IRMÃ DULCE
Maria
Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce ou Santa Dulce dos
Pobres, foi uma freira brasileira e santa da Igreja Católica, lembrada por suas
obras de caridade e assistência aos pobres e necessitados, tanto que foi
apelidado Anjo bom da Bahia
Oração: Senhor Deus dos Exércitos, que nos protegeis pela Onipotência Suplicante
de Vossa e nossa Mãe, concedei-nos por intercessão de São Maximiliano Maria
Kolbe a sua mesma devoção e entrega a Maria, para que, despindo-nos do orgulho
e prepotência que desejam conquistar este mundo, os troquemos pelo vigor do
apostolado mariano, e montados nos ginetes das virtudes, no momento de
desocupar a pequena cela deste corpo cavalguemos seguros para o Paraíso. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.
Evangelho (Mt 18,15-20):
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: «Se
teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir,
terás ganhado o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas
pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três
testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja
ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano. Em verdade vos
digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes
na terra será desligado no céu. Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem
de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está
nos céus o concederá. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu
estou ali, no meio deles».
«Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! (...)
Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio
deles»
Rev. D. Pedro-José YNARAJA i
Díaz(El Montanyà, Barcelona, Espanha)
Hoje, neste breve fragmento do Evangelho, o Senhor
nos ensina três importantes modos de proceder que frequentemente se ignoram.
Compreensão e advertência com o amigo ou o colega. Faça-o ver, com discrição e
reservadamente («tu e ele a sós»), com claridade («vai corrigi-lo»), o seu
comportamento equivocado para que acerte o seu caminho na vida. Acudir à
colaboração de um amigo, se a primeira tentativa não deu certo. E, se nem assim
se consegue a sua conversão e, se seu pecar escandaliza, não duvide em exercer
a denúncia profética e pública, que hoje pode ser uma carta ao diretor de uma
publicação, uma manifestação pública ou um cartaz. Esta maneira de proceder é
uma exigência que pesa para o mesmo que a prática, e que frequentemente é
ingrata e incômoda. Por tudo isso é mais fácil escolher o que chamamos
equivocadamente de “caridade cristã” e, que costuma ser puro escapismo, comodidade,
covardia, falsa tolerância. Na verdade, «está reservada a mesma pena para os
que fazem o mal e para aqueles que o consentem» (São Bernardo).
Todo cristão tem o direito de solicitar dos nossos sacerdotes o perdão de Deus
e da sua Igreja. O psicólogo, em um determinado momento, pode apaziguar o seu
estado de ânimo; o psiquiatra em um ato médico pode conseguir vencer um
transtorno endógeno. Ambas as atitudes são muito úteis, mas insuficientes para
determinadas situações. Só Deus é capaz de perdoar, apagar, esquecer,
pulverizar destruindo o pecado pessoal. E só, sua Igreja pode atar ou desatar
comportamentos, transcendendo a sentença no céu. E com isso gozar da paz
interior e começar a ser feliz.
Nas mãos e palavras do sacerdote está o privilégio de tomar o pão e que Jesus -
Eucaristia seja realmente presença e alimento. Qualquer discípulo do Reino pode
unir-se a outro, ou melhor, pode unir-se a muitos e, com fervor, Fé, coragem e
Esperança, submergir no mundo e convertê-lo em verdadeiro corpo do Jesus -
Místico. E, na sua companhia acudir a Deus Pai que escutará às suas súplicas,
pois seu Filho comprometeu-se a isso: «pois onde dois ou três estiverem
reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles» (Mt 18,20).
Raimundo (Raymond) Kolbe nasceu em Zdunska Wola, perto de Lódz, na Polônia, no ano de 1894, quando a Rússia ocupava o país. Seus pais eram operários, pobres materialmente mas ricos na Fé. Aos 13 anos entrou para o Seminário dos Frades Menores Conventuais Franciscanos em Lvov, cidade que por sua vez estava ocupada pela Áustria. Ali destacou-se pelo brilhantismo no estudo e intensa atuação. Foi para Roma completar os estudos, e sua devoção à Virgem Maria o levou a fundar ali, em 1917, o movimento de apostolado mariano “Milícia da Imaculada", cujos membros devem se consagrar à Virgem Maria e por meio Dela lutar pela edificação do Reino de Deus em todo o mundo, por todos os meios moralmente legítimos. Em 1918 foi ordenado sacerdote e adotou o nome de Maximiliano Maria, em homenagem a São Maximiliano e a Nossa Senhora. Voltou à Polônia para lecionar no seminário franciscano de Cracóvia. Seu profundo amor à Santíssima Virgem e seu enorme empreendedorismo nas comunicações sociais se concretizaram na fundação, quase sem recursos, de uma tipografia em 1922, para a publicação da revista mensal “Cavaleiro da Imaculada”, cujo objetivo era difundir o conhecimento, o amor e o serviço a Maria como meio da conversão das almas a Cristo. A primeira tiragem foi de 500 exemplares; em 1939, já chegara a um milhão. Em seguida criou um periódico semanal, uma revista para crianças e outra para sacerdotes. Depois, uma rádio católica, cuja difusão chegou ao Japão. Em 1929, fundou