Oração:
Deus Todo Poderoso, Criador e Rei do Universo, que fostes o primeiro a,
unicamente por infinito amor, querer servir às criaturas, concedei-nos por
intercessão de São Filipe Benício exaltadamente agredir o pecado em nossas
vidas, mas sempre perdoar com doçura os que pecarem, buscando a conversão deles
e principalmente a nossa própria; e que, refugiados das tentações deste mundo
na montanha das Vossas graças e bênçãos, fiquemos Convosco conciliados no
Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Mt 22,1-14):
Naquele
tempo, Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do
povo, dizendo: «O Reino dos Céus é como um rei que preparou a festa de
casamento do seu filho. Mandou seus servos chamar os convidados para a festa,
mas estes não quiseram vir. Mandou então outros servos, com esta ordem: ‘Dizei
aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram
abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’. Mas os convidados não deram
a menor atenção: um foi para seu campo, outro para seus negócios, outros
agarraram os servos, bateram neles e os mataram. O rei ficou irritado e mandou
suas tropas matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles.
»Em seguida, disse aos servos: ‘A festa de casamento está pronta, mas os
convidados não foram dignos dela. Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e
convidai para a festa todos os que encontrardes’. Os servos saíram pelos
caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa
ficou cheia de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados, observou
um homem que não estava em traje de festa, e perguntou-lhe: ‘Meu caro, como
entraste aqui sem o traje de festa?’. Mas o homem ficou sem responder. Então o
rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e lançai-o
fora, nas trevas! Ali haverá choro e ranger de dentes’. Pois muitos são
chamados, mas poucos são escolhidos».
«Já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!» - Rev. D. David AMADO i Fernández(Barcelona, Espanha)
Hoje, a
parábola evangélica nos fala do banquete do Reino. É uma figura recorrente na
predicação de Jesus. Trata-se dessa festa de casamento que acontecerá ao final
dos tempos e que será a união de Jesus com a sua Igreja. Ela é a esposa de
Cristo que caminha pelo mundo, mas que vai se unir finalmente ao seu Amado para
sempre. Deus Padre tem preparado essa festa e quer que todos os homens assistam
a ela. Por isso diz a todos os homens: «Vinde para a festa!» (Mt 22,4).
A parábola, no entanto, tem um desenvolvimento trágico, pois muitos, «não deram
a menor atenção: um foi para seu campo, outro para seus negócios... » (Mt
22,5). Por isso, a misericórdia de Deus vai se dirigindo a pessoas cada vez
mais distantes. É como um noivo que vai se casar e convida a seus familiares e
amigos, mas eles não querem assistir; chama depois a conhecidos e colegas de
trabalho e vizinhos, mas todos dão desculpas; finalmente convida qualquer
pessoa que encontra, pois tem preparado um banquete e quer que hajam convidados
na mesa. Algo parecido acontece com Deus.
Mas também, os diferentes personagens que aparecem na parábola podem ser imagem
dos estados da nossa alma. Pela graça batismal somos amigos de Deus e
coerdeiros com Cristo: temos um lugar reservado no banquete. Se esquecermos
nossa condição de filhos, Deus passa a nos tratar como conhecidos, mas continua
nos convidando. Se deixarmos morrer em nós a graça, convertemo-nos em gente do
caminho, transeuntes sem oficio nem beneficio sob as coisas do Reino. Mas Deus
segue chamando.
A chamada chega a qualquer momento. É por convite. Ninguém tem direito. É Deus
quem presta atenção em nós e diz: «Vinde para a festa!». E o convite há de ser
aceito com palavras e fatos. Por isso aquele convidado mal vestido é expulso:
«Meu caro, como entraste aqui sem o traje de festa?» (Mt 22,12).
