapidamente, levou ao seu falecimento, em 27 de agosto de 387, com 56 anos. Antes, pediu aos dois filhos que não deixassem de rezar pela sua alma.

Santa Mônica é padroeira das Mães Cristãs, que a invocam para a conversão de esposos e filhos.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Orações, choro, abnegação, sacrifício e penitência perseverantes – as manifestações da máxima caridade devem começar a partir da própria família, o que não impede outras ajudas, como provou Santa Mônica desde antes de se casar e durante o difícil casamento. Mas muitos querem “salvar o mundo” sem cuidar dos cônjuges, dos filhos, dos pais, dos avós, de parentes doentes… Grandes provas de amor não precisam ser por obras grandiosas, mas precisam ser, obrigatoriamente, a partir das obrigações de estado, e do próximo mais próximo. Embora a conversão de Santo Agostinho tenha sido a maior conquista de sua mãe, antes ela já havia conseguido a do esposo e da sogra, familiares que por natureza são anteriores aos filhos. Afirmou Santa Mônica que “Tudo o que desejava consegui de Deus”, o que já é em si admirável, mas consequente, pois o que for verdadeiramente bom Deus concederá certamente, se confiarmos; por isso esta declaração já é uma prova de santidade… mas, é preciso cuidado com o que desejamos. Deus também nos concederá a Sua ausência infinita, se o quisermos de modo consciente e definitivo. O inferno é a situação que Ele permite aos que desejam irrevogavelmente rejeitá-Lo, ao ponto de recusarem até o Seu perdão, como os demônios.

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domingo, 25 de agosto de 2024

BOM DIA EVANGELHO - 26. AGOSTO. 024

 

BOM DIA EVANGELHO

26 DE AGOSTO DE 2024 - Segunda-Feira da 21ª semana do Tempo Comum

Oração: Deus eterno e todo-poderoso quiseste que São Zeferino governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho (Mt 23,13-22): 

«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino dos Céus, mas vós mesmos não entrais, nem deixais entrar aqueles que o desejam. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes mais do que vós. Ai de vós, guias cegos! Dizeis: ‘Se alguém jura pelo Santuário, não vale; mas se alguém jura pelo ouro do Santuário, então vale!’ Insensatos e cegos! Que é mais importante, o ouro ou o Santuário que santifica o ouro? Dizeis também: ‘Se alguém jura pelo altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferenda que está sobre o altar, então vale!’ Cegos! Que é mais importante: a oferenda ou o altar que santifica a oferenda? De fato, quem jura pelo altar jura por ele e por tudo o que está sobre ele. E quem jura pelo Santuário jura por ele e por Deus, que habita no Santuário. E quem jura pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado».

«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino dos Céus» - P. Marc VAILLOT(París, França)

Hoje, uma vez mais, o Evangelho mostra como a bondade de Deus que vela por nossa felicidade se transforma. Indica-nos claramente quais são as fontes: a verdade, o bem, a retidão, a justiça, o amor… e todas as virtudes. Avisa-nos também para que não caiamos nas armadilhas —excessos, luxúrias, decepções, em uma palavra, pecados - isso nos impediria de alcançar tal felicidade.
Jesus utiliza sua divina autoridade para nos mostrar claramente o carácter absoluto do bem, que devemos perseguir, e o do mal, que devemos evitar a todo custo. Daí, sua viva e amável exortação a respeitar a carta magna da vida cristã: as boas-venturanças, vias que dão o acesso à Felicidade. Paralelamente, encontramos o tom ameaçador utilizado no Evangelho de hoje: as Maldições daqueles atos destruidores que sempre devem ser evitados. O mesmo Coração sagrado, o mesmo Amor é o que dita as Boas aventuranças (cf. Mt 5,1 ss) e as Maldições.
É muito importante entender que são tão importantes tanto uns como outros para quem quiser se salvar: «Bem-aventurados» os pobres; os corações sedentos de justiças; as almas misericordiosas… «Ai de vocês!»… quando escandaliza aos outros; quando ensina e não o põe em prática; quando corrompe a doutrina sã; quando desvia aos outros do caminho reto…
Jesus completa com firmeza: quanto maior seja sua responsabilidade ante os outros, mais forte será a maldição que recairá sobre vocês. Nosso Senhor, nesta passagem está se dirigindo aos notáveis: «Ai de vocês, escribas e fariseus hipócritas!» (Mt 23,13 ss).
Apliquemos a nossas vidas este ensinamento divino. Nossas boas e nossas más ações têm sempre um duplo impacto: um, que recai sobre nós mesmos, pois cada ação nos melhora ou nos assola.; o outro, considerando nossa situação de adultos, pais, mestres, responsáveis sob qualquer aspecto, cada um de nossos atos pode ter repercussões, boas ou más, insuspeitáveis: «A vida não é tempo que passa, senão tempo de encontro» (Francisco).
E teremos que prestar contas disso ao amor de Deus!

São Zeferino

Zeferino nasceu no ano de 165 em Roma, não há muitos registros relatando sua vida antes de ser eleito Papa. Zeferino foi eleito Papa em 199 sucedendo o Papa Vitor I e sendo o décimo quinto a ocupar a Cátedra de Pedro. Seu pontificado se deu sob intensa perseguição de Septímio Severo, que “proibiu sob pena grave, toda propaganda judaica, e tomou a mesma decisão a respeito dos cristãos”, conforme a História Augusta. O Papa Zeferino, enfrentou também muitas heresias, que abalavam a Igreja mais do que os próprios martírios. As heresias estavam no desejo de alguns em elaborar só com dados filosóficos o nascimento, a vida e a morte de Jesus Cristo. A discórdia era generalizada, uns negavam a divindade de Jesus Cristo, outros se apresentavam como a própria revelação do Espírito Santo, profetizando e pregando o fim do mundo. Mas o papa Zeferino amparado pelo poder do Espírito Santo e pela sensatez, uniu-se aos grandes sábios da época, como Santo Irineu, Hipólito e Tertuliano para livrar os cristãos das mentiras dos hereges e dos exageros, conseguindo assim, estabelecer a verdade. O papa Zeferino era dotado de inspiração e visão especial. Seu grande mérito foi ter valorizado a capacidade de Calisto, um pagão convertido e membro do clero romano, que depois foi seu sucessor. Ele determinou que Calisto organizasse cemitérios cristãos separados daqueles dos pagãos. Isso porque os cristãos não aceitavam cremar seus corpos e também queriam estar livres para tributarem o culto aos mártires. Este trabalho foi a origem das catacumbas romanas, lugar histórico que testemunha grande parte da história cristã. O Papa Santo Zeferino foi martirizado em 20 de dezembro de 217, juntamente com o bispo Santo Irineu, encerrando assim seu pontificado que durou 18 anos. Foi sepultado numa capela nas catacumbas que ele mandou construir em Roma, Itália.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)

Reflexão: Como incentivo aos Bispos o Papa São Zeferino escreveu: “Que o Deus todo-poderoso e seu único Filho e Salvador nosso, Jesus Cristo, vos guie para que, com todos os meios ao vosso alcance, possais auxiliar a todos os irmãos que passam por tribulação, que sofrem durante seus trabalhos, estimando seus sofrimentos. Que sejam dados a eles toda a assistência possível, por atos e palavras, de forma a que sejais reconhecidos como verdadeiros discípulos dAquele que nos mandou amar aos irmãos como a nós mesmos”. Sejamos também nós tocados por estas palavras para que todos tenham paz e fraternidade dentro de si.

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