a primeira “Cidade da Imaculada” no convento franciscano de Niepokalanów, e que viria a se tornar uma cidade consagrada à Virgem Maria. Atendendo a uma solicitação do Papa, ofereceu-se como missionário em 1931, voltando em 1936 à Polônia como diretor espiritual de Niepokalanów. Com o início da Segunda Guerra Mundial, foi preso em 1939 pelos nazistas que invadiram o país e levado com outros frades para campos de concentração na Alemanha e na própria Polônia. Foi solto pouco tempo depois, no dia consagrado à Imaculada Conceição. Em fevereiro de 1941 foi novamente preso e enviado à prisão de Pawiaak, de onde foi transferido para o campo de concentração de Auschwitz. Em agosto, um prisioneiro conseguiu fugir, e em represália os alemães sortearam dez presos para serem mortos cruelmente. Um destes era Francisco Gajowniczek, casado e com filhos, e que por causa da família desesperou-se. O padre Maximiliano Maria Kolbe ofereceu-se então para tomar o seu lugar, e o comandante aceitou. Os condenados foram despidos e fechados numa cela pequena, úmida e escura, para morrer de fome e sede. Depois de duas semanas, além de dois outros de físico privilegiado, só Maximiliano permanecia vivo, por causa das orações e de estar habituado aos jejuns. Querendo desocupar a cela, os soldados alemães injetaram-lhes uma substância mortal, e faleceram em 14 de agosto de 1941. O corpo do padre Maximiliano foi cremado e as cinzas jogadas ao vento. Antes ele escrevera uma carta na qual afirmava: “Quero ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo”. São Maximilano Maria Kolbe é o Padroeiro do Século XX, Patrono da Imprensa e mártir da caridade. Na sua canonização, em 1982, estava presente Francisco Gajowniczek.(Colaboração: José Duarte de Barros Filho)
Reflexão:
Vivemos numa Terra dominada
por interesses estrangeiros aos de Deus… como quer que se apresentem, todos
pretendem subjugar e comandar as almas, injetando nelas a substância mortal do
materialismo. E para combatermos nesta guerra, com a intenção de vencer, não há
outro exército ao qual nos filiarmos do que a Milícia da Imaculada, isto é, ao
serviço de Nossa Senhora, pela Qual nos vem o Cristo e a Salvação, e pela Qual
nos encontramos com Ele e o Reino de Deus. Como ensina a Igreja, não há outro
caminho para chegar a Deus, a não ser Maria, Corredentora das almas com Jesus,
inseparável Dele, Mãe Dele e nossa, com a missão justamente de interceder ao
Seu Filho Redentor por nós, para que, por obediência amorosa a Ela, o Filho Se
digne nos atender. Assim, a Igreja a reconhece como “Medianeira de todas as
graças”, e inúmeros santos canonizados têm por ela uma devoção especial. São
Maximiliano Kolbe foi um deles, e ciente de que só por Ela chegaremos a Cristo,
pois só pela Mãe se pode ter o Filho, santificou-se também, e muito, pela
devoção à Virgem e à sua divulgação. A sincera devoção a Ela é um sinal de
predestinação da salvação, como ensinam São Boaventura, São Bernardo de
Claraval e Santo Afonso Maria de Ligório. Só seremos soltos das prisões do
pecado e da morte infinita pela intercessão de Maria, do mesmo modo como São
Maximiliano Kolbe foi solto dos nazistas no dia consagrado à Imaculada
Conceição. Seguindo seu exemplo, devemos nos concentrar nos campos de atuação
apostólica, para sermos livres da tibieza e omissão, e o apostolado da Virgem é
o caminho mais curto e seguro para levar as almas ao Céu. Na proposta da
Milícia de Maria, na qual devemos ingressar, particular ação tem os Cavaleiros,
tradicionalmente uma grande força dos exércitos cristãos na Idade Média, e que,
especificamente na Polônia de São Maximiliano Kolbe, era o principal destaque
militar até a Segunda Guerra Mundial. Associando os ideais elevados dos
Cavaleiros medievais com a força de combate dos cavaleiros poloneses, o
apostolado através da divulgação da revista “Cavaleiros da Imaculada” (editada
até hoje e presente no Brasil) foi, junto com outras iniciativas, o modo de
santificar os veículos de comunicação escrita no tempo de Kolbe, e bem
representavam a pujança e alcance das cargas de cavalaria nos combates antigos.
Atualmente, sem diminuir a importância da divulgação impressa, tanto os textos
quanto imagens e áudios por via eletrônica chegam ainda mais longe, e este
meio, de acordo com as intenções da “Nova Evangelização” proposta por São João
Paulo II, deve ser também conquistado para Nossa Senhora. Os combates e guerras
geram vítimas, e na batalha pela evangelização tombou mártir São Maximiliano.
Mas, diferentemente da maioria dos outros mártires católicos, cuja morte foi em
defesa individual da própria vida da alma, ele se ofereceu para morrer no lugar
de outro – como Cristo Se ofereceu à Cruz por nós. Vivenciou assim o modelo
mais perfeito de caridade: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida
por seus amigos” (Jo 15,13). Embora o martírio não seja necessariamente o
chamado de Deus para todos, o católico tem que, por coerência à sua Fé, estar
disposto a ele, a qualquer momento; mas estamos no caminho certo se oferecemos
os pequenos martírios, mortificações, do dia a dia, para Deus, por Nossa
Senhora: um sorriso sincero diante do mal humor alheio, uma esmola dada com
amor, um esforço para não se atrasar para a Missa.
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