Filipe Benício nasceu no ano de 1233 em Florença, Itália, de nobre família. Com 13 anos foi estudar Medicina na Universidade de Paris, e com 19 mudou-se para a Universidade de Pádua, formando-se em 1253 com louvor em Filosofia e Medicina. Durante um ano, trabalhou como médico em Florença. Ao mesmo tempo, tendo sólida formação religiosa e devoção a Maria Santíssima, frequentava a igreja do mosteiro da cidade, estudando as Sagradas Escrituras com os religiosos. E em 1254 decidiu-se pela vida religiosa, ingressando como irmão leigo na Ordem dos Servos de Maria (Servitas) do Convento de Monte Senário. Ainda irmão leigo, destacou-se pela retórica. Em 1258 ordenou-se sacerdote em Siena, assumindo inúmeras responsabilidades na direção e na ordem do convento. Em 1262, foi nomeado professor de noviços e vigário assistente do prior-geral. Em 1267, foi eleito prior-geral da Ordem dos Servitas, por voto unânime. Logo ordenou a evangelização na região da Cítia no leste europeu (atualmente Ucrânia, na maior parte), enviando missionários. Pessoalmente viajou por grande parte da Itália advertindo os pecadores para a penitência, orientando os fiéis à obediência ao Papa, e intensificando a devoção à Nossa Senhora. Promoveu também a reforma do estatuto da Ordem, de modo a que se tornasse mendicante. Junto com Santa Juliana Falconeri fundou a Ordem Terceira dos Servitas para as mulheres. No conclave papal de 1269 seu nome foi indicado, mas ele, por humildade, refugiou-se nas montanhas próximas de Viterbo, onde se realizava a eleição, até que Gregório X (hoje Beato) foi eleito. Em 1274 participou do Segundo Concílio Ecumênico de Lyon, e em 1283 seguiu para a cidade de Forli, no norte da Itália, a pedido do Papa, para pacificar as disputas entre os guelfos, partido que o apoiava, e os guibelinos, partidários do imperador germânico. Ali foi agredido por um exaltado guibelino, perdoando-o com doçura, o que levou à sua conversão, entrada na vida religiosa e santificação: São Peregrino Laziosi. São Filipe Benício faleceu em 22 de agosto de 1285, na cidade de Todi, quando voltava para Roma. Foi o primeiro religioso canonizado da Ordem dos Servitas, que sob sua direção conciliatória e talentosa pregação expandiu-se rapidamente. É Padroeiro de Zamboanga do Norte, nas Filipinas.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão: “Benício” significa “homem bom”, “abençoado”,
“aquele que vai bem” ou “o que está sempre bem”. Para São Filipe Benício, cada
uma destas acepções tem uma correspondência prática de vida: foi um homem bom,
que buscou fazer da melhor maneira atividades corretas e de valor; foi
abençoado com uma santa vocação e as graças necessárias para vivê-la; pela sua
devoção e proximidade com Nossa Senhora, é aquele que vai bem no reto caminho,
sem desvios ou tropeços; e elevado à glória celeste, está sempre, infinitamente
bem. Vivendo na Ordem dos Servos de Maria, Ela é o foco e a fonte dos seus
trabalhos, sem qualquer prejuízo ou confusão para a adoração exclusiva a Deus.
A devoção a Maria é a melhor justamente porque Ela não faz outra coisa e não
tem outra missão senão a de nos conduzir, mais rápida, segura e eficientemente
ao Seu Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. E nada agrada mais a
Jesus do que o nosso amor a Ela. São Filipe Benício formou-se com louvor na
medicina das almas. Por isso propôs remédios universais que levam das chagas do
pecado à cura na santidade: a devoção à Nossa Senhora, único caminho para
Jesus, a sã obediência ao Papa, isto é, à Igreja regida pelo Espírito Santo,
com a correta Tradição, Doutrina, Liturgia e Magistério, e prevenindo a todos
nós, pecadores, da necessidade absoluta da penitência para ir para o Céu. Estes
remédios, ele os ministrou por meio da sua brilhante pregação e exemplo de
caridade. Tal receita, simples e completa, nos leva ao ideal de servitas do
Senhor.
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