quinta-feira, 8 de agosto de 2024

 

BOM DIA EVANGELHO

09 DE AGOSTO DE 2024 - Sexta-feira da 18ª semana do Tempo Comum

Oração: Senhor, Deus de nossos pais, Tu conduziste a Santa Teresa Benedita à plenitude da ciência da Cruz ao momento de seu martírio. Enche-nos com o mesmo conhecimento; e, por sua intercessão, permite-nos sempre seguir em busca de ti, que és a suprema Verdade, e permanecer fiéis até a morte à aliança de amor ratificada pelo sangue de teu Filho pela salvação de todos os homens e mulheres. Te pedimos por nosso Senhor, Amém!

Evangelho (Mt 16,24-28):

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. De fato, que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? Ou que poderá alguém dar em troca da própria vida? Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. Em verdade, vos digo: alguns dos que estão aqui não provarão a morte sem antes terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino».

«Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me»

Rev. D. Pedro IGLESIAS Martínez(Rubí, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho nos coloca claramente diante do mundo. É radical na sua abordagem, não admitindo ambigüidades: «Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me» (Mt 16,24). Em numerosas ocasiões, perante o sofrimento causado por nós mesmos ou pelos outros ouvimos: «Devemos suportar a cruz que Deus nos manda...Deus quis que fosse assim...», e vamos acumulando sacrifícios como cupons em uma cartela, que apresentaremos à auditoria celestial no dia que tivermos que prestar contas.
O sofrimento não tem valor algum em si mesmo. Cristo não era um estóico: sentia sede, fome, cansaço, não gostava de ser deixado só, se deixava ajudar... Onde podia aliviava a dor, física e moral. Que acontece então?
Antes de carregarmos a nossa “cruz”, primeiramente devemos seguir a Cristo. Não se sofre e depois se segue a Cristo... Cristo se segue por Amor, e é a partir daí que se compreende o sacrifício, a negação pessoal: «Quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará» (Mt 16,25). É o amor e a misericórdia o que nos leva ao sacrifício. Todo amor verdadeiro gera sacrifício de uma forma ou de outra, mas nem todo sacrifício gera amor. Deus não é sacrifício; Deus é Amor, e só esta perspectiva dá sentido à dor, ao cansaço e às cruzes de nossa existência segundo o modelo de homem que o Pai nos revelou em Cristo. Santo Agostinho afirmou: «Quando se ama não se sofre, e se sofre, ama-se o sofrimento».
No correr da nossa vida, não busquemos uma origem divina para os sacrifícios e as penúrias: «Por que Deus me mandou isto?», mas busquemos um “uso divino” para o que nos acontece: «Como posso fazer disso, um ato de fé e de amor?». É assim que seguimos a Cristo e, como —com certeza— seremos merecedores do olhar misericordioso do Pai. O mesmo olhar com que contemplou o seu Filho na Cruz.

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)

Edith Theresa Hedwing Stein, nasceu em 12 de outubro de 1891 em Breslávia na Alemanha. Pertencia a uma família judia onde sua mãe uma mulher forte e de muita fé, educou os onze filhos num clima de respeito e liberdade responsável. No ano de 1911 Edith entrou para a Universidade de Breslávia, onde estudou alemão e história. Era uma aluna brilhante sempre buscava a verdade e procurava respostas para às questões relativas à sua crença o que acabou a levando a ser tornar ateia. Motivada por um impulso interior pelo sentido da vida, formou-se em filosofia, tornando-se Doutora. Encontrou na Fenomenologia do filósofo Husserl, do qual foi assistente na Universidade de Freiburg, que a levou a aprofundar o tema da empatia, mas também encontrou na leitura da vida de Santa Teresa de Ávila, o sentido da vida que tanto procurava, converteu-se ao cristianismo. Foi batizada em 1922, recebendo o nome de Teresa e mudando completamente o seu modo de viver. A partir daí, Teresa dedicava-se ao aprofundamento da doutrina cristã, ao ensinamento, ao apostolado e publicações de estudos científicos, numa intensa vida interior nutrida pela palavra de Deus e a oração. Em 1933 decidiu então se dedicar a Deus, entrando para a Congregação das Carmelitas Descalças e adotando o nome de Teresa Benedita da Cruz, exprimindo assim, também com este nome, o ardente amor a Jesus Crucificado e especial devoção a Santa Teresa de Ávila. Manifestou regularmente o voto de pobreza, obediência e castidade e, para realizar a sua consagração, caminhou com Deus na via da santidade. Quando na Alemanha o Nazismo intensificou a perseguição contra os judeus, os superiores da Beata enviaram-na, por precaução, para o Carmelo de Echt, na Holanda. Os Bispos holandeses protestaram energicamente com uma Carta pastoral, e Hitler, por vingança, incluiu no programa de extermínio também os judeus que se converteram a fé católica. No dia 02 de gosto, oficiais nazistas levaram Edith e sua irmã Rosa do Carmelo. Neste dia, outros duzentos e quarenta e dois judeus católicos foram deportados para os campos de concentração em Auschwitz. Comovida pela compaixão para com os seus irmãos judeus, não hesitou em oferecer-se a Deus como vítima, para suplicar a paz e a salvação para o seu povo, para a Igreja e para o mundo No dia 09 de agosto de 1942, Edith Stein juntamente com sua irmã e centenas de homens, mulheres e crianças foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados. Os pensamentos e a fé de Edith Stein estão reunidos em suas obras, sobretudo, em "Ser finito e Ser eterno". Trata-se de uma síntese de filosofia e misticismo, da qual emerge o sentido do homem, a sua singularidade e unicidade em relação ao Criador. Foi beatificada no dia 1 de maio de 1987, pelo Papa João Paulo II e canonizada em 11 de Outubro de 1998 pelo mesmo Papa, recebendo o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz. Foi ainda em 1999, proclamada co-padroeira da Europa.(Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR)

Reflexão: O Papa João Paulo II no dia da beatificação de Edith Stein falou: “Beata Edith Stein representa a síntese dramática das feridas do nosso século. E, ao mesmo tempo, proclama a esperança de que é a cruz de Jesus Salvador que ilumina a história”. Além disso, a vida de Edith nos mostra uma mulher que buscou no seu interior um sentido para a vida reconhecendo assim o valor da vida cristã, como uma resposta para o mundo. Edith foi reconhecida pela sua inteligência, sua determinação, sua calma, seu autocontrole, seu consolo e compaixão.

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